Virada Cultural deveria ser a cereja, não o bolo
17/04/12 07:08
Para começo de conversa: sou fã da Virada Cultural.
Acho um evento fantástico. Qualquer festa que incentive a ocupação artística da cidade e ofereça shows gratuitos de Ron Ayers, White Denim, Raul de Souza & Zimbo Trio, Man or Astro-Man? e tantos outros, merece aplausos.
Sempre prestigiei a Virada Cultural. Se estiver em São Paulo dias 5 e 6 de maio, irei com certeza.
Mesmo com todos os problemas – falta de educação do público, imundície nas ruas, gente que não consegue se divertir sem destruir patrimônio da cidade – é um evento imperdível.
Meu problema com a Virada Cultural é um só: acho que ela deveria ser a cereja do bolo da programação artística da cidade, e não o bolo em si.
Explico: se um dos objetivos de shows gratuitos na cidade é valorizar as ruas e promover sua ocupação com atividades culturais, não seria mais lógico ter uma programação que se estendesse ao longo de todo o ano?
Imagine se, a cada fim de semana, um bairro da cidade fosse “ocupado” por shows, peças, filmes, concertos, etc.? Não seria uma maravilha?
Isso ajudaria a criar o hábito na população de visitar diferentes regiões da cidade para aproveitar as atrações.
Acho bem mais saudável do que espremer centenas de eventos numa noite só.
A Virada Cultural, ao concentrar uma infinidade de atrações em 24 horas, promove um verdadeiro frenesi na cidade, lotando hotéis e incentivando o turismo.
Mas, sinceramente, não vejo como isso estabelece algum tipo de conexão permanente das pessoas com as ruas.
A impressão que tenho é exatamente a oposta: como a festa só dura uma noite e só se repetirá daqui a um ano, o público pouco se importa com a sujeira deixada, e trata a cidade como um bem descartável. É triste, mas é fato.
Minha sugestão seria manter a Virada Cultural em um final de semana, reduzindo seu tamanho, e criar uma programação permanente de atrações por vários bairros da cidade.
Assim, a Virada Cultural seria a coroação, o auge da programação artística da cidade. E não a sua totalidade.
concordo plenamente com você, principalmente que sendo um dia só ,impossibilita pessoas como eu que trabalham em turnos diferentes e dependendo do dia não pode usufruir desses eventos.
Um dia só de virada cultural, faz com que os comerciantes de toda Paulista se aproveitem disso para tirar proveito disso.
A sua sugestão é muito válida e coerente.
Virada Cultural (eleitoral),
8 milhões gasto em um dia (espero que não chova) enquanto no resto do ano não existe nenhuma ação da prefeitura na área musical e os profissionais que trabalham com música e cultura vivem enforcados.
Raros os profissionais que ralam o ano inteiro na cidade de São Paulo estão programados na Virada, neste único dia de trabalho no ano via Prefeitura.
Enquanto isso pagam cachês exorbitantes para alguns artistas e outra fortuna em marketing.
Se esta verba de 8 milhoes em um dia fosse dividido durante o ano 800 mil por mês se ocuparia diversas praças da cidade o ano inteiro, gerando trabalho o ano todo para centenas de profissionais.
Abrem um edital por mera fachada, tanto que no ano passado antes de encerrar as inscrições alguns artistas já divulgavam suas participações.
André, só pra constar, enquanto Snao Paulo terá McCoy Tyner, Lou Donaldson, Roy Ayers, Tony Allen (entre mil outras atrações) aqui no Rio de Janeiro teremos Fiuk, Luan Santana, Pique Novo, Jammil e uma noites e batalhas de Rap e do Passinho, com a participação da artista angolana Titica cantando o hit do momento: Kuduro.
Pode Arnaldo?
Concordo com você em 110%…São Paulo trabalha muito mal a cena cultural pública. Uma cidade rica e enorme, tem que gasssstar muiiito dinheiro público com cultura em todos os bairros da cidade o ano todo a vida toda…A grande virada seria somente a cereja desse enorme bolo, sem contar a virada do ano que poderia ser tbm melhor trabalhada…e para o pessoal do contra, tem alguns bons festivais a 300 paus por aí…abs!!