Cinema nacional não é só favela e sertão; tem Costinha de Tarzan e Zezé Macedo de E.T.
18/05/12 07:05
Para quem mora em São Paulo e acha que o terror no cinema nacional se limita aos filmes de Zé do Caixão, recomendo dar um pulo hoje na Cinemateca Brasileira (Lgo. Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana). À meia-noite, rola uma sessão tripla da série “Horror no Cinema Brasileiro”.
Serão exibidos “Enigma para Demônios” (1974), de Carlos Hugo Christensen, “As Noites de Iemanjá” (1971), de Maurice Capovilla e “Exorcismo Negro” (1974), de José Mojica Marins.
Parece que o tal ciclo acontece uma vez por mês, sempre com sessões triplas, começando à meia-noite. E os filmes de Christensen e Capovilla serão exibidos em cópias novas, feitas especialmente para o evento. Programão.
O cinema brasileiro tem uma longa tradição de filmes “estranhos” e diferentes do que o público se acostumou a ver nas telas.
Já fizemos filmes de terror, ficção-científica e policiais bizarros. Pena que assisti-los é uma dificuldade. Só em eventos esporádicos ou no Canal Brasil.
Fiz uma pequena lista de alguns dos meus prediletos, entre filmes brasileiros bizarros. Quem lembrar de outros, por favor, mande suas sugestões…
Costinha, o Rei da Selva (Alcino Diniz, 1976)
Adaptação da história de Tarzan, com Costinha – juro – no papel da criança que se perde na selva e é adotada por macacos. Faria uma sessão dupla perfeita com…
Costinha e o King Mong (Alcino Diniz, 1977)
Costinha e seu fiel escudeiro, Ferrugem, vivem tranqüilos na selva, até que precisam enfrentar uma tribo de homens-leopardos, cuja rainha é ninguém menos que Wilza Carla. Metade do tempo, só aparece a mão do King Mong. É sensacional.
A Rota do Brilho (Deni Cavalcanti, 1990)
Nessa versão brazuca de “Máquina Mortífera”, uma dupla de policiais casca grossa, interpretados por Alexandre Frota e Marcos Manzano (ele mesmo, do “Clube das Mulheres”) investiga a morte de várias prostitutas e o tráfico de cocaína. O filme tem Gretchen pelada e a participação de Lilian Ramos, que depois ficaria famosa naquele episódio em que apareceu sem calcinha ao lado do presidente Itamar Franco. É ver para crer.
Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro (José Mojica Marins, 1972)
Uma bizarra mistura de faroeste e filme de aventura, filmado na Billings, mas fingindo ser a Amazônia. Sem grana pra filmar na selva, Mojica usou um monte de cenas de velhos documentários sobre animais. Ficou estranhíssimo: os bichos e os humanos nunca estão na cena ao mesmo tempo. Tem uma cena de um pessoal dentro do cockpit de um avião que parece ter sido filmada dentro de um Fusca. Fora que um dos “exploradores” anda pela “floresta Amazônica” de havaianas e carregando uma pasta 007.
Abrigo Nuclear (Roberto Pires, 1981)
Este eu daria um braço para ver de novo. Assisti no Cine Vitória, na Cinelândia. Lembro que tinha Norma Bengell no elenco e contava a história de pessoas presas dentro de um abrigo, depois de um desastre nuclear. Tentei convencer meus colegas de turma a assistir de novo, mas ninguém quis. Até hoje me pergunto a razão.
Etéia – A Extraterrestre em Sua Aventura no Rio (Roberto Mauro 1984)
Zezé Macedo faz “Etéia”, a namorada do E.T., que chega à Cidade Maravilhosa em busca de seu amado. Outro filme que eu pagaria qualquer coisa para rever. Me salva, Canal Brasil!
Para finalizar, mais uma ela cena de “A Rota do Brilho”, mostrando o duelo entre Marcos Manzano e Satã, ator e guarda-costas de Zé do Caixão:
Não assisti nenhum filme dessa lista. Mas ao ler esse post me lembrei logo do Canal Brasil, onde já vi Oh! Rebuceteio, Aventuras de um Paraíba, Nos Tempos da Vaselina, e um do Zé do Caixão que não lembro o nome, entre outras pérolas.
Tá explicado pq não és um grande fã de Kubrick
Quanto a mim, sou esquizofrênico: gosto do perfeccionismo lang-wellesiano de SK e também gosto dessas tosqueiras aí. Esse kung fu contra as bonecas é indizível.
André, “Senta No Meu Que Eu Entro Na Tua” (1985) do Ody Fraga é imbatível. Seus episódios “Alô Buça” e “O Unicórnio” são de rachar de rir. No primeiro, a vagina ganha ‘voz própria’. Momento épico: quando a genitália da mulher canta “Tic Tic Nervoso” do Magazine. Kid Vinil deve ter ficado orgulhoso. No outro episódio, o cara é traído, ao invés de nascer um chifre, nasce um pênis na cabeça do sujeito.
Já vi, é surreal.
Ody Fraga é demais! O Ozu Candeias fez um “making of” fotográfico desse filme.
Faltou os filmes do Afonso Brazza. Foram 8, todos filmados em 35mm e com recursos vindos do salário de bombeiro e sei lá mais de onde. Tem um trailer bem confuso que dá pra ter uma idéia da obra: http://youtu.be/u1l-4XVU2GU
Barça, aproveitando o tema desse post, que se trata de filmes de qualidade discutível (não disse ruim), outro dia estava conversando com um professor de música sobre o que seria “música de qualidade”, e não conseguimos chegar a um consenso. Por isso queria perguntar a vc, que tem opiniões bastante interessantes: Para você, o que seria “música de qualidade”? Posso também ser mais abrangente, perguntando o que é ARTE de qualidade (música, cinema, pintura, etc)? O que vc acha? um abraço!
Cesar, o que vocês entendem por ‘qualidade’? Acho que você precisa estabelecer critérios antes de entrar na questão, certo? Por exemplo: o que é uma água de qualidade? Fresca? Grau de pureza? e assim por diante. A partir daí acho que dá pra debater. Há critérios na arte como em qualquer área, o que relativiza é que estes critérios podem ser bons pra uns e ruins pra outros. A depender dos critérios estabelecidos é possível sim dizer o que tem ou não qualidade. O que não se pode é querer que isto sirva para todo mundo, uma qualidade a priori e universal, isto acho que é bastante complicado.
mas é isso mesmo que eu queria encontrar: algum conceito de qualidade independente de gosto. Tem muita música que não gosto mas reconheço a qualidade, seja técnica, seja criativa. Mas um conceito universal é difícil de se conseguir…
Tem aquele As 1001 formas do Amor que são 03 histórias uma mais palhaçada que a outra,dentre elas “Quizumba no Bilhar” foi uma das coisas mais engraçadas que eu já vi! Tião Macalé o auge hahahah
Volta e meia passa no Canal Brasil.
A Viúva Virgem (1972) – Com Henriqueta Brieba e Carlos Imperial.
Fazendeiro casa-se com uma jovem e morre antes de consumar o ato sexual porque comeu demais. Esta vai com sua avó para o Rio. O amante de sua cunhada resolve conquistá-la para dar o golpe do baú, nesse meio tempo, vai oferecendo porcentagens da riqueza da moça para quem ajudá-lo, ao mecanico que empresta o carro , ao alfaiate que faz o terno… após cada encontro ele tem q dar explicações aos “sócios”, se foi produtivo , aparece todo mundo, se não, ele tem que se virar sem as coisas. E “logicamente” o fantasma do coronel volta para atrapalhá-lo. Vale a pena, muito bom!
Sem sacanagem, esse filme para mim é um dos melhores do cinema nacional, assim como as atuações do Imperial e do Jardel Filho.
André, e pensar que, tirando a parte política, ou o que os censores achavam que era, o cinema nacional parecia mais corajoso e experimental na época ditatorial do que agora, na época “democrática”, mas com o politicamente correto na espreita…
Era MUITO mais criativo, não tenho dúvida. Essa padronização da estética de TV no cinema nacional já é uma praga.
desculpe. não resisti. mais uma cena impagável do Kung Fu contra as Bonecas. veja só que “translator”! como era pra frente o nosso sertão dos anos 70!
http://www.youtube.com/watch?v=vaSbRJYoYdE&feature=related
Este é um verdadeiro clássico:
“Kung Fu Contra as Bonecas” de Adriano Stuart.
RECOMENDO!
uma das cenas imperdíveis:
http://www.youtube.com/watch?v=IobMR_dnOGQ
É divertido mesmo. E o Stuart morreu há pouco…
André, por falar no Mojica, onde encontro o documentário dirigido por vc e pelo Finotti? abrs.,
Pra vender, no Brasil, não tem. Mas vc acha nos torrents por aí, nós liberamos pra quem quiser ver.
Ha! Que lista divertida! A minha contaria com certeza com O Bem Dotado Homem de Itu, com o Nuno Leal Maia imperdível como o dito-cujo. O filme tem o final mais engraçado que já vi num filme brasileiro! E dia desses assisti no Canal Brasil uma ficção científica nacional, em P&B, muito legal, que envolvia máquinas de controle mental por ondas de rádio, de dar inveja a Corman e Carpenter! Não sei o nome do filme, só sei que me surpreendeu bastante que tenhamos feito coisas tão legais, e mais ainda que tais coisas nunca foram divulgadas como se deve!
“Tangarella, a tanga de cristal”, com Jô Soares.
Desconhecia totalmente o fato do Christensen ter feito um filme de terror, fiquei muito curioso agora
Legal, né? Não conheço o filme, mas tb fiquei muito curioso.
O Christensen já fazia filmes de terror (ou fantásticos) na Argentina e noutros países da América Latina. No Brasil fez poucos. Além desse, lembro também “Enigma para demônios”.
Faltou a respectiva dica gastronômica para o pós-sessão! 🙂
Eu tenho alguns interessantes aqui em casa:
As Taras de um Mini-Vampiro – pornô bizarro com Chumbinho como vampiro que, como o próprio diz, teve azar de nascer no cinema brasileiro porque aqui ele só leva porrada!
O Gato de Botas Extra-terrestre – esse tem um monte de ator da Globo (Maurício Mattar, Tony Tornado, Tonia Carrero), e conta a história de um… Gato de Botas extraterrestre.
Padre Pedro e a Revolta das Crianças – filme estrelando Pedro de Lara como o herói (um padre), Gugu Liberato (seu sacristão), Wilza Carla (a mocinha apaixonada pelo padre) e José Mojica Marins (o vilão da história).
Histórias que Nossas Babás não Contavam – versão sacana da história de Branca de Neve. Aqui temos Clara das Neves (a maravilhosa mulata Adele Fátima) como princesa, Costinha como o caçador resonsável por executá-la, e Renato Pedrosa como o espelho mágico (e hiper-gay) que aconselha a rainha má. Há cenas de sacanagem total com os 6 anões. 6 porque tem um anão gay que se recusa a tocar “naquela rachada.”
O Inspetor Faustão e o Malandro – um filme com essa dupla só podia ser estranho. Faustão é um feirante que recebe uma missão de Deus: acabar com o tráfico de animais. Ele conta com a ajuda de Sérgio Mallandro para resolver o caso do sumiço de dois ovos de codorna da Amazônia, que possuem poderes afrodisíacos.
Robeto Carlos em Ritmo de Aventura – de todos os filmes do Rei, este aqui é o mais estranho. Inesquecível a sequência onde os bandidos prendem Roberto num contêiner, e o enviam para o exterior. De lá ele pega carona num foguete, vai pro espaço e delá ele pula de para-quedas, aterrissando seguro no Rio de Janeiro. Ainda mais legal é a cena em que Roberto desce correndo as escadarias do Cristo Redentor, um feito pra alguém de perna mecânica!
A Maldição da Múmia ou o Segredo da Múmia (já vi com o dois títulos na TV e internet) – terrir genial, engraçado de verdade. Entre muitas cenas antológicas, vemos Regina Casé lambendo a careca de um ator, com vontade. Vi quando era criança e nunca mais esqueci.
Conheço dezenas de outros, mas fico por aqui porque já escrevi demais.
Abraços, seu André.
Vários passam no Canal Brasil. E o Chumbinho, por onde anda?
Acho que li no Blog do Renzo Mora, que ele agora vive em uma vila de pescadores no litoral paulista, se eu estiver equivocado alguém me ajude.
Li uma vez no extinto site Putrescine que ele virou pescador e tem inclusive mulher e filhos. Só não me lembro em qual localidade. Boa sorte para o maior galã da boca do lixo!
O Inspetor Faustão e o Mallandro, assisti numa época que ainda ria dos dois – tinha o que, uns 12 ou 14 anos? Achava aquela música do ovo engraçadíssima!
Barça, para completar essa lista “Sabado Alucinante”, de Claudio Cunha (1979). Um “Saturday Night Fever” tupiniquim, com uma pegada meio freudiana em meio à cena disco carioca do final dos anos 70. Interpretações “soberbas” de Marcelo Picchi e de Sandra Bréa. De chorar de rir (pura vergonha passiva). Abraço!
Já vi, é demais mesmo. Aliás, Mojica vai entrevistar o Claudio Cunha pro programa.
Grande Claudio “Oh Rebuceteio” Cunha. O mundo ainda se curvará perante esse gênio!
Eu queria MUITO ser aquele lobo mau do filme! A cena mais NOJENTA que já vi na minha vida foi o diretor do filme falando “Isso, vai… pega ela”, com aquele barbão a lá Enéas e a boca no meio… crédo!
Esse blog tem uma ótima resenha sobre Sábado Alucinante (a melhor parte é a da Sandra Brea). Sugiro que leiam este texto e depois o do Rio Babilonia.
http://estranhoencontro.blogspot.com.br/2009/06/sabado-alucinante.html
“Rio Babilônia” é daqueles filmes que não posso ver um segundo, que assisto até o fim. É viciante.
A ruivez da Denise Drumond na cena da piscina que é viciante, na adolescência diria que era “descabelante”. O filme é um dos clássicos dos anos 80, quando a sociedade brasileira começava a se escancarar. Além dissó tem uma fotografia excelente !
Eis a cena da piscina:
http://www.dalealplay.com/informaciondecontenido.php?con=97330
“Oh Rebuceteio”. Simplesmente o melhor título de filme jamais inventado. Quando moleque, ficava com a mão coçando pra pegar esse filme na locadora. Voltando à resenha, é interessante, mas um tanto quanto “cabeça” para um filme que não dá pra ser levado a sério. A cena do surto de La Bréa na pista, com várias trucagens e efeitos de luz, é de mijar nas calças…Fora as risadas (assisti no Canal Brasil numa madrugada insone e acordei de ótimo humor no dia seguinte), a trilha sonora é muito boa (Black Rio em profusão).
A trilha sonora desse filme, se não me engano, é do Carlos Imperial. Tem uma música da Black Rio chamada “Fiqueiredo” (em alusão ao não tão saudoso Presidente) que é sensacional.
Nunca me esqueci desse filme, entre outras coisas, pela brancura da pele de Denise Dumont. Por esses e outras é que Humberto Teixeira ficou um tempão sem falar com a filha, que depois realizou um doc sobre ele.
Sensacional André. A sinopse de “Sexo e Sangue na Trilha do Tesouro” já me valeu o dia. Vou tentar encontrar alguns pela net. Abraço.
Barça, pelo jeito esse faroeste do Mojica é de fazer “corar” até o Ed Wood hein?
Esse é de lascar. Mas foi feito por encomenda, Mojica foi contratado, não era um projeto próprio. E ele estava numa pior na época, bebendo pacas. No nosso livro sobre o Mojica tem um capítulo todo sobre essas filmagens, tem umas histórias legais.
E o recente “Mangue Negro”? Filme de zumbi brasileiro. Must see!!!
Foi uma ótima surpresa.
O legal é que – pelo que “conheço” de filmes nacionais da época destes citados na matéria – me parecem muito “avant garde”. Cara, outro dia estava vendo uns filmes da Matilde Mastrangi e parei para analisar… por exemplo o lesbianismo. Incrível imaginar que nos anos 70, em plena ditadura isso era possível de ser feito no cinema. Acho – o que talvez explique – é que na real, o brasileiro sempre foi meio liberal a questões cômicas e sexuais… mas mesmo assim é engraçado.
A Censura parecia mais preocupada com propagando política do que com sexo.
O que é muito interessante… Um movimento que foi evocado pelas senhoras de Santana e coisa e tal foi somente político. Os moralistas vieram a reboque, para engrossar o movimento. (tanto que o Cansei hoje não teve a força por eles esperada, pois não havia força política importante para dar lastro a eles…).
E falando na Matilde Mastrangi, linda, maravilhosa, sem silicone, botox, photoshop ou coisas do tipo, além de altamente descabelável, André, vc sabe por onde ela anda????
Não gosta de falar do passado. Tentamos entrevistá-la pro programa do Mojica e ela não topou. Uma pena.
A cena do Frota cheirando uma carreira no rabo da Gretchen é até hoje uma das melhores do cinema nacional, só perde para o Davi Cardoso trepando com uma mina em cima de uma moto e acelerando até o talo (nos dois sentidos)….
Fico imaginando o desespero que devia ser para os outros atores contracenarem com o Costinha, tendo que segurar o riso. Porque só ele, mudo, com aquela cara, já é de matar qualquer um.
Comecei a rir quando li “Costinha e seu fiel escudeiro, Ferrugem, vivem tranqüilos na selva”. Em “Metade do tempo, só aparece a mão do King Mong” eu já tava no chão. Tenho que dar um jeito de ver esse filme.
Costinha tem esse poder sobre as pessoas…
Nossa, que sensacional! Esses filmes são/estão preservados por alguém? Não corre o risco de sumirem todos? Particularmente os do Mojica, só conheço os do Zé do Caixão, não sei praticamente nada sobre os demais. Os do Costinha também são clássicos!!! bom final de semana!
Cara onde acho esses filmes do Costinha??? Nunca tinha ouvido falar! Acho que ele foi um dos nossos melhores comediantes. Preciso ver urgente essa pérola, assim como etéia (que começo a rir só de imaginar a Zezé Macedo nessa situação).
Abraços
P.S. Sei que você pede para não fugir do tema do post, mas devido a bola levantada esta semana, qual mandinga sua não deu certo ontem?
Todas deram. Qualquer outro time que jogasse sem cinco titulares, com um a menos e com o juiz daquele jeito, levaria de 4.
De 4?
Não fala assim Barça, senão as “soberanas” se empolgam…
Satã leva só umas 4 horas pra morrer depois do tiro…
Pô, parece que o negão levou um tiro com arma “taser”, aquela que dá choque! Vou atrás do filme do Costinha no Cine Torrent!
Quando era office boy em São Paulo, entrei num daqueles cine poeira do centrão a tarde para fazer hora e chegar no escritório sem que desse tempo para pegar mais serviço e assistí um filme de terror nacional que foi uma das coisas mais impressionantes que já ví.Lembro de uma sequencia que me deixou de cabelo em pé uns 15 minutos seguidos(ainda tinha cabelo,bons tempos).Acredito até que o filme não seja tudo isso,mas na minha memória é.Chamava-se As Filhas do Fogo e nunca ví qualquer referência a ele em lugar algum. Acho que mesmo que aparecesse em vídeo não assistiria,para evitar uma provavél decepção.
Esse filme é muito estranho! Peguei desavisado no cine torrent e me surpreendi. Parece uma mistura de Iluminado com Homem de Palha filmado por um Francês numa fazenda de Minas Gerais. Não dá pra descrever!
Cara, esse filme é do Walter Hugo Khouri, vi há anos e lembro que era mesmo impressionante, lidava com parapsicologia, tinha umas gostosas (todo filme do Khouri tinha) em uma casa de campo ou coisa parecida.
A interpretação de Satã faria Laurence Olivier se roer de inveja!
Satã é o nosso Yul Brinner.