Hoje, só não publica livros quem não quer
18/04/12 07:03
Há algumas semanas, postei aqui um texto sobre o livro “A Geração Superficial”, de Nicholas Carr, que fala da crescente dificuldade das gerações “conectadas” em se concentrar para ler um livro (e a decisão do Pulitzer, anunciada ontem, de não premiar ninguém na categoria “ficção” parece corroborar o estado sofrível da literatura).
Ao mesmo tempo, estou animado com as notícias sobre o aumento no número de livros publicados de forma independente.
A autopublicação é uma realidade. Seja em tablets ou em tiragens físicas pequenas ou sob encomenda, cada vez mais gente tem dispensado as editoras e publicado seus próprios livros.
Claro que livros independentes sempre existiram. Isso não é novidade. Mas a quantidade impressiona. Tenho em casa pelo menos 15 livros que recebi de leitores, todos publicados pelos próprios autores ou por editoras pequenas.
E são livros dos mais variados.
Tem desde a poesia de Maurício Macedo, com “Lume” (Editora 7 Letras), a um estudo de Igor Garcia de Castro sobre gravadoras independentes brasileiras, chamado “Lado B” (Editora Anna Blume).
Recebi também “Mercado de Pulgas”, coletânea de Renato Alessandro dos Santos com textos sobre cinema, shows (Radiohead, Paul Di’Anno) e entrevistas bacanas com gente como Lourenço Mutarelli e Ignacio de Loyola Brandão.
Por coincidência, meu amigo Álvaro Pereira Jr. fez uma coluna na “Ilustrada” sobre o livro “Memórias Não Póstumas de um Punk” (Editora Multifoco), de Larry Antha, que conta a história da banda carioca Sex Noise (leia coluna do Álvaro aqui). Vou encomendar correndo.
É um paradoxo: ao mesmo tempo em que a Internet, como diz Nicholas Carr, está encolhendo a capacidade de concentração dos leitores, ela está ajudando escritores a encontrar seu nicho.
Outro dia, um leitor me escreveu pedindo um conselho. Ele estava terminando um livro sobre a conquista do Campeonato Brasileiro por seu time do coração (não, não é o Fluminense) e queria dicas de editoras.
Minha sugestão foi publicar o livro sozinho. Com um tema específico desses, que praticamente só interessará aos torcedores do time, não deve ser difícil fazer uma propaganda direcionada ao público-alvo do livro. É só distribuir folhetos na entrada dos jogos do time e colocar anúncios em fóruns de torcedores.
Acho que publicar por uma editora tem suas vantagens e desvantagens. Claro que a estrutura de uma editora ajuda a vendagem de qualquer livro.
Por outro lado, há a questão do percentual do autor. Num lançamento por uma editora, o autor recebe, em média, 10% do preço de capa.
Quem publica sozinho tem que assumir o custo da publicação, mas fica com um percentual bem maior (o número final depende do acordo que fizer com as livrarias).
Eu mesmo estou trabalhando em dois livros. Um é um trabalho de não-ficção, um guia, cujo sucesso de vendas vai depender diretamente de uma boa estratégia de distribuição e propaganda.
O outro é um trabalho mais pessoal, com uma expectativa de vendagem bem menor e que, acredito, tem a chance de achar seu público por meio do boca a boca e de comentários na Internet.
O primeiro, vou lançar por uma editora. O segundo, planejo lançar sozinho.
Pode ser que eu me ferre? Claro que pode. Mas não custa tentar.
Uma coisa é certa: hoje, só não publica quem não quer.
André, uma sugestão: que tal um livro com as memórias do Garagem? Só tirando por base aquele programa com a minha irmã deve ter muita história legal de bastidores.
Cara, tem sim, já pensamos em fazer um CD com melhores momentos, essas coisas.
Qual o nome do livro e onde posso encontrar ( comprar). mais uma perguntinha, quando vai ser o próximo programa inédito do garagem. valeu!!!
Grande Barça,curti muito esse texto.Sou escritor de crônicas por hobby,e pretendo mais á frente publicar elas num livro,de forma independente.São crônicas semibiográficas,com uma certa referência á Cultura Pop.Aliás,há poucos escritores nacionais ligados a Literatura Pop,infelizmente.
Um dos brothers aí de cima nos posts,perguntou se haveria possibilidade de vc publicar uma versão atualizada de Barulho.Cara,eu tenho uma edição dele,comprei logo quando saiu.E um dos motivos indiretos que me fez ter uma pequena banda nos 90,foi ele,além tb de fazer me interessar em escrever prá zines e tabloídes de rock independente.Acho louvável lançar uma versão atualizada dele,nem que seja virtual,prá download.Ou então até lançar independente,em estado físico,com pequenas tiragens por demanda.
Enfim,valew pelo texto,e quando lançar uma versão 2012 de Barulho,avisa!!!kkkkkk….abraço!!!!
Olha, já disse aqui e repito: quem quiser disponibilizar o “Barulho” na Internet, fique à vontade, não tenho problema alguma com isso. A editora não existe mais, o livro está fora de catálogo, não vai prejudicar ninguém.
mas André,o legal mesmo seria uma versão atualizada,o lance é mais isso.Tipo ir nos mesmos locais que vc foi e mais alguns,e ver como está,depois de anos nos dias de hj,falar da facilidade de se lançar independente,etc….
Até seria, mas eu não tenho mais saco e nem ânimo de passar um tempão dormindo no chão, correndo de clube pra clube. Deixa alguém de 20 anos fazer, dou a maior força…
ah é verdade….sendo que do jeito que está o rock hj em dia,um moleque de 20 anos vai procurar bandas na linha Restart,Nx Zero,Fresno,etc…..kkkk….mas só por ter uma edição de Barulho guardado até hj,vale a pena.akela cena boa,dos 90….vou hj memso reler o livro.
PS:O Memórias Póstumas do larry Antha,eu tb recomendo.Assim cmo esporro,do Leonardo panço.
André, com tantas atividades em paralelo, como você se administra para escrever constantemente?
O segredo é se organizar e conseguir um tempo para escrever sempre, mesmo que esteja sem disposição. Pelo menos no meu caso, não funciono na base do “só escrevo quando estou inspirado”. Ter um método e disciplina é fundamental.
André, a Apple lançou recentemente um programa gratuito pra Mac pra editorar e publicar livros para iPad. O livro é disponibilizado na livraria eletrônica da Apple e pode ser distribuido gratuitamente ou pode ser vendido. Caso seja vendido a Apple morde 30%, mas a vantagem é que não existe nenhum problema logístico nem custo de distribuição, o livro fica disponível no para venda no mundo todo. A desvantagem é que é só pra iPad, não funciona em tablets Android nem no Kindle.
Legal, Gustavo, a Amazon tb tem algo semelhante. Acho fantástico.
Oi André. Sou professor de Direito e tenho alguns livros publicados na área. Tenho notado crescente dificuldade em conseguir novas publicações em editora, pois tenho notado que o mercado está cada vez mais competitivo. Com a internet, então, trabalhos são publicados sem custos e rapidamente, sem o filtro da editora. As editoras têm investido apenas na publicação de livros que sejam de venda garantida, então temas mais específicos acabam não sendo de interesse delas. Sempre tive o desejo de escrever um manual das disciplinas de Direito que leciono, mas para publicar fisicamente tem alguns inconvenientes: para mandar o texto para editora, o texto tem que estar pronto; as editoras demoram pra responder; quando precisa atualizar, necessária nova edição. E por aí vai. Decidi então criar um site na plataforma wordpress (que não é só pra blogs) e estou escrevendo meu manual lá. As vantagens é que posso publicar aos poucos, na medida em que fica pronto, e as atualizações podem ser imediatas. A receita vem de anúncios do Google Adsense, colocados nas páginas. Creio ser uma ótima forma de obter a publicação de uma obra sem a dependência de editoras.
Sem dúvida. Pelo menos hoje existem maneiras diversas de fazer seu trabalho chegar às pessoas. A competição aumentou? Sem dúvida. Mas pelo menos o mercado está mais diversificado.
Érico, achei ótima a sua dica, mas tenho uma dúvida: como ficam os direitos autorais? Registro na Biblioteca Nacional, etc.? Ou a simples publicação on line já garante os direitos? (Obrigada)
logo que comecei a usar internet, achei que era minha salvação: como fã de música e cinema, eu tinha tudo o que queria ao meu alcance e não precisava mais importar ou sonhar com um filme coreano bizarro que eu nunca ia assistir pois não viria pra cá. tb fiz e faço diversos cursos online – estou aprendendo alemão e dá certo estudar dessa forma. ou seja: internet é bom pra quem buscar isso. quem quer só se mostrar nos facebosta da vida, fica nisso mesmo. clichê ou não, quem somos online é uma extensão da vida que a gente leva offline, né? eu acho isso.
E eu concordo inteiramente.
É exatamente isso Maria. Usar a Internet ao nosso favor. Cinema não sou muito fã, porém música é algo que eu sempre busco.
Uma coisa que quero aprender é Inglês (vou pesquisar alguns cursos on-line).
Tenho um blog aonde falo sobre música e shows que eu vou.
A autonomia que esse serviço proporciona a nós é impressionante até para publicar seus hobbies de maneira gratuíta.
Mas é claro, sempre é bom se desprender algumas vezes dela. Ler um livro, ouvir uma música do CD ou Disco é bastante válido.
E caso a pessoa queira lançar um CD ou livro, usa-la como forma de publicação é perfeito.
André,
E quanto a ISBN, registro na Biblioteca Nacional? Se for um livro acadêmico, digamos, é preciso que ele tenha tais aspectos para convalidar sua existência junto aos pares profissionais….
Aí me pegou, não sei mesmo.
Até onde sei, basta enviar para a Biblioteca Nacional e pagar uma taxa para ter seu livro registrado.
http://www.isbn.bn.br/solicitacao-de-numero-isbn
É só seguir os passos. Aí meus colegas bibliotecários cuidam do resto.
Segue o link que usei para cadastrar um e-book e obter o ISBN. Serve para outros, digamos, suportes de midia.
http://www.isbn.bn.br/cadastramento-editor-pessoa-fisica
pro júri do Pulitzer, havia livros sim merecedores do prêmio de ficção. os donos do Pulitzer alegaram que o prêmio não foi concedidto por não ter havido consenso entre os jurados sobre os três finalistas (acho q a votação foi 2 a 1). pelo que o cabeça do júri diz nesta entrevista aqui (http://www.npr.org/2012/04/17/150787166/why-no-pulitzer-award-for-fiction-this-year), a decisão de não conceder o prêmio deixou os jurados revoltados.
Sim, mas o fato é que o mundo não terá um vencedor do Pulitzer de ficção. Independentemente das razões do júri, o que vai ser lembrado é a ausência de um vencedor.
Eu tenho 16 contos que escrevi entre 2003 e 2005. Talvez os publique algum dia. É um material que até gostaria de lhe enviar qualquer hora.
Ultimamente tenho me concentrado no projeto de uma HQ independente nas horas vagas do meu trampo, mas é algo que leva muito tempo para ser feito (desenhar). Das 60 páginas estimadas, consegui desenhar apenas 3.
Mas é inegável que o meio digital facilita e muita a divulgação.
Por enquanto vou me divertindo com meu blog e exercitando a escrita por ali.
Marcelo tenho um projeto mais ou menos parecido com o seu.Já leu Love & rockets?digamos que seja uma versão atualizada de Locas/Mechanics.Queria lagume que pudesse desenhar.
E as traduções, André? Neste segmento o público ainda depende das grandes editoras, né? Claro que hoje as crianças aprendem ao menos inglês e espanhol mais rápido. Mas as traduções sempre serão úteis e importantes, principalmente para as pessoas que estão melhorando o padrão de vida e podendo consumir mais. Claro que a maioria delas quer adquirir outro tipo de produto e só gosta ver filme “dubrado”. Mas sempre tem aquele que gosta de ler e pode se interessar por um título de autor estrangeiro. E é desagradável, meio pedante até, dizer para a pessoa que você pode emprestar o livro em inglês, sabendo que ela não tem condições de ler. No meu caso, quando era criança e estava começando a aprender inglês, o grande lance era ler as traduções de Monteiro Lobato. Através delas conheci Mark Twain, Jack London, Rudyard Kipling e muitos outros. Mesmo ao ler alguns originais mais tarde, fiquei com uma boa lembrança das traduções de Lobato (outro tradutor que eu gostava era Ênio Silveira). Acho que não há, no momento, uma alternativa às grandes editoras em relação às traduções, né? O que você acha?
É um problema sim, até no sentido oposto, de tornar autores brasileiros conhecidos no exterior. São poucos os brasileiros que traduzem do português pro inglês, por exemplo. Acho que é um mercado com excelentes profissionais, mas ainda carente.
É verdade. Tanto que o Minc tem um programa de apoio à tradução de autores brasileiros. Não sei se tem dado resultado, mas a preocupação existe mesmo.
Barça, sei que você escreveu um livro sobre culinária, mas qual o tema do segundo livro? Espero que seja rock! Aliás, é foda achar o “Barulho”, pede pro pessoal do UOL colocar ai do lado dos posts… Já procurei pra caramba e não acho em lugar nenhum, a não ser usado no mercado livre…
Tá fora de catálogo e, sinceramente, não tenho grande vontade de reeditá-lo. Com tanta coisa nova pra escrever, relançar um livro de 20 anos atrás é meio broxante.
Eu comprei no Estante Virtual por 40 reais. Isso foi em Julho do ano passado. Pode ser que ainda tenha disponível ainda.
Obrigado Daniel, lá também são usados.
Cara, foi mal. Não havia lido com atenção. Realmente lá só usado mesmo mas o que eu encontrei está em ótimo estado.
TRISTE VER Q UKTIMA BOA PUBLICAÇÃO DO REAL ROCK.NEM O AUTOR QUER REVER POIS LARGOU A TOALHA
TEMPOS DE RESTART CARA!!!!
poxa, nao terá mesmo um review de “a different kind of truth”, o disco do Van Halen? os caras botaram a casa abaixo!
Guia de que?
André, para quem escolhe o caminho independente e não tem uma certa “fama”, o trabalho de publicar um livro se torna mil vezes mais árduo e sem garantia de sucesso.
No seu caso, como você trabalha para o Grupo Folha há muito tempo, você possui um público cativo e que fará de seus dois próximos livros um sucesso – mesmo o segundo sendo independente.
Outra coisa: vamos lembrar que moramos num país que não tem o hábito da leitura. Nunca se publicou tanto no Brasil, mas estamos num mercado que cresce 1% ao ano.
A dica é o futuro autor pesquisar bem antes de publicar. As vezes, vale mais a pena ele colocar suas ideias num blog ao invés de queimar cartuchos com um livro.
Abraço!
Olha, depende do tema do livro tb. Como exemplifiquei, um livro sobre um time de futebol pode, facilmente, achar seu nicho de mercado. E qualquer autor novo vai penar, em editora ou não.
O interessante expor também é o que é um livro de sucesso? Hoje em dia, até mesmo por uma editora, se você chegar aos 5 mil exemplares, é sucesso. É muito diferente do que é o mercado de CDs/DVDs e mais ainda do cinema.
Mudando de assunto, a editora em que trabalho lançou o livro sobre o “Coisas Eróticas”, que tem um documantério que você participou. Já leu?
Mudando um pouco de assunto, você gosta do Spiritualized? As críticas do novo disco estão bem positivas. Este site deu nota 10: http://www.tinymixtapes.com/music-review/spiritualized-sweet-heart-sweet-light
Não contenho-me ao vislumbrar…
Outras coxas de meninas passando…
Pobre homem sou. Prestes a casar…
Pensando o dia todo nas coxas da branquinha roçando…
Entrelaçadas com as minhas…
“Ah a garota do vizinho as mais belas pernas tinha”.
Gostei tanto de coxas alheias…
Que cortei a moça da cintura para baixo…
Completei o torso com um rabo de sereia…
Levei as pernas até em casa para sossegar meu “faxo.”.
Fui feliz com pernas frescas adquiridas.
Matei minha vontade. E casei com minha querida.
Quem escreveu isso, o Zéfiro?
Claro que não! O Zéfiro era bom no que fazia.
Faz melhor?
Quem lê poesia
Quem gosta de poesia
Cabeça não pensa,
Vazia!
Obscuro reflexo d’outrora
De pensamentos imersos
em outra hora
Que não agora, perdida
e vazia
Parnasos e rimas
estranhas
que alimentam as minhas
entranhas
de subjetivos desejos
e afazias
Soberbo a minha mente
com o desejo
inconsciente
de ser mais o que sou
um dia
Redundo a minha verdade
Não vejo reciprocidade
Entorpeço objetivos
Com muitos,
Adjetivos
Bobagens escritas com calma
Recantos perdidos de minh’alma
De rebuscos, conceitos
e traumas
Gênio!
Vejo bastante essas iniciativas na universidade, com o espaço ridículo pra literatura acadêmica no mercado editorial, muitos pesquisadores recorrem a isso. Parece dar certo, mas o grande problema é a grana pra começar né, incentivo pra esse tipo de iniciativa é o que menos tem…
Aproveitando, saiu no Brasil o novo do Thomas Pynchon! O que acha dele? Rola um post sobre será??
Abraço!!
O incentivo é ridículo para qualquer iniciativa em literatura. Alguém que escreva ficção, por exemplo, poderia muito bem dizer o mesmo, e contradizê-lo apontando o número de editoras ligadas a universidades (UFSCAR, UFMG, USP, entre tantas outras, publicam pesquisas acadêmicas, enquanto o autor de ficção tem que esperar 1 ano para receber resposta de uma editora e em quase 100% das vezes é recusado e, raramente, se vê um livro de ficção aprovado em projetos de incentivo governamental). No entanto, apontar quem recebe mais ou menos incentivo é ser reducionista, pareceria um monte de galinhas brigando pelo único grão de milho.
Melhor esclarecendo…editoras universitárias deveriam contar com 3,4,5 vezes o valor de que elas dispõem para as suas publicações, mas ainda assim faltaria recursos para levar ao prelo a quantidade imensa de bons trabalhos na área de pesquisas acadêmicas. O pesquisador, no entanto, ao menos conta com essa possibilidade: apresentar o seu projeto aos editores dessas casas. Por outro lado, o escritor de ficção, poesia, contos e por aí vai, investe em pequena edição ou em 95% das vezes estará fadado a ver o seu original encerrado na gaveta por longa data – talvez nunca saia de lá.
Sim, verdade, é um risco.
Olha, vou dizer uma coisa que pode desencorajar muita gente, mas é verdade: escrever livro no Brasil é coisa de diletante ou maluco. Achar que se pode ganhar dinheiro com livro é uma ilusão. Um livro de ficção que vende 3 mil exemplares é um baita sucesso. Faça os cálculos: se custa 30 reais, o autor ganha 3. Ou seja: 9 mil reais pra escrever um livro de “sucesso”. É ou não coisa de maluco?
Realmente: coisa de maluco! Além do mais, pode-se contar nos dedos, talvez de uma das mãos, o número de editoras que investe em edições com tiragem acima de 1000 exemplares. E, se distribuem 1000 exemplares, e conseguem vendê-los – algo que não é frequente -, na maioria das vezes se dão por satisfeitas e não arriscam uma reimpressão ou segunda edição. E não é para desanimar o autor: vender 1000 exemplares já é grande feito! Não dá para medir o sucesso de uma publicação a partir do retorno financeiro no Brasil.
Que tal uma reedição ou atualização de ‘Barulho’?
Tenho uma ideia para o nome de seu livro pessoal: Sandro Hiroshi, a verdade revelada
Pensei em “Itaquerão – Todos os Homens do Presidente”, não é bom?
Probably best-seller
Eu acho que ficaria melhor “Chickengate”
Quando lançar o segundo, avise-nos. Gosto das coisas que escreve e tenho interesse em conhecer mais.
Abraço!
PS.: Assisti nesses dias o aniversário do Garagem e foi hilário o poster que vocês sortearam! Parabéns! Vida longa ao Garagem!
Andre,
Imprimir um livro é muita mais simples porque existem impressoras offset digitais que permite personalizar cada exemplar se vc quiser.Para tiragens maiores ai sim pode ser feita em maquinas de grande porte.Quanto a distribuição ai que ta o problema as grandes livrarias praticamente ficam com todo lucro , vendem os melhores espaços para as editoras ,na maioria das vezes os livros são consignados se não vender volta para as pequenas editoras.
Abraço.
Eden
Sobre “A geração superficial”, foi um livro que indicou que realmente me interessei. Devo recebe-lo hoje, comprei na net. Qdo vc sugeriu, estava 46,00 mangos, consegui pagar 26,00 pilas!! Tks
Um livro de poemas meus, numa editora x: 80 páginas, formatinho e capa dura, preço R$ 1200,00 por 100 exemplares. Ganha uma bienal para exposição e os livros você vende por conta.
A mesma editora oferece um concurso para jovens escritores: Uma agenda literária com 1 poema para cada dia do ano. É uma ótima maneira de começar. Este já é de graça para publicar… só paga os exemplares solicitados e ganha um de brinde. As vendas e direitos são das editoras.
promete que assina como Felipe De Interlagos?
melhor nome artístico que esse não há.
Minha primeira publicação fora com o nome completo, a segunda como Felipe Barroso e a terceira saíra como Felipe Dorn. Eu ri… kkk
bota um poema seu aí, pra apreciação do pessoal.
Tá ali em cima assinado como “O Poeta”. Senão a censura barra.
Felipe, deixa de ser chato. Eu só censuro quando vc extrapola ou escreve sobre assuntos que nada têm a ver com o post – o que, infelizmente, está se tornando cada vez mais normal.
Felipe Kassabian de Interlagos: O Pândego. Além de ganhar o Prêmio de Comentário mais estapafúrdio ainda escreve poemas! É mesmo o fim dos tempos…
OK, sei que Felipe de Interlagos inspira reações das mais diversas mas, por favor, chega de comentários sobre autores de comentários, ok?
Barcinski esse cara é indefensável, por favor não censure nosso direito de insultá-lo já que temos que aguentar bobagens em sequência todo santo dia. “O Poeta”, você acha que alguém merece uma praga dessas?
Agora sou o terrorista da Noruega! Ri muito qui!
Pois é Luc! Eu nem estava julgando a qualidade do poema, longe de mim pretender tal coisa. Agora assinar o dito como “O” Poeta é dose.
Na minha opinião ele merecia o Prêmio de Comentário mais Estapafúrdio desde o dia em que defendeu que, quando aparece um cara andando de Jet Ski, todos os outros, sei lá, mil presentes em uma praia, devem sair de lá pra deixar o maluco se divertir à vontade.
O que se ganha com o Prêmio do Comentário Mais Estapafúrdio? O Troféu Papel Higiênico de Ouro?
Pra quando, André?
O guia pra setembro; o outro não tenho idéia, talvez pro meio de 2013…
Muito bacana mesmo, mas ainda assim dá um trabalho do caramba publicar um livro sozinho. Você diz que não custa tentar, mas custa não? Mesmo uma tiragem pequena deve ter um investimento meio alto. Na verdade eu não sei, estou supondo. Sobre seus 2 livros, um é da culinária ogra, certa? Pode adiantar o assunto do segundo? 1 abraço!
Olha, trabalho dá de qualquer jeito. E hoje já é possível fazer impressões por encomenda, com número fixo. Tipo: faz-se uma pré-venda do livro, imprime-se o que vc sabe que vai vender, e vai imprimindo à medida que vai vendendo. Isso tb evita ficar com estoque gigante em casa. Sobre o outro livro, é de ficção, mas vai levar um ano ainda.
Bom dia André, tenho um livro de poesias de produção independente, gostaria de te enviar um para apreciação, o que achas?
Abç
Claro, recebo muitos, será um prazer.
E pra onde mando?
Me escreve (andrebarcinski.folha@uol.com.br) que passo o endereço, ok?
Andei transcrevendo, editando e publicando em pdf as memórias de meu pai, acrescentando fotos de época, sem fins comerciais, só para a família, que é enorme. Depois de algumas preocupações quanto a proteção do conteúdo, descobri que como pessoa física é possível, mediante cadastro e pequena taxa, obter um ISBN para um livro, eletrônico ou não, com direito a código de barras e catalogação. Foi uma experiência muito legal e trabalhosa, usando o melhor editor eletrônico, open-source ou não, o LaTex. Escolhi publicar no GoogleDocs e enviar o link para os interessados, mas existem dezenas de maneiras de se divulgar gratuitamente na web, dependendo do público a ser atingido.
Valeu pela dica, muito esclarecedora sua história.
Caro André,
Tenho escrito pelos menos umas cem “poesias”,mas confesso que apesar de algumas criticas positivas de amigos fico inseguro quanto a publica-las.
Envie para uma editora, amigo poeta. Não cobram para analisar e se aprovado, já fica com “mais moral” para publicar seu trabalho. Se quiser uma dica me mande seu email que envio os contatos. Abraço!
“”a decisão do Pulitzer, anunciada ontem, de não premiar ninguém na categoria “ficção””” …. procuro ler livros dos anos 80 para trás. Nada de novo me atrai tamanha a banalidade da literatura atual…. Mas o aspecto positivo é que nessa década de 2000 houve um impulso na busca por literatura pelos mais jovens… de certa maneira é bom…. mas falta qualidade….
Barça, publicar sozinho traz a grande dificuldade de distribuir o livro sem apoio de uma editora. O trabalho que o autor tem é gigantesco. Digo isso pois faz parte do meu dia-a-dia. Espero que voce tenha sorte, pois adoro o que voce escreve. Quando falamos de distribuição, a editora ainda é o melhor caminho.
Verdade, mas a Internet ajuda demais na divulgação e, por consequência, na distribuição. É o tal negócio: vc prefere ganhar 10% de “x” ou 100% de “y”?