"Herdeira" de Rodrigo Faro é uma estrela... e nem nasceu ainda
14/06/12 07:05
Recebi um release de imprensa que gostaria de dividir com os leitores. O título é “Rodrigo Faro e Vera Viel anunciam seu terceiro milagre.” Aí vai:
“Rodrigo Faro (…) e sua esposa Vera Viel são os novos embaixadores da marca ‘x’ (nome ocultado para não fazer merchandising corporativo) no Brasil, juntamente com a apresentadora Angélica.
Para comemorar a parceria, Faro e Vera Viel confirmam, em primeira mão, a gravidez do terceiro pequeno milagre no You Tube, Twitter e Fan Page da marca no Facebook.
Vera, que está no terceiro mês de gestação, se emociona ao falar da filha. ‘Estávamos aguardando com muita alegria mais esse pequeno milagre’, conta. (…) Rodrigo já chama a filha de Heleninha e não perde oportunidades para mimar a esposa, que já está com a barriguinha aparente.
‘X’ acredita que todo bebê é um ‘pequeno milagre’ e merece a melhor proteção e cuidado. Ao manterem seus ‘pequenos milagres’ secos e confortáveis, as mães estão completando o ciclo de proteção dos recém-nascidos, que começa com amor, dedicação e cuidado, terminando com a escolha de uma fralda que atenda a todas as necessidades da pele delicada do bebê.”
Rodrigo Faro e Vera Viel são maiores de idade e fazem o que bem entenderem com seus filhos.
Se eles acham legal explorar comercialmente um momento tão bonito e íntimo como a gravidez, quem pode repreendê-los? Cada um na sua.
Só acho que essa obsessão da mídia e da indústria pela prole de famosos está atingindo um nível orwelliano.
Celebridades estão assinando contratos para criaturas que nem nasceram ainda. Algumas – não estou dizendo que é o caso de Faro – usam os filhos como verdadeiros “outdoors” e divulgam datas e horários em que estarão passeando com os pequenos na praia.
E essa mania de associar a gravidez a um “milagre”, como se fosse uma epifania mística?
Pena que Ray Bradbury morreu. O que diria sobre isso?
A única explicação que posso imaginar para esse fenômeno é a saudade da monarquia. Ou alguém acha que é à toa que revistas de fofocas chamam bebês de “herdeiros”?
A mídia de fofocas no Brasil nunca foi combativa como a britânica, que vive de escândalos e traições. O brasileiro, ser cordial por natureza, parece achar de mau gosto qualquer revelação pouco elogiosa sobre seus ídolos.
Já notícias sobre “herdeiros” são vistas com bons olhos. É a “fofoca do bem”.
Para as celebridades, nada melhor que uma gravidez para impulsionar a carreira: a chegada de um bebê garante um bom período de exposição constante na mídia.
A exposição começa antes da gravidez, quando fulana anuncia que planeja engravidar, continua pelos nove meses da gestação e se estende aos primeiros anos do bebê, quando fulana aparece mostrando sua nova “vida de mãe” e exibindo a boa forma readquirida depois do parto.
Mais que um “milagre’, um bebê é um belo investimento na carreira. Recomendo a todos.
O que é exposto na mídia é sempre muito mais valorizado do que aquilo que vem de um anônimo. Prova disso é a comoção em massa quando morre pessoas famosas. Pq as pessoas se chocam mais com a morte de um famoso do que de um anônimo que morreu de forma até mais sofrida? Hipocrisia, na minha opinião.
Barça! Seu texto está na primeira página! Parabéns!
Do UOL? Vou me preparar pra chuva de comentários absurdos…
Da Folha! Prepara o guarda-chuva de metal que vai chover canivete de merda!
Já está há horas e até agora tudo civilizado, o quase, parece que esse casal não tem fans do nivel de um Renato Russo ou Loosermanos
Já tiraram, acho que perceberam o “engano” …
Tive a sensação de que o cara que monta a página leu o título e vinculou a materia ao F5 hehe
Barça, na boa, quando a folha montou este F5 deve ter tido muito jornalista contra a criação deste tipo de conteúdo, não?
Tanta coisa para se preocupar e discutir nesse país, como os mensalões da vida, caichoeiras, etc, e o povo comprando essas revistas idiotas de celebridades, por isso que cada país tem o fardo que merece, e vcs acham que o povo quer ter de colocar a cabecinha pra pensar? Vou admitir, as vezes também leio os posts de celebridades na internet, mas com a opinião de vocês vou parar de perder meu tempo com essas futilidades, melhor coisa para eu fazer é estudar pros meus concursos, essas “CELEBRIDADES” com seus herdeiros já estão com o futuro mais que garantido, e que façam bom proveito com os bobos havidos por sugar suas vidas.
Se homem poderia se chamar Marketing, se for mulher poderia se chamar Propaganda.
E você cursa Marketing e Propaganda. E acha isto engraçado.
Eu nem sabia da existencia desse casal, mas agora o Barcinski a revelou pra mim. Assim, questiono: o que é pior, as atitudes do casal ou quem as divulga?
Vc não precisa conhecer o casal para se interessar pelo texto. Eu também não sei quem é a Vera Viel.
Sou pai de um menino de dois anos e minha esposa está grávida novamente, mas nem passa pela nossa cabeça explorar nossos filhos para obter renda. Acho isso patético.
O que eu acho esquisito na imprensa é incensar qualquer um artistinha de tv chamando de famoso. Quem é esse Faro? O único faro famoso que conheço é o do cão sabujo.
Explorar a imagem de alguém que nem nasceu não chega a ser algo tão espantoso assim quando comparada à exploração abusiva da imagem dos que já se foram, como no caso do holograma do Tupac.
É só o começo, hein. Vem aí Jimi Hendrix, Jim Morison, Marilyn Monroe e Freddie Mercury: http://rollingstone.com.br/noticia/jim-morrison-e-jimi-hendrix-podem-se-tornar-hologramas/
A sociedade desde sempre se ligou em assuntos relacionados a as celebridades, isso não acontece somente no Brasil. Em todos os cantos do mundo é assim, Europa e América do Norte se vê este tipo de exposição excessiva. Há necessidade de nós “normais” fazermos um filtro do que realmente nos importa e acrescenta algo em nossasvidas. Se ele quer leiloar a filha e a mulher por esta gestação o problema é dele. Então sigamos com nossa vida.
Gente….deixa cada um ser feliz da forma que achar melhor…ninguém é dono da razão. O
Isso vindo da Fo-lha é um baita de uma hipocrisia.
Vai é nascer uma malinha. Eta sujeito mala!!!
Pra mim só seria um “milagre” se ele estivesse grávido ao invés dele. De resto, é uma cafonice sem tamanho.
E essa mania de associar a gravidez a um “milagre”, como se fosse uma epifania mística?
Taí a frase que eu sempre quis dizer/escrever e que só você conseguiu.
E essas mães que se acham acima do bem e do mal porque vão parir ? Parece que vão salvar o mundo, coitadas…
olha o recalque
Celebridades são um produto. Quem consome na verdade compra uma fantasia. Ou então compram coisas que quebrem essa fantasia e façam aproximar esses “deuses” dos meros mortais.
O interessante é quando o “milagre” sai com defeito como no caso da Rafaella Justus, depois de virar piada (de péssimo gosto é verdade) na internet sofrendo todo tipo de humilhação e montagens ofensivas os pais levaram mais de um ano pra declarar o óbvio, que a criança tinha um problema no rosto e que precisava de tratamento.
Pais nojentos.
A criança não tem apenas um problema; ela tem uma síndrome, que os pais teimosamente escondem.
Acho difícil no Brasil ter um babaca maior do que esse Roberto Justus, e olha que ainda temos à disposição o Caetano Veloso!
Tenho um amigo dentista o qual tem uma coleção de Caras e Quem em sua sala de espera junto com Veja, Época e Time Magazine, ao perguntar o porque da revista de fofocas e exibicionismos ele fala que os pacientes que ficam lendo essas porcarias já entram com pelo menos o cérebro anestesiado……
Mais ridículo que “herdeiro” para bebês ou crianças e o usos da palabra “boda” para casamento…PQP é brega demais !!
Outra coisa brega nessas revistas é o uso intensivo do photoshop nos rostos dos fotografados certamente para aplacar marcas ou ficarem mais coradinhos..o resultado sempre causa cores na face bizarras…
Como somos ridículos!!!!!!!!!!!!!
Pensando bem essa notícia só seria legal se fosse “Rodrigo Faro terá um filho com Vera Verão”. Aí sim, sería um verdadeiro milagre.
Especialmente porque Vera Verão já morreu.
Serve o Léo Aquila?
Concordo plenamente. Com o texto e com vários comentários aqui. E isso me lembra um pensamento que tive tempos atrás: no Brasil inteiro existem 1.983.234.532.976 de revistas sobre tudo: fofocas, celebridades, navios, aviões, armas, bolos, viagens, buffets, casamentos, cozinha, carros, motos, revistas sobre revistas, internet, restaurantes, enfim, sobre praticamente TUDO. E existem no máximo DOIS jornais até certo ponto isentos e independentes.
Eu entendo de fato toda a linha de negócios dessas revistas e jornais, mas também de fato não entendo como que a órbita de tudo sobre o supérfluo é gigante e inacreditável.
que são esses rodrigo faro e vera viel mesmo ?
Um casal.
André,
Não sei se alguém comentou isso já, mas acho que essa vontade de transformar e querer que seus pequenos sejam famosos vai além do mundo das celebridades. Já cansei de ver pais querendo promover sua prole em propagandas e concursos.
Outro dia estava em um restaurante e minha filha de dois anos e meio (que é engraçadinha como qualquer outra criança nesta fase de descobertas) começou a interagir com uma moça grávida na mesa ao lado, que achou ela uma graça e perguntou se a gente já tinha levado ela em uma agência (!?!) ou se particiapamos do concurso de fotos do shopping X, e que ela assim que a filha nascer já vai fazer isso, tal, e que já participou de consursos de grávidas, blá, blá, blá…
Cara, não é a primeira vez que escuto isso, e não sei se estou sendo radical demais, mas na minha cabeça e da minha mulher, achamos uma exploração e um despropósito sem tamanho agenciar filhos em qualquer tipo de propaganda.
Imagino que com sua família já tenha passado situações semelhantes.
Gosto de “Pequena Miss Sunshine” justamente por escancarar este tipo de situação.
Sim, concursos de miss mirins são comuns. E muito tristes.
realmente muito tristes, uma vez eu já vi esse tema em algum programa, não consigo dizer exatamente, mas acho que era o CQC, que alguém comentou que essas crianças ficam parecendo verdadeiros monstrinhos, o que é bem verdade, afinal, mães vestem e “pintam” as crianças de forma adulta, tirando toda aquela naturalidade e beleza infantil, então, qual é a graça disso tudo, mesmo? Achei bem interessante da parte do Guilherme citar “Pequena Miss Sunshine”, nunca havia pensado no filme dessa forma, mas é bem isso mesmo, ótima crítica, André.
Falou tudo, Guilherme! A criança já é exposta desde a gravidez, de todas as formas. Isto extrapola a empolgação, chega ao ridículo. Sem contar os mega eventos que se tornaram as festas de aniversário, em que o aniversariante é tão celebridade que esquece que é criança!
Perto de casa numa avenida movimentada há uma agência de fotos infantis, basta vc passar de carrinho para as mulheres pularem em cima de você, um dia eu perdi a paciência e falei que eleas estavam se igualando a duas lojas quarteirão abaixo, uma fincanceira/agiotagem de crédito consignado e uma filial da IURD…a abordagem era igual nas 3 !
O mundo está mergulhado num abismo de trevas, ignorância, futilidade, emo-viadagem, vaidade expositiva via “redes sociais” e falta de reflexão sobre o que quer que seja. Nem aquela idade média de filmes – um estereótipo grosseiro – se compara às trevas de hoje. A diferença é a saúde das pessoas, a penicilina. Trevas com penicilina. Lennon dizia que o rock “devolveu aos brancos os seus corpos”. Está na hora de algo devolver à todos as suas MENTES. Neoconservadorismo já!
andre sei que não tem nada haver com o post mas, ainda vai rolar garagem?
Perfeito o texto ! Aqui não encostamos em celebridades, os intocáveis .Imagina dizer uma coisa dessas de uma pessoa tão do bem como o Rodrigo Faro .Mas tudo o que foi escrito é verdade, herdeiros rendem fortunas antes de nascer, como Sasha, o filho da Juliana Paes, o da Grazi, ótimo investimento mesmo.
Agora é só esperar quando a esposa do Faro fará (!!!!) aquela foto pelada de capa de revista de fofoca imitando a Demi Moore igual todas as subcelebridades fazem.
A primeira de todas foi a Jane Fonda.
Barça, ontem assisti a nova temporada de Preliminares. Ficou bacana e com uma ótima escolha para primeiro filme: A Estrela Nua (esse filme tem na minha opinião uma das cenas mais eróticas do cinema nacional).
Sobre o post, o único comentário que eu tenho sobre o casal é que eu gostava mais da Vera Viel no auge da minha adolescência nos anos 90 quando ela fazia umas propagandas da 775 na contracapa da Revista Placar e eu fiz varias “homenagens” a ela.
Legal que vc curtiu o Preliminares. O Tuninho Menucci, que faz o Tonhão Borracha, é muito bom ator, acho o cara engraçado pacas.
é por isso e mais algumas coisas….que nada que usem “pseudo-celebridades” para vender….eu venha a comprar….são falsos…demagogos e mentirosos vendedores.
Certa feita virou notícia uma mulher do interior do PR que daria à luz ao 17º filho e estava pedindo ajuda, pois era agricultora e recebia um salário mínimo. Ao serem indagados sobre o porquê de tantos filhos, o casal respondeu que era “porque Deus quis”. Que tal a fabricante de fraldas patrocinar esse casal? Afinal, sustentar uma família toda com uma rocinha caseira mais uma mixaria em dinheiro, é o verdadeiro “milagre”.
Ótima idéia, mas acho que eles não vão se interessar. “Milagre” de pobre não é tão milagroso quanto o das celebridades.
Este post me fez lembrar o pior programa da tv brasileira o tal “tv fama”. Infelizmente tive a oportunidade de assistir algumas vezes, já que minha querida mãe gosta e costuma assisti-lo com frequência. Imagina um monte de gente sem talento, sem carisma e sem vergonha na cara sendo tratado como celebridades, contando sobre seus relacionamentos, gravidez e seus “trabalhos” sendo obviamente bajulados por pseudo jornalistas ou sendo perseguidos por paparazzis tupiniquins…horrível…o que salva ali é só a delicia da apresentadora, a Flávia Noronha (que aliás é sobrinha de um conhecido meu) porque o resto é deprimente…
óquei, óquei! eu aumento, mas não invento!
André, é um aspecto claro da sociedade de consumo o esvaziamento existencial e cultural do individuo, que faz uma “troca” de satisfação imediata que o leva de nada a nada em termos de estória pessoal. Para evitar pânico essa mesma sociedade oferece substitutivos para essa indigencia psiquica, que é o espetaculo da idolatria que assistimos desde o inicio do século XX (o cinema tem sido desde o seu primórdio um grande produtor de matéria prima humana para esse circo). A promiscuidade doméstica de gente tida como “especial”, seja pela aparição em produtos mediocres de entretenimento ou pela circunferencia do traseiro, é apenas um aspecto do ja milenar “pão e circo” elevado a enésima potencia, mas eu acho que o aspecto mais tétrico disso tudo é o publico, que lambe obscenamente qualquer farelo de vida podre que esses “ídolos” produzem, seja a cafonalia do futebol ou a vulgaridade meretricia de “artistas”. Como dizia o lider judeu Stephen Wise (a propósito da ascensão da burguesia hitlerista na Alemanha…), mas tb aplicavel nesse momento de derrocada do humano, “..as fronteiras da civilização foram transpostas…” Mas encaremos os fatos: o homem vive hoje o seu óbito social.
Olha, tenho de concordar com vc. Sempre achei que o público é que define a qualidade do que consome. Sem audiência, ninguém faz nada. Se notícias supérfluas como a gravidez de uma atriz qualquer são as mais lidas na home de um portal, é claro que o portal, interessado em audiência, vai manter a notícia na home. E assim se perpetua um ciclo de mediocridade impossível de quebrar.
Dá-se ao povo aquilo que ele quer ou o povo quer aquilo que lhe é dado? Eu fico com a segunda.
As duas coisas.
Concordo com você, André: as duas coisas.
E esse fenômeno está virando mais um traço cultural. Vê-se as meninas, de todas as classes, usando mil e um adereços, estimuladas a caras e poses, expostas nas redes sociais, para abastecerem, mais tardes, o mercado de rainha disso e daquilo, bastando pra tanto ter peito e bunda. Enquanto isso, frequentam os famigerados programas de auditório, como os que grassam por aí.
Só para complementar meu comentario, existe por aqui, resquicios perniciosos do nosso passado antropológico, um tabu no que diz respeito ao “publico”, ‘povo”, “opinião publica”, ou congeneres, ja que esses estão sempre acima de qualquer critica, e a midia costuma tratar-nos como um rebanho de puros, crias autenticas de Rousseau, sempre corrompidos por “entidades” do mal, no caso aqueles que nos “impingem” má conduta e mau gosto… Wilhelm Reich fala muito bom sobre esse “zé ninguém”, mas só um exemplo: há bem pouco tempo a CPTM colocou, como audio nos trens, musica sinfonica (não por amor a musica classica, mas para fugir de problemas com direitos autorais, dado que esse acervo classico é de dominio publico), pois bem: houve uma reação furiosa dos usuarios pedindo a retirada dessa trilha sonora, dado que era “aborrecida” e causava “sonolencia”…Não se iluda Sumaya, somos nós que escolhemos…
Não sabia desse caso da CPTM…
Tambem não sabia, mas não surpreende. Pra emice contemporanea, beethoven e bach são “de enterro”, enquanto o alex turner e o thom yorke são “gênios”.
Sim, o Celso tem razão. Até há uns anos, a CPTM tocava música clássica nos trens. Embora eu seja roqueiro e entenda pouquíssimo de música erudita, tenho prazer em escutar e, claro, reconheço que é A Música por excelência. Pois bem, me lembro que em uma viagem de trem de Santo Amaro até a Cidade Universitária (onde eu estudava) havia um grupo de 5 ou 6 peões de obra – deviam ser pedreiros – em pé, ao lado de uma das portas do lado em que não abriam. Eles ficaram O TRAJETO TODO falando mal da música que tocava. Vejam, eles estavam em 5 ou 6, voltando do trabalho, poderiam, simplesmente, “abstrair” aquilo e conversar sobre qualquer coisa, mas a música os incomodava tanto que eles não conseguiam sequer ignorá-la. Ou seja, o povo, em geral, está tão lobotomizado pela baixa cultura, pelo rasteiro, pela arte de esgoto, que uma música que, ao menos, relaxa, pra eles é ofensivo como o seria um funk carioca nos ouvidos de um pianista clássico. Bom, meses depois a CPTM parou de colocar música. Hoje a música ambiente é algum funkeiro ouvindo, sem os fones, as obras que Mr. Catra e companhia defecam… digo, compõem.
Peraí…Arctic Monkeys e Radiohead são “emo”? Posso garantir que o tipo de pessoas que reclamaram da música clássica não ouvem nenhuma dessas duas (ótimas, btw) bandas. Aconteceu mesmo isso, antigamente sempre tocavam essas músicas agradáveis nos trens, que eu me lembre daquela linha Esmeralda, e do nada tiraram, não sabia que tinha sido esse o motivo…lamentável.
O Celso tem razão. Uma vez, numa viagem de trem de Santo Amaro até a Cidade Universitária (onde eu estudava), havia 4 ou 5 peões de obra, do lado onde as portas não abriam. Estavam de pé. Eles passaram O TRAJETO TODINHO falando mal da música. Vejam, não foi só um comentário do tipo: “que música chata, hein?”. Não. Foi o único assunto de que falaram em toda a viagem (devem ter continuado depois que eu desci). Impressionante como a música clássica – a mais elevada de todas – fazia mal pra aqueles sujeitos, de sorte que eles não conseguiam sequer ignorá-las, tão habituados que estão à “arte” do esgoto. Tempos depois, a CPTM não deixou de colocar as músicas. Hoje, de som ambiente, nos aprazíveis e sempre vazios trens da CPTM, podemos contar com os hediondos funkeiros escutando, sem fone, as “obras” que Mr. Catra e companhia defecam… digo, compõem.
Pelo menos estavam discutindo música, já é um bom sinal.
Tem razão, eu ainda me iludo. Por outro lado, o que são alguns meses de música clássica no trem contra décadas de lixo musical por todos os cantos?
Amanda: pode trocar “emice” por “idiotice”. Conheço pessoas que gostam de Radiohead (gosto) e “Aarghtic” Monkeys (detesto) e dizem que música erudita “dá sono”, “é coisa de bambi” etc. Infelizmente. Do Alex Turner “gênio” pra Vera Viel “grávida miraculosa” é um passo. Mr. Catra? Por favor, não me deixem saber que é!
André, meu computador está uma graça hoje. Comentei, o comentário parecia que não tinha ido. Daí, digitei tudo novamente e postei. Quando fui ver, a primeira postagem já estava lá, mas como anônimo. Se você puder apagar essa eu agradeço. Abraço!
vou procurar…