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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

Perfil completo

A primeira perda a gente nunca esquece

Por Andre Barcinski
19/04/12 07:15

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem tem filho pequeno sabe que, um dia, virão as inevitáveis perguntas: “Como é que eu nasci?”, “Como o bebê entrou na barriga da moça?”, etc.

Dia desses, minha filha de quatro anos chegou com uma nova: “Papai, como é que a gente morre?”

Tudo começou quando um coleguinha da escola comentou que iria receber a visita do bisavô. Ela, que só tem bisavós, perguntou por que não tinha nenhum bisavô.

Nós explicamos que os bisavôs dela já eram bem velhinhos e tinham morrido. Ela ficou fascinada: “Então todo velhinho morre?”

Tentamos explicar: “A gente nasce, cresce, vive uma vida inteira, bem longa, depois fica bem velhinho. E quando a gente está bem velhinho, mas bem velhinho mesmo, chega a hora de descansar. Daí, a gente morre.”

Agora, todo idoso que ela vê na rua, pergunta: “E aquele velhinho ali, vai morrer logo?”

Há alguns dias, fomos à nossa praia predileta, que tem um agradável quiosque na areia, onde servem peixe frito e camarão.

Minha filha adora ir lá por outra razão: a vizinha do quiosque tem um divertido pinscher anão, um cachorro que não deve ter mais de 30 cm de comprimento. O cachorrinho chama Joli, mas é tão pequeno que ela o apelidou de Pulguinha.

Assim que chegamos, minha filha perguntou pelo Pulguinha. A dona do cão fez uma cara de arrasada e contou uma história macabra:

Na praia, uma das casas tinha um cachorro bravo, resultado do cruzamento de alguma raça com um pitbull. O cachorro era o terror do lugar, sempre rosnando para as crianças que brincavam na areia.

Alguns dias antes, o cão escapou. Por sorte, não encontrou nenhuma criança. Mas encontrou o pinscher anão, que ele literalmente estraçalhou, espalhando sangue por todo o quintal.

“Quando vi, o cachorro estava mastigando a cabeça do Joli”, disse a dona, na frente da minha filha, demonstrando toda a sensibilidade de um viking bêbado.

O relato mexeu com a gente. Não só pelo barbarismo da história e pela revolta com mais um caso violento envolvendo um pitbull – e, por favor, não me venham os defensores de pitbulls alegarem que é um bichinho inofensivo – mas pela reação que nossa filha poderia ter.

Por sorte, ela pareceu não ter entendido as partes mais sangrentas da história. Entendeu, claro, que o pinscher tinha morrido: “O Pulguinha morreu, papai?”

Expliquei que o Pulguinha tinha sido machucado por outro cachorro, que tinha morrido, e que agora estava descansando. “Tadinho do Pulguinha!” foi a resposta dela.

Depois, me liguei que o pinscher tinha sido a primeira criatura que ela conhecera e que havia morrido. Bem diferente dos bisavôs, que ela só conhecia de fotografias. Era a primeira perda real da vida dela.

Nesse fim de semana, vamos voltar à praia. Estamos curiosos para ver a reação dela ao passar pelo quintal onde costumava brincar com Pulguinha.

Vida que segue.

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Comentários

  1. Renato comentou em 23/04/12 at 21:11

    @André Barcinski, crianças gostam de histórias macabras… só ver os contos de fadas, especialmente nas suas versões originais. O que não falta são torturas, mortes escabrosas, ódio, horror, etc. Ela provavelmente vai lidar muito bem com este lado da história. Agora, a perda é horrível mesmo, em qualquer idade. Vai aí uma das histórias mais sensíveis sobre crianças e perda que conheço. É do Calvin, que sempre vale a pena ler. Se você não conhece, é muito legal, e se você conhece, é legal lembrar:

    http://grurinha.multiply.com/journal/item/68?&show_interstitial=1&u=%2Fjournal%2Fitem

  2. André Borbély comentou em 23/04/12 at 11:10

    André, o problema com os Pitbulls, é que são cães muito fortes, e se não forem bem criados e orientados à simpatia, se tornam realmente agressivos. Não me lembro do nome agora, mas existe uma clínica de reabilitação psicológica que tem diversos pitbulls extremamente dóceis que ficam sempre ao lado dos internados e dão da mesma forma que recebem o carinho das pessoas. A diferença está na criação, quem nunca viu aqueles cãezinhos salsicha em crise de stress querendo matar tudo que vir pela frente, a diferença é que o salsicha não tem força para tal, já o pitbull…

    • Andre Barcinski comentou em 23/04/12 at 11:28

      O que é “bem criado e orientado à simpatia”? Como disse, conheço dois casos de pitbulls criados da maneira mais carinhosa, que atacaram os próprios donos. O noticiário está cheio de casos semelhantes.

      • magrus comentou em 23/04/12 at 22:47

        Animais agem por instinto e o do pitbull é o de atacar. Instinto que nenhum treinador ou “psicólogo” de animais conseguirá acabar de vez. Uma hora ele aparece e pode dar merda! Interessante a comparação do André Borbeély , de cãezinhos salsicha em crise com o ataque de um pitbull. Realmente o estrago é o mesmo.

  3. CaioL comentou em 21/04/12 at 3:56

    Andre, eu sei que o assunto principal do post nao eh esse mas….
    (desculpe a falta de acentuacao).
    Nao sou um grande expert em comportamentos de caes, mas gosto de ler sobre o tema e sempre converso com veterinarios sobre isso. Meu comportamento como dono de cachorros eh o mais tranquilo possivel – todos os meus sao educados e/ou foram adestrados. Ja tive dois caes da raca pastor alemao e um vira lata. Hoje eu tenho uma labrador e um pitbull. Eu juro que o pitbull (femea) eh mais tranquila que o labrador. Sera que ela acha que eh um poodle? – adotei-a por uma situacao que nao podia nao adotar. O comportamendo tranquilo da minha cachorra explica os grandes casos que lemos sobre ataques de pitbull? Nao. Mas sei que nos anos 80 o pastor alemao era visto como uma raca perigosa. Depois foi o doberman, depois o roitweller, depois descobriram o fila, agora eh o pitbull. Sou meio desconfiado em relacao a isso. Essa racas ficaram na moda e cairam nas maos de criminosos de rinhas e idiotas marombados, o que piora em muito a situacao. Tem um serie de questoes aqui: comportamento da raca, criacao, ambiente do cao, do dono, educacao. Enfim, eh um assunto que acho interessante e cheio de angulos e acho perigoso voce dizer que os donos de pitbulls sao culpados por o terem. No mais, parabens pelo blog. Estou sempre lendo ele.

    • CaioL comentou em 21/04/12 at 4:00

      Obs. escrevi “perigoso” porque pode justamente levar a ideia de exterminios em massa como o nosso amigo Marcio Polheim no comentario abaixo que acabei de ler.

    • Geneuronios comentou em 22/04/12 at 0:56

      Pastor alemão raça perigosa? É piada! É um dos melhores cães de companhia e aprende muito fácil!
      E os pittbulls tem que ser é exterminados. Isto não é cachorro!!!

  4. katiakatanassov comentou em 20/04/12 at 15:34

    minha primeira grande perda foi quando eu crianca foi bem marcante , tinha trocado um garrafa de vinho velha por um pintinho, o pintinho cresceu e se transformou num galo lindo, minha mae fez ele assado….dia triste tinha uns seis anos…mas acho que sua filhinha nao vai sentir muito pois o cachorrinho nao era dela, sobre pitt bul e fogo nao existe cachorro ruim, mais qualquer dono que tenha uma raca grande deveria ter obrigacao de treinar e socializar o animal infeslizmente isso nao ocorre no brasil as pessoas acham que so comprar e deixar animal largado no quintal, nao investem nada e mal querem quando animal fica doente leva-lo ao vet . aonde eu moro hoje o dono vai para cadeia se algo assim acontecer , entao todo mundo que tem cachorros grande treina, nao e barato mais vc tem cachorro otimo e confiavel.

  5. Jegue do Pantano comentou em 20/04/12 at 12:26

    Aconteceu coisa semelhante com meu filho, de 4 anos. Estavamos vendo uma reportagem sobre velhinhos de 90 anos que participam de uma espécie de olimpiada e ele me perguntou algo relativo a esses velhinhos, o que ia acontecer a eles. Expliquei esse lance de viver a vida inteira e, quando velhinho, morrer, todo o ciclo da vida. O moleque começou a chorar e dizer que nao queria morrer, putz…que caspita, me senti o pior pai do mundo. Tive que reexplicar a coisa toda por dias, até ele compreender tudo. Ser pai não é bolinho não.

  6. Marcio Polheim comentou em 20/04/12 at 11:55

    Eu gosto muito de cães (tenho uma pug fêmea). Mas desses cachorros grandes acho que os únicos que prestam são dálmata, pastor alemão, labrador e outros de temperamente semelhante. Obviamente, sei que pitbull e rotweiler são cachorros, mas, sinceramente, não deveriam ser chamados como tal. Na verdade, são bestas, não são cães inteiramente domesticáveis. Pode haver pitbulls e rotweilers, dobermans e outras bestas do gênero que sejam mansas, mas o fato de alguém ou algum animal morrer inocentemente por causa destas bostas de cachorro seria motivo, na minha opinião, para extirpar essas pseudo-subraças da face da Terra.

  7. André Moraes comentou em 20/04/12 at 11:25

    André,

    Conheço pitbulls que não atacam pessoas, mas nunca vi um pitbull que não ataque ferozmente outros cães ou outros animais menores na rua. Espero estar enganado e que alguém me desminta.

    Pessoalmente, não sou a favor de se proibir a raça, mas acho que as punições em casos como esse deveriam ser exemplares.

    Entendo que a dona do Pulguinha tem todo o direito de pedir uma indenização por danos morais ao dono do pitbull – avise-a – , embora não seja um entendimento pacífico, pois alguns “iluminados” ainda acham que animais de estimação ainda são meros objetos que podem ser descartados como lixo. Mas isso está mudando.

    Se os donos desses cachorros fossem responsabilizados de maneira exemplar, pensariam duas vezes antes de adquirir um ou, pelo menos, tomariam muito mais cuidados para evitar de fatos como esse (ou piores) acontecessem.

    Assim, nem seria necessário a proibição. Ah, é. Estamos no Brasil. Esqueça tudo que escrevi sobre punição.

    Abraços

    • Antunes comentou em 20/04/12 at 16:26

      Sem que isso não tem nada haver com o texto do Barcinski, mas vá lá.
      Sou a favor da proibição da criação de Pitbulls e Roteweilers e da castração dos existentes no Brasil à exemplo da Inglaterra. Se o pitbull do viznho entrar no meu quinta e tentar matar minhas gatas ou cães, ele vai levar um tiro na cabeça e o dono também.

      • Luciano Alencar comentou em 20/04/12 at 18:04

        ” O dono também”. Pelo visto você é mais perigoso que uns dez pit bull.

        • Antunes comentou em 20/04/12 at 19:15

          É claro que eu radicalizei aqui, mas nós brasileiros temos de deixar de ser cordeirinhos. Podemos é exagerar um pouco, não há legislação que puna o dono de um cão destes, certo? Não prática não punição, então vamos fazer o seguinte, não punir também que se vingar do dono do cão. Assim fica mais equilibrado, não é? Fica Elas por Elas, certo?
          Falta à nós brasileiros um pouco de civilidade, de consciência de civlização. Veja na minha cidade o presidente da Câmara de Vereadores promoveu uma roubalheira de mais de 30 milhões de reais e não vai acontecer nada com ele. Agora faça o mesmo numa cidadezinha da França e a população pôe abaixo a Câmara, que é o que deviamos fazer aqui, não deixar pedra sobre pedra. O presidente da Câmara embolsa 30 milhões e depois o prefeito não sabe por quê faltam médicos no posto de sáude.
          O problema é que nós temos medo do governo e devia ser o contrário.

        • Geneuronios comentou em 22/04/12 at 0:58

          Ter em casa uma arma e não saber usar é o mesmo que ter um pitbull. Isto não é raça de cachorro é uma ARMA IMPREVISÍVEL!!!

  8. fabio orfei comentou em 20/04/12 at 11:08

    Cara,

    Minha irmã e suas colegas de republica gostam muito de animais. Tinham dois vira e depois adotaram uma pitbull. Elas defendem esta raça e dizem que são muito maltratados e que sofrem preconceitos. Uma dia receberam uma visita e a pitbull fugiu, no outrou dia descobriram que ela tinha morrido atropelada. Diziam que ele era muito docil e tal, mas fiquei preocupado, imagina se ela pega uma criança, afinal estava estressada (perdida, com fome e na chuva). Depois adotaram outra um pouco mais velha mas tiveram que doa-la porque não se adaptou com os outros dois. Espero que elas desistam de cuidar de pitbulls, reconheço que são maltratados, mas assumir a responsabilidade por um ser com potencial de causar tanto estrago é muito arriscado.

  9. Mauro comentou em 20/04/12 at 8:47

    Lembrei da história da gravação da faixa “The Kids”, do Berlin do Lou Reed, consta que o produtor (Bob Ezrin, se não me engano) teria dito à criança que a mãe dela havia morrido, gravando o choro sentido e desmentindo em seguida, não sei se é verdade mesmo. RIP Levon Helm, grande músico, como todos da maravilhosa The Band.

  10. Elgar Pinheiro comentou em 20/04/12 at 0:34

    Bacana o texto Lya Luft , opa , quer dizer , André Barcinski

  11. Daniel Brito comentou em 19/04/12 at 21:51

    Muito sensível. Assemelha-se ao causo de Guimarães Rosa, da afeição do menino pelo peru, que mais tarde serviria de ceia.

  12. Bufo comentou em 19/04/12 at 17:19

    Sinto muito, mas culpar o pitbull é tão estúpido quanto culpar a vítima de um bueiro que explode ou culpar o jet ski, um objeto inanimado, ao invés da besta que o está pilotando. E tambem é incoerente defender o comércio de cachorros de raça e ignorar o problema pitbull que é consequência direta deste comércio.
    Apesar de eu ser pessoalmente contra tudo isso aí e achar que pitbull e jetski são imãs de atrair idiotas, sou totalmente contra a simples proibição ou soluções tipicamente nazista como extermínio de cães. Sou sim a favor da regulamentação e mais importante ainda da punição de quem desrespeitar essas regras: multas pesadas e cadeia caso cause alguma fatalidade. O problema do Brasil é a impunidade e não pitbulls e jetskis.

    • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 19:38

      Culpo os donos por ter animais assim, não os animais por existirem.

  13. Sandro Macedo comentou em 19/04/12 at 17:17

    Meu filho tem 5 anos, está numa fase apaixonada por cachorros e tem uma coisa muito interessante nele, os cachorros dóceis ele chama de cachorro mesmo, mas pitbull, rotweiller, doberman e etc ele chama de cão, diz que não é cachorro.
    Eu perguntei para ele o porquê disso e ele: “Pai, nunca viu placa na casa que esses cachorros moram não? Tá escrito cuidado com o cão!”.

  14. Rafael comentou em 19/04/12 at 17:12

    .. E por falar em morte, morreu o Levon Helm, da The Band…

    • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 19:39

      Sério? Caramba, não vi, vou dar uma olhada…

  15. Paulo comentou em 19/04/12 at 14:44

    por falar em morte… cada vez me conformo menos com todo o palco que estão dando para o doido na noruega… o sujeito sai falando como, por que, quando matou as pessoas e a imprensa veicula como se isso fosse o aumento do preço da batata… sei que faz tempo que a imprensa perdeu a noção das coisas(quem nao se lembra do episodio do suicidio de la dolce vita?) mas acho isso uma agressão gratuita às vítimas e a quem lê os headlines nos sites da imprensa mundo afora, afinal, o sujeito está tendo exatamente o que ele queria… e está incentivando/dando idéia para outros doidos por aí… podia ser mais errado?

  16. bruna comentou em 19/04/12 at 14:25

    Gosto dos seus textos. Achei bonito como você fala da sua filha. Mas, olha, pitt bulls são cachorros legais, sim. A criação é tudo.

    • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 14:48

      Não são não, Bruna. Vc pode gostar, mas não são.

      • Alessandra Lopes comentou em 19/04/12 at 16:11

        Concordo com vc, Bruna! Tudo depende da forma como um animal é criado, seja Pitt ou qualquer outra raça.
        Andre, vc pode não gostar, mas como disse, dependendo da forma como são criados, são animais legais, SIM!

        • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 16:17

          Sem querer estender muito a discussão: sugiro vc dar uma pesquisada nos arquivos de jornais sobre a quantidade de pessoas atacadas por seus próprios pitbulls, e comparar o número com o de artigos sobre pessoas atacadas por cães de outras raças.

          • David Marques Oliveira comentou em 19/04/12 at 21:48

            Pitbull criado com respeito, sem violência, stress e com liberdade nao ataca. Sobre isso nao tenho duvida. O problema eh que a turma quer um cão e guarda que seja também de companhia. Pra isso o pitbull nao serve.

          • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 22:11

            Ataca sim, David. Conheço dois casos em que os animais atacaram – e num deles, machucou seriamente – os próprios donos, que os tratavam muitíssimo bem.

          • Vicente Guedes comentou em 20/04/12 at 9:54

            Pitt Bulls não são cachorros legais mesmo. Uma tia minha teve um, criado junto com mais seis outros cães, de outras raças, desde recém nascido. Todos soltos em uma chácara ampla, em convívio diário com a família, inclusive com crianças. Um belo dia, a família chegou em casa, à noite, e encontrou dois deles estraçalhados. Sangue por toda a varanda. Pitt Bull é uma raça escrota justamente por isso: não adianta criá-los em liberdade, com respeito, sem violência. Essa raça foi desenvolvida com a pior das intenções. Para ser a mais forte, agressiva e burra de todas.

          • Andre Barcinski comentou em 20/04/12 at 10:08

            Já ouvi várias histórias semelhantes.

        • Motta comentou em 19/04/12 at 18:33

          Comece por aqui: http://oskaras.com/mordidas-de-pitbull/

          • bullittkowalski comentou em 19/04/12 at 20:14

            Caramba. Hoje em dia humanizam tanto o cão que quando tem esse scasos de ataques de pitbull vem um monte de gente defender o bicho e culpar a dono. Temos que parar com essa baboseira pet e tratar o pitbull como uma arma que você guarda em casa. Tem gente que acha bom ter um, mas se algo de acontecer de errado, você está ferrado.

      • Luciano Alencar comentou em 20/04/12 at 17:01

        Cara, você tá simplesmente repetindo o senso comum. não existem cachorros legais e cachorros maus. O pit é uma cão perigoso com qualquer outro cão grande e de guarda. Todo cachorrão deve ter a criação controlada e o dono punido e responsabilizado em casos como esse. Aliás, você mesmo falou que o cachorro é mestiço e não pit bull puro. Experimente ver o que um rotweiller ou um dogo argentino fariam se pegassem um cachorrinho. Dê uma olhada nos vídeos do Cesar Milan e veja os pit que ele cria. Há um que sempre o acompanha e é atacado até por chihuahua e nunca reage. Cachorro, qualquer que seja a raça, depende de duas coisas: linhagem e criação.

        • Andre Barcinski comentou em 20/04/12 at 17:07

          Não estou dizendo que SÓ o pitbull é pouco confiável. Mas que é, não tenho dúvida.

          • Antunes comentou em 23/04/12 at 18:26

            Olha, o cão antes de ser doméstico era selvagem. Foi o homem que o modificou cruzando cães de diferentes “raças”, antes de elas existirem de fato. Em casa tenho um labrador que é o bicho mais dócil do mundo. Porque é este o DNA dele, minha irmã teve um rotweiller que era um doce até matar o cão do vizinho dela. Porque estas raças de pitbull e rotweiller foram desenvolvidas para isso.
            Então discordando da Bruna lá em cima: Criação não é nada, genética é tudo.

  17. celso lima comentou em 19/04/12 at 13:07

    Andre, fico espantado com essa opinião disseminada de que crianças pequenas não introjetam o sentimento de perda (e com ele o temor da morte), e não vivenciam o horror da ausencia… eu era muito pequeno qdo ganhei um coelho na Pascoa, um bichinho que não se da muito bem como pet, de colo em colo, e não deu outra: o pequeno adoeceu, eu e minha mãe o cercamos de cuidados, mas ele morreu no meu colo, e me lembro como se fosse hoje do horror que aquilo me causou, como se fosse um truque de magica macabro, aquele “desligar”… minha mãe me consolou como podia, mas ela era uma mulher muito inteligente e preferiu me explicar o que era a vida e como ela terminava para todos, sem lenga-lenga nem contos de fadas… bem, um ano depois eu passei novamente por esse “findar”, mas dessa vez foi ela quem eu perdi, e foi devastador…eu era muito pequeno, mas a lição que ficou e fica é o próprio valor incomensuravel da vida e horror da ausencia…Ha alguns anos, em uma viagem pela India eu presenciei um funeral parsi, que me deixou uma impressão tremenda: as mulheres se flagelam com as próprias jóias, anéis e pulseiras, as cabeças sangrando, tornando fisica a dor da perda, enquanto os homens emitem gritos mudos, de arrepiar… pode parecer exagerado e operistico para nós ocidentais, acostumados a embrulhar a morte e toda a violencia emocional que ela acarreta em metafisica barata e pragmatismo religioso, mas a mim me pareceu adequado para o que de fato é a morte… Pode ser doloroso para voces, que são pais e não querem que nada traga sofrimento para sua filha, mas o melhor que vcs podem fazer é que ela entenda e vivencie o desaparecimento e a dor que isso acarreta, sem fabulas de auto ajuda ou lenga-lenga religioso, ela compreendera o valor que existe no pulsar, no correr, enfim… O que eu acho que as pessoas não compreendem, pq não observam, é que as crianças, e falo por experiencia própria, são antes tomadas pelo espanto, e muitas vezes é esse o sentimento que antecede o medo que acompanhara todos nós por toda a vida, e nos dias de hoje, na sociedade “happy show” em que vivemos ha uma repulsa a tudo que recorde fim e privação.

    • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 13:12

      Concordo inteiramente com vc, Celso. Embrulhar fatos desagradáveis em “metafísica barata”, com vc tão bem coloca, é um desserviço. O negócio é saber comunicar a verdade de uma forma condizente com a idade da criança, e fazê-la perceber que isso faz parte da vida. Abraço.

    • Felipe de Kassabian comentou em 19/04/12 at 14:04

      Que história bonita – se não fosse trágica – do coelho e da sua mãe, Celso! Pois é, nota-se que pelos escritos e narração que você foi muito bem educado poe ela! Sempre digo os meus queridos: “não chorem quando eu falecer”. Amo todos eles, procuro sempre expressar isso e, na boa? O descansar é terno é o desligar-se de tanta coisa ruim que vivemos e vemos.

    • cleibsom carlos comentou em 19/04/12 at 17:15

      celso, voce pode pensar que sou um tosco, mas eu acho que qualquer adulto ao falar de sua infancia estara mentindo ou romantizando fatos…e impossivel eu, com a idade que tenho, tentar descrever os meus sentimentos de quando tinha 6 ou 7 anos! pode crer que o que sair de descricao sera literatura barata…

      • Marilia comentou em 25/04/12 at 10:20

        Cleibson, V. é um tosco, sim; tem razão nisso.

  18. Luis comentou em 19/04/12 at 12:38

    “As únicas criaturas que são evoluídas o bastante para carregar o amor puro são cachorros e crianças”

  19. João Pedro comentou em 19/04/12 at 11:55

    André, permita-me uma pergunta totalmente fora do assunto: estou com o livro Èbano em mãos; e a tradução é de um certo Tomasz Barcinski; é seu parente?
    Muito bom o livro, aliás.

    Apenas curiosidade.
    Abraço

    • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 12:08

      É sim, ele é tradutor de polonês. Legal que vc curtiu o livro. Se vc gosta de literatura polonesa, sugiro a série “A Ferro e Fogo”, conhece?

      • João Pedro comentou em 19/04/12 at 18:21

        André, não conheço essa série da qual você falou, não. Vou procurar. E o principal, tenho que encontrar nas bibliotecas públicas, o que me priva de algumas leituras às vezes.
        A vida de recém formado é dura, hehe!
        Abraço e valeu!

        Ah, e eu também NUNCA vou me convencer de que pitbulls (assim como os jet skis) são legais.

        • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 19:37

          Procura sim, é sensacional. Boa sorte.

  20. Al Diniz comentou em 19/04/12 at 11:41

    Bela crônica, Andre. Triste a história, pois o cão feroz poderia tre estraçalhado qualquer outro ser vivo que estivesse por perto(me custa imaginar o que se passa na cabeça de uma pessoa que cria um bicho para ferir e até matar). Quanto aos sentimentos de sua filha, não acho (como alguns) que ela não absorveu a morte e que agora vai brincar com algum brinquedo novo (até ele quebrar). Apenas as crianças sentem e processam a questão da morte de uma forma diferente, aparentemente mais serena, mas até mais triste pois a perda precisa ser classificada no mundo pequeno (mas em crescimento) da criança, que luta para dotá-la de uma significação que nós adultos faz muito já anexamos a ela, neutralizando seus efeitos.
    Abs.

  21. Ferdinando comentou em 19/04/12 at 11:37

    “A infância acaba quando descobre que um dia irá morrer”

    Stephen king…

  22. Marcel de Souza comentou em 19/04/12 at 11:34

    Meu filho de 3 anos perdeu o avô (meu sogro) há 1 mês atrás. Soltamos as explicações de sempre (foi morar com o Papai do Céu), e é incrível e mesmo com tão pouca idade ele “entendeu” o que aconteceu. As vezes ele ainda fala do avô, pergunta dele, mas ele sabe que o avô não está mais com a gente. A mente das crianças realmente é incrível.

  23. Felipe de Kassabian comentou em 19/04/12 at 11:34

    Conheci a morte, mais especificamente, ela foi me apresentada por um rapaz desconhecido… inimigo dos cães. Eu era o mais magrinho de todos os amigos, e o rapaz em questão era dono de um terreno onde plantavam cana-de-acúcar e goiabas. Utilizando-me da falta de porte físico/atlético, passava por baixo da cerca e colhia os produtos para os coleguinhas. Tinha entre 4 e 5 anos. Certo dia entrou um canhorro pela cerca, eu – que sempre tive “respeito” por este tipo de animal – esperei que saísse do terreno para a apropriação indébita da plantação. Foi aqui que chega o dono… com sua calibre 12, em seu fusquinha branco… espera calmamente e calado o cachorro sair… mira nele… atira… joga o cigarro no chão… pisa… nos olha… e vai embora. Entendi que a morte não era uma coisa muito boa não. (e nunca mais comi goiaba).

    • Felipe de Kassabian comentou em 19/04/12 at 11:35

      * cachorro

  24. Fernando Souza Jr. comentou em 19/04/12 at 11:34

    Meu filho, que fez 5 anos na semana passada, começou a perguntar sobre morte e como a gente morre no começo do ano passado, exatamente na mesma fase que a sua filha. Ficamos até um pouco preocupados com a maneira como ele voltava ao tema de forma recorrente, durante um bom tempo. Depois, na reunião de pais na escola, descobrimos que isso é um traço bastante comum nessa idade.

    • Andre Barcinski comentou em 19/04/12 at 11:55

      A insistência em falar do tema surpreende sim, vc tem razão.

  25. cleibsom carlos comentou em 19/04/12 at 11:18

    a verdade e que crianca nesta idade nao tem como ficar triste ou alegre com a morte…sua filha vai esquecer o tal cachorrinho logo que aparecer algum outro “brinquedo” na frente dela. sorte das criancas que de alguns sentimentos elas estao livres.

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