Piratas no paraíso
12/02/12 23:45Não é só a Somália que tem seus piratas. Aqui no Brasil, mais especificamente nas lindas baías de Paraty e Ilha Grande, eles também têm agido.
Nas últimas semanas, vários casos de roubos a barcos têm acontecido.
O modus operandi é sempre o mesmo: os piratas chegam de madrugada, de bote, para não fazer barulho. Armados e usando máscaras, eles invadem as embarcações e rendem os tripulantes. Em alguns casos, chegaram a agredir as vítimas.
Alguns dos assaltos ocorreram na Ilha do Cedro, um dos lugares mais bonitos que já vi. É uma ilha de águas transparentes, considerada um dos melhores lugares para pernoitar na região, por ser totalmente abrigada de ventos mais fortes. À noite, é comum ver muitos barcos ancorados naquele paraíso.
Acontece que o Cedro é também um lugar ideal para a atuação sorrateira de bandidos. A ilha fica a menos de 1 km da costa. Da estrada Rio-Santos, você vê os barcos na ilha, e não leva mais de dez minutos para chegar da costeira ao Cedro, usando um bote a remo.
Quem costuma navegar pela região diz que nunca viu uma situação como essa. Há alguns dias, passei pelo Cedro. Um pescador, que vive há 59 anos no local, me disse que, até janeiro deste ano, nunca tinha acontecido um ataque desses.
Muita gente culpa a diáspora da bandidagem, ocorrida depois da instalação de UPPs em várias favelas do Rio.
Claro que essa é uma explicação simplória, que dá a entender que nunca houve crime no litoral e que agora, por causa das UPPs, a violência está aumentando.
Mas é óbvio que a violência está migrando da capital para outros locais. Não é à toa que, das cinco cidades com os maiores índices de homicídio no estado do Rio de Janeiro, quatro ficam no litoral e uma, na Baixada Fluminense.
A cidade mais violenta do Rio é, pasme, Búzios, seguida de Duque de Caxias, Cabo Frio, Paraty e Macaé.
De acordo com números divulgados em 2011, o roubo de veículos vem migrando da cidade do Rio de Janeiro para a Baixada Fluminense e o interior do estado. No mês de julho de 2011, o índice de roubos de veículos aumentou 26,8% na Baixada Fluminense, enquanto diminuiu 15,1% na capital em comparação aos índices do mesmo mês em 2010. No interior do estado, o crescimento foi de 24,7%.
Mais um caso, a exemplo da “faxina” na Cracolândia, de que não adianta varrer os problemas para outros lugares. Bandido tem de ser preso, não realocado. E viciados precisam ser tratados, não empurrados para outro bairro.
É, por enquanto tiver tanta gente ganhando tanto dinheiro e os pobres se f**endo não vai faltar gente escolhendo o caminho do crime. E não vai ter cadeia que caiba todo mundo, estava na cara que a desigualdade social ia dar nisso aí, os ricos encurralados do lado de fora e os bandidos livres, dentro da cadeia. Podem se preparar que o mundo daqui pra frente é isso aí. Enquanto isso os riquinhos discutindo se o blog ficou melhor rosa, depois não sabem por que a coisa chegou nesse ponto. O pior é que os filhos de vocês é que vão pagar a conta.
Ficou bem melhor de ler agora com a nova editoração, não sei se é essa a palavra.