A primeira perda a gente nunca esquece
19/04/12 07:15
Quem tem filho pequeno sabe que, um dia, virão as inevitáveis perguntas: “Como é que eu nasci?”, “Como o bebê entrou na barriga da moça?”, etc.
Dia desses, minha filha de quatro anos chegou com uma nova: “Papai, como é que a gente morre?”
Tudo começou quando um coleguinha da escola comentou que iria receber a visita do bisavô. Ela, que só tem bisavós, perguntou por que não tinha nenhum bisavô.
Nós explicamos que os bisavôs dela já eram bem velhinhos e tinham morrido. Ela ficou fascinada: “Então todo velhinho morre?”
Tentamos explicar: “A gente nasce, cresce, vive uma vida inteira, bem longa, depois fica bem velhinho. E quando a gente está bem velhinho, mas bem velhinho mesmo, chega a hora de descansar. Daí, a gente morre.”
Agora, todo idoso que ela vê na rua, pergunta: “E aquele velhinho ali, vai morrer logo?”
Há alguns dias, fomos à nossa praia predileta, que tem um agradável quiosque na areia, onde servem peixe frito e camarão.
Minha filha adora ir lá por outra razão: a vizinha do quiosque tem um divertido pinscher anão, um cachorro que não deve ter mais de 30 cm de comprimento. O cachorrinho chama Joli, mas é tão pequeno que ela o apelidou de Pulguinha.
Assim que chegamos, minha filha perguntou pelo Pulguinha. A dona do cão fez uma cara de arrasada e contou uma história macabra:
Na praia, uma das casas tinha um cachorro bravo, resultado do cruzamento de alguma raça com um pitbull. O cachorro era o terror do lugar, sempre rosnando para as crianças que brincavam na areia.
Alguns dias antes, o cão escapou. Por sorte, não encontrou nenhuma criança. Mas encontrou o pinscher anão, que ele literalmente estraçalhou, espalhando sangue por todo o quintal.
“Quando vi, o cachorro estava mastigando a cabeça do Joli”, disse a dona, na frente da minha filha, demonstrando toda a sensibilidade de um viking bêbado.
O relato mexeu com a gente. Não só pelo barbarismo da história e pela revolta com mais um caso violento envolvendo um pitbull – e, por favor, não me venham os defensores de pitbulls alegarem que é um bichinho inofensivo – mas pela reação que nossa filha poderia ter.
Por sorte, ela pareceu não ter entendido as partes mais sangrentas da história. Entendeu, claro, que o pinscher tinha morrido: “O Pulguinha morreu, papai?”
Expliquei que o Pulguinha tinha sido machucado por outro cachorro, que tinha morrido, e que agora estava descansando. “Tadinho do Pulguinha!” foi a resposta dela.
Depois, me liguei que o pinscher tinha sido a primeira criatura que ela conhecera e que havia morrido. Bem diferente dos bisavôs, que ela só conhecia de fotografias. Era a primeira perda real da vida dela.
Nesse fim de semana, vamos voltar à praia. Estamos curiosos para ver a reação dela ao passar pelo quintal onde costumava brincar com Pulguinha.
Vida que segue.
tadinho do pulguinha!
a criação que vc demonstra dar pra sua filha é bem o tipo que eu quero dar pros meus filhos (se e qdo os tiver). acreditando fazer o certo, meus pais nunca conversaram sobre essas coisas comigo – nosso primeiro cachorro “foi morar numa fazenda” e qdo minha avó faleceu (eu tinha 5 anos) eu entendi o que tinha acontecido, mas como, pq e o que era a morte nunca me foi explicado. acho que as coisas teriam sido mais fáceis se a comunicação entre pais e filhos sempre tivesse sido honesta e aberta e não cheia de tabus, como não falar de morte ou sexo, por exemplo. mas taí, felizmente, novos tempos, novos pais.
Eu acho que cada um cria os filhos como quer. Mas nós nunca mentiríamos sobre isso, acho que o assunto precisa ser tratado como um acontecimento natural – embora triste – da vida. Mas é só nossa maneira de pensar, não quer dizer que está certo ou errado.
mas eu acho sim que é uma questão além do “cada um cria como quer”. acho que é um padrão. vejo isso nos casais de pais que tenho como amigos e todos seguem essa “cartilha” de serem mais abertas e honestos. acho que é uma reação natural à internet, já que, se os pais não abrirem as vias de comunicação em casa, a criança, mais cedo ou mais tarde, vai buscar a informação em outras fontes, coisas que não tínhamos antigamente.
Tem razão, concordo.
Acho que, por um lado é interessante se todos pudéssemos descobrir a “morte” com falecimento de cachorros … Bom nunca fica, mas acho que dá para começar a entender o sentimento de que tudo é tnao efêmero…
Bacana tb sua filha de 4 anos brincar com pinthscher ! Normalmente, estes cachorritos não se dão muito com crianças ( eles têm medo de se machucar… )
Adoro animais, principalmente cachorros. Não concordo com a afirmação de que o animal é o espelho do dono. Para mim isso é balela. Existem sim cachorros “marginais”. Quando essa condição se manifesta em um animal como um Pitt Bull então o caldo entorna, pois devido à sua estrutura e força, só é parado de uma forma… Tiro na cabeça.
Concordo contigo.
O homem tenta “racionalizar” as atitudes de um animal irracional, quando na verdade deveria buscar “racionalizar” os seus conceitos.
Aqui no Sul mais precisamente em Uruguaiana/RS, fronteira com a Argentina, chove e faz frio, adorei seu texto enternecedor, parabéns.
Que graça, a sua filha… E odeio Pitbul. Lembram- me dos mauricinhos, quando eu morava na Barra da Tijuca, que andavam com esses bichos se achando o máximo.
Meu filho de 5 anos, depois de descobriu a morte – ele não tem nenhum dos avôs – passou um tempo só falando nisso.
Muitas vezes, ele chorava, dizendo que não queria que ficássemos velhos – ele se ligou que, quanto mais velho, mais perto da morte estaríamos. E ele era mais novo, tinha uns 3 anos e 1/2, ou 4.
Foi um período tenso, mas que passou. Agora ele fala nisso só de vez em quando.
Mas eu acho bom que as crianças pelo menos saibam disso, não acha?
Concordo, acho sim. Por isso eu disse que há um período de insistência em falar do tema, que assusta um pouco mais os pais. Contudo, a melhor solução foi a que optamos (e que você também), ou seja, falar a verdade.
Corta o coração – não sei se você concorda – vê-lo chorar com medo que eu fique velho por que eu vou morrer. Mas faz parte!
Claro que corta. Mas ainda acho melhor dizer a verdade.
Barça, depois do Jet ski, outra coisa abominável em praia são imbecis andando com seus cachorros anabolizados. Aliás, essa raça de cachorro deveria ser proibida de circulação.
Muito legal sua filha com 4 anos ter uma visão sobre a morte, mesmo que seja superficial. Ela com certeza saberá lidar muito bem com isso no futuro.
É mesmo, pior quando estão sem coleiras, tanto os cães quanto os donos…
Um amigo costuma dizer que os pitbulls deveriam ser exterminados, e seus donos também… claro, em tom de brincadeira!
Em tom de brincadeira e de ignorância.
“E aquele velhinho ali, vai morrer logo?”….hahahaha….criança é incrível mesmo.
Meus filhos (7 e 4 anos) conviveram com duas mortes…a do bisavô (uns tempinho já) e de nossa cachorrinha (umas semanas atrás).
A explicação que damos é que viraram estrelinhas e foram pro céu.
Outro dia, estava um céu lindo e estrelado, e passeando eu comentei: “olha só que céu estrelado”…mas na hora eles perguntaram: “pai, qual dessas é o bisô e qual a July (a cachorrinha, coincidências a parte, mas longe de ser uma Pulguinha)?
Sem uma resposta pronta pra isso eu falei: “são as duas mais brilhantes do céu, porque estão sempre sorrindo pra vocês.”….ok, continuamos andando, passou mais um tempo e o maior perguntou: “pai, não encontro mais as estrelas”….aí o menor (minha salvação) na hora falou: “não, não…estão ali ó”…”mas como foram parar ali?”…”ué? eles estão brincando…”.
Pois mais engraçado que tenha sido na hora, tenho dificuldades de encarar certos assuntos nessa fase. Ainda mais porque após qualquer resposta, as perguntas se multiplicam….hehehe.
O sentimento da perda é um dos únicos, senão o único sentimento que temos certeza que iremos ter contato ao longo da vida, mas nunca saberemos lidar com ela. Ao meu ver isso é um tanto quanto paradoxal.
Seria tão melhor se tivéssemos a percepção e a simplicidade que sua filha teve, talvez viveríamos um pouco melhor.
Abraço.
Eu tenho uma filha também.
A realidade é dura mesmo.
Por mais que tentamos protegê-los.
E isso faz parte cada vez mais do crescimento.
Não deveria ser assim.
“Bem vindo ao mundo cão”.
Literalmente.
Barça.
Essa de, “por favor, não me venham os defensores de pitbulls alegarem que é um bichinho inofensivo”, merece uma reflexão, não concorda? Nem todo Pit Bull merece tal rótulo, pois quem o torna assim é o dono, ou, salvo raras exceções, alguma doença do animal. Eu tenho dois Filas que se deitam para que meu sobrinho de cinco anos brinque com eles. Abraço.
Olha, Marcos, quantas reportagens sobre pitbulls aparentemente inofensivos que atacam os próprios donos alguém precisa ler para concluir que a raça é instável?
Lembrei-me de um fato engraçado.
Meu filho já é um marmanjo de 18 anos.
Quando ele tinha uns três ou quatro anos, ele viu uma vizinha da minha mãe, que era bem idosa, e perguntou:
– Você é velha, né?
A doce senhora respondeu:
– Sou sim, meu filho!
Ele arregalou os olhos e disse:
A senhora vai morrer, sabia?
Fez-se um silêncio sepulcral! : )
Fico impressionada com a sincronia de algumas coisas na vida. Ontem meu irmão de 11 anos encontrou seu cachorrinho morto. Teve uma parada cardiorespiratoria. Ele já havia perdido uma avó, mas a morte inesperada foi uma novidade díficil.
Momentos assim sempre nos fazem refletir!
beijos.
Má
Meu filho mais velho devia estar com uns 5 anos nessa época. Estávamos num elevador, e entrou um velhinho de bengala, todo trêmulo, amparado por um cuidador ou enfermeiro. Meu filho ficou fascinado, acho que nunca tinha visto um velhinho tão velhinho… ele olhava, olhava… quando saímos do elevador, ele começou a chorar. Eu perguntei o que ele tinha, e ele falou “mãe, cê sabe que todo mundo morre e aquele velhinho vai morrer jájá…” Pqp… fiquei tão mal com a crueldade dessa percepção numa criança tão pequena…
Vc acha crueldade? Eu não acho que seja cruel.
O que eu quis dizer é que o que dói neles dói na gente também, André. É como injeção e remédio:é importante, é necessário, mas dói na gente vê-los ou fazê-los sofrer.
Tenho três filhos, dois meninos e uma menina. Conversamos muito. Explico e falo de tudo, do bom e do ruim que tem na vida.Sei que algum dia, alguma hora, por algum motivo, sofrerão. E que não posso evitar que eles passem por isso, apenas prepará-los.
Mas que dói ver a dor deles, ah isso dói…
Extinção da raça urgente. Aqui em Floripa neste fim de semana um “adorável, manso e inofensivo” diabo desses escapou e atacou 4 pessoas, menos mal que todas adultas, mas o estrago foi feio, uma delas por muito pouco não teve o braço arrancado. Acho que a pena pra quem tem um cachorro/aberração desses devia ser um encontro a sós com o pai da vítima. Tipo o cachorro machucou muito ou matou uma criança, a pena para o animal dono do animal seria uma tarde inteira trancando numa sala com o pai da criança, só os dois…
Numa outra oportunidade apresentarei minha idéia de punição aos condenados por estrupo…
Não soube desse caso. Que coisa terrível.
obviamente quis dizer “estupro”
Calma Oséas, foi um erro de digitação e não de gramática… Não seja tão justo.. divida o fardo
Triste seu comentário, pois a culpa/pena deve ser exclusiva para o dono do animal, que assim o cria, tornando-o perigoso. Não é questão da raça, pois há também muitos SRD que são tão ferozes quanto. Você sugere claramente uma espécie de vingança, e a culpa é do cão? Interessante.
Adeus, Joli Pulguinha.
Tenho um grande amigo que cria uma cachorra pitbull enorme, a Chitara. Ela é linda e o bicho mais manso e brincalhão que conheço. Já cansei de rolar no chão com ela, brincando.
É evidente que qualquer cachorro é aquilo que o dono lhe ensinou a ser. E o que mais tem é gente violenta criando pitbull.
Nao quero nem discutir, nem trazer a tona nenhuma questao. apenas constatar a sua sensibilidade no post… Pobre pulguinha… a vida segue, cada dia mais pobre para alguns, que vivem suas perdas… Abs.
Ter um filho (a) deve ser um aprendizado a cada dia. Parabéns pela sua filha, Barça!
Eu imagino a cara de algum desses velhinhos caso escute a pergunta da sua filha, hehe, restará a ele torcer por um fim diferente do Pulguinha, longe dos dentes de um ‘dócil’ pitbull.
André, fiquei MUITO TRISTE MESMO pelo Pulguinha (ou Joli – mas o nome que a Nina deu foi mais bacaninha). Mas seu post me lembrou um causo de família: minha mãe morreu há quatro anos, aos 57, e como a genética materna mistura índio e português, o pessoal só começa a ter cabelos brancos lá pelos 70, 80 anos.
Daí que o Pietro (que é meu priminho mais novo e, na época, estava com seis anos), perguntou porque minha mãe tinha morrido de cabelo pretinho (para ele, só os velhinhos morrem e a maioria já tem os cabelos brancos). Explicamos que minha mãe tinha ficado doente e que ela não tinha conseguido se recuperar, mas que geralmente as pessoas morriam quando já estavam bem velhinhas e tinham cabelos brancos.
Minha tia mais velha tinha, na época, 78 anos e os cabelos todos brancos. Com aquela sinceridade que só criança tem, ele virou pra ela e disse: “Viu, Tia Cema, cuidado que você é a próxima…”
Sinceridade é tudo, não?
Nessas horas os cristãos se dão bem, têm a muleta de Deus. Pena que a muleta dure tão pouco.
Sua filha assistiu UP? Meu filho assistiu quando tinha uns 4 anos, saiu do cinema quieto, ficou calado por uma meia hora. Depois perguntou se ia acontecer a mesma coisa com a Bisa – por mais metafórico, ele entendeu a mensagem do filme de a velhinha tinha morrido.
Olá, Ariovaldo; se entendi corretamente seu comentário, a meu ver ele guarda dois equívocos: primeiro você cita os cristãos como se fossem os únicos a ter “a muleta de Deus”, o que todas as outras religiões desmentem (acho que você confundiu os termos cristão e crente); depois ironicamente lamenta “Pena que a muleta dure tão pouco”, o que é filosoficamente um absurdo já que ninguém nunca voltou da morte para dizer que lá não existe nada. Por último, não crer em nada também pode ser visto como uma muleta – a muleta da matéria, ainda que finita. Abraço,
“E aquele velhinho ali, vai morrer logo?”
“[…] Agora, todo idoso que ela vê na rua, pergunta: “E aquele velhinho ali, vai morrer logo?” […]” Eu ri com esta parte! É meio macabra também… rs. Tem coisas que só a mente de uma criança percebe e associa… acho um barato isto! Lidar com a perda é complicado, tem gente que não consegue mesmo depois de uma certa idade. Por isso creio que devemos viver, sentir, compartilhar e dizer as pessoas o quão são queridas por nós. Até mesmo os amigos daqui… com os comentários agradáveis… e tal.
É mesmo um Folgazão!
não creio nessa do pitbull ser agressivo andré, tenho amigos que tem a raça e são super dósseis, ms tambem já vi alguns atacando outros cães verozmente, acho que é muito da criação mas, isso é outro assunto..bela crônica.
Sei lá, mas Pitbull é uma raça de cachorro que não se pode confiar muito.. Por mais que os defenda os que os têm…. e percebe-se que quem tem Pitbull quer posar com certo “status”. Embora o cachorro de vossa história Barça, não seja 100% desta raça. E como as crianças fazem perguntas capciosas!, é impressionante. Abraço meus Pais todos os dias, já na casa dos 70 anos… a gente não sabe o amanhã para idosos ainda que gozem de relativa boa saúde…. abraços
Não vou nem começar essa discussão aqui, é assunto pra outro post. Já tive uma vizinha, uma senhora de 60 e tantos anos, que foi atacada pelo pitbull que ela criava, carinhosamente, desde que o cão nasceu.
Eu também já fui atacado pelo meu basset hound, considerada a raça mais mansa entre as mais de 400 que existem. Alíás,o tobias(nome do fi duma égua) era criado a pão de ló e mordia a mim e a minha esposa. Já que quer abordar o assunto em outro post, sugiro entrevistar o Alexandre Rossi, especialista em cães, e perguntar pra ele se existe alguma raça que tenha como característica ser instável.
Vou te dar o telefone da dona do pinscher, liga lá e entrevista ela.
Fala Barça! Realmente criança é um barato…até mesmo o jeito que reagem às coisas difíceis da vida como a morte. Minha filha é um pouco mais nova que a sua, uns tempos atrás ela me viu de cueca e falou: “olha a periquita do papai!” Aí tive que explicar para ela que os meninos tem pipi e só as meninas tem periquita rs…Outra coisa que fico pensando é o tipo de banda que ela vai gostar quando for adolescente…imagina só como serão as bandas daqui 10, 15 anos? foster the people já será um clássico! Será que o rock terá salvação ou virará peça de museu mesmo? Abraço!
Bem, eu diria que toda perda e’ dificil. Mas no caso dos “velhinhos” que morrem de morte natural ou simplesmente de “velhice”, a morte e’ bem mais facil de ser absorvida. No caso de morte por causa violenta como no caso da “Pulguinha” e’ outra historia. Um estupido qualquer cria um cao que nao tem capacidade de controlar ou um bebedo que dirige a 200 km/h em via publica sao simplesmente um sinais da falencia da nossa civilizacao.
Alguem por um acaso sabe a legislacao sobre ataque de caes com vitimas no Brasil? Nos EUA, na maioria dos estados, o dono vai em cana. Pois essa historia de que nao sabia que o cao era agressivo ou que deixou o portao bem fechado, nao cola. O Pit Bull inclusive ja’ foi banido em varios paises.
Não esquenta! Crianças superam essas coisas melhor do que a gente pensa. Basta que os adultos não se desesperem. Pior do que isso, foi minha filha de 4 anos que viu o tio ter um ataque cardíaco fulminante. Ficou uns dias perguntando pra onde ele tinha ido, mas depois esqueceu.
Lendo sua história, eu me lembrei de quando eu descobri que as pessoas morriam. Estava sendo transmitido o funeral do Ayrton Senna. Eu tinha 6 anos na época e eu perguntei pro meu irmão mais velho porque ele tinha morrido. Aí ele me explicou que todos morriam.
Eu acho muito melhor explicar nessa fase para as crianças o que é a morte do que ficar inventando histórias (“Ah, ele foi viajar…”). Acredito que dessa forma elas consigam lidar melhor com a situação quando acontecer com alguém próximo a ela (animal de estimação ou da família). Parabéns, Barça!