A voz do Cocteau Twins quebra o silêncio
27/06/12 07:05
Podem chorar, fãs de Cocteau Twins: Elizabeth Fraser, a enigmática cantora do grupo, vai quebrar um silêncio de 14 anos. Ela aceitou se apresentar em agosto no festival Meltdown, na Inglaterra (leia entrevista dela ao “Guardian”, aqui).
Desde a dissolução da banda – e de seu relacionamento com o parceiro Robin Guthrie – em 1998, Fraser não canta suas músicas ao vivo.
Ela tem feito raras participações em discos de outros artistas e colaborado em trilhas de filmes. Um disco solo, prometido há anos, nunca aconteceu.
Se você não conhece o Cocteau Twins, sugiro procurar urgentemente os oito LPs de estúdio da banda. São discos capazes de mudar a sua vida.
O Cocteau Twins surgiu na Escócia, no início dos anos 80. Embora seus integrantes odeiem o rótulo, a verdade é que o grupo foi um dos fundadores do “dream pop”, um estilo etéreo, de músicas tranqüilas e lúdicas, com camadas de teclados e guitarras soterradas sob montanhas de efeitos, criando uma atmosfera onírica e envolvente.
O destaque era a voz de Liz Fraser. Liz usava a voz mais como um instrumento, cantando letras indecifráveis, num idioma próprio e ininteligível. O que interessava à cantora, mais que o significado da palavra, era sua sonoridade.
A música do Cocteau Twins tinha uma beleza quase infantil. Para mim, sempre sugeriu uma atmosfera de conto de fadas e de ilusão, quase que uma regressão à infância e a épocas mais “puras”. Não parecia música deste mundo.
O Cocteau Twins inspirou muita gente. Difícil imaginar a onda “shoegazer” de My Bloody Valentine, Lush, Ride e Slowdive sem a influência da banda. Portishead, Massive Attack e todo o trip-hop devem muito ao Cocteau Twins.
Outros grupos em que a influência do CocteauTwins é marcante: Sigur Rós, Mercury Rev, Galaxie 500, Spacemen 3, Spiritualized, Air, Explosions in the Sky e Flaming Lips. Até veteranos do som gótico, como The Cure e Bauhaus, en gente como Trent Reznor já falaram da importância de Liz Fraser e Robin Guthrie.
E agora, que o dream pop parece estar de novo na crista da onda, com o sucesso de Beach House, parece ser uma boa hora para redescobrir o Cocteau Twins.
Será que vem uma turnê de reunião por aí?
Muitas saudades dessa banda…só de lembrar que assisti eles no falecido Projeto Sp ali na barra funda….91…92 não me recordo o ano…nessa época shows gringos aqui em sp eram raridades!foi uma noite mágica!abraços!
Excelente a sua dica, André. O som desse grupo é totalmente diferente do que eu vagamente lembrava ou imaginava.
Além dos que você mencionou, estou reconhecendo neles alguma coisa do The Gathering, que com certeza foram influenciados.
Muito bom.
Tem um single dela de 2009 chamado Moses,Coisa fina.
Essa mulher tem uma voz mágica. Canta de um jeito único, arrebatador. Já na torcida por essa possível reunião aí dessa maravilhosa banda . ‘Heaven or Las Vegas’ é um dos discos da minha vida.
Cocteau Twins é demais!
Acrescente aí nas referências o grupo “This Mortal Coil”, que é incrível também e foi formado pelo Cocteau Twins, MARRS, Dead Can Dance e Clan Of Xymox.
Uma das músicas mais lindas da Liz Fraser, via This Mortal Coil, a Song to the Siren, cantada pelo seu autor, grande Tim Buckley: http://www.youtube.com/watch?v=vMTEtDBHGY4&feature=fvwrel
Barça…qual foi o motivo da dissolução da banda? se foi briga dos dois…alguma chance de reconciliação pra acontecer uma turnê de reunião? aproveitando o assunto…no campo da imaginação…que bandas vc gostaria de ver reunidas novamente?
O Robbie Robertson diz no filme que não queria mais excursionar, estava cansado da estrada.
Acho que ele se refere ao Cocteau Twins! Até onde sei o consumo de drogas foi o responsável pelo fim da banda e do casamento.
Bons tempos, não ouço há anos apesar de ter adquirido uns meses atrás um box deles perdido na Amazon UK, “Singles Collection”, ainda intacto por falta de tempo de ouvir. Para mim a melhor coisa deles sempre foi e ainda é uma coletânea chamada “The Pink Opaque”.
seven sevens
a movement is accomplished in six stages/
and the seventh brings return