Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

Perfil completo

A voz do Cocteau Twins quebra o silêncio

Por Andre Barcinski
27/06/12 07:05


 

Podem chorar, fãs de Cocteau Twins: Elizabeth Fraser, a enigmática cantora do grupo, vai quebrar um silêncio de 14 anos. Ela aceitou se apresentar em agosto no festival Meltdown, na Inglaterra (leia entrevista dela ao “Guardian”, aqui).

Desde a dissolução da banda – e de seu relacionamento com o parceiro Robin Guthrie – em 1998, Fraser não canta suas músicas ao vivo.

Ela tem feito raras participações em discos de outros artistas e colaborado em trilhas de filmes. Um disco solo, prometido há anos, nunca aconteceu.

Se você não conhece o Cocteau Twins, sugiro procurar urgentemente os oito LPs de estúdio da banda. São discos capazes de mudar a sua vida.

O Cocteau Twins surgiu na Escócia, no início dos anos 80. Embora seus integrantes odeiem o rótulo, a verdade é que o grupo foi um dos fundadores do “dream pop”, um estilo etéreo, de músicas tranqüilas e lúdicas, com camadas de teclados e guitarras soterradas sob montanhas de efeitos, criando uma atmosfera onírica e envolvente.

O destaque era a voz de Liz Fraser. Liz usava a voz mais como um instrumento, cantando letras indecifráveis, num idioma próprio e ininteligível. O que interessava à cantora, mais que o significado da palavra, era sua sonoridade.

A música do Cocteau Twins tinha uma beleza quase infantil. Para mim, sempre sugeriu uma atmosfera de conto de fadas e de ilusão, quase que uma regressão à infância e a épocas mais “puras”. Não parecia música deste mundo.

O Cocteau Twins inspirou muita gente. Difícil imaginar a onda “shoegazer” de My Bloody Valentine, Lush, Ride e Slowdive sem a influência da banda. Portishead, Massive Attack e todo o trip-hop devem muito ao Cocteau Twins.

Outros grupos em que a influência do CocteauTwins é marcante: Sigur Rós, Mercury Rev, Galaxie 500, Spacemen 3, Spiritualized, Air, Explosions in the Sky e Flaming Lips. Até veteranos do som gótico, como The Cure e Bauhaus, en gente como Trent Reznor já falaram da importância de Liz Fraser e Robin Guthrie.

E agora, que o dream pop parece estar de novo na crista da onda, com o sucesso de Beach House, parece ser uma boa hora para redescobrir o Cocteau Twins.

Será que vem uma turnê de reunião por aí?


Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. livia comentou em 27/06/12 at 21:43

    definição perfeita sobre o dream pop, nunca tinha ouvido falar mas adoro massive attack e portishead. esse blog é o melhor do brasil!

  2. Celso comentou em 27/06/12 at 17:21

    Reza a lenda que Robin Guthrie e Will Heggie teriam convidado Liz Fraser para cantar na banda após verem uma apresentação dela de… dança. Barça, acho que são 9 albuns de estúdio, não 8. Beleza de post, emocionei aqui.

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 17:26

      São 8 do Cocteau Twins e vários em parcerias. Veja: http://www.cocteautwins.com/html/discography/index.html

  3. Guilherme Braga comentou em 27/06/12 at 15:46

    Fora do tópico: Tame Impala, no Cine Jóia, 140 reais o show de uma banda de apenas 1 álbum e que começa só às 23 horas no sábado, só para descartar qualquer tentativa de voltar de transporte público. Eu amo essa cidade.

  4. Cassiano comentou em 27/06/12 at 15:44

    Cocteau Twins é emblemático dos meus 16 anos, junto com My Bloody Valentine, Psychocandy do J&MC, Disintegration do Cure, sabe-se lá por que eu não tenho mais vontade de ouvir. Simbolizam uma certa inocência, não dá para voltar no tempo. Mas aqueles climas etéreos, delicados, que alguns rotulavam de new age, continuam tocantes. Carolyn’s Fingers é algo de sublime até hoje.

  5. andye iore comentou em 27/06/12 at 15:43

    ótima notícia !!!! Vi o Cocteau Twins em SP em 1991 e lembro de ter ficado hipnotizado olhando para a Liz Fraser no palco… na época eu tinha uma loja de discos e consegui “influenciar” muitos punks para ouvirem o Cocteau Twins !!

  6. Carlos Campos comentou em 27/06/12 at 15:34

    E o Robin Guthrie é um grande guitarrista, mas ignorado por não ser o típico “guitar hero”. Os timbres dele e as atmosferas que ele cria com a guitarra são coisa fina.

  7. JovaneMaia comentou em 27/06/12 at 13:52

    Nessa linha Dreampop, gosto muito de um dos grupos que forjaram essa sonoridade e nem sempre é lembrado o A.R. Kane, ouçam de preferencia seu primeiro album SixtyNine de 1988!

  8. JovaneMaia comentou em 27/06/12 at 13:48

    Andre não sabia que gostavas desse tipo de som, que o jornalista Simon Reynolds em seu livro Rip It Up… rotulou de Goth-Lite!!!

  9. Moacir comentou em 27/06/12 at 13:34

    Vejo mais Velvet Underground do que Cocteau Twins no Galaxie 500. Chegaram a citar o Cocteau como influência?

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 17:16

      Muitas vezes.

      • Moacir comentou em 27/06/12 at 19:22

        Sinceramente não sabia. Valeu pela informação! Sempre descobrindo coisas interessantes nas visitas ao blog. Abraço!

  10. Luc comentou em 27/06/12 at 13:15

    Nove, provavelmente você esqueceu o Moon and Melodies, com o Harold Budd.

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 17:17

      Não esqueci não, são oito discos só do Cocteau Twins. Este, como vc mesmo disse, é em parceria. É ótimo, mas não é um disco só da banda.

      • Luc comentou em 28/06/12 at 14:11

        Bão, se tu fala, tá falado. Mas realmente não entendi. Seu livro sobre o Sepultura, em parceria, não podemos dizer que é seu? Porque tenho uma Bizz com uma foto sua e tá lá, “Produtor de tais programas, autor dos livros tal e tal e ‘Sepultura'”, nem mesmo fala sobre o co-autor. Outra coisa: em qualquer discografia sobre Gil ou Jorge Ben estará lá o disco que fizeram, não? “De modos que” uma referência ao disco com a observação “em colaboração com Harold Budd” e eu poderia dormir realmente em paz rs.

        • Andre Barcinski comentou em 28/06/12 at 14:52

          Então vc teria de adicionar TODOS os discos feitos em parcerias, que são muitos.

  11. pabloREM comentou em 27/06/12 at 13:13

    Esta é uma ótima notícia. Cocteaus Twins é uma das bandas mais influentes da história, e para mim eles eram geniais, estava ouvindo ainda umas duas semanas atrás. Para quem não conhece e não quer chegar adquirindo todos os cds de estúdio, existem duas coletâneas duplas, Lullaby To Violaine Vol 1 e 2 que são excelentes.

  12. França Junior comentou em 27/06/12 at 13:06

    Olá André, tudo bem? O Hooverphonic é outro grupo bastante influenciado por Cocteau Twins. A faixa “2Wicky”, em especial, contém muito desses elementos que você descreve aí… Outro tópico: Zé Ramalho está com um disco novo só de inéditas. Você poderia escrever um post comentando esse lançamento e também dar uma geral na carreira desse grande artista. Será que rola? Valeu!!

  13. Anderson Nascimento comentou em 27/06/12 at 12:36

    Adoro o Cocteau Twins, e acho que você retratou exatamente o estilo da banda e o tipo de bandas que ela influenciou. Também achei o trabalho da Liz Phraser com o Massive Attack sensacional. É uma voz fantástica, capaz de melodias inacreditáveis.
    Porém, não gosto muito desta coisa de revival, espero que a banda não volte e comece lançar discos de novo.

  14. Jair Fonseca comentou em 27/06/12 at 12:24

    Música das esferas e das fadas.

  15. João Arthur comentou em 27/06/12 at 12:16

    Eles poderiam ter feito a trilha sonora do vô espiritual deles, o Jean Cocteau…Bluebeard ficaria perfeito em qualquer cena da Bela e a fera! Alas dies Laughing quando o cara chega no inferno, ou na cena do espelho…

  16. Enaldo Soares comentou em 27/06/12 at 12:08

    Minha banda preferida dos anos oitenta. A única de quem adquiri todos os vinis, cds e compactos.

    Eu não conheço voz mais bonita do que a de Liz Frazer. Grata surpresa este post.

  17. Paulo comentou em 27/06/12 at 11:21

    Bela surpresa esse post André, conheci o Cocteau Twins através de uma coletânea do selo inglês 4AD comprei o vinil lá por volta de 87/88, alem dos Twins tinha grupos como Colourbox, Wolfgang Press, Dif Juz, Throwing Muses, gostei do som do Throwing Muses e do Cocteau Twins, vindo a comprar o vinil das bandas , minha turma gostava de Dead Kennedys, The Clash, Metallica e Hip-Hop, Public Enemy, Beastie Boys. Pra minha turma o som deles era totalmente alien e em alguns casos o rotulavam de chatinho até me criticavam quando colocava pra escutar, fiquei surpreso em saber que você gosta do grupo alem disso realmente não tinha me dado conta o quanto eles influenciaram essas bandas citadas, outra coisa por serem dos anos 80, eles nunca conseguiram transpor para os palcos a riqueza sonora que eles construíam em estúdio. Hoje quando chegar em casa vou matar a saudade escutando meus vinis empoeirados da banda.

  18. José Horta comentou em 27/06/12 at 11:10

    André, os Cocteau Twins marcaram época mesmo e influenciou, principalmente, dentro da gravadora 4AD. Ela só contratava bandas com estilo dos Cocteau Twins até surgir os Pixies. Meu álbum preferido deles é “Heaven or Las Vegas” (1990). Acho o disco mais pop e mais belo desta grande banda.

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 11:12

      Mais ou menos. Antes de lançar o Cocteau Twins, a 4AD já tinha lançado Birthday Party e Bauhaus.

      • Pdr Rms comentou em 27/06/12 at 14:56

        Falando em Bauhaus vai ter show do Peter Murphy no Cine Joia em Julho.

  19. Carlos comentou em 27/06/12 at 11:02

    Ae Barça, lembrando que no dia 06/07 vai rolar um excelente show de shoegazer da banda The Radio Dept. no Beco SP.

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 11:28

      Não sabia, boa dica.

  20. Willian comentou em 27/06/12 at 10:40

    Eu tenho uma coletânea do Cocteau Twins perdida na minha coleção de cds e nunca o ouvi. Vou dar uma chance este fim de semana.

  21. Denis comentou em 27/06/12 at 10:06

    E ai André, escutou algum album bom lançado este ano? Até agora gostei dos novos albums do Japandroids, The Men e Fionna Apple. Já escutou estes albuns?

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 11:11

      Não, nenhum deles. Uma vergonha, preciso me atualizar.

  22. denise comentou em 27/06/12 at 9:04

    a voz dela flutua em teardrop, do massive attack, aquela que foi adaptada para a abertura de house.

  23. andrews comentou em 27/06/12 at 8:58

    faltou mencionar Dead Can Dance e This Mortal Coil.
    inclusive, uma das músicas principais do 1o. disco do TMC é cantada por Liz Fraser: a versão para Song To The Siren de Tim Buckley.

  24. F de I comentou em 27/06/12 at 8:43

    “Dream Pop” segundo Barça: “um estilo etéreo, de músicas tranqüilas e lúdicas, com camadas de teclados e guitarras soterradas sob montanhas de efeitos, criando uma atmosfera onírica e envolvente”. Ok. E qual banda seria então do “Dream Rock”? Savatage? Emperor?

  25. Jaime comentou em 27/06/12 at 8:29

    André. Outra banda pós-punk. Legal, certamente você é bem fã desse período. Suspeitando disso e sabendo que todo mundo conhece Joy Division, Bauhaus etc, etc…Que tal uma listinha com as bandas e artistas menos (re)conhecidos da época?

  26. Renato comentou em 27/06/12 at 8:25

    Ainda tem gente que acha que nos 80s não aconteceu nada. Essa mulher é um sonho e o Robin Guthrie é um guitarrista abençoado. Só acrescentaria que além da discografia oficial, tem os maravilhosos EPs e algumas compilações fantásticas, como The Pink Opaque, além de um duplo na BBC que é de chorar. Grande banda, cantora única.

  27. Jaime comentou em 27/06/12 at 8:24

    André. Bela dica, a voz de Fraser permanece (nos discos, ao menos) sublime.Curiosamente o nome da banda não foi inspirado no célebre artista francês. Na verdade, foi tirado de uma música do Simple Minds no início da carreira do grupo de Jim Kerr.E o que isso tem a ver? Ora, só em saber que os Cocteau “homenagearam” uma banda tida há um bom tempo como um “U2 cover” é surpreendente para quem não sabe que o buraco é beeeem mais embaixo.

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 8:39

      Mas o SM não era “U2 cover” nessa época, a pecha veio depois.

      • Jaime comentou em 27/06/12 at 9:06

        Verdade. Não me fiz entender.

        • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 9:11

          O SM começou bem experimental e dark, depois virou o que conhecemos hoje. Os primeiros discos são muito bons.

  28. Ana comentou em 27/06/12 at 8:15

    André, por favor, fala pra mim qual é a personagem dela no Rock’n’Roll Swindle, que eu nunca consegui identificar…

    • Andre Barcinski comentou em 27/06/12 at 8:39

      Nem lembrava disso, ela trabalhou no filme?

    • F de I comentou em 27/06/12 at 9:01

      São pessoas distintas. A do filme é Liz Fraser (Elizabeth Winch) e a cantora é Elizabeth Davidson Fraser.

      • Ana comentou em 27/06/12 at 9:22

        Taqueopariu… Agora só falta você falar que ela também não é filha da Etty Fraser.

        • Ana comentou em 27/06/12 at 9:24

          (Não responda. DESSA vez é brincadeira.)

        • F de I comentou em 27/06/12 at 9:33

          E a propósito, o que não consegui identificar direito era o quÊ o Rock N Roll Swindle queria mostrar… acho também que estava com sono quando vi o filme. Adoro punk rock mas o filme é uma merda… (risos). Ao menos o Steve Jones compensa, ele é engraçado.

  29. roberts comentou em 27/06/12 at 7:59

    Barça você tem toda razão! Realmente o Cocteau Twins é uma banda de outro planeta! Parece que ela canta em outra atmosfera…conheço só o treasure e o milk and kisses e acho genial o som destes discos! Taí uma grande mulher que se sobressai pelo talento assim como outras grandes heroínas do rock como debbie harry, crissie hynde, mulheres que entraram para a história sem ter que ficar mostrando o rabo, como algumas “cantoras” que existem por aí. Outra banda que foi influenciada por eles foram um tal de Delays que apareceram em meados de 2005, o vocalista cantava bem ao estilo da liz, mas a banda não deu continuidade apesar do disco de estréia ser bem legal. Abraço!

  30. Bruno comentou em 27/06/12 at 7:37

    Uau, por essa eu não esperava! Muito bom mesmo, espero que façam shows por aqui. Se até o Human League veio, não acho difícil…

    Estava em uma discussão com um amigo esses tempos, sobre bandas que acabaram e voltaram há pouco tempo, principalmente bandas punk/new wave estrangeiras (porque não dá pra comparar com reuniões de bandas daqui né, impossível chamar de oportunista uma volta do Condutores de Cadáver ou do Restos de Nada). Você ainda acha isso válido? Digo, eu acho ótimo quando bandas voltam e fazem materiais novos, com novas influências e com seus membros adaptados à sua idade, digamos assim, mas acho meio triste o público engolir uma volta de uma banda como o Barracudas por exemplo, que não chega nem perto do que fazia no fim dos anos 70, ou então o Dr. Feelgood, que não toca com nenhum membro original, até porque o Wilko está em carreira solo e o Lee Brilheaux morreu. O que você acha disso?

    • Bruno comentou em 27/06/12 at 7:37

      Lee Brilleaux***

Comentários posteriores →
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailandrebarcinski.folha@uol.com.br

Buscar

Busca
  • Recent posts André Barcinski
  1. 1

    Até breve!

  2. 2

    Há meio século, um filme levou nossas almas

  3. 3

    O dia em que o Mudhoney trocou de nome

  4. 4

    Por que não implodir a rodoviária?

  5. 5

    O melhor filme do fim de semana

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 04/07/2010 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).