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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Corra que o Abel Ferrara está aqui!

Por Andre Barcinski
25/04/12 07:00


Se eu estivesse em São Paulo, já estaria na fila para o debate com o cineasta Abel Ferrara no CCBB, que começa às 13h. Chance raríssima de conhecer um dos autores mais interessantes do cinema das últimas duas décadas.

O CCBB inicia hoje uma mostra completa dos filmes de Ferrara. A retrospectiva, que já passou por Rio e Brasília, vai até 6 de maio (veja a programação aqui).

Tirando um ou outro filme que Ferrara fez sob encomenda para estúdios, como “Olhos de Serpente”, todos os filmes que vi dele são memoráveis.

Mesmo quando erra – ou exagera, o que faz com freqüência – Ferrara sempre demonstra uma visão pessoal e única do cinema.

Se Woody Allen ficou famoso por mostrar o lado cool de Nova York e sua boemia intelectual, Ferrara focou num aspecto mais perverso e sombrio da cidade.

Ele cresceu no Bronx, e logo se enturmou com a cena de cinema marginal de Nova York.  Fez filmes pornôs – e, ao que parece, atuou em alguns deles (por favor, alguém pergunte isso para ele, ok?) – e uma série de curtas alternativos, que também estão na mostra.

Trabalhou também em TV, dirigindo episódios da série “Miami Vice” para Michael Mann.

Mas foi nos anos 90 que Ferrara encontrou sua “voz”, com uma série de filmes notáveis.

Eu não perderia “O Rei de Nova York”, sua versão de “O Poderoso Chefão”, com Christopher Walken no papel de um gângster, e um elenco matador que inclui Laurence Fishburne, Wesley Snipes, Victor Argo e David Caruso.

Outra jóia é “Vício Frenético” (1992), com Harvey Keitel no papel de um policial barra pesada que vai ao inferno durante a investigação de um crime bárbaro envolvendo uma freira.

Se Scorsese e seu “Taxi Driver” pintaram um quadro cinza da paranóia nova-iorquina no pós-Vietnã, “Vício Frenético” explora os subterrâneos da cidade na era do crack. É a maior atuação de Keitel e uma das experiências mais intensas que alguém pode ter num cinema. Vê-lo em 35 mm é um programa imperdível.

Outros destaques são “The Addiction” (1995), um filme urbano de vampiros, fotografado num preto e branco Expressionista, e “Os Chefões” (1996), história de três irmãos mafiosos dos anos 30, com Christopher Walken, Vincent Gallo e Chris Penn.

Tenho muita curiosidade para ver dois documentários recentes de Ferrara, “Chelsea on the Rocks”, sobre o mitológico Chelsea Hotel, e “Napoli, Napoli, Napoli”, sua visão sobre a cidade italiana.

A mostra é uma grande pedida para quem gosta de filmes fora do padrão comercial. Abel Ferrara é o que há.

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Comentários

  1. Patricia comentou em 30/04/12 at 12:26

    Graças ao seu blog tive a felicidade de passar quase todo meu fim de semana vendo as sessões lá no CCBB. Foi intenso e mágico; ver Vício Frenético me deixou sem palavras…O Abel é o cara!

    • Andre Barcinski comentou em 30/04/12 at 13:29

      Legal que vc curtiu, fico contente. Ver esse filme em 35mm é realmente uma chance rara.

  2. Jair Fonseca comentou em 27/04/12 at 0:31

    “The Black Out”. Tudo nervoso. Inclusive o Dennis Hopper, num dos últimos papéis na ficção que correspondeu à sua trajetória lucidamente enlouquecida.

  3. Axel Terceiro comentou em 26/04/12 at 9:36

    André, me diz uma coisa: como foi esse tal de ”laboratório” que o Keitel e o Ferrara participaram para fazer ”Vício Frenético”? Ouvi dizer que foi bem bizarro…

    • Andre Barcinski comentou em 26/04/12 at 9:52

      Olha, pelo que li em entrevistas, na época, eles passaram um bom tempo andando por Nova York e “confraternizando” com personagens reais que inspiraram os personagens do filme. Deve ter sido interessante…

  4. João Gilberto Monteiro comentou em 25/04/12 at 20:43

    André, se o Abel Ferrara fosse contemporâneo da turma da Nova Hollywood, nos anos 70,ele seria mais famoso, mais consagrado?????

    • Andre Barcinski comentou em 26/04/12 at 8:42

      Boa pergunta. Acho que sim, ele meio que fez um cinema parecido com o daquela turma, mas 15 anos depois.

  5. Vitor comentou em 25/04/12 at 18:53

    Abel é um sensacionalista, seus filmes só querem causar polêmica, sem nunca refletir sobre as questões que coloca no filme. Nem deveria ser chamado de diretor. Deveria ser diretor do programa do Datena. Diretor que retratata nova York é Spike Lee e Martin Scorcese, que colocam questões e nos fazem refletir sobre ela. Esses dois sim são diretores e não esse drogado chamado Abel Ferrara.

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 19:06

      Quanta besteira num parágrafo só. E se vc não gostar do trabalho de um cineasta pq ele se droga, sugiro não ver nenhum filme do Scorsese nos anos 70 e 80.

    • maria comentou em 25/04/12 at 19:48

      e não ouvir música de ninguém, nunca mais na sua vida.
      ok, pode ouvir música gospel e straight edge, hahaha

    • Marcelo comentou em 27/04/12 at 18:31

      Se as drogas (e a bebida) são o problema, não veja filmes do Scorsese, não ouça música americana e não leia Bukowski…Como a Maria escreveu, vai sobrar música gospel.

  6. Fernando comentou em 25/04/12 at 18:43

    André, você gosta dos filmes do D. Cronenberg? Só conheço A Mosca. Vi o trailer do Cosmopolis… deve ser interessante.

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 19:05

      Gosto demais, de quase tudo. Vou fazer um post sobre ele qqr hora.

      • Renato comentou em 26/04/12 at 8:41

        Gosto muito de ‘Gêmeos, mórbida semelhança’ e ‘M. Butterfly’, ambos com um Jeremy Irons impecável.

    • Alex comentou em 26/04/12 at 7:30

      “A History of Violence” do Cronenberg tem uma das performances mais impressionantes que ja’ vi: Willian Hurt na pele de um mafioso na Philadelphia.

  7. eduardob comentou em 25/04/12 at 16:20

    a cena final do vício frenético é perfeita. não consigo pensar numa maneira melhor de terminar aquele filme

    • Casoares comentou em 26/04/12 at 21:27

      Tem razão. Vale a pena ver.

  8. GUZ comentou em 25/04/12 at 16:19

    Chelsea On the Rocks ja está rodando no HBO signature e outros da família. O documentário é fantástico, muito bom mesmoe aborda tudo quea gente espera. A morte do Sid Vicious, as festa loucas, o punk novaiorquino e muito mais. Bem legal mesmo. Ja gravei e coloquei na pratileira. Recomendo a todos.

  9. Jaime comentou em 25/04/12 at 15:22

    André, sei q Abel Ferrara não é o único com essa aura maldita, cujo cinema é tão subestimado.

    Mas, sem essa coisa de tratá-lo como coitadinho, a (relativa?) falta de reconhecimento não coincidiria com a ascensão do cinema do Tarantino?

    Comento isso pois os dois, além de contemporâneos, trabalharam com atores e temáticas semelhantes, embora com estilos e abordagens distintas.

    Só para constar: Lembro q à época de “Pulp Fiction” aluguei “O Rei De Nova York” e meu colegas (assim como eu, pivetes) não cansavam de depreciá-lo como imitador do diretor de “Câes de Aluguel”.

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 15:38

      Cara, não sei, os filmes do Tarantino têm uma pegada pop muito forte, trilhas sonoras “espertas”, atores muito conhecidos (Bruce Willis, Travolta), mil referências a outros filmes, um senso estético mais pop que o do Ferrara. Entendo porque um fez sucesso e o outro continuou maldito.

    • osvjor comentou em 26/04/12 at 6:54

      acho q não, Tarantino é posterior a Abel Ferrara, e certamente deve gostar do diretor de “Vicio frenetico”…

  10. Zé comentou em 25/04/12 at 14:17

    E ao assistir esse filme, fiquei curioso sobre a atriz principal do filme, Zoë lund.Pesquisando sobre ela, descobri que ela é autora, em parceria com o ferrara, do roteiro de “Vicio frenético”, além de também atuar no filme.Infelizmente, morreu de overdose de cocaína em 1999.

  11. Zé comentou em 25/04/12 at 13:23

    Domingo assisti nop último dia da mostra dele aqui no Rio o “Sedução e vingança” (Ms. 45, no original). Adorei.Divertidíssimo.

  12. Paulo comentou em 25/04/12 at 12:03

    Christopher Walken, Laurence Fishburne, Wesley Snipes, Victor Argo e David Caruso, alguém pergunte como ele reuniu esse elenco.

  13. Mauricio comentou em 25/04/12 at 12:00

    Napoli… é fácil de encontrar em qualquer locadora decente. A forma como ele retrata a cidade é arrebatadora, aquilo é a Itália! Milão o excambau, lugar de coxinhas…

  14. Rodrigo Goulart comentou em 25/04/12 at 11:52

    Barça, “Olhos de Serpente” não é aquele filme do de Palma com o Nicolas Cage?

    • Rodrigo Goulart comentou em 25/04/12 at 11:57

      Esquece… li agora uma resposta de antes explicando… Foi mal.

  15. Yuri comentou em 25/04/12 at 11:51

    Por acaso foi ele quem dirigiu Ms 45 ?

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 12:05

      Foi sim, mas não acho grande coisa.

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 12:07

      Foi, mas não acho esse filme grande coisa.

  16. Fabio Pereira comentou em 25/04/12 at 11:44

    Fora do tema do texto, mas acho que vale: foto de Lux Interior e Poison Ivy – hippies – em 1972.
    http://www.dangerousminds.net/comments/the_cramps_lux_interior_and_poison_ivy_photographed_in_1972

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 12:07

      Cara, que fantástico isso. Tava mesmo pensando em fazer um post sobre o Dangerous Minds, que blog viciante, não?

      • Fabio Pereira comentou em 25/04/12 at 12:31

        Vício é a palavra exata. Todo dia o blog tem textos, vídeos e fotos muito interessantes.

    • Andre Lima comentou em 25/04/12 at 14:29

      Isso me lembrou um email que recebi hoje, falando sobre o lançamento do documentário sobre o Ministry/Al Jourgensen, chamado FIX ( http://www.fixtheministrymovie.com/ ). Barça, taí outra banda que merece um post aqui…

      • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 14:55

        Legal, mas como demorou esse filme, não? Acho que faz uns dois anos que está pra sair…

        • Andre Lima comentou em 25/04/12 at 15:40

          Pois é, a última coisa que eu soube foi que o Jourgensen tava processando os produtores do doc, por quebra de contrato e por não ter aprovado a edição final ( http://latimesblogs.latimes.com/music_blog/2011/04/ministry-frontman-al-jourgensen-sues-makers-of-behind-the-scenes-documentary-fix-.html ).

  17. José Eduardo Amorozo comentou em 25/04/12 at 11:41

    Se não estou confundindo, o TNT passou um filme do Abel Ferrara no penúltimo fim de semana com o nome de Vício Frenético e o policial Junky era o Nicholas Cage investigando o massacre de uma família de negros em NY.
    Se vc puder me esclarecer…

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 12:08

      Essa é a refilmagem, feita pelo Werner Herzog, e que eu acho um dos piores filmes que já vi.

      • José Eduardo Amorozo comentou em 30/04/12 at 9:54

        Valeu.
        Revi este fim de semana e é ruim mesmo.
        E o filme se passa em New Orleans e não NY.
        Muito obrigado e continuo aguardando posts musicais reveladores.
        Abraço

        • jAH comentou em 01/05/12 at 9:20

          Poisé, acabei no gato por lebre e assisti na TV a cabo o VF com o Nicholas Cage, que não me pareceu tão canastrão quanto o usual; também achei um espanto ser um filme do Herzog, não era para tanto. Mas não achei um fime ruim. E a Eva Mendes é um plus. De qq forma vi o filme picado(o filme, não eu), e agora entendi que é de 2011, e o do Abel é de 1992.
          Vou tentar achar o original.

  18. Tião comentou em 25/04/12 at 10:27

    Chelsea on the rocks tem nos torrents, mas Napoli, napoli, napoli não. Alguem sabe onde encontrar?
    Os chefões não é O funeral?
    Barcinski: não vais cobrar a entrevista de NY?

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 11:16

      Os Chefões é o título brasileiro de “O Funeral”.

    • Kulberg comentou em 25/04/12 at 12:49

      Pois é, Napoli… também nunca vi. Moro no interior e não tem locadora decente, fico na dependência do Cine Torrent, mas também não consigo achar este filme. Se conseguir posta o link aqui que agradeço!

      • Felipe comentou em 26/04/12 at 9:26

        Não consigo lembrar de onde baixei, mas tenho napoli, napoli, napoli. Numa versão dual audio, com dublagem em português, inclusive.

  19. Marcel Augusto Molinari comentou em 25/04/12 at 10:19

    Depois do último post seu sobre Abel Ferrara, até coloquei Vicio Frenético e Rei de NY pra baixar… Sobre o debate, uma pena que será 13:00… pra quem trabalha esses horários são de matar!

  20. Torrentes de Emoção comentou em 25/04/12 at 10:10

    Também tem uma cópia de “Chelsea on The Rocks” na baía Pirata.

  21. paulo r. siqueira comentou em 25/04/12 at 10:05

    A sessão dupla que gostaria de assistir é no domingo a partir das 18:00h. Ou seja você sai do último filme quase 10 da noite e pode vivenciar o mundo do crack na vida real, pois andar pelo Centro no domingo essa hora deve ser um pesadelo. Ainda por cima o prédio do BB é muito bonito, mas haja coragem.

  22. neder comentou em 25/04/12 at 9:57

    Fico imaginando como são os pornôs do Abel Ferrara. Fez o caminho inverso do Mojica. Alguém precisa apresentá-los um ao outro.

  23. Caio comentou em 25/04/12 at 9:54

    Dá pra dizer que Abel Ferrara e Sidney Lumet mostram o lado obscurso, gangster, feio, preto e branco (mais preto que branco) de New York.

  24. João Arthur comentou em 25/04/12 at 9:43

    O filme mencionado no Post se chama 9 lives of a Wet Pussy. Vi o começo e posso dizer que já começa hard. É fácil de achar e ao que parece Abel faz uma ponta, oportunidade única de conhecer característas de um diretor normalmente negadas por uma imprensa que não vai a fundo em suas enquentes.

  25. Felipe comentou em 25/04/12 at 9:35

    “Napoli, Napoli, Napoli” vc encontra pra baixar sem mta dificuldade

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 11:17

      Boa, vou procurar.

  26. Marcel de Souza comentou em 25/04/12 at 9:14

    pô, na minha inocência eu achei que você tinha citado um filme do Brian de Palma como se fosse do Ferrara e acabei descobrindo que os 2 tem um filme contestado chamado “Olhos de Serpente”. Que coisa!!!

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 9:21

      E são duas porcarias, impressionante.

      • Marcel de Souza comentou em 25/04/12 at 10:17

        O do Ferrara ainda tem a Madonna!!! Deve ser uma bomba mesmo! Vou procurar pra assistir!! 😉

  27. Kulberg comentou em 25/04/12 at 9:09

    Só passei aqui para agradecer, na sua outra postagem sobre o Abel me fez passar o fim-de-semana todo (re)assistindo os seus filmes.

  28. F. de I. comentou em 25/04/12 at 8:57

    Miami Vice? Eu via muito! A sabatina é só hoje? Gostaria de poder ir ver, as referências foram ótimas!

  29. Lázaro Luis Lucas comentou em 25/04/12 at 8:55

    “Chelsea On The Rocks” pode ser assistido nos canais HBO-Max.

    • Andre Barcinski comentou em 25/04/12 at 9:10

      Sério? Valeu pela dica, vou procurar, nunca vi esse filme passando na TV.

      • Anônimo comentou em 25/04/12 at 9:55

        E também pode ser baixado pela internet, se for o caso.

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