“Funcionário é inimigo pago”
06/03/12 07:13
A primeira vez que ouvi essa frase, achei que era um exagero.
Mas o autor tinha credenciais: era nosso advogado trabalhista, com quase duas décadas de experiência no ramo.
Por nove anos, fui sócio de uma empresa de eventos. Organizávamos shows e inauguramos duas casas noturnas.
Foi uma experiência fantástica: os negócios iam muito bem, e eu não podia querer sócios melhores. Todos eram muito amigos e muito profissionais.
Mas eu não agüentei. Não tinha mais estômago para lidar com funcionários.
Assim que saí da sociedade, fiz duas promessas, em nome de minha sanidade: a primeira era que eu nunca mais falaria a palavra “alvará”. A segunda é que nunca, jamais, em hipótese alguma, nem que a vaca tossisse, eu contrataria mais ninguém.
Veja bem: não estou defendendo patrões ou dizendo que todos os funcionários não prestam. Pelo contrário: a grande maioria de nossos funcionários eram pessoas maravilhosas e honestíssimas. Alguns se tornaram ótimos amigos.
Se eu tivesse de chutar, diria que 98% dos funcionários eram do bem. O problema é que os 2% restantes não só eram do mal, mas faziam disso uma profissão.
Alguns eram verdadeiros PhDs.
Tinha o barman especializado em atestados médicos falsos. Tinha o caixa que entrava, batia o cartão de ponto e depois sumia, voltando só na hora de bater o ponto da saída. Tinha o faxineiro que roubava ingressos usados na bilheteria e os revendia na fila.
Outros eram mais estabanados e amadores.
Como a senhora de 50 e tantos anos, flagrada pela câmera roubando o celular de sua companheira de trabalho. Ou o segurança que, depois de demitido pelo chefe da equipe, teve um surto psicótico, botou uma roupa de valet e levou o carro de um funcionário, retornando horas depois acompanhado de vários carros da polícia, que ele chamou com a desculpa de coibir um tiroteio na rua. Tudo inventado, claro.
Na enésima vez que tive de ir ao fórum trabalhista ouvir um funcionário mentir descaradamente na cara do juiz, decidi que aquilo não era para mim.
A gota d’água foi uma funcionária que disse à juíza que, em mais de três anos no emprego, nunca tinha tido um intervalo para a refeição. Até a juíza ficou constrangida: “Mas você nunca ficou com fome nesses três anos?”
Lidar com clientes era mole. Claro que me aborreci quando uma cliente nos processou depois de chegar atrasada à sua própria festa de aniversário e ser barrada porque o clube estava lotado. Ou quando um malandrão disse ter sido roubado na chapelaria, exigiu receber na hora o pagamento referente aos pertences e, três semanas depois, “lembrou” que lhe haviam subtraído também um óculos Prada e uma câmera de vídeo, no valor de 7 mil reais.
Ter problema com cliente é normal. Mas ter problema com quem você paga, com quem supostamente está trabalhando junto com você, é dose pra leão.
Agora, o caso mais escabroso, mais sherlockiano, foi o mistério das vodcas fantasmas.
Um dia, a marca de vodca vendida no clube resolveu mudar de garrafa. Tivemos de trocar todo o estoque por garrafas novas.
Certa manhã, o responsável pela limpeza perguntou se ainda estávamos vendendo a garrafa antiga. Eu disse que não. Ele disse que tinha visto duas garrafas antigas, vazias, no lixo. Era verdade. Pedi ao gerente do estoque que conferisse, mais uma vez, se todas as garrafas haviam sido trocadas.
No dia seguinte, mais duas garrafas antigas apareceram, vazias. Um mistério.
Reuni os gerentes para tentar decifrar o enigma. Um deles sugeriu fazer uma coisa que nunca havia passado pela minha cabeça: revistar os funcionários na entrada do trabalho.
Bingo.
Um barman, que trabalhava com a gente há quase dois anos, tinha duas garrafas de vodca escondidas na mochila. Descobrimos que ele já tinha clientes fiéis, que compravam garrafas diretamente com ele.
Era um plano genial em sua simplicidade: como as garrafas não faziam parte de nosso estoque, nenhuma contagem daria falta delas. E, como o dinheiro ia diretamente do bolso dos clientes para o bolso dele, não havia nenhuma diferença na contagem do faturamento, no fim da noite.
Se não fosse a perspicácia do rapaz da limpeza, o truque nunca seria descoberto.
Fiquei pensando: um cara que bola uma coisa dessas é um gênio. Se usasse a cabeça para coisas boas, com certeza seria um empreendedor de sucesso
e funcionário cachaceiro que aproveitava o trampo pra tomar umas doses de graça, vc teve? às vezes, trabalhando numa casa dessas, o cara tem acesso à bebidas que ele nunca teria normalmente. e dá-lhe prejuízo no whisky, hehe.
Claro.
Conheço um caso que a funcionária teve três TPM ( e cólicas) em um único mês….. Ou então o cara que na falta de avós ou avôs, começou a matar tios, primos etc… Mas o mais clássico é o que depois de ganhar um apelido dos colegas alegou danos psiquiátricos e depois levou um tombo de moto e não fez fisio simplesmente para ficar com sequelas e não poder voltar para o trabalho, arrastando a convalescença
´Uma fulana aqui da empresa mudou de cargo, não aguentou o tranco e pediu afastamento por depressão. Uma semana depois do afastamento a tristinha fez upload de um monte de foto no Facebook de uma deliciosa viagem pra Paraty feita naquele fim de semana.O bom é que vários funcionários daqui tinham ela como amigo na rede social e viram que ela estava se recuperando bem… Não satisfeita, 6 meses depois de tapear com atestado de bipolaridade ela pediu as contas e foi num advogado especializado em causas trabalhistas que já trabalhou aqui e se dedica exclusivamente a processar nosso RH. A cereja do bolo foi quando a gente descobriu que ela escrevia um livro durante o horário de trabalho (literalmente), que foi descoberto pela área de TI, que recuperou o HD do computador que ela usava. É ou não é uma gracinha?
É sim.
Barcinski: Tudo o que vc. escreveu é verdade. Já fui acionado 3 vezes por empregadas domésticas que “tomaram uma bela grana” indevidamente,uma vergonha, claramente fraude e os juizes se fazem de “inocentes” com as alegações das “coitadinhas” que trabalham 30 horas por dia, 9 dias por semana, 37 dias por mes, etc. etc.
Também tem a contrapartida dos patrões, em algumas Cidades do interior do Brasil, que tem pólos industriais, é muito comum, 90% dos “empresários” só registrarem uma parcela mínima dos salários e se o empregado reclamar seus direitos, nunca mais arranja emprego na Cidade. Eu, por exemplo, trabalhei numa grande empresa em SP, fui roubado, não recebi meus últimos salários (4), não foi depositado o FGTS nos últimos 3 anos, não foi pago o IR recolhido na fonte, nem o INSS. Enfim, deu calote em TODOS os funcionários. Esta empresa que ocupava uma área de 60mil m2 está “instalada” numa sala de 10m2 e o seu imóvel está alugado. Parece brincadeira de mau gosto, mas é verdade.
Acredito. A desonestidade rola dos dois lados, sem dúvida.
pedro, se serve de consolo, esses merdas que dão um calote desse um dia foram funcionários tb. ou seja: essa é uma mentalidade de gentalha, e isso independe se vc é funcionário, patrão ou vive de renda.
Barcinski/Maria: O absurdo desta “história” é que tive problemas sérios com o Imposto de Renda. O Governa autoriza as empresas a recolherem o IR na fonte, os bandidos se apropriam do dinheiro e vc., que é vítima, vira devedor, dança na restituição. Minha aposentadoria ficou prejudicada, recebo muito menos que deveria, os bandidos me descontaram e não recolheram os depósitos do INSS e ficar por isso mesmo. Não posso entender que o Governo autorize uma empresa a recolher dos funcionários os impostos e se isso não acontece a vítima é a culpada. Alguém pode explicar isso??
E há quemdiga que não existe mais luta de classes…
andré, me permita te questionar: vc acha que é simplesmente uma “luta de classes”? pois eu discordo. este ano iniciei minha assessoria de comunicação com mais 2 jornalistas, uma formada (inclusive na mesma faculdade que eu, um ano após minha formatura) e uma estagiária. semana passada li conversas das duas via msn falando mal da empresa (que está começando, mas não é um “pocilga” como descrito por elas) e dos salários (pago o piso de jornalista + vt, vr e carteira assinada justamente para evitar problemas futuros). situação semelhante vivem meus pais, tb patrões e meu irmão, empreendedor. luta de classes? só se for os sem-caratér x os que tentam que tentam fugir dos clichês. tente vc tb.
Assino embaixo, Maria. A luta é do honesto contra o desonesto, do “esperto” que tira vantagem em tudo contra o “trouxa” que faz o que é certo… simplesmente pq é o certo!!! Parece que vc está assinando um atestado de idiotice quando se tem a chance de tirar proveito de alguém e não tira. Já fui zoada em cantina de faculdade por causa de um sistema de fichas que abria brecha para se conseguir um 2º lanche sem pagar. Eu não queria fazer isso porque me sentiria mal sabendo que uma funcionária que ganha R$ 600 certamente pagaria o pato pelos lanches desaparecidos, mas fui obrigada a ouvir que eu “tinha c*gaço de ser pega”. Os “espertos” contras os “trouxas” estão por todos os lados, seja usando macacão de fábrica ou terno de gravata.
andré (e comentaristas do blog), isso não seria tb fruto da malandragem brasileirinha de levar vantagem em tudo? vc tem amigos gringos que são patrões? é tão difícil para eles como é para nós?
Tenho, e não, não é tão difícil para eles. Fora que a burocracia para abrir um negócio é infinitamente menor.
Maria (e André tb), isso ocorre principalmente porque a legislação trabalhista muda de país para país. Nos EUA, por exemplo, a contratação é civil. Eles também não possuem uma legislação tão garantista como a nossa, o que também explica a burocracia menor.
Barça, em todo lugar existe pilantragem, chefes também não são anjos…pode jogar essa porcentagem pra 25% quando se trata de empregadores que não pagam funcionários… Não que isso justifique a falcatrua…pelo contrário. Abraço!
Repito: eu NÃO disse que patrões são santos, só relatei minha experiência.
Essa coisa de “alvará” é complicada aqui em São Paulo, uma das cidades com a maior vida noturna da América do Sul, pelo menos.
Os problemas são três:
1. a burocracia desgraçada para se conseguir um alvará;
2. o gigantesco emaranhado de leis que foram sendo passadas através das décadas pelos vereadores e prefeitos e que hoje em dia formam uma maçaroca tão grande e nebulosa que ninguém consegue saber ao certo o que é “cumprir a lei”, uma vez que algumas delas chegam a conflitar entre si;
3. o poder ilimitado da fiscalização e de seus fiscais. Who watch the watchmen? Não há algo como corregedoria dos fiscais…
bom, mas meu chefe é um inimigo que me indeniza pelas horas que passo aqui vendendo minha força de trabalho a preço de banana.
Isso é verdade, acredito que muitos patrões são mesmo “inimigos”. Mas vc sempre tem a opção de sair.
Nâo é tão fácil assim….quando você tem contas para pagar e responsabilidades não pode ir saindo do nada…você só sai quando tem algo certo. Do contrário, quem paga suas contas?
Logo, muitas vezes somos obrigados a engolir tudo quanto é tipo de sapo, principalmente se você tem pessoas que dependem do seu salário para sobreviver e contam com você. Não dá para chutar o pau da barraca quando a gente quer…
O pior na minha opinião é a justiça do trabalho. Você nunca sabe o que vai acontecer e a chance do funcionário, mesmo mentindo, levar o seu dinheiro é muito grande.
disse tudo. é frustrante como a justiça sempre protege o empregado. os dados apresentados por ele podem ser as maiores piadas do universo, o martelo quase sempre é batido a seu favor.
Discordo parcialmente, fernanda. A impressão pode ser essa, mas os recursos, as perícias, as provas documentais e testemunhais, além da jurisprudência estão aí para isso. Esse “martelo batido” é apenas uma decisão de primeira instância, um advogado competente derruba tranquilamente uma decisão injusta. Mesmo assim, concordo, em muitos casos não se faz qualquer justiça.
Justiça é uma faca de dois gumes…para quem ganha a decisão é justa, para quem perde nunca é…
Cara, sou advogado de duas pequenas empresas é impressionante como qualquer prestador de serviços, até mesmo autônomos, querem arrancar até o último centavo, além do contratado, de seus empregadores. Entram com frequência com reclamações trabalhistas, nas quais um ano de salário no valor de R$ 1500,00 por mês se transforma em uma reclamação trabalhista de R$ 40.000,00 em indenizações diversas, ou seja, o cara trabalha 1 ano e recebe tudo o que tem direito na rescisão e ainda entra pedindo mais 40 mil. O pior de tudo é que uma parte disso ele leva. Mentem tanto na frente do juiz que um dia desses fiquei até com vergonha pela moça autora da ação, ela simplesmente não sabia quando tinha saído da empresa e todos os documentos comprovavam que ela havia saído há mais de dois anos antes do ajuizamento da ação, ou seja, o pedido estaria prescrito, mas ela afirmava que havia saído bem depois. Fico com a impressão que muitos ao entrarem para trabalhar em uma empresa vão com a intenção de cobrar muito mais depois. Lamentável, sabemos que as empresas não são perfeitas, mas quem gera emprego e renda são elas. Desculpe se escrevi demais, é que esse assunto faz parte do meu dia a dia.
Quem gera emprego e renda são elas, mas sem a força de trabalho elas não seriam nada. Que tal dividir um pouco os lucros com os funcionários e começar a tratá-los como gente? Muitas empresas passam longe disso, pagam salários ridículos, tratam as pessoas como se fossem LIXO porque sabem que elas precisam daquele dinheiro no fim do mês. Falo de um caso VERÍDICO de um frigorífico que servia almôndegas estragadas para os funcionários, meu namorado achou um verme na carne uma vez, funcionários do período noturno tinham que comer as sobras dos funcionários diurnos, muitas vezes estragadas. etc. E não preciso ir longe, na própria empresa onde trabalho já chegaram a servir carne vencida há 6 meses que segundo nosso chefe não estava estragada pois estava no congelador…Detalhe: a carne estava até esverdeada! Também somos obrigados a trabalhar em todas as emendas de feriados e também nos feriados municipais e estaduais. E isso tudo para chegar na empresa e ficar o dia todo olhando para o teto, já que ninguém mais trabalha e ficamos sem ter o que fazer!
Complicado é quando alguém que supostamente acha-se superior a você e aproveita o fato para fazer você passar por situações constragedoras. Juro que estou só questionando mas, não é proibido por lei fazer revista de funcionário? Comigo aconteceu a duas semanas: uma das gerentes de DP enviou um e-mail, com cópia para todos os gerentes – estavamos em meio a uma discussão de trabalho. Dada a incompetência da cidadã em entender o que eu fiz/escrevi, fui atacado com um: “pensei que eu trabalhava junto com um profissional”, exatamente para todos (cópia). Estou em processo de negociação com a empresa, pedirei a retratação da “profissional” da empresa ou, infelizmente, processarei o local onde trabalho por dano moral e constrangimento. Detalhe: nunca fiquei tão p. da vida pos saber que não deveria retrucar na mesma moeda! Tenho ética.
Juro que não sei se é proibido, mas acredito que não.
A questão é bem polêmica. O que estã em confronto é a defesa do patrimônio do empregado em relação à presunção de inocência do empregado, creio que isso varia bastante em interpretação e conforme cada caso: http://jurisprudenciabrasil.blogspot.com/2009/10/jurid-ms-revista-de-bolsas-e-sacolas.html
Minha noiva cursa RH, ela me disse que só na presença de um policial a revista pode ser feita. Estou procurando a lei.
Sim é proibido. Nem a polícia pode te revistar sem pedir permissão, mas quem tem coragem de dizer não a polícia brasileira?…eheheh.
Olha, eu já fui revistado inúmeras vezes em lugares onde trabalhei. Não é nada raro ter de mostrar a mochila ou sacolas antes de entrar os sair de trabalho.
Não é proibido não, desde que isso conste expressamente no regulamento da empresa, e que os funcionários assinem, logo na contratação, termos concordando e autorizando essa revista. O que não pode é, sem fundamento nenhum, fazer revistas. Elas também podem ocorrer em casos como o relatado pelo André: suspeita (verdadeira) de desvios ou de outros atos ilícitos praticados pelos funcionários.
Obrigado pelo esclarecimento.
Encontro isto onde? Favor fornecer o número da lei. Devemos perder a mania horrível de falar que é proibido sem mostrar de onde retiramos a informação.
OK, Felipe, mas vc tb disse que era proibido e não deu nenhuma informação que corroborasse isso. Chega, ok?
que isso, felipe, pirou? foi vc que disse que era proibido. perca vc essa mania horrível de jogar a culpa nos outros por algo que vc falou. vai ver foi isso que te botou em encrenca da primeira vez. pensa bem
Juro que não comento mais nada sobre… mas notem que acima eu enviei um “mas não é proibido?”; oras se mandei uma questão, estava PERGUNTANDO se não é proibido. Se quisesse afirmar utilizaria o ponto final e se caso de exclamação fosse, usaria nosso amigo “!”. Certo?
OK, mas chega. Por favor.
Para mim o Felipe de Interlagos não disse nada de mais, ele perguntou se era proibido a revista…será que minha interpretação de texto é tão ruim assim ou as pessoas que estão muito irritadiças?
A revista pela polícia não é proibida, mas é preciso que exista uma suspeita de que o sujeito tenha consigo algo ilegal. Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar (Código de Processo Penal).
Se esse Felipe de Interlagos já é um “mala” aqui nos comentários do blog, imagine no trabalho??? Eu pagava a indenização só para poder mandar ele para algum lugar onde não bate sol.
OK, beleza, mas basta de comentários sobre autores de comentários, ok? Paz, meu povo.
Esse negócio de ter negócio é bem difícil, sei bem. Mas o sujeito bem assessorado, que faz tudo direitinho, toma todos os cuidados, documenta tudo o que acontece, evita muita coisa de justiça.
Conheço um empresário altamente cricri. Tudo ele transforma em papel. Conhece a legislação trabalhista como ninguém. Cada vez que alguém o bota na justiça ele chega e oferece 50 reais de acordo. E quem manja de justiça do trabalho sabe que os juízes adoram fazer qualquer acordo e acabar com o processo. Sua fama é conhecida no meio e pouca gente tenta processá-lo. Quem tenta, perde.
O problema é que ser organizado assim gera um custo alto.
gera custo e não é garantia que vc não será processado. tb sou como seu conhecido, e em mais de 20 anos como patroa, fui processada “apenas” 2 vezes. mas doeram. e olha que sei a legislação trabalhista de cor, assino carteira de todo mundo, pago tudo certinho, e por ai vai. moral da história: quando um funcionário quer ser malandro, ele vai ser.
Dois processos? Ganhou, perdeu ou fez acordo?
perdi um e ganhei o outro. o que perdi foi ridículo, funcionário estava em fase de experiência e chegava todo dia virada da balada, as vezes cheirando bebida. não deu, mandei embora. meses depois ele alegou que estava com problemas psicológicos e acabei perdendo, desembolsando uma grana que eu mal tinha. aí quem quase ficou com problemas psicológicos fui eu! mas quem eu processo por isso? quem poderá me ajudar? chapolim colorado? eita brasil-il-il, país da vergonha alheia!
rs…muito boa essa do Chapolin..rs.
Se fosse desorganizada seriam 30 processos.
Barcinski, os casos que acho mais constrangedores são entre pais e filhos ou entre irmãos, acaba-se a sociedade ou contrato de trabalho e vão lavar a roupa suja na Justiça, é bem triste. Outro dia vi uma audiência em que a testemunha sabia todos os horários de entrada, pausa e saída da reclamante. A Juíza então perguntou sobre os horários dela (testemunha) e ela não sabia rsrsrs. É pilantragem que não acaba mais.
Funcionário folgado é um problema, no meu ramo não sofro tanto quanto você, mas como sou amigo de gente que ter um club te conto duas historias:
1. O gerente da casa que era casado, que foi flagrado pela faxineira comendo a mina do caixa em cima da mesa de bilhar depois que a casa tinha fechado.
2. O funcionário que recolhia as garrafas de vodka e wisky vazias e vendia pra uma pessoa que falsificava bebidas.
Isso ai não tem fim.
O grande problema é que as pessoas pensam que sempre são enganadas. Na empresa que trabalho hoje, a auxiliar administrativa do meu setor segurou o emprego durante 5 anos alegando que era depressiva e que a empresa não podia mandar embora. Até o dia que o administrador geral fez as contas e viu que pagar as multas e indenizações saia mais barato que manter aquela inútil empregada, mas sempre afastada por atestados e mais atestados, e mantendo os temporários que a gente sempre precisava por lá. Afastamento por “stress” e “depressão” é o que mais acontece. E médico e psicólogo mal intencionado tem aos montes por aí. Concordo com quem falou que o ser humano é podre.
é sim, nõ é uma guerra “patrão vs. funcionário”. é uma guerra “homem vs. homem” mesmo. parece que existe um lema pra essa turma de malandros, “se há patrão, sou contra!”
rs…vou pedir atestado por stress também…bem que estou precisando!
Como a aniversariante chegou na sua festa e o clube tava lotado? Entrou gente sem convite?
Não existe “reserva” de lugar. Quem chega primeiro entra, até a lotação da casa.
Pelo que entendi, a casa não tava exclusiva pra ela. Explicado. Melhor ela aguardar uma vaga lá fora.
Classe média sofre…
ironia fraca essa sua, victor. após que deve ser funcionário espertalhão, acertei?
Sempre que penso em ser um empreendedor eu desisto por que tenho medo de lidar com funcionários. O que me deixa mais curioso nessas histórias é pensar como esses caras acreditam que vale a pena fazer esse tipo de coisa. Por exemplo, o caso do barman das vodcas: fazia 2 anos já que trabalhava com você e o cara apronta uma dessas, na certa foi demitido. Será que ele acreditava que nunca poderia ser pego? Pior, não entendia que estava prejudicando quem deu emprego pra ele? Realmente odioso isso aí…
o problema não é o funcionário, é o ser humano. pode ter certeza que tem um monte de patrão pilantra também…
e se funcionário é “inimigo pago”, pode ter certeza que patrão nenhum no mundo terá lucro sem funcionário… afinal é vendendo 1000 e pagando 500 que o dono do negócio consegue ficar com os outros 500
sem dúvida, é assim que gira o mundo. mas quando vc está em um emprego que o patrão é pilantra, vc tem a escolha entre jogar o jogo dele ou sair de lá. quando vc é patrão (e honesto) vc não tem muito o que fazer. é contratar e esperar para que as referências trazidas pela pessoa e a primeira impressão que vc teve sejam legítimas.
ter a escolha de “sair de lá” todo mundo tem, mas tem gente que depende daquele dinheiro pra sobreviver e não pode se dar ao luxo de esperar aparecer outra oportunidade de emprego…
enfim, é uma relação complicada.
concordo Fernando, as pessoas acham que é só “sair de lá”. Quem diz isso não deve ter muita conta para pagar no fim do mês e dependentes que precisam de você até para comer! Nem todo mundo é “livre” para sair a hora que quer do trabalho e arrumar outro, então tem que ficar aguentando humilhações. Como diria Janis: “freedom is just another word for nothing left to lose”…
2%, André? Pelas minhas contas você teve uns 150 funcionários. Aumenta este percentual aí…rs
Sabe o que é? Esse mercado, da noite, tem um índice de rotatividade gigante de funcionários.
É de se perguntar se não é por causa da alta rotatividade que o mercado da noite atrai tanto picareta. Ou é por haver tanto picareta que a rotatividade é alta? Um mistério a la Tostines…
mistério não, é a segunda opção mesmo.
Vocês correram um risco muito grande ao fazer a revista do funcionário. Poderia sair mais caro que a vodca. O empregador sempre tem que optar entre duas providências que lhe vão ser prejudiciais. Sua capacidade de gestão será avaliada pelo acerto na escolha daquela que lhe será menos prejudicial. Outra coisa: as sujeiras e desonestidades dos empregadores dariam um ótimo post também. Vai de humilhações na cobrança de metas a fraudes na previdência do empregado, passando por assédio sexual pesado, de emparedar as moças, meter a mão “nas partes” e ameaças de demissão. O ser humano que é porcaria, com honrosas exceções. Não importa o lado em que estejam na mesa de audiência.
Isso é verdade, o cara pede assédio/dano moral, hoje em dia é uma verdadeira indústria, qualquer “pessoal, vamo lá, vamo pegar mais firme aí”, pronto, o funcionário ficou depressivo, teve a honra maculada, não dorme mais direito, a mulher largou etc, é um perigo. Em ambos os lados tem excessos inconcebíveis.
Exatamente!
E o Mr.Calhas, tá vivo ainda (mesmo com seu câncer terminal)?
Claro, encontro ele todo pimpão na frente de um boteco aqui, quase todo dia.
Não dizer nomes e até omitirei o meu( mas vc tem meu e-mail), fiquei num hospital psiquiátrico junto com dependentes químicos, a maioria trabalhava em empresa sérias e a maioria queria voltar o mais breve possível pra labuta, mas tinham alguns…
Tinha um cara que operou o joelho, quebrou a costela tudo para ficar encostado, mas como em breve ele retornaria, apelou ao velho vício: Cocaína e depois “depressão”, enganou o pessoal do hospital umas 3 semanas, mas pouco menos de 5 dias antes para perícia, teve alta, nunca vi ninguém ficar tão triste com alta médica na minha vida. Embora o atestado afaste-o por tempo indeterminado, ele estando internado facilita muito. Quando tudo isso acabar e cabra ter de voltar ao trabalho e o período de estabilidade acabar, não tenha dúvida, vai meter a empresa no pau.
Preferir uma internação psiquiátrica ao trabalho é ótimo.
Barça…acho que só pior do que treta com funcionários ou clientes são as tretas com VIZINHOS… pois além de tudo traz os problemas pra sua família e muitas vezes você se sente mal e sofre em sua própria casa…
Verdade, mas pelo menos vc não está pagando pro vizinho te atazanar.
ter o próprio negócio não fácil,há tempos que penso nesta hipótese mas cada vez ouço estas história desânimo.tenho amigo que tem um Bar na v madalena. na teoria é um sonho mas precisamostoda vez que o encontro reclama da dificuldade de manter uma equipe
È a cultura Kilingue. A arte da manta, que os Brasileiros conhecem muito bem.
É bem complicado isso, André
Minha mãe é advogada trabalhista e há 7 anos resolveu largar São Paulo e montou uma pousada na cidade de Itacaré-BA. Bom, lá o nível de picaretagem é extremo: faxineiras ladras; vigias noturnos que dormiam nas redes dos quartos (varandas) dos hóspedes de madrugada; surtos coletivos de viroses e por aí vai. Certa vez, uma funcionária sumiu por duas semanas. Minha mãe ligou, foi a casa dela, falou com parentes e nada. Ela apareceu duas semanas depois – na maior cara lavada- e disse que a filha tinha ficado doente. Minha mãe pediu atestado médico e perguntou o porquê dela não ter avisado nada. Ela não tinha atestado e disse uma desculpa qualquer. Minha mãe demitiu a menina, e uma semana depois soube que estava sendo processada pela mesma.
Abraços
Barça, já tive uma choperia, uma casa noturna e um restaurante em Curitiba e passei por situações parecidas. Também tive um garçon fornecedor “paralelo” de whisky…
Nuuuuuunca mais!
Mas quanto aos problemas jurídicos os grandes responsáveis são os advogados e não os funcionários.
Advogados mau caráter inventam qualquer besteira para entrar com ação muitas vezes se aproveitando de funcionários ingênuos e colocando reclamações absurdas. Eu mesmo quando recentemente entrei com uma trabalhista pois a empresa em que trabalhava não me pagou as férias devidas recebi do “Doutor” um pacote fechado de reclamações que jamais havia citado. Sinceramente não aceitei pois já fui empresário e sei na pele o quanto dói, mas quem nunca foi normalmente aceita. Grande canalha…
Em inúmeros projetos que fiz para lojas de varejo, centro de distribuição, etc, tive o desprazer de escutar historias e utilizar soluções de projeto que sempre nos deixa descrentes com as pessoas. Antenas detectoras na porta dos vestiários, vestiários e banheiros em edifício separado do deposito, janelas fixas no banheiro, detetores de metal, a tiazinha que leva as coisas na calcinha até o garanhão que engravida 3 atendestes do callcenter no jardim da empresa. Mas pior que tudo é constatar que o empregador é o demônio perante a lei. Numa conversa rápida e descompromissada com um adv. trabalhista, chegamos a um numero extorsivo que facilmente quebraria o ex-escritorio onde trabalhou minha esposa durante 4 anos. E tudo o que queriamos era rever o justo por um período em que os cintos se apertaram pela crise.