Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

Perfil completo

Ministra da Cultura acha que Cinema Marginal é cinema feito por marginais

Por Andre Barcinski
15/06/12 12:48

Peço licença para voltar ao assunto da morte do querido Carlão Reichenbach. Só que, dessa vez, para reclamar.

Li, há pouco, a declaração da Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, sobre Reichenbach:

“Um cineasta inquieto, vanguardista que, por trilhar caminhos menos usuais entre os cineastas tradicionais, foi taxado como autor de filme marginal e da Boca do Lixo. No entanto, apaixonado pelo cinema em si, foi autor de obras-primas como ‘Anjos do Arrabalde’ e ‘Alma Corsária’, entre outras.”

É uma das declarações mais preconceituosas, desconexas e ignorantes que já li.

Saber que a Ministra da Cultura declarou isso dá depressão. Mostra um total desconhecimento da história do cinema brasileiro e do cinema paulista em particular.

Vamos lá: em primeiro lugar, Carlão não foi considerado “marginal” e “da Boca do Lixo” por “trilhar caminhos menos usuais entre os cineastas tradicionais”.

Isso dá a entender que ele era um “cineasta tradicional” (daí o “entre” usado pela Ministra, incluindo Carlão no grupo) que optou por “trilhar caminhos menos usuais”.

“Menos usuais” para quem, cara-pálida? Para a geração de Carlão, formada nos cineclubes e fora do circuito estatal de financiamento, a liberdade criativa da Boca do Lixo era a única opção. Ou foi, por um bom tempo.

O “foi taxado” implica quase num xingamento, como se “cineasta marginal” e “da Boca do Lixo” fossem estágios menores na carreira de um homem de cinema. Além do erro grosseiro de usar “taxado” no lugar de “tachado”, claro.

Só lembrando que “tachado” significa “a que se apontou defeito ou tacha”.

Aí vem a pior parte: “No entanto, apaixonado pelo cinema em si, foi autor de obras-primas…”

“No entanto”? O que isso quer dizer? Será que Ana de Hollanda quis dizer que “apesar de ser da Boca, ele era um ótimo cineasta?

E “apaixonado pelo cinema em si”? Quer dizer que o cinema da Boca não era cinema? Ou era um tipo de cinema que não se incluía no “cinema em si”?

A frase inteira, começando em “no entanto”, dá a entender que Carlão fez obras-primas “apesar” de ser associado ao cinema marginal e da Boca do Lixo.

Ministra, um toque: Cinema Marginal não é cinema feito por marginais. Não é cinema menor e não é demérito para ninguém estar incluído nesse grupo “marginal”.

A Boca do Lixo foi um dos capítulos mais bonitos de nosso cinema, um oásis de liberdade e independência, uma célula de resistência que teimava em sobreviver num cinema quase sempre dependente do Estado.

E o Estado brasileiro, desde sempre, fez questão de varrer o cinema da Boca do Lixo para baixo do tapete oficial.

Agora, que morreu um dos maiores nomes do cinema rebelde, autoral e independente brasileiro, só peço à ministra que não continue a varredura.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. Luís comentou em 18/06/12 at 14:16

    Uma artista de merda sendo uma ministra da cultura de merda num governo de merda de uma presidente de merda.

    Tá todo mundo em casa.

  2. Rodrigo comentou em 18/06/12 at 13:26

    Tenho minhas dúvidas se todos estes possíveis significados se aplicam, pois para ter tais opiniões a Ministra (ou quem redigiu o texto) teria que conhecer a obra do falecido, do que duvido muito.

    Quanto à “nota em si”, é simplesmente mal escrita. Muitíssimo. Chega a ser impressionante que uma coisa dessas saia com a chancela do MinC. Sinal dos tempos…

  3. Alexandro Cruz comentou em 18/06/12 at 13:13

    Gostaria de entender o porque da visão do Barcinski descambou para a política. Trata-se de uma analogia única para uma pessoa que não entende de cinema e que fez uma declaração desta, como a ministra e que, infelizmente para nós, cuida de uma pasta bastante difícil de gerir, independente do partido em que exerça. Parabéns André e pessoal, vamos olhar o que a pessoal fez e não o brasão que ela ostenta. Ainda mais que o escritor é bastante amante desse tipo de arte “marginal”, basta ver o ótimo livro “Marginal”.

    • Andre Barcinski comentou em 18/06/12 at 13:21

      Eu não “descambei” para nada, quem começou a usar argumentos ideológicos na discussão foram os defensores da ministra. E o livro, se é a ele que vc se refere, chama-se “Maldito”, não “Marginal”.

  4. Rodrigo comentou em 18/06/12 at 12:37

    IMpressionante a tropa de choque “chapa branca” tomando as dores da ministra. A nota foi ruim, mesmo, e pronto.

    • Luís comentou em 18/06/12 at 14:15

      Esses são os famosos “progressistas”, ou pogreçistas.

  5. Andre Pomba comentou em 18/06/12 at 12:04

    Estou pasmo de ler os ataques ridículos de militontos petistas ao texto do @AndreBarcinski em q ele critica a “ministra” da cultura Ana de Holanda. Realmente essa tropa virtual adepta do CrtC CtrV para defender este governo transforma tudo em luta partidária, de classes, de origem… Teve um que criticou o texto dizendo que “tinha que ser de São Paulo”, sendo que o @AndreBarcinski é carioca. A grande maioria dos q criticam usa aquele velhos argumentos maniqueistas direita vs esquerda e contra a imprensa “PiG” Falha de São Paulo e Veja. Deplorável.

    • Andre Barcinski comentou em 18/06/12 at 12:49

      Fala, xará, beleza? Pois é, tudo vira briga ideológica. É mais fácil discutir assim, tentando desqualificar ideologicamente o debatedor, do que discutir idéias, não é mesmo?

    • Ado Pereira comentou em 18/06/12 at 14:31

      Tem toda razão cara, atualmente qualquer debate cai nessa vala comum do partidarismo político, luta de classe e questão de origem. Intelectualmente, o Brasil vive um momento de trevas.

  6. Theo comentou em 18/06/12 at 11:31

    haha trocando em miúdos ela simplesmente falou “ele era pobre mas era limpinho!

  7. Cauê Rigamonti comentou em 18/06/12 at 11:26

    É impressionante o número de gente que a ministra arregimentou para fazer a contra-crítica ao Barcinski…

  8. André comentou em 18/06/12 at 11:19

    Sem contar que, do ponto de vista semântico, é impossível atribuir a um mesmo artista realização várias “obras-primas”, porque o significado de “obra-prima” é, justamente, a obra primeira de um artista. Esclarece a ministra da “cultura” que um artista por mais genial que seja, pode ter, no máximo, UMA obra-prima.

    • Miguel comentou em 18/06/12 at 12:01

      Essa definição pode estar nas origens do termos (há controvérsias). Hoje em dia é atribuído o termo “obra-prima” a qualquer obra de arte cujo mérito supera a produção costumeira do próprio autor ou de outros artistas. Nick Drake, por exemplo, deixou três obras-primas, não apenas a primeira. “Kind of Blue”, “Birth of Cool” e “Bitches Brew”, do Miles Davis, são igualmente obras-primas.

      • André comentou em 18/06/12 at 14:21

        Não sei onde está a controvérsia. Esta definição de “obra-prima” é encontrada em qualquer dicionário. A disseminação do mau uso do termo não altera o seu significado. Ah! E não se trata da primeira obra e sim da “obra primeira”, ou seja, a prímeira em qualidade. Os discos do Nick Drake são sensacionais e estão em um mesmo altíssimo patamar. Mas, se quiseres determinar a sua obra-prima, escolha UM. Qualquer UM. Diga: “Pra mim, ‘Five Leaves Left’e ‘Pink Moon’ são maravilhosos, mas ‘Bryter Layter é uma obra-prima” ou “Não dá pra escolher a obra-prima do Miles. Ele tem, pelo menos, 3 discos sensacionais.”
        Mas, cara, isso pra nós, mortais, passa batido. O problema é quando vem de uma Ministra da Cultura.

  9. bivar neto comentou em 18/06/12 at 10:59

    Pouco conheço a obra em si do Carlos, porém tive a oportunidade de ir em suas exibições no CineSesc e apreciar algumas obras de seu acervo… Confesso que os filmes apresentados não são “fáceis”, até mesmo porque, estava numa sessão voltada para filmes de terror e drama respectivamente e eu mesmo não curti algumas das películas. Mas respeito o Reichenbach, sua dedicação pelo cinema e por sua influência no cinema nacional. É uma pena, pois ele foi um grande colaborador dos CineSesc’s da vida e de eventos que rolavam – ou rolaram – por SP. Não sou nenhum fã de sua obra. Mas sua figura era respeitada e muito forte.

  10. Fernanda comentou em 18/06/12 at 9:41

    Tudo bem, vamos julgar e criticar o que falam nossos infortúnios políticos. Mas essa sua interpretação de texto ficou totalmente fora de contexto, forçada e preconceituosa. A ministra poderia ter dito o que fosse, você iria “tacha-lá” de qualquer jeito.

  11. Cassiano comentou em 18/06/12 at 3:30

    Bom, se levarmos em conta o quanto foi destinado para a realização do filméco “Lula, o filho do Brasil”, dá para se ter noção do que essa gente tem como base por Cultura.

  12. Edu ardo comentou em 17/06/12 at 18:36

    Mudando de assunto, me lembro de um post seu sobre Budapeste. Cara, pra quem chega naquela estação Keleti, Budapeste é o inferno. Sorte da cidade q ela é bonita demais e consegue desfazer um pouco da péssima primeira impressão que os húngaros passam: malandros e cínicos da pior qualidade.

  13. Sam comentou em 17/06/12 at 16:40

    “tinha que ser da FALA de São Paulo”

    Além de julgar pessoas pela origem familiar também julga pela origem geográfica. Se faz isso com um compatriota imagino o que deva pensar de um estrangeiro ( xenófobo tb?) Será que também classifica pessoas pela classe social também?

    Vendo o blog da criatura ele também desqualifica por opinião política divergente da dele ( que ele supostamente deve ter apreendido nas entrelinhas do seu discurso, André)

    Em suma um skinhead enrustido (ou nao)

  14. daniel comentou em 17/06/12 at 14:40

    Ou eu sou muito burro ou você fez um dos comentários mais sem nexo, inútil e idiota da história do blog.

  15. José Universo comentou em 17/06/12 at 13:57

    Ministério da Cultura? Que cultura? Será que ela seria ministra se não tivesse o sobrenome que carrega?
    Como esse povo gosta de chover no molhado com esse papo de recordar a ditadura. Garanto que a maioria deles nem sabe o que se passou, repetem frases feitas por ouvir falar.
    Virem a página da vida e sigam para cima e em frente.
    A sociedade brasileira já decidiu faz tempo, ditadura nunca mais.
    Por isso é que ainda não conseguiram calar a liberdade de expressão.
    Não há cultura assim ou assado. Há cultura de um povo e nela cabe tudo.

  16. andrews comentou em 16/06/12 at 23:59

    valeu André. me diverti muito com os comentários. principalmente os altamente ideologizados. afinal, como já observei “ab initio”, a infortunada ministra, assim como boa parte dos “comentaristas”, (certamente a maior), jamais devem ter visto um filme sequer do Carlão.

  17. Riva comentou em 16/06/12 at 23:13

    Vamos por partes. O crítico desaprova 4 pontos principais da nota ministerial:
    1) o trecho “menos usuais”, segundo ele, passa a ideia de que a Boca do Lixo era a única opção. Só que no mesmo parágrafo o crítico fala do “circuito estatal de financiamento”, ou seja, cai em contradição, pois fica claro então que existia outra opção! Ou seja, existia o circuito estatal, este seguido por muitos em busca de fama, recursos etc, e a Boca do Lixo, caminho seguido pelo falecido e “menos usual” se comparado com o “circuito estatal de …”, uma vez que pois não era bem visto pela mídia tradicional, pela intelectualidade conservadora etc. Em suma: o falecido foi bravo ao seguir naquilo que acreditava e a nota reforça isso.
    2) o termo “foi taxado” porque, segundo ele, implica num xingamento. Na verdade, a nota não taxou o cineasta de marginal, mas fez menção àqueles que o taxaram de marginal, por terem desaprovado de seu trabalho. Além disso, a nota mesmo desaprova este rótulo, ao colocá-lo como “inquieto, vanguardista e autor de obras-primas”.
    3) o termo “taxado”, talvez desconhecido pelo crítico, trata-se do verbo “taxar”, que, entre outras acepções, significa “qualificar, julgar”, como no exemplo dado pelo Aurélio: “taxaram-no de maldoso”.
    4) o termo “no entanto” remete não ao fato de “apesar de ser da Boca do Lixo”, mas sim ao fato de que, apesar de ser taxado por outros de marginal, o cineasta acreditou no trabalho que desenvolvia e seguiu em frente.
    Conclusão: ou o crítico não sabe interpretar texto, ou agiu de má-fé.

  18. Rachel comentou em 16/06/12 at 22:50

    p***a Barcinski, mais uma vez, no alvo. o que seria desse pais sem gente como voce pra por o dedo na ferida? detonando toda a coisa cordial e sem qualidade, a superficialidade e a tao profunda ignorancia. voce é meu guru, cara, pra nao ficar cega nessa terra de gente caolha. O seu nao é um ponto de vista, é um farol orientador.

  19. marco strada comentou em 16/06/12 at 21:34

    É o que dá esse modelo de política despótica e corrupta: nomeações esdrúxulas, gente sem qualificação falando merda e ocupando cargos para os quais não estão capacitados, rapnantes no poder.

  20. Epaminodas Rasta comentou em 16/06/12 at 21:23

    Os profissionais dizem que um livro se vende pelo título. E isso não é chute, é experiência vivida. A gente compra o livro e nem precisa ler, o título na estante já nos basta. “Anjos de Arrabalde” e “Alma Corsária” são títulos, do caramba, estáo para os títulos de livros assim como para o título de filmes, ou seja, o equivalente a “não vi, mas já gostei”.

  21. Raphael Carneiro comentou em 16/06/12 at 19:01

    O mais bizarro é ver uma cambada de barbado defendendo que o texto do Barça faz parte de um complô maior da imprensa contra a “Ministra”. Como se a coitada da mulher fosse expressiva o suficiente para ter inimigos…

  22. Manoel J de Souza Neto comentou em 16/06/12 at 18:21

    Parabéns André! Somente um leitor de Saussure, Althusser, Bourdieu, Baudrillard e Lacan pode endossar o que esta oculta na fala da Ministra e seus significados mais próximos do “real”, do sentido e das relações de poder que denotam. E você mostrou a estrutura e o significado corretamente.
    Tudo o que a Ministra disse denota significados através do dito, do não dito e do subentendido.
    A fala revela ser totalmente preconceituosa, como tudo que é dito por ela. O retrospecto das falas da Ministra trata por ignorantes, periféricos, pobres, coitados, invejosos, mentirosos, desqualificados todos que tem opinião, ou detém direitos, basta existir pra ser inimigo dela, é só acompanhar o que ela fala sobre “a turma que usa a internet”, os chatos dos “os barulhentos das redes sociais”, a molecada dos “movimentos sociais”, “os conspiradores”enfim, sobre os diversos grupos que recebem em respostas as suas angustias desqualificações xenófobas. Sequer o Conselho de Cultura do MINC recebe respostas da Ministra, ao contrário o CNPC foi desqualificado e tratado como lugar comum formado por gente “sem representatividade”.
    Entre as mais conhecidas opiniões emitidas pela Ministra sempre existe um batalhão de interesses, basta uma breve pesquisada no Google com frases dela como “a internet vai matar a produção cultural” + “Ana de Hollanda” uma visão tacanha, mas nada inocente, para compreender o “real” na comparação da origem da fala, posto que se fizerem a mesma pesquisa “a internet vai matar a produção cultural” só que alternando as siglas “USRT”, ou “IFPI”, ou “ABPD”, ou “RIAA”, ou “WIPO”, ou “MPAA” vai descobrir nos relatórios que as frases da Ministra partem de relatórios das organizações internacionais monopolistas da indústria de entretenimento. Os mesmos responsáveis pelo roubo da cultura brasileira, as mesmas empresas monopolistas que acusam injustamente o Brasil de uma nação pirata, as mesmas organizações que tem no ECAD um grande aliado. Os mesmos que apoiaram o ACTA que tenta atribuir ao Brasil uma divida de R$ 540 bilhões de dólares por conta de uma suposta pirataria. Tudo isso revela Ministra do que Ana é de fato, uma Ministra do capital internacional, uma ministra do ECAD, uma Ministra da indústria de entretenimento, uma Ministra da alienação, Ministra de qualquer coisa, menos Ministra da Cultura, isso é piada!!!
    Venho arquivando as falas e decisões do MINC de Ana de Hollanda de ECAD, e por isso como conselheiro nacional de cultura que esta de saída, me sinto aliviado de não ter me envolvido nesta gestão que é a pior de todos os tempos! Tenho vergonha alheia pelas pessoas que tem coragem de defendê-la…

    • Andre Barcinski comentou em 16/06/12 at 18:33

      Pelo menos ela é coerente: diz que não gosta da Internet e não deve usá-la, já que nem se deu ao trabalho de fazer uma busca no “Google” sobre o Reichenbach, não?

      • Manoel J de Souza Neto comentou em 16/06/12 at 18:44

        Pois André, a coerência dela com um modelo de mercado que caiu, com outras gerações de artistas, com moradores de determinados bairros de Rio e São Paulo, com empresas e editores, com grandes produtores, revelam uma fidelidade que só pode ser entendida como a “formação de família” da qual ela por falta de talento, artistico e falta de talento pra Ministra vem se revelando uma grande lobista…

  23. raul comentou em 16/06/12 at 14:50

    Toda critica a alguem do governo atrai a militancia furiosa. Eles se acham acima da critica. Para eles soh conservadores, ricos e malvados em geral ousam criticar um beatificado pela nomeacao no governo. Como o governo (ou melhor o dinheiro do contribuinte) esta em toda parte, logo nenhuma autoridade sera mais passivel de critica, por pior a asneira que pratique, ja que os trollers federais nao dao descanso..

  24. Sérgio Ricardo comentou em 16/06/12 at 13:42

    André,
    a ministra certamente não é uma cinéfila e o texto deixa muito a desejar. Mas só algumas considerações: quando ela diz que o Carlão não era apenas do Cinema Marginal provavelmente ela se referia a outras obras como “Dois Córregos”, por exemplo. que tem uma estética mais convencional, até pela época em que foi realizado. E por fim uma dúvida minha: o rótulo Cinema Marginal foi dado pela imprensa da época em referência ao filme “Á Margem”, do Candeias? Todos aceitavam essa denominação? Na MPB eu sei que foi a mídia. De qualquer modo, não havia um sentido pejorativo na definição em nenhum dos dois Movimentos, certamente. Quem se incomodou um pouco foi Glauber Rocha – sempre ele – que taCHou o Cinema da Boca de undigrudi tupiniquim, já que este pretensamente estava indo além do que pretendia o Cinema Novo, seja lá o que fosse esse “além”. Abraços.

    • Andre Barcinski comentou em 16/06/12 at 13:46

      Nunca vi ninguém da Boca dizendo que não aceitava o nome Cinema Marginal.

    • Jair Fonseca comentou em 17/06/12 at 10:43

      Vários cineastas taxados e tachados de marginais não gostavam desse rótulo que veio da imprensa, inclusive Sganzerla e Bressane. Mas o nome pegou.

    • Jair Fonseca comentou em 17/06/12 at 12:56

      Jairo Ferreira, ele mesmo cineasta “marginal” da Boca (talvez o mais marginal de todos, em todos os sentidos) escreveu o melhor livro sobre o assunto: “Cinema de invenção”. O nome do livro não é “Cinema marginal”…
      Aliás, Glauber consta do livro, pois grande parte de sua obra tem mais a ver com o “cinema marginal” do que com o cinema novo.

      • Andre Barcinski comentou em 17/06/12 at 16:25

        A Lume e a Heco lançaram uma coleção de quase 40 DVDs dessa turma, chamada “Cinema Marginal”, e não vi nenhum tipo de reclamação, nem dos cineastas ou de seus herdeiros: http://www.cinematorio.com.br/2009/03/cinema-marginal-em-dvd.html E discordo totalmente da sua opinião sobre Glauber. Ele próprio sempre fez questão de se dizer representante do Cinema Novo. Claro que Jairo pode ter visto na inventividade de Glauber algo que o aproximasse do cinema da Boca, mas Glauber sempre se disse cinemanovista.

        • Jair Fonseca comentou em 17/06/12 at 20:23

          Pois é, Glauber sempre se disse cinemanovista, mas com a violência e arrogância com que defendia suas posições, escreveu em 1970: “O primeiro e único filme underground 68 é Câncer, made by Glauber Rocha”. Está em Revolução do Cinema Novo, no texto “O cinema foi a sétima arte”.
          Ele não deixa de ter razão. Não foi exibido à época, nem poderia, mas é provavelmente o filme mais radical feito nessa época no Brasil.

          • Andre Barcinski comentou em 18/06/12 at 8:19

            O nome do livro já diz tudo. Glauber nunca se disse nada senão cinemanovista.

          • Jair Fonseca comentou em 18/06/12 at 12:04

            “Glauber nunca se disse nada senão cinemanovista.”
            Desculpe se insisto, mas é óbvio que ele se dizia mais que cinemanovista: “underground”, por exemplo.

          • Andre Barcinski comentou em 18/06/12 at 12:46

            Jair, o livro do cara se chama “Revolução do Cinema Novo”, veja quantos textos ele fez em louvor ao Cinema Novo. Ele pode ter associado ao Cinema Novo características de um cinema mais alternativo e que fugia aos padrões do cinema mais careta e convencional, mas ele nunca negou o que era.

  25. Pedro Meireles comentou em 16/06/12 at 12:53

    Quanto papo furado! Cinema da boca do lixo é lixo mesmo, só os hippies de shopping center da ECA e da FAAP é que gostam dessa merda hoje em dia… E a ministra analfabeta consegue ser pior do que o cinema tosco do Carlos Reichenbach…

    • Andre Barcinski comentou em 16/06/12 at 13:20

      Vc é mais ignorante que a ministra quando o assunto é cinema da Boca do Lixo.

    • Zulu comentou em 17/06/12 at 23:44

      Aposto que você já fez filmes muito melhores que os dele, né? Ou só passa seu tempo criticando o trabalho de quem dedicou a vida a uma arte totalmente desvalorizada nesse país? Lembre-se que alem de cineasta ele era também um ser humano, com defeitos, mas pai de família. Você pode agora mesmo estar ofendendo um parente, não acha?

  26. João Gilberto Monteiro comentou em 16/06/12 at 12:43

    André, o pior é que enquanto anti-petralhas e anti-tucanalhas ficam brigando via web parecendo as torcidas organizadas do futebol, os caciques do PMDB e os donos dos partidos fisiológicos deitam e rolam na política do mundo real, serão sempre governo…

  27. BetoZéLelé comentou em 16/06/12 at 12:24

    Olá, André.
    Ontem fiquei ligado no “Estranho Mundo…” na entrevista com o Luiz Roberto. Esses caras são ainda mais legais fora do “enquadramento”. Parabéns, mais uma vez, pelas escolhas. O meu ídolo como narrador de futebol pela TV é o Jota Júnior.

    • Andre Barcinski comentou em 16/06/12 at 13:23

      Foi legal, não? Tb achei o Luis um cara muito bacana, sincero e engraçado.

  28. BullittKowalski comentou em 16/06/12 at 11:56

    Só penso numa coisa: Precisamos mesmo de um Ministério da Cultura?

    • Roberto comentou em 16/06/12 at 14:00

      Claro que precisamos, assim como precisamos de um Ministério da Pesca. Quer dizer, nós não precisamos, mas eles precisam. Moeda de troca política, sacumé, me apoia que eu libero um Ministério pro teu partido. Vomitemos juntos, vamo lá, no três.

    • raul comentou em 16/06/12 at 15:05

      Sempre tive essa duvida. Cultura eh de baixo pra cima, para que envolver as “otoridades”? Charles Chaplin, Dostoievski, Millor, Russ Meyer, Tarantino, Sex Pistols, Black Sabbath, Ramones existem por forca e obra de algum burocrata? Criam ministerio para tudo, mais ralos de dinheiro publico, mais dificuldades para fiscalizar, mais postos para atrair aliados e espolios pros amigos. As proprias ONGs hoje funcionam como sucursais de ministerios capilarizando ainda mais os desvios.

  29. Jair Fonseca comentou em 16/06/12 at 11:39

    Nota-se que parte dos comentaristas vem ao blogue pra fazer campanha política partidária ou antipartidária, e não está nem aí para o ponto em questão. Lamentável.

  30. Manoel Coutinho comentou em 16/06/12 at 11:29

    André, O mais lamentável são os defensores do texto do MinC. Apareceu até a manjada acusação de perseguição política. É obvio que ela ou alguém que ela administra (mal), tentou “homenagear” o Carlão mas, um texto com esta qualidade vindo de um MinC é, como disse a Gisella Gonçalves, dá medo do futuro.

    • Andre Barcinski comentou em 16/06/12 at 11:41

      Qualquer crítica é desprezada como “perseguição política”. Triste, meu amigo.

      • Pedro Meireles comentou em 16/06/12 at 12:59

        Vindo de um jornal que apoiou a ditadura militar e se beneficiou com ela, e que só não declara abertamente o apoio ao PSDB porque não tem coragem de assumir que não é esquerda p.nenhuma, eu acho que a crítica tem muito de política, sim…

        • Andre Barcinski comentou em 16/06/12 at 13:19

          Pedro, na boa, vc está usando argumentos ridículos porque não tem argumentos sólidos pra discutir. É mais fácil desqualificar o debatedor do que debater. Vc é patético.

          • Manoel Coutinho comentou em 17/06/12 at 22:36

            Desviar o foco da discussão e declarar-se vítima de perseguição política é a estratégia rasteira que cola nos ignorantes e que elege políticos do calibre de Barbalho, Collor, Sarney e Maluf.

← Comentários anteriores
Comentários posteriores →
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailandrebarcinski.folha@uol.com.br

Buscar

Busca
  • Recent posts André Barcinski
  1. 1

    Até breve!

  2. 2

    Há meio século, um filme levou nossas almas

  3. 3

    O dia em que o Mudhoney trocou de nome

  4. 4

    Por que não implodir a rodoviária?

  5. 5

    O melhor filme do fim de semana

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 04/07/2010 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).