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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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O maior rival do esporte foi a Guerra Fria

Por Andre Barcinski
13/06/12 07:05


 

Morreu o boxeador cubano Teofilo Stevenson. Quem o viu lutar diz que só Muhammad Ali teria sido páreo para o monstro.

Infelizmente, nem todo mundo viu Teofilo Stevenson lutar. Mo mundo da Guerra Fria, ele e outros grandes atletas comunistas pouco duelaram com seus rivais ocidentais.

Imagine que delírio teria sido ver Stevenson enfrentar Ali, Frazier, Foreman e outros gigantes do ringue?

Stevenson foi tricampeão olímpico em 1972, 1976 e 1980. Não ganhou o quarto título porque Cuba boicotou as Olimpíadas de Los Angeles, em 1984 (assim como os EUA haviam feito em Moscou, 1980). Ficou invicto por onze anos.

Nos anos 70, lhe ofereceram 5 milhões de dólares por uma luta com Muhammad Ali. Stevenson recusou com uma frase dramática, tirada diretamente de algum panfleto de propaganda cubana: “o que são um milhão de dólares perto do amor de oito milhões de cubanos?”

Quando eu era adolescente, esportistas como Teofilo Stevenson mexiam com a nossa imaginação. Só ouvíamos falar deles por jornal. Não havia imagens desses grandes atletas disponíveis em qualquer lugar. No mundo pré-globalizado, cubanos lutavam em Cuba, soviéticos lutavam em Moscou. Era muito raro vê-los em ação.

A gente ficava grudado na TV quando tinha a chance de ver os astros do esporte comunista. Lembro de ver todos os jogos da Polônia, em 1978 – a primeira Copa que acompanhei – só para ver o carequinha Lato e craques como Boniek e Deyna.

E os enxadristas soviéticos? Kasparov, Karpov, Spassky…

E Savin, o implacável atacante do vôlei soviético? E Nadia Comaneci, a romena que tirou o primeiro “dez, nota dez!” da história?

Mas nenhum atleta vermelho era mais fascinante – especialmente para um adolescente – quanto Vladimir Tkachenko, um gigante de 2,22m que tornava impenetrável o garrafão da seleção soviética.

Tkachenko parecia uma aparição, um gigante de conto de fadas, bloqueando os arremessos adversários como se matasse moscas.

Nos anos 70 e 80, era difícil viajar ao exterior. Não existiam passagens promocionais em 20 vezes sem juros. Não havia Youtube.

A imagem que tínhamos de países distantes ou politicamente isolados era, muitas vezes, a imagem de seus atletas. Os atletas tinham um ar de mistério que ampliava nossa curiosidade sobre seus lugares de origem. Era um mundo fechado e cinza, que o esporte, de vez em quando, tornava mais alegre e arejado.

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Comentários

  1. Fidel comentou em 13/06/12 at 13:37

    Aquela época era cool ser a favor dos comunistas. Quem era contra os comunistas era tachado de reacionário. Santa ignorância!

    • João Gilberto Monteiro comentou em 13/06/12 at 20:26

      Nas faculdades de ciências humanas e nos Diretórios Acadêmicos da vida é assim até hoje!!!!

  2. David Marques Oliveira comentou em 13/06/12 at 12:55

    É incrível o que alguns países dão de valor ao esporte. Cuba tem a população de Pernambuco (10mi), e ganha tantas medalhas quanto o Brasil (200mi), mais que o México (150mi) e por aí vai. Eles se dedicam pra valer.

  3. David Marques Oliveira comentou em 13/06/12 at 12:48

    Essas rivalidades, que vão da política para o esporte são sensacionais. Ontem teve Polônia x Rússia. Acho que na copa de 98 teve EUA X Irã. Os dois times tiraram uma foto juntos, todo mundo misturado, lindo. Mas no jogo corriam feito loucos. O Irã ganhou de 2 a 1 e comemorou como nunca. Argentina x Inglaterra em 86, o jogo mais tenso que eu vi.

  4. Willian Ifanger comentou em 13/06/12 at 12:43

    A URSS era o grande mistério de nossa geração anos 80.

    Qualquer partida de basquete, futebol, vôlei era como se fossemos enfrentar extra-terrestres. Grandes jogos de basquete, as memoráveis partidas de vôlei no Maracanã e no Morumbi, o jogo da Copa de 82…

    Aquela camisa vermelha CCCP, os nomes diferentes (eu me lembro que no futebol de rua, quando estava no gol, gritava “Dassaieve” quando defendia uma bola), o cara fechada dos atletas. Tudo isso faz parte de um passado estranhamente mais interessante que esse mundo globalizado atual.

    Mas a grande marca que os soviéticos me deixaram naquela época foi a abertura das Olimpíadas de Moscou em 1980. Não me lembro dos jogos em si, mas aquele mosaico humano com o Ursinho Misha mostrando as modalidades esportivas e, no encerramento, com ele chorando, são as primeiras imagens esportivas que presenciei e ficaram impressas na retina.

  5. bidola comentou em 13/06/12 at 12:30

    Belo texto. E a equipe da URSS no futebol era sempre garfada. Até mesmo contra o Brasil em 82 ela foi garfada. Aliás esse time de 82 é o mais hypado da história. De time bom mesmo só venceu a Argentina.

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 18:10

      Não é verdade, ganhou da Alemanha no Maracanã, gol de Adilio. Eu estava lá. Na Copa, o melhor time que o Brasil bateu foi a Argentina, sem dúvida.

      • gibba comentou em 16/06/12 at 2:13

        Brasil x Alemanha no Maracanã, amistoso antes da Copa 82, o gol foi do Júnior. Ele recebeu passe do Adílio.
        http://www.youtube.com/watch?v=XF6EU8vBmkA

        • Andre Barcinski comentou em 16/06/12 at 8:11

          Exato, engano meu. O passe foi do Adilio, era isso.

  6. França Junior comentou em 13/06/12 at 12:05

    André, o que você achou da cinebiografia de Muhammad Ali com atuação de Will Smith? Vi outro dia e achei o ator convincente, mas a direção deixou a desejar quando se focou apenas no roteiro mito-homem-mito. No fim do filme fiquei esperando ver algo sobre o Ali pós-ringue, enfrentando as diabruras da deficiência motora, e não houve nem sequer menção a isso… E sobre Teofilo Stevenson, já existe algum filme sobre sua carreira?

  7. Fernando Souza Jr. comentou em 13/06/12 at 11:38

    lembro de quando os soviéticos vieram jogar contra a seleção brasileira de vôlei em duas partidas disputadas no estádio do Maracanã (ou foram três jogos?). A imprensa os tratavam como pessoas de outro planeta, serem misteriosos, possivelmente super atletas com algum segredo, times que tinham algo sempre a esconder.

  8. kamila ferreira comentou em 13/06/12 at 11:27

    Será mesmo que era um mundo cinza como nós, ocidentais, costumávamos enxergá-los?

    Não seria uma visão preconceituosa de algo que não conhecíamos?

  9. Marcel de Souza comentou em 13/06/12 at 10:59

    O mundo fechado era pior nessa época da guerra fria, mas realmente esses embates entre socialistas versus capitalistas eram legais demais! Acho que foi a final de basquete em 76 a primeira vez que os EUA perderam uma final pra USSR, tinha toda essa mística quando se encontravam.

  10. Valadao comentou em 13/06/12 at 10:47

    A vá! Tá armando a cama pra você mesmo se deitar…….

    • Rodrigo comentou em 13/06/12 at 11:01

      Valadão. Por acaso você é de Interlagos?

      • Rodrigo comentou em 13/06/12 at 11:46

        E você é idiota? Que palhaçada é essa de usar o nick e copiar o post de outros?

  11. neder comentou em 13/06/12 at 10:34

    Este post é um ótimo aperitivo para os jogos olímpicos que estão chegando. Na minha opinião, um espetáculo muito melhor que a Copa do Mundo de futebol.

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 10:42

      Concordo, é muito mais divertido.

    • Cesar comentou em 13/06/12 at 13:02

      Discordo. É muito chato e metido a politicamente correto com aquele discurso hipócrita do “o importante é competir”. Com toda a sua pretensão pacifista e empáfia, os Jogos Olímpicos sempre cederam as manobras mais baixas da política, corrupção e desonestidade esportiva, sem falar na babaquice histórica de proibir atletas profissionais de disputar os jogos. Olimpíadas? Não, obrigado.

      • neder comentou em 14/06/12 at 9:29

        Tente se concentrar nos momentos em as provas estão acontecendo, quando os atletas estão no comando. Se for priorizar “política, corrupção e desonestidade esportiva”, você nunca mais verá um jogo de futebol na vida.

  12. neder comentou em 13/06/12 at 10:31

    Os boicotes às Olimpíadas de 1980 e 1984 foram de cortar o coração. Muitos atletas se prepararam desde a infância e adolescência para um dia disputar os jogos olímpicos, e perderam a chance de fazê-lo no auge da forma por questões políticas.

  13. Esposito comentou em 13/06/12 at 10:12

    Não foi com o Teófilo Stevenson que o Aurélio Miguel se estranhou na arquibancada de uma luta de judô nos jogos Panamericanos do Rio de Janeiro?

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 10:15

      Não sei dessa história…

      • Esposito comentou em 13/06/12 at 10:23

        Pelo que me lembro houve uma decisão equivocada dos juízes em uma luta de judô entre uma cubana e uma brasileira que valia o ouro, decisão essa que prejudicou a brasileira. A torcida revoltada começou a atirar coisas nos juízes e na delegação cubana. Os cubanos acusaram Aurélio Miguel de incitar a torcida e ouve uma confusão generalizada. Teófilo Stevenson ou Félix Savon, não me lembro qual, foi empurrado e caiu de costas sobre umas cadeiras…

        • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 10:35

          Deve ter sido um empurrão e tanto pra derrubar o Savon ou o Stevenson…

      • F de I comentou em 13/06/12 at 10:33

        A matéria.

        http://pan.uol.com.br/pan/2007/ultnot/2007/07/22/ult4343u1217.jhtm

        • Marcos comentou em 13/06/12 at 12:31

          E o comentário do presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley?

          “Assim fica difícil pensar em Olimpíadas no Brasil. Não só pelas brigas, mas pelo público até. Vaiar durante a competição, tudo bem. Mas vaiar no hino, isso é falta de respeito”.

          E não é que vamos ter Olimpíadas por aqui…

  14. Sávio comentou em 13/06/12 at 10:03

    As histórias da Seleção Húngara em 1954 sempre me fascinaram. A preparação era feita pra liquidar os adversários nos primeiros 10 minutos, sempre marcando 2 gols. Até na final houve isso, mas a Alemanha Ocidental conseguiu virar pra 3X2.

    • Willian comentou em 13/06/12 at 11:06

      A Alemanha Ocidental jogou dopada, descobriu-se depois.

  15. Fernando Maia comentou em 13/06/12 at 9:50

    Barça…legal saber que a tua primeira Copa do Mundo também foi a minha…me lembro até hoje…eu chegava da escola e depois do almoço começavam os jogos…eu sentava no sofá e não saia mais…me lembro de ter assistido quase todos os jogos…e pra mim o Brasil não ganhou nem essa e nem a de 82 por causa do sistema triangular nas quartas-de-final que permitiu a “Armação do Peru” rsss…e a tragédia do Paolo Rossi (a propósito antes do Messi no sábado esse tinha sido a última vez que alguem tinha marcado 3x contra o Brasil).

  16. dunha comentou em 13/06/12 at 9:43

    depois da copa de 82, qdo eu ia pro gol nas brincadeiras de bola da molecada, eu era o dasaiev (bom, às vezes era o schumacker…).

  17. Banana Joe comentou em 13/06/12 at 9:39

    Ótimo texto.
    na época era bem assim mesmo que encarávamos os soviéticos.
    Apenas uma correção: o Tkachenko não PARECIA um gigante de outro mundo, ele e a Semenova (2,10m seleção de basquete feminina da URSS) efetivamente ERAM gigantes de outro mundo!

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 9:53

      É que no basquete dos EUA tb havia “gigantes” – Kareem Abdul-Jabbar, por exemplo.

      • David Marques Oliveira comentou em 13/06/12 at 12:40

        Mas esse jogava olimpíadas?

      • Banana Joe comentou em 13/06/12 at 13:33

        Concordo contigo Barça, mas a “mística” dos atletas de trás da Cortina de Ferro os transformava em gigantes insuperáveis e acima de tudo misteriosos.
        Por exemplo também lembro do invencível time de vôlei da URSS, que foi batido num jogo emblemático de mais de 4 horas pela Polônia na final da Olimpíada de 76.
        Falava-se na época que jogos entre URSS e qualquer outro país comunista o outro país, devido a imensa pressão política, já entrava em quadra derrotado e com placar estabelecido…

  18. daniel comentou em 13/06/12 at 9:26

    Infelizmente uma lenda do boxe se vai e esse esporte a cada que passa é esquecido, dando espaço ao MMA.

    Claro, isso ocorre devido ao mau planejamento dos seus organizadores e principalmente pelos “empresários” que na verdade são grandes sanguessugas.

    Lembro que o Popó por volta de 2002 (na época campeão mundial), quase se nacionalizou americano por não ter patrocínio. Triste.

    • bidola comentou em 13/06/12 at 12:28

      Dizer que o boxe está esquecido é assinar que não manja-nada. Não é pq a tv aberta ou fechada não transmitem é que o boxe está esquecido. O que acontece é que não temos nenhum brasileiro fazendo sucesso no mundo do boxe por isso poucas notícias. Mas o boxe no EUA ainda é 100x maior do que o MMA. Basta ver a bolsa que o lutador que disputa título ganha ou o quanto é vendidoi de PPv. O que o boxe anda perdendo é a pouca credibilidade que ainda tinha devido a resultados em que apenas os juízes enxergam vitória p/ determinado lutador. Como no último sabado onde o filipino Pacquiao ganhou claramente a luta e nas papelatas tiveram a proeza de dar a luta pro americano. Uma vergonha. Mas o boxe está muito longe de ser alcançado pelo MMA.

    • Jose comentou em 13/06/12 at 14:30

      de nobre o boxe nao tem mais nada… olha o Pacquiao…

      • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 18:07

        O boxe é nobre. Já os promotores…

    • Adriano comentou em 13/06/12 at 16:14

      MMA é mais barato e desorganizado. Qualquer um poder organizar um evento de MMA, não existem nenhuma organização/federação regimentando o MMA (pelo menos no Brasil). Lutadores brotam das academias e casas de tatuagem e as bolsas são ridículas. Exame antidoping nem pensar. Boxe é caro, muito caro. Basta comparar as bolsas de um campeão dos médios ligeiros (R$ 61,4 milhões) e a do badalado Anderson Silva (R$ 335 mil). O que está faltando ao Boxe atualmente é um peso pesado com perfil de peso pesado, ao contrario do atual campeão, ucraniano e professor universitário.

  19. Juliano comentou em 13/06/12 at 9:14

    André muito legal o post! Realmente o que manchou um pouco esta mística dos atletas da cortina de ferro foi o doping mesmo. Agora como você mesmo disse, no ocidente tivemos o Bem Johnson a Florence Griffith Joyner e até o Carl Lewis recentemente entreu para o “hall” tambem. Então acho que é coisa do esporte mesmo e não privilégio dos comunistas.

    • daniel comentou em 13/06/12 at 9:58

      O esteriótipo de que soviéticos eram “dopados” vem muito por causa do marketing americano também.

      Quem não se lembra do filme Rocky 4 com o Stallone carismático treinando nas montanhas, enquanto seu o oponente tão “simpático” quanto o Kimi Raikkonen só faltando enfiar cândida na veia.

      Conforme você disse, ambos erraram, mas a parte capitalista sempre foi melhor em mostrar o erro dos outros que os próprios.

  20. carlos assato comentou em 13/06/12 at 9:08

    boa, andre

    comprei recentemente o dvd de Brasil x URSS na copa de 82.

    a narracao do Luciano do Valle e comentarios do Marcio Guedes mostram que os caras nao conheciam os sovieticos.

    Depois de fazer a enesima defesa, Dasaev e’ brindado:

    – Esse goleiro e’ inexpugnavel!!!

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 9:35

      Não sabiam nada.

      • Jaime Junior comentou em 13/06/12 at 15:43

        Caros,

        Golaços de Sócrates e Eder,e um frango do Valdir Peres.Jogaço.

    • Ivan B comentou em 13/06/12 at 11:24

      Bem, isso não mudou até hoje, com raras exceções.

  21. F de I comentou em 13/06/12 at 9:01

    Barça, bom dia! Não sei porquê fiz a associação do seu texto com heróis de histórias em quadrinhos. Será que era esta mais ou menos a visão que você tinha na época? Será também que, uma proposta destas histórias seria tipo “glamourizar” os atletas de outros países, ou mesmo os próprios países? Em uma época de menor circulação de informação… como disseram. Abraço!

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 9:36

      Tenho certeza que muita gente achou isso. Eu nunca li HQs, então não associei não, mas tenho certeza que deve ter acontecido sim.

  22. Alvaro comentou em 13/06/12 at 8:53

    Triste capítulo da história do esporte estes boicotes de 80 e 84…

  23. cleibsom carlos comentou em 13/06/12 at 8:41

    barca, pelo jeito tem gente que ainda vive na guerra fria. quando os “vermelhos” ganham e dopping e falcatrua; quando os “grandes ocidentais” ganham e competencia e treinamento duro…quanta ignorancia!!!!

    • Luc comentou em 13/06/12 at 9:49

      Rocky Balboa versus Drago.

      • Jose comentou em 13/06/12 at 14:31

        Luc, essa e’ a melhor definicao. E o treino na Siberia?

  24. Renato comentou em 13/06/12 at 8:40

    Fala barcinski

    Eu acho que já falei uma vez aqui que moro na Austrália e por acaso casei com uma Russa de moscou por aqui.

    O seu comentário também vale para o caso deles. Porque para eles, existia também o fato de que por ser uma sociedade relativamente fechada e eles só tinham acesso ao mundo exterior na época das olimpíadas.

    Por incrível que possa parecer existia um amplo mercado negro de fitas VHS, Super8, K7 etc que vinham do exterior contrabandeadas que facilitava a vida dos que podiam pagar o preço

    Os comunistas também tinham ao seu alcance a proeza de tirar pessoas de suas famílias sem qualquer pudor para treinamentos extremamente duros e até certo ponto cruéis para produzir os atletas que iriam bater “o capitalismo”. Muitos ficavam inválidos neste processo, outros ganhavam o privilégio de viajar o mundo (e também faturar com a venda do contrabando que o governo fazia vista grossa)

    Existe um filme russo que é recente que é sobre a conquista do espaço pelos russos. O filme é quase todo no Cazaquistão (antes do Borat) e num frio de -40 graus e como todos quase ficam loucos e jogados de um lado ao outro pelo sistema. porém conseguiram levar um homem a rodar a orbita da terra sabe se lá como. Comparado com “The right stuff” e os recursos que os americanos tinham era brincadeira, mas pelo menos todo mundo no lado americano estava lá porque queria.

    • daniel comentou em 13/06/12 at 10:33

      Sabe o nome desse fimle? Pela descrição deve ser bacana.

      • Renato comentou em 13/06/12 at 17:29

        Tentei achar o nome mas não consegui. Eu vi tem 2 ou 3 anos.

        Porém se você está interessado em filmes russos da época do Comunismo (e recentes) – muitos desles estão no canal Mosfilm do youtube (free e com legendas em inglês) – sim é legal

        http://www.youtube.com/mosfilm

        Existem desde clássicos do Tartakovsky e Eisentein até coisas mais novas

        Um que fala é sobre a queda da união soviética é o “Vanished Empire” e é uma boa introdução sobre a vida na União Soviética (foi um dos primeiros filmes russos que eu vi e é de 2008)

        • daniel comentou em 13/06/12 at 18:12

          Obrigado pela dica.

  25. Claudionor Fontes comentou em 13/06/12 at 8:26

    Você é de uma geração previlegiada, que sabia fazer uso da informação, mesmo escassa. Diferente das gerações dos anos 90 e 2000. Não consigo entender a geração atual. Mesmo com toda a quantidade de informação disponível, não consegue produzir nada além de rihanna e michel teló, é infertil, apática, uma geração de eunucos… mas… enquanto isso em algum lugar na web, um jovem de 12 anos quebra a segurança de mais um xboca da vida, mas para que serve isso mesmo?!

    • Roger comentou em 13/06/12 at 9:10

      Cara, sem querer ser chato, mas só ouve Rihana e Michel Teló quem quer (ou na rua, mas isso é outra história). Hoje em dia tem muita música ruim pq tem mais produção musical. Daí sai muito artista ruim mesmo.

      Mas existem artistas bons atuais, sim. A internet tá aí pra isso!

    • Vinícius comentou em 13/06/12 at 9:21

      E põe escassa nisso. Minha primeira fita cassete do Velvet Underground, uma Basf laranja, era cópia da milésima cópia. Eu e um amigo escutamos e achamos que lembrava muito o Pink Floyd das antigas, pela psicodelia(?!). Depois descobrimos que na reprodução a fita “original” estava “pesada” rs. E ainda copiamos para um monte de gente.

    • roberts comentou em 13/06/12 at 9:27

      Disse tudo…infelizmente esta nova geração é patética (tirando algumas raras exceções), parece que quanto mais fácil o acesso a informação, pior fica.

    • Peixotano comentou em 13/06/12 at 9:30

      De fato a geração X foi imbatível…

  26. Alex comentou em 13/06/12 at 8:24

    Tinha o Sabonis… Basquete, acho que lituano.

    • Norisberto comentou em 13/06/12 at 8:52

      Que segundo Mussum: “Se escorregonis no chãozis durantis o banhis fiquis por lá mesmis…”

      • Rodrigo comentou em 13/06/12 at 9:49

        Norisberto. Por acaso você é de Interlagos?

  27. the beat comentou em 13/06/12 at 8:23

    hei, barza… me diz, violentamente off topic… tu curtiu o novo disco da norah jones?… abrazo

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 8:42

      Desculpe, não ouvi. É bom?

      • the beat comentou em 13/06/12 at 8:43

        curti bastante. mudou mas ainda é naquela onda dela.

  28. Alex comentou em 13/06/12 at 8:13

    Lembro bem do Tkachenko, a Bandeirantes transmitia os jogos da URSS, sempre na voz do Luciano do Vale.

    Certamente o Stevenson foi prejudicado pelo boicote em 1984. Mas para mim a grande proeza seria realizada pelo nadador russo Vladimir Salnikov, ele venceu os 1.500 em Moscou, 1980, e oito anos depois em Seul, 1988. O cara seria o primeiro a vencer 3 olimpiadas seguidas uma prova individual na natacao. Eu acredito que nem o Phelps vai ser capaz de fazer.

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 8:42

      Sim, verdade, esqueci do Salnikov, bem lembrado.

    • David Marques Oliveira comentou em 13/06/12 at 13:11

      Não entendi. Como venceu 3 seguidas se em 84 a URSS boicotou?

      • Rory comentou em 14/06/12 at 2:36

        Como diria o Alborguetti:
        Ô cara burro !!!

        Tu não leu que o Alex disse que o Salnikov SERIA o primeiro nadador a vencer 3 olimpíadas. SE tivesse disputado a de 1984, boicotada pela URSS.
        E se tivesse vencido, lógico…

  29. Jaime Junior comentou em 13/06/12 at 7:59

    Caro André,

    Eu tambem tinha uma queda pela seleção de futebol da URSS.Dasayev,Blokhin eram destaques deste time,e só não torcia para eles contra o Brasil,como na copa de 1982.

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 8:41

      Era demais mesmo.

  30. Peixotano comentou em 13/06/12 at 7:50

    Numa época sem muitos controles de dopagem alguns campeões “vermelhos” foram forjados em laboratórios, não só com químicos mas também com treinamentos tão dirigidos que poderiam ter saído de algum caderno de estudos de médicos do III Reich, aliás fato bem plauzível pois os soviéticos correram para Berlim e levaram todas as pesquisas que poderiam ter sido levadas, o alvo principal era um prédio onde havia experimentos sobre átomo e água pesada

    • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 8:41

      Mas isso nunca foi “privilégio” dos países comunistas. E o Bem Johnson?

      • Paulo A comentou em 13/06/12 at 8:48

        Carl Lewis…

      • Casoares comentou em 13/06/12 at 9:02

        E o Carl Lewis?!?

      • Peixotano comentou em 13/06/12 at 9:29

        Pois é André, mas acho que os membros da cortina de ferro foram os pioneiros, já nos anos 60

        • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 9:34

          Cara, doping no boxe existe há muito tempo.

          • Peixotano comentou em 13/06/12 at 11:21

            Esteróides, afetaminas e analgésicos, claro que sim……. mas não como um “programa” acho que o dopping no boxe era até mesmo “anárquico” se compararmos à máquina de atletas das antigas repúblicas do povo

          • rafael comentou em 13/06/12 at 18:55

            Que eu saiba, doping havia desde mais antigamente, a Alemanhan Ocidental na final de 54 contra a Hungria, que os húngaros falavam que o vestiário dos alemães cheirava a um jardim de amapolas.

        • Anônimo comentou em 13/06/12 at 13:38

          O ouro que os EUA venceram nos 4×100 masculino em 2000 foi caçado.

          O Brasil havia ficado com a prata e anos depois um dos atletas deles afirmou que estavam dopados e com a consciência de todos.

          Extra-oficialmente o Brasil herdou esse ouro, mas coube recurso pros caras, não sei que fim deu essa história, mas foi comprovado o uso de anabolizantes.

          []’s

    • Alex comentou em 13/06/12 at 9:51

      Tem mais nao existe so’ o doping quimico, tem tambem o psicologico, principalmente em criancas e adolescentes. No livro do Andre Agassi, ele relata que o pai dele era um sadico mercenario. Chegou a dizer ao filho que se ele nao ganhasse um jogo eles iriam dormir na rua pois o velho tinha apostado a casa que moravam. Alias, o livro todo e’ uma paulada no “sistema” de formacao de super-atletas.

      • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 9:52

        Uma das melhores autobiografias de atletas que já li.

      • osvjor comentou em 13/06/12 at 17:42

        o livro é sensacional. só não concordo com a menção a um “sistema” de formação de superatletas. o Agassi é fruto sobretudo da obsessão do pai dele, ou seja, de uma iniciativa pessoal.

        sobre sistema de formação de superatletas, sugiro um documentário (não sei o nome, desculpe) sobre os tremendos estragos físicos e psicológicos provocados pelas altas dosagens de dopings nas atletas da Alemanha comunista dos anos 70.

        • Andre Barcinski comentou em 13/06/12 at 18:04

          Mas o livro não cita sistema, fica claro que o pai do cara era um doido e fez de tudo para o filho ser um sucesso. O Agassi frequentou as academias do Nick Bolettieri, mas se destacou mesmo por causa da insistência do pai. E de seu talento, claro.

        • Alex comentou em 13/06/12 at 18:36

          Mas a familia pode estar incluida neste conceito de “sistema”, nao? Eu acredito que uma pressao que os pais fazem sobre os filhos-atletas pode ser pior ate’ que o governo, porque dos pais voce espera protecao. O tenis tem varias destas historias, a Martina Hingis por exemplo e’ filha de uma ex-tenista “frustrada” que apostou alto na formacao da filha, ela foi pega recentemente num teste positivo para cocaina. Poucos sao os atletas que saem do armario e tem coragem de contar sua historia honestamente como fez o Agassi.

          • Tadeu comentou em 14/06/12 at 15:20

            No Brasil teve o caso do Saliola, que não aguentou a pressão e largou o tênis

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