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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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O filme que George Harrison merecia

Por Andre Barcinski
12/06/12 07:05


Semana passada, entrevistei para a Folha Olivia Harrison, 64, viúva do Beatle George Harrison (1943-2001) e co-produtora do documentário “George Harrison – Living in the Material World”, dirigido por Martin Scorsese.

Como a entrevista rolou de última hora, não tivemos muito espaço para o texto no jornal. Por isso, resolvi postar aqui a íntegra. Aproveite…

– Depois que George morreu imagino que a família deva ter recebido muitos convites para fazer um filme sobre ele…

– Sim, muitas. Até fiquei com medo de que outra pessoa fizesse um filme antes de nós.

 

– E como surgiu a idéia de fazer o filme com Scorsese?

– Bom, eu vi “No Direction Home” (documentário de Scorsese sobre Bob Dylan), e achei sensacional. Mas nunca imaginei que ele se interessaria por contar a história de George. Mas temos um amigo em comum que mencionou a idéia do filme para Marty e ele ficou muito empolgado. Depois, percebi que fazia todo sentido Marty se identificar com George. Eram pessoas muito parecidas…

 

– Em que sentido?

– São pessoas muito espirituais, grandes artistas que sempre buscaram objetivos maiores em suas vidas, um sentido mais amplo e profundo para suas vidas. Ambos tiveram sucesso e não se iludiram com isso. E ambos perderam muitos amigos, vítimas do sucesso.

 

– É impressionante a quantidade de cenas raras e inéditas no filme. Vieram de arquivos pessoais?

– A maioria, sim. O que pouca gente sabe é que George estava fazendo um filme autobiográfico quando morreu (em 2001, de câncer). George dizia que o filme seria o primeiro documentário sobre uma pessoa que não apareceria no filme, porque estava atrás das câmeras (risos). Por isso George estava filmando tudo que acontecia com ele: queria usar as imagens em seu próprio filme.

 

– Scorsese usou todas as imagens inéditas, ou restaram algumas?

– Sobrou muita coisa. Algumas cenas que eu julgava importantíssimas e muito raras, Marty não quis usar. Havia imagens de George e John, por exemplo, que eu achava lindas, mas ele disse que só usaria imagens que adicionassem alguma coisa à história. Marty foi absolutamente honesto. Ele é um autor, e nós respeitamos isso.

 

– George sempre teve uma relação estreita com o cinema, não? Ele financiou filmes do Monty Python…

– Muita gente acha que George era um aficionado por cinema, mas isso não é verdade. Ele gostava muito, mas não era um cinéfilo, como Marty, por exemplo.

 

– Mas os Beatles sempre tiveram um senso estético apurado e os filmes da banda foram muito influentes…

– Sim, isso é verdade. Coisas que eles filmaram nos anos 60 são copiadas até hoje…

 

– Quanto disso era influência de George? Ele opinava muito nos filmes da banda?

– Naquela época, não. Os Beatles sempre se cercaram de pessoas muito talentosas e criativas. Acho que, na época dos Beatles, a banda confiava muito nas pessoas com quem trabalhava.

 

– O que você achou do resultado final do filme?

– Tenho muito orgulho desse filme e tenho certeza que George também teria. Não é um desses filmes açucarados e que só elogiam o biografado, mas um retrato honesto e profundo sobre vida de um homem. Acho que é o filme que George merece.

P.S.: Amanhã, publico uma homenagem ao boxeador cubano Teofilo Stevenson, que morreu segunda-feira…

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Comentários

  1. Paula Cunha comentou em 13/06/12 at 8:01

    André, o Scorsese é o cara ideal para fazer este tipo de documentário. Ele e o Coppola sãos os diretores que melhor utilizam o rock como trilha sonora de seus filmes. O documentário é ótimo porque não tenta endeusar o George Harrison.

  2. Marcelo-Goiânia comentou em 12/06/12 at 21:29

    Putz…não sabia que o Teofilo Stevenson tinha morrido. Acho que foi um dos maiores, se não o maior atleta que Cuba já teve. A propósito, tremenda marmelada a decisão da luta Pacquiao vs. Bradley…o boxe acabou mesmo.

  3. JUAREZ ULHOA comentou em 12/06/12 at 19:10

    Achei: http://www.youtube.com/watch?v=4z8EK8UgxAQ

  4. JUAREZ ULHOA comentou em 12/06/12 at 19:08

    No finalzinho do documentário tem uma passagem com Ringo falando da última vez que esteve com George…. Olha…. eu chorei, chorei e chorei….

  5. João Lennon comentou em 12/06/12 at 17:25

    “Os Beatles salvaram o mundo do tédio” – George Harrison

  6. neder comentou em 12/06/12 at 16:43

    Olha o disco aí, André. Legal no texto da wikipedia são os comentários da “Q Magazine”: “The show seems like a riot but the sound itself is terrible – like one hell of a great party going on next door.” E George Harrison acrescenta: “The Star-Club recording was the crummiest recording ever made in our name!”

    http://en.wikipedia.org/wiki/Live!_at_the_Star-Club_in_Hamburg,_Germany;_1962

    • Andre Barcinski comentou em 12/06/12 at 16:58

      Boa!

  7. plinio roberto oliveira de figuediredo comentou em 12/06/12 at 16:31

    cara, eu vi esse grupo nascer, morava em olimpia-sp, aquilo mudou tudo o que ja havia sido mudado com a bossa-nova, mais so vim descobrir george quando o grupo se separou, ai sim, pude conhecer sua guitarra e sua voz maravilhosa, esse cara era bom; Certa vez vi um documentario na tv. cultura sobre uma fã sua, uma menina lindissima que amava george e morreu na travessia do mar da inglaterra, foi de arrepiar, VIVA GEORGE FOREVER.

  8. Natali comentou em 12/06/12 at 16:11

    Muito bem ressaltado pelo Carlos Campos o fato de não haver ainda uma biografia sobre Ringo (tadinho). Ele é um cara mt talentoso, mas infelizmente seu brilho sempre foi ofuscado pelo seu jeito aparentemente mais tímido e recalcado que os demais beatles. Claro que seria difícil se comparar com a audácia típica de John ou o jeito travesso e inquietante de Paul, bem como o jeito irrelevante de George, mas ele também foi um Beatle! E merece tal destaque. Dou ponto pra ele, pois é um dos melhores profissionais da música, em especial como baterista que já vi.

  9. Sergio Luiz comentou em 12/06/12 at 16:00

    Há previsão de estréia no Brasil?

  10. Gregório Eduardo comentou em 12/06/12 at 15:54

    Excelente documentário: já existe na amazont

  11. caio fabio comentou em 12/06/12 at 15:45

    Consegui, via um amigo, uma cópia desse filme do George. Sem legendas, mas dá pra levar. Vou conferir.

    E fora do tópico: uma entrevista sensacional pra tv Brasil, gravada em Londres, com o Ivan Lessa (2001). Quase uma hora de um show do entrevistado. Lessa era mesmo um monstro:

    http://youtu.be/ZytCCW79CjI

  12. zoroastro m almeida comentou em 12/06/12 at 15:20

    frases como All things must pass, embora dita por um religioso com George, é perfeita pra um ateu como eu. TODAS COISAS HÃO DE PASSAR. vivendo num mundo material.

  13. fabio comentou em 12/06/12 at 15:14

    Gostei do episódio com os Hells Angels …

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