O mistério da Funchicórea
07/05/12 07:00
Você provavelmente já usou. E seus pais. E até seus avós.
Estou falando da Funchicórea, um medicamente fitoterápico usado no Brasil há 72 anos para aliviar cólicas de bebês.
Em fevereiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou o registro da Funchicórea, alegando que sua eficácia não é cientificamente comprovada. O processo estava rolando há oito anos (leia mais aqui).
A notícia causou uma correria de pais a farmácias, atrás dos últimos vidros do pó milagroso. Uma farmacêutica me disse que uma mãe, desesperada, comprou os últimos seis vidros do estoque.
O consenso entre médicos é de que o produto, se não resolve o problema das cólicas, pelo menos alivia as dores do bebê.
O pediatra de nossa filha nunca se opôs ao uso da Funchicórea: “Mal não faz, só não use em excesso”, dizia.
Não sou cientista e não sei dizer se a Funchicórea acaba com cólicas. O que sei é que ela realmente funciona para acalmar o bebê. E nunca ouvi falar de nenhum bebê que passou mal depois de usá-la. Afinal, um remédio usado há 72 anos já foi bastante testado, certo?
A proibição da Anvisa levanta algumas questões:
Em primeiro lugar: se o remédio faz mal, por que o Brasil levou 72 anos para proibi-lo?
Em segundo lugar: quem se favorece com a proibição?
Não estou levantando nenhuma teoria da conspiração. Mas vivemos num país sabidamente dominado por lobby de empresas, e só gostaria de ter certeza de que a proibição visou o bem-estar da população e não os interesses de alguém.
Em um fórum nas redes sociais, um leitor escreveu, comentando a proibição:
“As agências do governo não permitem vender tanta porcaria para as crianças em embalagens coloridas nas gôndolas dos mercados?”
Disse tudo.
Olha eu nao sei de que lado ficar mas nao boto fé nessa funchicórea.. Antes pesquisem cada propriedade que há nesse “medicamento”. Algumas sao meio assustadoras.. Mas nao tem como saber a verdade né? Pra mim,o melhor é evitar.
Como disse no texto: um remédio que é usado a 72 anos já foi “testado” o suficiente. Se ele não faz bem pelo menos não faz mal a criança. Pior é deixar o pequeno sofrendo com as cólicas e os pais sofrendo pela dor do filho.
Pior de tudo é deixar uma propaganda no canal infantil dizer que cheetos e saudavel….. A ANVISA tem que se preocupar com o que é serio!
Tambem estou sofrendo com esse sumico e a minha teoria eh: tiraram do mercado pq custava muito barato. Algum laboratorio mega comprou e vai recolocar no mercado por R$ 100…..bjs
sou terapeuta naturista e conheço as pesquisas científicas sobre as propriedades medicinais das sementes de funcho e da raiz da chicorea que realmente acalmam as cólicas intestinais. São muitos os interesses escusos por trás desta proibição.Quanto ao comentário de que a homeopatia seria um placebo e que precisa ter fé,mostra total ignoância desta pessoa que da palpite daquilo que não entende nada.Animais são tratados pela homeopatiacom enorme sucesso.Seria tão grande a fé deles e o efeito placebo em animais existe,meu caro? Homeopatia é um tratamento maravilhoso,que trata o homem holisticamente,curando corpo, alma e espírito. Faço homeopatia pela Universidade Federal de Viçosa e cada vez me apaixono mais por ela.Mas, que volte a Funchicorea ” para o bem de todos e felecidade geral da nação”.
Obrigado pelo esclarecimento.
André,
Eu e minha esposa rodamos nossa cidade atrás da Funchicórea, até que uma farmacêutica nos contou a pérola da Anvisa. De fato, acalmava muito nosso filhote. Sinto falta de dois outros medicamentos (estes, de fato, funcionavam): Colubiazol e Argyrophedrine. Não sei se faziam mal, mas resolviam o problema…
Argyrophedrine pode ser manipulado, acabei de receber a receita de meu médico e estou com ele pronto.
Funchicória tem o mesmo efeito de açúcar na língua do bebê. Ajuda a parar de chorar porque distrai. Não resolve nada. É certo vender ilusões a pais e mães dizendo que é remédio?
É certo vender cremes para rosto que “ativam o gene da juventude”? É certo vender desodorantes que diminuem o crescimento dos pelos ou clareiam a pele das axilas? É certo vender xampu que deixa o cabelo mais liso ou impede a queda?
Por que aceitamos tanta esganação?
Você estava indo tão bem até o “esganação”!!!
Putz! “esganação”, por que? por que? que pena!
Sò digo uma coisa: para o meu filho a funchicórea funcionou que foi uma beleza. E acho pouquíssimo provável que uma criança de 2 meses de idade esteja sujeita ao famoso efeito placebo.
Gente…meu filho teve colicas nos 4 primeiros meses..nunca usei funchicoria com ele…trabalhei em farmacia durante 20 anos…sempre achei isso um placebão….voce usa a funchicoria…com o bebe. Na verdade o remedio é pra voce. Da o funchicoria pro bebe..e faz tudo que o medico mandou ai para a colica…se voce nao der e fizer tudo certo a colica para do mesmo jeito..
E como usar esses shakes da televisao…todos eles acompanhados de uma boa dieta e exercicios fazem voce emagrecer.
Aliás, para não ficar só na encheção de saco: a sua dica do Mark Lanegan foi nota dez. Valeu.
Cara, impressionante como discordo de você, acho que é perseguição.
Sei lá de Funchicórea ou seja lá o que for. Tenho dois filhos e nunca-jamais ouvi falar disso.
Mas não é aí que discordo – discordo é que você acha uma absurdo proibir o treco, mas acha que a solução é proibir os salgadinhos da Elma Chips!
Pombas, acharia “menos pior” proibir um remédio que não funciona que um salgadinho que não promete nada.
Mas o melhor é não proibir nem um, nem outro: é deixar que as pessoas, com o maldito livre arbítrio que têm, escolham o que lhes for melhor e mais conveniente!
Desculpe, sei que é uma babaquice ir no blog dos outros só para encher o saco (e é só o que tenho feito aqui), mas você é um cara simpático e dá dó quando suas conclusões batem na trave.
Eu nenhum momento eu disse que era a favor de proibir salgadinhos de quem quer que seja, vc inventou isso de sua cabeça. Só acho inacreditável que a Anvisa tenha tanto cuidado com um remédio fitoterápico que é vendido há 72 anos e ache normal vender alimentos em embalagens chamativas para crianças.
Quer outra? Meu tio me disse que encontrou um ex-funcionário da empresa que ele trabalha e ele estava produzindo carrinho de bebês na garagem da sua casa. Meu tio perguntou: Mas quem compra, vc não precisa de aprovação do INMETRO e tal? E ele: Não. Eu estou vendendo direto para Hipermercados, sem nota fiscal, eles vendem como se fosse importado. Olha o absurdo, cara, a segurança dos bebês é a última coisa que pensam.
André, comigo aconteceu o seguinte. Comprei um carrinho de bebê por R$ 450, da marca Burigotto. TInha um modelo chinês por R$ 150, mas o vendedor garantiu que o de 450 era um dos melhores do mercado e blá,blá,blá. Pai de 1a viagem, comprei. O carrinho é simplesmente um lixo. Parece um Corcel 73. Duro, barulhento e, o mais preocupante, inseguro. A parte de baixo, que sustenta o bebê, simplesmente cedeu em um passeio. Sorte que ele estava sentado e conseguimos evitar a queda. Liguei para o SAC da empresa e eles me responderam apenas que o produto foi aprovado pelo INMETRO. Agora, além de não confiar na Burigotto, não confio no INMETRO.
Cara, tive o mesmo problema. A solução é pedir pra alguém trazer do exterior. Comprei um em Londres, custou 200 libras e parece um tanque, aqui custa 1500 reais.
Essa é a melhor opção. Trazer um carrinho para o bebê e um carrão para o pai do exterior. Um Camaro nos EUA custa a partir de U$ 23 mil. Aqui, a partir de 199 mil, no site da chevrolet. Para quem não acredita, seguem os links:
BRAZILZÃO: http://www.chevrolet.com.br/veiculos/todos-os-modelos/carros/camaro/apresentacao.html
USA: http://www.chevrolet.com/camaro-performance-cars/
País maravilhoso. A última: livros encomendados dos EUA estão “sumindo” na alfândega. Duvido que esses caras estejam começando a ler, o mistério é saber o porquê.
Se não faz bem, pelo menos mal não faz.
Usei no meu filho. Não resolveu nada. Mas na hora do aperto, pelo menos funciona como uma esperança. É como homeopatia, tem que ter fé para dar certo.
E, como deveria ser de largo conhecimento, medicina é ciência e funciona independente da crença de cada um. Remédio que depende de fé não é remédio. Viva a pesquisa (inclusive com a funchicórea) e abaixo o curandeirismo modernoso.
André, é realmente comovente a preocupação do Estado Brasileiro para com a saúde dos nossos brasileirinhos, futuros eleitores, em conjunto com a nossa pujante indústria farmacêutica, protegendo os futuros consumidores de antidepressivos, inibidores de apetite, soníferos e podritos!!!!
“Mas vivemos num país sabidamente dominado por lobby de empresas, e só gostaria de ter certeza de que a proibição visou o bem-estar da população e não os interesses de alguém.” Infelizmente, acho que está mais para estes últimos citados aí mesmo, André. A bendita funchicórea salvou muitas madrugadas minhas e da patroa, quando a minha pequena Stella sofria com essas tais cólicas.
E sobre a liberação total ou não do produto, sob o ponto de vista de que o consumidor tem total liberdade e discernimento para decidir o que é melhor: Acredito que existe um ponto negativo nessa tese superliberal, a de que existe total correspondência entre as informações dadas pelo produtor e as recebidas pelo consumidor. Num caso como esse, é bastante cômodo que a indústria produtora use do poder simbólico de um discurso científico a fim de vender mais. Pois é sabido que esse “selo” de qualidade encurta o tempo/esforço que o consumidor tem para conhecer o produto. Basta atestá-lo pela aprovação da comunidade científica e confiar. Obviamente que não defendo ditadura alguma desse discurso científico – existe manipulações e as pessoas tem o direito de escolha. Entretanto, achar que o sujeito em si vai fazer a melhor escolha, e por isso deve seguir por sua conta em risco, é meio temerário.
Só não concordo com a última frase “As agências do governo não permitem vender tanta porcaria para as crianças em embalagens coloridas nas gôndolas dos mercados?”
Sem dúvida é uma contradição em termos de valores, mas do ponto de vista político (leia-se burocrático) existe uma boa diferença entre o controle de medicamentos e o de alimentos ou brinquedos infantis.
Claro que não, porque a Anvisa responde por ambos. Claro que medicamentos, se tomados de forma errada, são muito mais perigosos que alimentos consumidos indevidamente, mas não vejo a Anvisa tomar medidas contra alimentos sabidamente ruins para a saúde, nem contra propagandas absurdas que são liberadas para alimentos infantis.
thomas de quincey feladapulta.
quando eu tinha uns 14 anos descobri que elixir paregórico era tintura de ópio. uma luz na minha mente: láudano, apenas mais fraco, mas porra, DORGAS.
juntei uns caraminguás e comprei uma porrada. tomei tudo. num deu nada.
ou deu:
uma semana sem cagar.
Tem sacarina na fórmula de um produto para bebês e vc se pergunta por que proibiram?
Tem há 72 anos, Carina. Quatro gerações da minha família tomaram e todos sobreviveram bem pra contar a história.
Tudo bem. Mas é literalmente o equivalente a um produto para bebês com tabaco. E todos sobreviveriam tb. Os tempos mudam. Abs.
E um P.S.: não foi do nada, nem levou 72 anos pra pensarem nisso. A funchicórea há sete anos só é vendida com base em limininares. Antes disso, por 20 esperaram finalização de estudos para registro. Antes disso, mudou a posição da Anvisa sobre o uso de partes de plantas. E antes disso a gente sabia muito menos. Eu acho que não faltam coisas revoltantes na indústria farmacêutica, nas crendices, no higienismo. Mas acho tb que a indignação virtual e permanente impede a reflexão e ação. Abs.
Pera aí, Carina, VINTE ANOS para finalizar estudos? E vc vem falar em crendice?
Será que existem estudos sérios que comprovam a eficácia de produtos como Cogumelo do Sol, Cartilagem de Tubarão, Ginseng? Todos estes são vendidos sem restrição
A mesma coisa aconteceu com a tintura de algodoeiro. Há anos no mercado, saiu por conta de determinação da Anvisa. O produto era para aumentar a produção do leito no período de amamentação. E posso assegurar que cumpria o prometido.
Não sabia dessa, vou pesquisar. Obrigado pela info.
Tem certeza que o aumento na produção de leite não era apenas placebo não?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Placebo
Meu caro, muitas vezeso placebo resolve e acalma.
foi o mesmo blablabla com o Merthiolate. Antes tarde do que nunca, se nao funciona tem que tirar do mercado. Ou regulamentar como alimento e nao medicamento. Simples.
O caso do Merthiolate é totalmente diferente deste. O Merthiolate ainda é comercializado, só que com outra fórmula. O problema da fórmula antiga não era efeito placebo, mas a presença de timerosal, que é tóxico.
Se não faz mal (72 anos de uso é evidência mais que suficiente), por que não deixar os pais escolherem? Por que simplesmente não colocar um aviso de que o produto não tem eficácia comprovada? Por que, enfim, tomar dos particulares a chance de escolher?
Parece q os botafoguenses estão todos hj à procura da Funchicórea pra aplacar as dores do viradão carioca… hehe
Sds tricolores.
Fico imaginando a dificuldade que seria “governar” se, como sugeria Caetano Veloso em outras épocas, fosse “proibido proibir”.
(proibido mesmo deveria ser fazer propaganda do livro Humberto “Garth Algar” Gessinger… se com o espaço limitado pelos 5 minutos de música já era difícil de entender sua sabedoria, imagine com milhas e milhas e milhas de papel para se manifestar)
Com certeza, para cada funchicórea não vendida, se venderá algum Qualquercoisol, de algum grande laboratório, e que, apesar de toda a química na composição, dos efeitos colaterais e do preço extorsivo, sem dúvida “garantirá melhores resultados sem prejudicar a saúde do seu bebê”…
O que pode haver de errado numa mistura de erva-doce, chicórea e sacarina? Alro risco do bebê crescer e gostar de sertanejo universitário, mas com a sacarina quem vai ter coragem de mexer?
Curiosidade: algum adulto já tomou Funchicórea quando teve cṍlicas intestinais (ou mesmo sem cólicas, só para ver no que dava)?
É capaz do efeito colateral ser o adulro remoçar… será?
* adulto
OFF TOPIC:
Barça, parece que vemos uma ‘luz no fim do túnel’ da TV aberta…
http://outrocanal.blogfolha.uol.com.br/2012/05/07/pica-pau-conquista-a-pole-e-deixa-caca-bueno-para-tras/
P.S: Também prefiro o Pica-Pau!
Prefere Pica-Pau? Agora mistura com outra ave, o Quero-Quero… fica como?
TU DUM TSS!
cri cri cri cri…
(Tumbleweed passando ao fundo)
Doideira total. Felipeta cê não tomou o remédio hoje?
Dá Funchicórea pra ele acalmar.
O cara faz mais sucesso que o colunista… brincadeira!
Concordo contigo, tenho dois filhos pequenos e usei funchicórea em ambos. É consenso entre os pediatras que 90% das cólicas se dão por conta da imaturidade do sistema digestivo associada a gases, e que passam naturalmente com o tempo. Não sei dizer se a funchicorea curou as cólicas dos meus filhos, mas atesto que ela sempre ajudou a acalmá-los. E já presenciei o mesmo ocorrendo com filhos de amigos e parentes.
Barcinski, nem sei se há uma conspiração da industria farmacêutica mas, o que há com certeza – e isso está na cara para quem quer ver – é o Estado – ou seja, um ou mais bur(r)ocratas – cada vez mais dizendo o que podemos e o que não podemos fazer das nossas vidas. Isso não me parece democracia.
Concordo e acrescento: além dos burrocratas, há o clericalismo científico, quando alguns estudos inconclusos pretendem se sobrepor há algo que pais e mães descobrem empíricamente. Cientistas não são donos da verdade. Não estou preconizando que sejam ignorados. Mas não precisam ser idolatrados como um clero moderno.
Não esqueça do Kassab… ele (Que)ssab o que é bom.
OK, Felipe, acho que por hoje tá bom, né?
Sr F. de I.
Não sou de Sp
Não entendi sua piadinha com Kassab. Foi só a coincidência fonética?
E por favor, não é porque eu critiquei certos “pareceres” científicos que passo a ser “evangélico”, “criacionista” ou um desses “crimes contra o bem pensar”. Sou Ateu! Nâo sou evangélico! Não sou cristão! Não me botem na fogueira!
Não dê atenção ao F. de I. (Falastrão de Interlagos). É apenas um folgazão detentor do Prêmio do Comentário Mais Estapafúrdio. É realmente difícil compreender as suas piadas – mesmo aqueles que frequentam assiduamente o blog não entendem muito bem.
Concordo. Muitos destes idolatrados cientistas, aliás, respondem pelos interesses comerciais da indústria, não interesses ou necessidades da população.