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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Sem Millôr, o que nos resta?

Por Andre Barcinski
28/03/12 12:35

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Morreu Millôr Fernandes.

Jornais e sites vão publicar obituários bem completos e elogiosos ao homem. Não vou ficar aqui chovendo no molhado, dizendo como ele era brilhante, influente, etc.

Vejo a morte do Millôr como mais um passo do nosso processo de emburrecimento.

Só de saber que ele continuava ali, escondido na cobertura em Ipanema, mesmo que velhinho e frágil, dava uma sensação de conforto. Agora nem isso temos mais.

Quando Paulo Francis morreu, pelo menos tínhamos o Millôr como farol. E agora?

Cada vez mais esse país me deprime. Na época do Millôr também era deprimente, mas pelo menos havia ele e alguns outros para colocar as coisas em perspectiva.

Outro dia, participei de uma entrevista com Agildo Ribeiro. Sujeito culto, irônico, cheio de idéias e opiniões. E foi um comediante de sucesso na TV aberta.

Fiquei pensando como um sujeito talentoso daqueles deveria se sentir, vendo o nível do entretenimento popular que temos hoje.

Não sei de Millôr, mas imagino que ele devia se sentir assim também: isolado, falando para as paredes, até meio desorientado no meio de tanta burrice, de tanto analfabetismo funcional, de tanto radicalismo sectário, de tanta gente entorpecida por TV ruim e filosofia de redes sociais.

Ontem, o técnico da Seleção Brasileira, que não vê problema em fazer comercial de cerveja, foi pego na blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do bafômetro. O que diria Millôr sobre isso?

E que pena saber que ele não estará aqui para escrever sobre a Copa do Mundo e nosso ingresso no Primeiro Mundo.

O mirante de Ipanema está vazio. Estamos sozinhos. Agora é cada um por si.

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Comentários

  1. Jonas Paulo Negreiros comentou em 02/04/12 at 5:04

    Milton Fernandes, conheci você nas mensagens embaladas do chiclete ping-pong.
    Era a parte ácidal que acompanhava esse doce tão popular.

  2. fabrizzio comentou em 01/04/12 at 5:06

    Millôr desafia a máxima de Nelson.
    Quem vencerá?

  3. Gilberto comentou em 30/03/12 at 11:41

    Ainda temos bons chargistas. Segue um:

    http://globoesporte.globo.com/platb/pombo-sem-asa/2012/03/29/escolinha-de-futebol-do-professor-raimundo-a-charge-animada-da-semana/

  4. Paulo Morais comentou em 30/03/12 at 8:51

    Ainda temos Olavo de Carvalho, pena que ele está nos EUA. Ele é da época de Paulo Francis. Procurem saber deles crianças, um homem que foi expulso de todos os grandes jornais do Brasil. Mais maldito impossível

    • William comentou em 30/03/12 at 10:23

      Bom comediante.

  5. KKK (risada de noob, não klu klux klan) comentou em 30/03/12 at 1:40

    O que nos resta?

    Bem, temos vários Geração X no Brasil, que hoje tem idade média de 30 a 50 anos de idade.

    Como SEMPRE nunca somos mais que 3% da população (viu esse piloto de seriado brasileiro? Procure no youtube. Não concordo muito com a estória porém)

    Essa geração X viveu num limiar entre ditadura e democracia. Sabe o que é cortina de ferro, sabe o que é libertinagem e liberdade.

    Eu por exemplo falo que eleitor comporta-se como torcedor de futebol, ao invés de comportar-se como patrão.

    O torcedor de futebol não enxerga defeitos no próprio time, quando fala com algum torcedor de time adversário.

    O empresário não fica vigiando o empregado dos outros. Vigia mais o próprio empregado, oras!

    E o eleitor comporta-se como se fosse torcedor.

    Que numa empresa fica assim: como ele vigia o empregado dos outros, nem percebe que seus funcionário fazem ele de gato e sapato. Mesmo os dedicados ficam desanimados.

    Como sei? Ninguém se lembra em quem votou para vereador, deputado. E depois reclamam quando o “executivo” faz pactos de governabilidade (pactos com demonio) com os corruptos.

    Mesmo que fossem honesto (e sei q a maioria não é) o executivo não teria como governar no meio de corruptos.

    Porque o patrão dos deputados, perde tempo vigiando o deputados dos outros.

    Percebe que aqui assino como KKK? Não dou meu nome. Motivo? Não, não é porque o anonimato me protege.

    Coisas anonimas se propagam melhor do que coisas com autoria. Meu intuito não é clamar direito autoral, é forçar as pessoas a parar de agir feito “torcedor de futebol” na política.

    Porque o torcedor não se f0de se o time perder. O jogador ganha bronca, o tecnico pode ser demitido, etc.. mas o torcedor fica apenas frustrado.

    Mas o eleitor que não age como patrão, e age como torcedor… se TODOS os empregados dele fizerem m3rda quem se f0de é o patrão.

    O que é mais importante pra mim? direitos autorais ou que o pessoal pare de se f0der? porque se pararem com isso, e começaram e a vigiar o PROPRIO EMPREGADO, eu vou ficar no lucro: vou ter um Brasil melhor.

    Porque o patrão não fica só enchendo o saco do empregado na hora do corte de pessoal (eleição). Ele dá advertência antes, não dá?

    Que é outra idéia errada dos brasileiros: pensa que seu poder existe apenas nas eleições. Mas se eu começar esse assunto, não é mais um comentário, vira uma dissertação.

    Pessoalmente… vivo no melhor dos mundos, onde posso ler os pensamentos de Mauro Halfeld, Lirio Parisotto, Gustavo Cerbasi, ver Nicolelis fazer os paraliticos voltar a andar, finalmente a malária tem um tratamento que pode curar metade dos doentes (antes nenhum poderia se curar) graças a Bill Gates…

    Eu choro a perda de Millor, como choraria a perda de Einstein se eu vivesse na época dele… mas desconfio que Millor veria o mundo como ele é: cada vez melhor e mais interessante.

  6. Franzé comentou em 29/03/12 at 23:48

    André, lamentei muito pelo Millôr, sem dúvidas, um sarcástico genial que deixará uma lacuna impreenchível na nossa imprensa e no humor brasileiro. Mas você não falou nada sobre a morte do também genial Chico Anisio. Estou enganado e você escreveu e eu não consegui visualizar o post ou você não gostava do Chico a ponto de ignorá-lo em seu blog?

    • Andre Barcinski comentou em 30/03/12 at 8:24

      Ah, entendi. Se alguém não escreve sobre outro, quer dizer que não gosta dele?

      • Franzé comentou em 01/04/12 at 21:11

        Acho que sim!! Igorar a morte de Chico Anysio, o genial Chico, melhor que o seu admirado Edy Murphi milhões de vezes, realmente é muito estrahnho!!!!!

  7. DJ Scooby comentou em 29/03/12 at 21:25

    Antônio Abujamra.

  8. ricardo comentou em 29/03/12 at 21:08

    “Quando a burrice manda, a suprema burrice é ser sábio.”
    Millôr Fernandes

  9. Dorival Pecanha comentou em 29/03/12 at 19:01

    André, vc poderia postar o link para essa sua entrevista com Agildo Ribeiro?

    • Andre Barcinski comentou em 29/03/12 at 19:04

      Foi pra TV, no programa do Zé do Caixão no Canal Brasil. Fácil achar nos Youtubes por aí…

      • Dorival Pecanha comentou em 16/04/12 at 1:14

        Facil mesmo. Valeu pela dica. Segue o link para os mais preguicosos: http://www.youtube.com/watch?v=QUZH5VT0s6E

  10. Alex comentou em 29/03/12 at 18:17

    Bem o Oscar Wilde disse la’ atras no final do seculo 19: “antigamente poucos existiam poucos autores e eram lidos pelo publico, hoje existem muitos autores mas sao lidos por ninguem.”

    Este processo de “emburrecimento” da sociedade e’ antigo e nao e’ privilegio dos brasileiros. Li um artigo hoje que na Bahia fizeram uma lei anti-baixaria para as letras das musicas. Imaginem so’, o nivel chegou a um ponto que o governo baiano teve que intervir. Mulheres sao referidas constantemente como cachorras. Se isso nao e’ um processo de involucao do ser humano e’ o que entao?

    • KKK comentou em 30/03/12 at 1:06

      Pingos nos is: não é lei anti-baixaria, tipo censura. Tem gente indignada por isso.

      A lei é para impedir que “artistas” com esse tipo de “trabalho” recebam patrocinio e dinheiro PÚBLICO.

      Apesar de achar desnecessário, porque louvar o crime também é um crime, e agressão contra mulher é crime. E logicamente não é aceitável qualquer governo incentivar e dar patrocinio para gente que incentiva o crime.

    • tito alexandre rezende maia comentou em 30/03/12 at 3:58

      vc falou exatametne o que penso…emburrecimento……INVOLUÇÃo……….pra comaprar….estamos retornando ao estagio incicial …retornando ao macaco…daqui a pouco andamos de 4 de novo…

  11. Vicente Lima comentou em 29/03/12 at 15:26

    Querido Andre B.,
    Sim vivemos uma sociedade laica, infelizmente, em tudo, como você já disse, mas parados reclamando da morte, amiga da saudade vindoura, não iremos a lugar algum.
    Sejamos nesse momento de trevas novas luzis para clarear paris, não meros observadores, esperando surgir algo que tenha brilho.

    • Fernando Maia comentou em 29/03/12 at 17:55

      luzis?

  12. DJ Scooby comentou em 29/03/12 at 15:09

    Me limitando a apenas responder sua pergunta, me lembrei de outros dois nomes que me fazem pensar que ainda não é a hora de desligar os aparelhos: Juca Chaves e Reinaldo (Casseta & Planeta).

    • Fernando Maia comentou em 29/03/12 at 17:56

      Agora só nos resta a coluna do Agamenon

      • DJ Scooby comentou em 30/03/12 at 9:59

        Esse eu AGARANTCHO!!

  13. Sérgio Luyz Rocha comentou em 29/03/12 at 14:28

    Pois é, Barcinski, no meu blog só consegui perguntar: e agora?

    Abraço!

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