O caixa eletrônico, nosso inimigo
20/06/12 07:05
No banco, fila longa para os caixas eletrônicos. Como de hábito, só duas das quatro máquinas estão funcionando.
Na minha frente, um casal de idosos. Quando chega a vez deles, o senhor me pergunta:
– Meu filho, você pode nos ajudar?
– Eu não confio nessas coisas – diz a coroa, apontando para o caixa eletrônico.
O casal me dá um papel com a senha do cartão. Digo que isso é loucura, que eles não podem ficar dando a senha para um desconhecido qualquer.
– Eu tenho medo de usar isso – continua a senhora – Um conhecido apertou um botão errado e perdeu mil reais!
Lembrei imediatamente da minha avó, que também tinha pavor de qualquer máquina e fazia questão de ir TODO DIA ao banco checar o saldo, que continuava sempre o mesmo, já que ela nunca mexia na conta. Acho que a fila fazia bem a ela.
Para idosos, deve ser realmente difícil conviver com tanta novidade.
Um amigo conta que deu de presente para a avó um celular, mas que ela logo se irritou porque só recebia ligações de um tal de “Moto”.
Minha avó tinha um problema sério com secretárias eletrônicas. Ficava tão nervosa que desembestava a deixar o recado por cima da gravação. A gente só sabia que era ela porque os recados estavam sempre pela metade: “…Me liga, um beijo!”
Essa aversão de idosos à tecnologia transcende origem, escolaridade ou classe social.
Por coincidência, esses dias li uma entrevista ótima de Woody Allen no “Wall Street Journal” (veja aqui) em que ele diz:
“Eu não tenho um computador. É mais que incompetência. Tenho aversão a qualquer coisa mecânica. Nunca gostei de câmeras, gravadores ou carros. Tenho um carro, mas não dirijo. Não tenho câmera. Em casa, nas raras vezes em que quero ver um DVD, preciso que minha mulher ligue o aparelho. Nunca, em um milhão de anos, eu saberia o que ela faz para ligar aquilo.”
po, barca, a partir de amanha para ler seu blog terei de pagar? cachorrada!!!!!!!!!!!
Como já foi dito aqui: qualquer um tem acesso gratuito a até 40 notícias por mês. Se tudo que vc quer é ler o blog, que são 22 a 24 posts por mês, dá traquilamente.
É o efeito New York Times (sempre eles!), começaram com tudo livre, depois 20 notícias, agora está em 10! (marketeiros malditos! Vou acabar assinando…)
Isso é igual quando começaram a cobrar pelo estacionamento dos shoppings. Todo mundomdizia que deixava de andar nesses lugares, mas eles só ficaram mais e mais lotados.
Oi xará… na verdade, seu post me lembrou de outra questão: da falta de segurança nesses caixas eletrônicos, incluindo aqueles que ficam dentro das agências. Ou melhor: QUASE-dentro, porque muitas agências aqui em SP colocaram suas famigeradas portas eletrônicas depois dos caixas eletrônicos, deixando esta área dos caixas livre para circulação. Muitas vezes, não se vê um mero guarda nessa área, ao passo que podemos ver pessoas aparentemente aguardando outros que estão no caixa ou dentro do banco – e vai saber se não são malandros esperando pra dar golpes em algum idoso que não consegue mexer na máquina, ou em quem está sacando grana. Pior que muitas vezes entramos tão rápido na agência que nem percebemos isso. Já mandei duas mensagens pro Santander informando da falta de segurança na área dos caixas em algumas agências e o problema continua.
André, essa declaração vinda do Woody Allen não me espanta nem um pouco, mas mudando de assunto, se vier mesmo esse fim da gratuidadde da Folha gostaria de te dizer que foi um prazer ler seus textos, vc realmente escreve muito bem, adorei várias dicas de livros, artistas e filmes, posso te dizer que meu gosto pra filmes, por exemplo nunca mais foi o mesmo depois que conheci este blog, mas já que a Folha quer debitar no cliente a crise do jornalismo, vou então procurar outros blogs para preencher meu tempo virtual livre (Forastieri, Marcelo Rubens Paiva, Régis Tadeu, etc)…
Qualquer um tem acesso gratuito a até 40 notícias por mês. Se tudo que vc quer é ler o blog, que são 22 a 24 posts por mês, dá traquilamente.
O UOL tem planos mais baratos e continuará dando acesso ao site (seus assinantes perderão apenas a réplica do jornal impresso, se não me engano). Amanhã conheceremos todas as combinações possíveis. Às vezes compensa assinar (tenho uma assinatura de revista que me decepcionou e posso trocar assim que vencer, por ex.). O ruim de assinar as coisas é o trabalhão que dá cancelar, caso você não curta o produto. Acontece o mesmo com as publicações estrangeiras, André? Você já cancelou alguma assinatura de revista estrangeira? Tomou um baile também, como naquele episódio da sua TV paga?
Não, pelo contrário: minha assinatura digital da New Yorker acabou e eles não renovam automaticamente, como acontece aqui. Eles só me avisam quando vai expirar e eu preciso fazer novo pedido. Bem justo, acho.
Barça…não acha que essa aversão à tecnologia se aplica às mulheres em geral também? A minha não sabe ligar o blu-ray…depois trocar pra tv a cabo…ajustar a câmera digital….ligar a impressora no notebook…acho que pra ela só fazendo um curso na Nasa…rsss
Aqui em casa o analfabeto tecnológico sou eu. Tenho aversão a qualquer manual de instruções, não sei ligar os cabos da TV, sou uma negação.
O pior é quando você fica lá suado, tentando arrumar, a mulher passa e fala como quem não quer nada: “Desliga e liga…”. E dá certo! rs
O pai de um amigo meu cria carneiros e um dia perguntou ao filho se ele queria aprender a limpar e preparar um carneiro abatido. ‘Claro’, ele disse. Então, o velho desjuntou, limpou e preparou um carneiro em 20 minutos na frente dele. ‘E aí, viu como se faz?’. ‘Claro que não, pai’, ele respondeu, ‘você tem que ir devagar, me explicando cada passo, ora’. O velho, então, retrucou ‘Pois bem, agor você entende como me sinto quando você tenta me ensinar a mexer no computador’.
Muito bom!
O fato de idosos terem dificuldades com caixa eletrônico, celular, e outras tecnologias que estão no dia-a-dia de grande parte das pessoas não me surpreende.
O que me irrita é a pessoa da minha idade (30 anos) ou mais novo, que aprendeu a usar um joystick antes de segurar uma colher, ficar acampado em frente ao caixa eletrônico por dezenas de minutos (enquanto voce percebe que ele só está metendo o dedo na tela insensantemente) sem sacar dinheiro ou imprimir um extrato. Nada. Não sai nenhum comprovante. todo mundo da fila se entreolhando e putos da vida. Parece até que o cidadão está numa máquina de fliperama . Não, não parece. Se ele estivesse em uma, ele se daria super bem.
Também quando o sujeito tira um extrato e olha, olha, olha… Quando você faz menção de ir lá dar uma apressada aí ele pega o cartão e faz que vai enfiar o cartão, volta atrás, olha mais o extrato, olha, como se olhar fosse mudar o que está impresso no papel. Torna a pegar o cartão e assim vai, enquanto você só falta infartar. Lasca.
Eu tive uma chefe balzaca que quando ia ao caixa eletrônico levava a agenda telefônica e a folheava página por página, na maior calma, até encontrar a senha.
Não entendi aquele trecho da Moto. Por que ela achava que só o Moto ligava pra ela?
Pelo que meu amigo contava, era um celular de uma marca cujo toque-padrão era “Hello, Moto”.
Woody Allen tá fazendo um pouco de tipo, claro. Um cineasta com a aversão a câmeras? Bizarro. Era para estar no stand up até hoje, então.
Consta, porém, que ele continua usando a mesma máquina de escrever desde a adolescência. Naquele livro de entrevistas da Cosac&Naif ele conta que nunca soube trocar a fita, então quando isto era necessário ele convidava alguns amigos para jantar e, casualmente, pedia para um dos convidados trocar para ele.
Verdade ou não, o cara é mesmo um humorista!
PS: Máquina de escrever pode ser considerada uma “coisa mecânica”????
Não acho, ele sempre falou isso.
máquina de escrever é uma coisa mecânica, sim. agora, será que é a máquina elétrica ou a outra?
Querido blogueiro. Na frase-título “O caixa eletrônico, nosso inimigo” é empregado o pronome possessivo “nosso” em relação ao caixa eletrônico, certo? Dado o contexto de seu esforço literário, percebi que o mesmo trata sobre o uso de tecnologias pelos geriátricos, correto? O “nosso” inclui eu, você, minha mãinha e todos nós, acertei? Então lhe digo uma coisa: “véio é a mãinha docê!”. Cabra!
Vc está rapidamente se tornando o leitor mais mala daqui, parabéns.
Sr. Norisberto, isso foi mesmo necessário?
Falei que ele é de Interlagos…
Norisberto Felipe.
E o Carlos Braga que “deixou de postar”? Deve ser ele sempre me acusando. Bando de sem nada a fazer. Hoje já postei um monte aqui? Porquê faria mais?
Hahahahahaha.
Ganhou do cara de Interlagos? Aquele era profissional. Aliás, no teu blog e do Sakamoto só tem figura.
Não ganhou porque é o próprio. Ele tem incontinência verbal, eram 50 comentários por postagem, nêgo esculachou tanto ele que agora fica tentando disfarçar. Mas sempre dá pra perceber. Como Castor de Andrade de cavanhaque ou criança bem pequena que quando vai brincar de esconde-esconde tapa o rosto com a mão.
O de Interlagos ainda está aqui! Só reduziu o nick. Era Felipe de Interlagos, agora é F de I. Para aparecer menos.
falaram aí que o woody allen é excêntrico. excêntrico ou “poser” mesmo? “ai, sou vintage, gosto de vitrolas e roleiflexes, ai que saudade dos aviões da pan air”…
como o cara sendo um cineasta, não gosta de câmeras e gravadores? ah, dá licença.
Li uma entrevista com a Danuza Leão onde ela conta que não tem celular..!! Mesmo viajando para todo lado! Me deu uma inveja… E mais: ganhou um iPod do filho, ficou alguns dias com “aquela caixa de fósforos” e devolveu. Ela disse: “eu não consigo olhar para aquele aparelho e lembrar que ele tem 5 mil músicas lá dentro”. Prefere ouvir seus CDs. A entrevista era sobre um livro dela chamado “É tudo tão simples”. Parece que para ela é mesmo.
Eu também nunca tive. Para escapar dos olhares inquisitores, dizia sempre que ia comprar logo. Mas esses dias lendo uma reportagem sobre o Congo arrumei uma justificativa melhor. Para (a China) fabricar os capacitores dos celulares e computadores é necessário um mineral, Coltan, cujo maior produtor é principalmente o Congo. E para extraí-lo, utilíza-se também mão de obra infantil escrava, tipo um extrativismo de cana de açúcar reloaded… então agora virei ativista, junto com Danuza, hehe.
Minha mãe ganhou um faz um tempinho e até hoje só usa como relógio….
Você, a Danusa e o Jello Biafra devem ser os únicos que ainda não tem celular em pleno século XXI 🙂 .
Ah, e essa história do Coltan é verdade mesmo. 85% desse minério é somente encontrado no Congo, causando mais desgraças em um região já ferrada desde o seu surgimento.
Seu blog também vai ficar indisponível para não pagantes com esse método suicida da Folha de cobrar pelo conteúdo?
Quem não quiser assinar pode ter acesso a até 40 textos por mês, então se vc quiser continuar lendo o blog, será possível, sim.
Barça, assinaria de olhos fechados, mas infelizmente no momento só posso usar esse PC aqui aonde eu trabalho, estou com problemas financeiros mas ainda bem que poderei ter acesso a 40 textos, os dias seriam bem mais tristes e interessantes sem seus textos, uma coisa que eu tenho notado e que quanto mais o cidadão tem uma renda salarial boa, mais mesquinho ele é, parece que agora ninguém quer pagar por nada, ou pior colocar preço pelo seu serviço, isso pra mim e subestimar um profissional
Me lebro do meu vô ,nascido em 1908 ,falecido em 1996 , me falando: “meu filho, quando eu era criança eu vi o surgimento do CARRO. Você não acha que é demais pra mim querer entender um computador?”
Nunca esqueço de minha avó pedindo pra aumentar o volume da televisão, depois que substituiram o botão de girar pelo controle remoto: __”Suspende pra mim?”
Beleza André?
Não é só caixa eletrônico. Meus sogros, na casa dos 70, mal conseguem usar o controle remoto da TV devido a quantidade de botões. Sem contar que botões diminuem na mesma proporção em que a artrite aumenta. Abraço.
Minha mãe nem é tão idosa e tem o mesmo problema. Não usa caixa eletrônico de jeito nenhum e tem pavor até de escada rolante. Há uns dois meses ela veio me visitar em São Paulo, junto com minha irmã e minha sobrinha. Fomos ao shopping e saindo do estacionamento subimos a escada rolante e, quando já estávamos na metade, vimos que ela estava lá embaixo, parada, dizendo que não conseguia subir. Desci correndo (sim, na escada que estava subindo) e segurei no braço dela pra que ela conseguisse, reclamando, subir. Por sorte não tinha mais ninguém na escada quando desci, acho que teria provocado um acidente, aí sim minha mãe iria se convencer de vez que esse é um negócio muito perigoso.
Woody Allen = Preguiçoso
Fazendo um filme por ano, aos 77 anos de idade? Vai ser preguiçoso assim lá longe.
Minha mãe, ao completar 62 anos – ela nem é “tão velha”, mas teve uma vida sofrida, é viúva, sempre trabalhou enfim… – pediu um presente. Aliás, eu perguntei o que ela gostaria de ganhar. Para meu espanto, uma senhora que NUNCA tinha colocado a mão – até então – em um computador, soltou a bomba: “Quero um Notebook”. “Mas mãe, é um presente que eu possa dar”, retruquei. (Estou guardando uma economias pra casamento e tal…). “Larga de ser pão duro e me dá o que pedi! E tem que ser de coração”. Meu coração custou… os olhos da cara! Hoje – uns meses após ter ganho o presente – ela já mexe em TUDO da internet e ainda fica de olho quando eu estou mexendo: “Tá vendo mulher pelada é?”…
Outra, os “velhinhos(as)” podem ser até ruins com as novas tecnologias, mas o que entendem de uso de armas e afins não é brincadeira! Primeiro foi o caso da senhorinha de mais de 80 anos que matou o assaltante com 3 tiros… tem um senhor de mais de 80 que também fez isso em Birigui… depois veio o caso do senhor da bengala que expulsou os assantantes… e agora:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1106898-agricultor-de-84-anos-mata-suspeito-que-invadiu-sitio-em-sp.shtml
Quem explica? Eu andei pensando que este pessoal que nasceu no “entre guerras” deve ter uma noção muito boa de autodefesa! Só pode!
Daqui a pouco teremos velhinhos explodindo caixas eletrônicos… dada a aversão as tecnologias.
Abraços!
Mas uma coisa que aumentou tambem exponencialmente e’ o numero de faturas que o sujeito paga mensalmente. Imagina alguem que tem uma boa renda, casado, filhos e gosta de “bem-estar”. Tem que pagar todo mes: conta de celular, provedor de internet, assinatura de TV a cabo, assinatura de jornais/revistas, fatura de cartao de credito, escola de linguas para os filhos ou para ele proprio, seguro do carro, seguro de vida, providencia privada, salario de empregado(s) domestico (+ encargos), academia de ginastica… e a lista nao tem fim. E’ uma loucura, tem que ter uma secretaria so’ para organizar tudo isso. Ou seja, consumir nao e’ tarefa facil, da’ um trabalho enorme.
MInha mãe não sabe nem ligar o computador, e só usa o celular porque os números importantes estão na discagem rápida.
Já a câmera digital… primeiro houve um estranhamento, a falta de filme, o ‘como revela isso??’, mas agora ela tira fotos lindas, até com câmeras ruins. Ela aprendeu a usar TODAS as funções, tira fotos no modo manual e ficam ótimas. Depois fica esperando uma promoção de cupons da vida para revelar centenas de fotos e montar álbuns – um só de fotos de flores, outro só de fotos do cachorro…
Uma tia minha, diante de um caixa 24h: como o dinheiro sai? Quem conta? Fica uma pessoa lá dentro?
Outro dia um senhor pediu para eu ver a chave de segurança dele pois não enxergava. Pediu para eu ir rápido pois senão ele perderia a vez. Mas tem exceções. Meus pais, na beira dos 70 adoram celular, computadores, fazem pagamentos pela internet, compras. Meu pai, no começo do ano, comprou um tablet. E ainda me ensinou como funcionava!
bom, não é muito agradável descobrir que o seu cartão foi clonado. e quem ainda não se estressou com a informação: “o sistema está fora do ar”? especialmente quando é o sistema do check-in do seu vôo, ou quando você tem que pagar uma conta de última hora.
não sou averso à tecnologia. mas a velocidade das novidades também me incomoda. na verdade, me parecem nada mais que um instrumento para manter o consumo em alta. afinal, pra que mudar de celular a cada ano? só porque tem uma função nova? tablet, palmtop, handheld, kindel, notebook, netbook, smartTV… haja tempo para desfrutar por inteiro de todas as novidades que o mercado oferece.
Não acho que seja só para manter o consumo. É evolução tecnológica mesmo. Um tablete é tão diferente de um computador como este é da máquina de escrever. As criações do carro, telefone, rádio, lâmpada…também tiverem uma parcela de “consumismo” envolvida. Mas não foi essa a motivação única. A diferença é que hoje em dia a tecnologia é tão barata e o acesso às informações é tanto que a velocidade de aperfeiçoamento e criação aumentou muito.
a maior parte da tecnologia já existe. mas é lançada aos poucos. exatamente assim como fazem com os carros. o que era opcional e caro, hoje é padrão. outros opcionais são disponibilizados. tudo depende do comportamento e da capacidade do mercado de consumo.
Minha mãe é assim. Ela tem dificuldade até com o vidro elétrico do carro. E dirige mal como se tivesse aprendido a dirigir ontem. Computador, nem em um milhão de anos ela aprenderia a ligar um.
No caso do Woody Allen eu penso que é “excentricidade de artista”, mas tem caso que realmente as máquinas são vistas como inimigos iminentes. Há muito tempo trabalhei em uma central de relacionamento e recebi ligação de um senhor falando baixinho porque estava sendo espionado:
– Tem uns zóinho olhando pra mim
– Tem o que?
– Uns zóinho! Bem aqui no meu celular!É negócio de cloni!
Depois de uns 40 minutos de conversa fui descobrir que o tal do zóinho era o simbolo (o_o) referente a recado na caixa postal.
Caralho! Chorei!
Meu pai, peão de chão de fabrica a vida toda, é muito ignorante pra saber ligar um computador … o Woody Allen é artista excentrico.
Menos, por favor.
não entendi nada…
Minha vó escuta um zumbido no ouvido há uns 10 anos, há 6 meses ela descobriu as antenas de internet à rádio, desde então ela diz que as antenas de internet emitem um zumbido que enlouquece ela. Não existe nada que convença ela que isso é da cabeça dela. Ela ta entrando em depressão porque diz que não consegue dormir por causa do barulho da internet. É uma situação muito difícil e triste…
Cara, tava vendo estes dias no jornal uma entrevista com uma médica. Ela falava exatamente sobre pessoas que ouvem estes “barulhinhos”. Sabe qual o remédio? Música! O “não silêncio”, segundo a médica, era o melhor remédio. Porquê não tenta dar de presente a sua vózinha um aparelhinho de música, pra ela escutar as favoritas? Ao menos vai ajudar na distração…
Como bancário, conclui que o problema não está na tecnologia em si, mas na dificuldade em assimilar mudanças. A vida muda. Isto ocorre não só com os idosos, mas também com pessoas de escolaridade baixa. Por mais que as instituições disponibilizem soluções, ainda existe uma grande parcela de pessoas que cuidam de suas obrigações como faziam anos atrás. Exemplo, o cara vai ao Banco no dia do pagamento, fica na fila, saca todo o seu dinheiro e retorna ao Banco no dia do vencimento de cada uma de suas contas para pagá-las, fica na fila de novo e assim vai. Há dezenas de alternativas para esta situação, mas nenhuma consideração é feita, como ocorre em diversas situações cotidianas. As pessoas são assim, sempre procuram os caminhos mais seguros e simples, as mudanças causam insegurança.
Abraço André, Leio seu Blog diariamente.
Deve existir algum estudo sobre o percentual de pessoas que vai ao banco fazer operações que poderiam ser feitas no caixa eletrônico ou no bankline e assim acabar com as filas…
Não sei se é só nível de escolaridade. Conheço pessoas formadas que se recusam a efetuar pagamentos pela internet.
Fora isso, existem aquelas taxas de órgãos públicos que só podem ser pagas no Banco do BRasil ou Na Caixa Econômica Federal.
conheço gente com doutorado que se recusa a fazer operações bancárias pela internet.
Eu também. E conheço gente que mal sabe ler que tem Iphone, ou seja, aversão a tecnologia não tem nada a ver com classe social ou escolaridade.
barza… já teve a oportunidade de ler um extrato do itaú?… merece um nobel quem entender todas as siglas que eles debitam e creditam por ali…
Isso é verdade, não dá pra entender mesmo.
não é só itau ,mas todos.É intencional.
Se não me engano, eles tem um setor do teleatendimento só pra isso… para esclarecer as siglas. Uns anos atrás teve uma campanha para “descomplicar” os extratos.
Pois é, mas o pior é quando as mães são avançadas. Minha mãe mexe em coisas que nem eu tenho. Tem celular e não larga (eu nem sei o que é isso). Tem Facebook, Twitter e sei lá mais o que. Agora para o aniversário dela de 76 anos me ligou dizendo que tinha ganhado um iPad e que era “muito show de bola” – palavras dela…
Minha mãe tb é assim, vive me falando de uns programas que eu não quero nem chegar perto.
Minha mãe não manja tanto assim, aprendeu o básico para acessar emails e o orkut. Mas tem acontecido algo no engraçado desde que sugiram os “joguinhos”do orkut. Ela mora no interior e sempre que vou pra lá me espanto, primeiro vi ela acordar das 6h da manhã para “colher as frutinhas antes que fossem roubadas”, depois começou a “construir cidades”. Na última vez que a vi estava tentado matar um touro que protegia um tesouro, mas precisava de mais energia para enfrentá-lo. Ai que me dei conta que minha mãe estava jogando RPG hehehe…surreal
Andre,
Tambem tenho essa sensação meu Pai que adorava faroeste e Filmes de Guerra só assitia seus filmes se eu ligasse o Video Cassete e até hoje não me entendo estes esquemas de baixar filmes e musica, prefiro a locadora ou o velho CD.