Quem explica a decadência do cinema?
29/06/12 07:05
Que as artes estão em crise, ninguém discute.
Não conheço ninguém que diga que o cinema, a música e a literatura estão melhores hoje do que há 30, 40 ou 50 anos.
Vejo pelo que consumimos aqui em casa: tirando filmes, CDs e livros recentes, que preciso conhecer por obrigação profissional, quase tudo que vemos, ouvimos e lemos tem pelo menos 30 anos de idade.
No caso do cinema, arte mais cara do mundo e certamente a mais “escrava” da indústria e do mercado, o caso é ainda mais sério.
Essa semana , revi “The Last Wave”, um thriller dirigido em 1977 pelo australiano Peter Weir.
O filme é mais inventivo e experimental do que qualquer coisa nova que eu tenha visto recentemente.
Claro que a decadência das artes – e do cinema em especial – é um tema complexo e que vem sendo discutido há um tempão.
Gostaria de colaborar com a discussão citando uma teoria que, se não explica totalmente esta decadência, certamente contribui muito para ela.
A primeira vez que essa idéia me chamou a atenção foi há quase 20 anos, quando meu amigo Ivan Finotti e eu fazíamos entrevistas para a biografia de José Mojica Marins.
Um dos entrevistados era Virgilio Roveda, o “Gaúcho”, conhecido fotógrafo e assistente de câmera, que trabalhou por muitos anos na Boca do Lixo.
No meio do papo, alguém lembrou uma cena particularmente complexa que Gaúcho havia ajudado a rodar na Boca (não consigo lembrar de que filme era, só lembro que envolvia um plano-sequência longo e complicado). Perguntei a Gaúcho por que eles haviam filmado a cena daquela maneira e não de uma forma mais simples.
“Naquela época, a gente podia fazer o que quisesse”, respondeu Gaúcho. “Se o diretor entregasse o filme no prazo e dentro do orçamento, o produtor não queria nem saber como ele tinha feito. E tem mais: a gente nunca achava que alguém ia ver o filme depois do lançamento em cinema, não existia essa coisa de VHS.”
Faz todo sentido: filmes eram feitos para cinema. Ninguém achava que o filme seria visto e depois revisto em VHS, laserdisc, DVD, Blu-ray, TV a cabo, Netflix, Internet, etc.
Filmes eram produzidos com um único objetivo: estrear numa sala e arrecadar na bilheteria. Uma vez que o espectador tivesse comprado o ingresso, a batalha estava ganha.
O depoimento de Gaúcho me fez pensar em como as mudanças no mercado têm colaborado para restringir a liberdade criativa do cinema.
Foi no meio dos anos 70 que Hollywood começou a usar, com mais freqüência, testes com público e pesquisas para decidir como fazer filmes (quem quiser se aprofundar no tema, sugiro ler “Como a Geração Sexo, Drogas e Rock’n’Roll Salvou Hollywood”, de Peter Biskind).
Depois, os estúdios perceberam o potencial do lançamento em VHS e da venda de filmes para TV. Filmes passaram a seguira uma certa “fórmula”, com roteiros claramente pensados para obedecer até aos intervalos para os comerciais de TV.
O mercado, que antes consumia cinema, passou a ditar a maneira como este deveria ser feito.
Hoje, o cinema é feito por encomenda. Estúdios investem em produtos de retorno garantido: adaptações de HQs e séries de TV, refilmagens, filmes que copiam outros filmes, com os mesmo atores, a mesma música, o mesmo estilo. No Brasil, a nova moda são comédias de estilo televisivo.
Até o chamado “cinema alternativo” sofre com isso. É só ver o fenômeno da globalização dos filmes de arte para comprovar.
Hoje, se você tirar o som de um filme argentino, por exemplo, é impossível diferenciá-lo de um filme francês ou de um sueco. Todos se parecem. A fotografia obedece à mesma estética publicitária “clean”.
As diferenças estéticas do cinema de cada país, antes tão evidentes, foram quase banidas, em prol de uma assepsia global. O cinema virou um grande saguão de aeroporto, igual em toda parte.
Até os anos 70, ir ao cinema era uma coisa especial. Você via um filme sem saber se teria chance de revê-lo. O cinema causava deslumbramento e um senso de descoberta, que foi se perdendo ao longo dos anos, com a padronização do cinema e a crescente banalização do acesso aos filmes.
Ninguém está dizendo que o acesso fácil e barato, como temos hoje, é uma coisa ruim. Claro que é fantástico dar dois cliques no mouse e baixar a obra completa de Bergman ou Kurosawa.
O ponto é outro: desde que filmes deixaram de ser feitos só para salas de cinema, algo mudou neles. E não foi para melhor.
O Mensageiro do Diabo (1955) já foi lançado em Blu-ray. No exterior, é claro !!!
E pelo site Highdef Digest a qualidade de imagem está ÒTIMA !!!
Casablanca já tem no Brasil em Blu-ray. Imagem fantástica!!!
Concordo com algumas coisas e discordo de outras. O problema dessas análises que se pretendem generalizantes é justamente este: você não pode generalizar, sob pena de cometer injustiças. Concordo que o cinema está em decadência, de uma forma geral, se entendermos por decadência o fato de que a qualidade da arte cinematográfica realmente original tem decaído, na média. Isso se deve ao fato de que o mercado exige uma padronização dos filmes para que gerem lucros. E os produtores buscam o lucro do seu negócio. Barcinski aponta como causa disso o fato dos filmes não estarem sendo feitos apenas para o cinema. Eu li e reli a explicação do porque os filmes estariam em decadência e não entendi o link entre uma coisa (decadência) e outra (filmes não são feitos mais apenas para o cinema). O texto aponta para o fato de que algo nos filmes se tornou pior depois que eles passaram a ser produzidos não apenas para o cinema, mas para a televisão e para a exibição privada, seja por VHS, seja por quaisquer dos meios modernos de exibição (DVD, Blue-Ray, Internet, etc). Mas identificar isso não significa explicar a razão disso gerar a decadência, isto é, o texto não explica porque os filmes precisam ser ruins ou sem uma maior criatividade, devido à padronização exigida pelo mercado, a partir da veiculação em outras mídias, distintas da mídia cinematográfica tradicional. É perfeitamente possível manter a qualidade da produção cinematográfica apesar da possibilidade do filme ser divulgado ou assistido em outras mídias além das salas de cinema. Esse ponto do texto não me convenceu. Vale dizer, a padronização tão nefasta dos filmes não depende do meio a partir do qual o público terá acesso a eles. Se isso depende do que se sabe da preferência do público, não vejo como colocar a culpa disso ser assim na forma a partir do qual o público tem acesso aos filmes.
Blu-Ray* (correção)
Discordo: o cinema não é mais o da era de ouro (mas a vida não é…) e, porém, há muito filme bom sendo rodado e lançado. Há cineastas consagrados ainda em atividade, e muitos: Tim Burton, Cronenberg, Lynch, Coppola, Scorsese, von Trier, Haneke, Bressane, Reichenbach (morto recentemente), Woody Allen, os irmãos Dardenne, os irmãos Tarkovsky, Nanni Moretti, Almodóvar, Eastwood, Malick, Herzog, Wenders e a lista segue… E há os novos cineastas: Ti West, os irmãos McDonagh, Tim Fehlbaum, Tomas Alfredson, Aronofsky, Fatih Akin, Mathias Glasner, Tony Gatlif, James Watkins, Christopher Smith, Claudio Assis, Sergio Bianchi, Walter Salles, Paulo Caldas, Lírio Ferreira e a lista segue… Nas listinhas só estão cineastas que lançaram filmes nos últimos 4 anos. De outro lado, o que está em crise, inegavelmente, é a crítica (de cinema inclusive) — o cinema sofre a ausência de bons críticos, mas o abalo não é destruidor. Na litera tura, por exem plo, ou talvez nas artes plásticas, a crise da inteligência provoca estragos muito maiores. O cinema, por outro lado, ainda que inegavelmente obra de arte, nunca deixou de ser indústria. E continua a faturar (inclusive esteticamente).
Com uma ou duas exceções, todos os cineastas que vc citou filmam há pelo menos 30 anos. E quem são os Irmãos Tarkovsky? Sério, não conheço.
O post já é velho… Mas vamos lá. Os que filmam há mais de 30 anos são os da antiga ainda em atividade. Da lista dos novos, há os que começaram com curtas há 30 anos, mas que amadureceram mais recentemente; há o Gatlif, que incluí ali porque totalmente desconhecido, ainda hoje. E ainda há outros: Matteo Garrone, Takeshi Miike, Shion Sono, Hirschbiegel (de A Queda), Heisenberg (Der Räuber), Donnersmarck (A vida dos outros), Darabont. E a lista segue. Agora, mesmo que os cineastas fossem todos “velhos”, só haveria decadência quando eles parassem de produzir ou passassem a produzir porcarias (se todos, digamos assim, virassem o Polanski). Mas esse não é o caso. O Scorsese, por exemplo, lançou The Departed e o Hugo, excelentes. De novo, a era de ouro do cinema passou, mas nossa era não vive mais uma “era de ouro”. O cinema, porém, continua vivo. Tem seus problemas, mas não há como falar em decadência. Não do cinema ao menos. (Os irmãos aos que me referi eram os Taviani; troquei por Tarkovsky)
Eu moro em São José dos Campos. Embora seja uma cidade “grande”, é muito raro ter a oportunidade de ver nas telas de cinema daqui alguma coisa que preste. Restam as locadoras, onde a coisa não é muito melhor. Pelo menos temos por aqui uma (e sim, só uma) locadora especializada em filmes clássicos e europeus. Não que lá eles tenham tudo que pudermos imaginar, mas filmografias de Visconti, Antonioni, Bergman, Godard e outros gênios já é alguma coisa para quem não pode se dar ao luxo de frequentar salas de cinema mais refinadas. Achei o texto muito preciso. Não sei se o panorama na música é melhor – para mim, não é. E acho que é fundamental se escrever a respeito. Com relação a Hollywood, creio que cabe uma analogia ao que normalmente se diz do capitalismo e da democracia: é uma droga, mas estaríamos pior sem.
vc já deve ter lido isso aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1114601-lucro-de-estudios-de-cinema-e-gerado-por-receitas-auxiliares-de-filmes.shtml
ou nao?!
Não, mas acredito.
o crítico Filipe Furtado fez uma bela reflexão em cima de seu texto, Barcinski: http://anotacoescinefilo.com/2012/07/03/de-nostalgias-e-processos-historicos/
Boa!
Nasci no interior de São Paulo e o VHS me salvou do obscurantismo!
Não fossem estas mídias trazerem opções de filmes até minha casa … minha vida se resumiria à filmes dos Trapalhões e inúmeras sessões de Rambo II.
Mas certamente deveriam encontrar um ponto de equilíbrio entre a expansão e a não-banalização …
Eu ia detonar agora este seu post e os melhores argumentos/defesas daqueles que, imagino, são seus melhores e/ou mais assíduos leitores.
embora essa questão da assepsia seja um tanto válida, gostam de pintá-la como sintomática e vai ser assim em todo momento de transição oriunda do acesso às tecnologias . foi aí que achei a abordagem do André exagerada. além do mais, me parece o tipo de texto pra agradar purista chato (“ah, acabou o bom cinema, ah acabou o bom roquenrol…”). um zé ali comentou “O melhor filme que já vi é Metropolis, de 1927. O segundo melhor é de 1972. De 1985 a 2005 pode jogar na fogueira 95% do que foi filmado. De 2005 em diante pode queimar tudo!”. oi? tanto sangue novo por aí fazendo coisas boas e reinventando o cinema (Apichatpong, por ex) e outros mostrando que ainda sabem o que fazem (Haneke não me deixa mentir). pode parecer meio ingênuo, mas acho essa conversa de decadência muito meh. críticas ao cinema-indústria e aos filmes padronizados/revestidos/hollywoodianos não são novidade nenhuma.
Bom, o mesmo pode ser dito do seu texto – ou, por conseguinte, de qualquer outro: “me parece o tipo de texto que…” Você tem noção de como isso soa pedante? Já me viu atacando um texto pelo que ele “parece ser”, e não pelo que ele é? Cacilda, leia meu texto: onde diabos vc me viu defendendo “purismo”? De que “purismo” vc está falando? O cinema atual é que é de um purismo insuportável, uma mesmice imbecilizante. Eu defendo justamente o oposto: o cinema diferente, questionador, radical, “impuro”. Vc citou Haneke, ele é exceção hoje em dia, e claro que exceções sempre vão existir – ainda bem. Mas eu não disse que não existem diretores fazendo bons filmes, ou que “o cinema acabou”. O que eu disse é que está ficando cada vez mais difícil achar trabalhos originais, numa indústria onde a originalidade é punida e evitada.
O nome do post, afinal, é “a decadência do cinema”, não “o fim do cinema”. Pra finalizar: eu ACABEI de fazer um post saudando um diretor de 42 anos, Paul Thomas Anderson. Quem acha que o “cinema acabou” nunca faria isso.
Minha intenção aqui não foi de soar pedante, tampouco dizer que TEU texto era purista, mas que este agradaria aos puristas. De fato, reconheço: me inflamei e direcionei para você meu descontentamento com a descrença da nossa geração em se fazer cinema, quando deveria ter direcionado essa frustração ao fã purista de Metropolis. Ainda assim, reitero: achei a questão da “assepsia global” bastante exagerada e reducionista. À parte os famosos blockbusters e os filmes que trazem apenas uma roupagem diferente, mas que, em essência, são mais do mesmo, o universo do cinema é muito mais amplo e rico. Além do mais, não consigo visualizar essa citada decadência quando este cenário (do cinema-indústria, do cinema pouco questionador, do cinema como puro entretenimento, etc) existe há décadas. Seria mesmo a “a crescente banalização do acesso aos filmes” causas dessa citada decadência? Um filme não apreciado em uma sala-de-cinema é mesmo uma experiência menos intensa? Não consigo ver a democratização do acesso ao cinema como uma das causas para este sintoma que você apresenta. Quanto ao PTD, vem aí um dos filmes mais aguardados deste ano.
Eu disse no texto, claramente, que não é a ÚNICA razão, mas uma delas. E os cenários que vc menciona existem, sim, há décadas, mas vc precisa levar em conta duas coisas: em primeiro lugar, que o filme “da indústria” e o filme “de arte” não eram tão separados e diferentes quanto hoje em dia. Houve um tempo – até fim dos anos 70, pelo menos – em que a industria produzia filmes de muita qualidade. A segunda coisa: mesmo com as novas tecnologias, cinema digital e o escambau, não se vê uma enxurrada de filmes alternativos, baratos e radicais, como era de se supor que existiria. Por quê? Na teoria, não está cada vez mais “fácil” fazer filmes? Hoje, qualquer um pode comprar uma câmera digital de qualidade maravilhosa. Onde estão esses filmes então?
É horrível essa situação, agora que tenho emprego e um dinheirinho pra me esbaldar no cinema só tem filminhos idiotas e infantilóides. Antigamente eu tinha que escolher muito bem o filme que ia assistir pois o dinheiro não dava para todos que eu queria. Estamos chegando na época de Fahrenheit 451 onde as pessoas preferem não pensar?
Barça. Também tenho batido nesta tecla da decadência do cinema há algum tempo.
Por tudo isso que você descreve no artigo, e não sei se você acompanha, creio que a tv tem dado um sonoro cacete no cinema em termos de criatividade e diversidade. A inteligência migrou de mídia. Penso duas vezes hoje entre ver um filme qualquer novo ou rever um episódio de Breaking Bad. Não tem como comparar.
Tô ligado. Mas eu realmente não tenho saco pra série de TV. Mas é culpa minha.
Sem dúvida nenhuma Mad Men, Os Sopranos e Breaking Bad são espetaculares e não saberia dizer um filme atual que tenha me dado mais prazer do que essas séries citadas. Tem que perder o preconceito e aproveitar. abs
A pasteurização das artes (e de todo o resto) citada por você é apenas mais um efeito colateral da globalização. É inevitável.
Sobre o fenômeno citado por você no cinema, isso se vê claramente nas novelas televisivas, que já tiveram grandes obras no passado, porém passaram a ser “pensadas” e orientadas pelo “mercado”, onde cada personagem, cada bordão, cada “núcleo” é cuidadosamente planejado de forma a causar identificação imediata com público (classe C, principalmente). Virou um Junk-Food de novelas, a qualidade evidentemente despenca.
Adicionando à sua explanação, André, estes dias fui assistir no cinema o filme Prometheus (já conferiu?) do Ridley Scott. Apesar de ter sido anunciada as opções em 3D e 2D, só tinha em 3D e lá vou eu, com aquele óculos do Devo sobre os meus óculos. Acredite: paguei o dobro para o 3D ser usado no início, claro, e em cenas de rochas na paisagem. Na parte mais movimentada do filme, que o 3D faria algo mais considerável, eu tirei o óculos e comprovei: ignoraram totalmente. Eles estão nos enganando com este negócio de 3D.
Alguém está ganhando com isso, mas eu te garanto, não é o público. Nem o cinema.
Isso já foi dito outras vezes aqui em comentários, mas se existe algo bom sendo feito atualmente são as séries de TV. Nas realmente boas, Mad Men por ex, o criador tem total controle sobre o produto final e ninguém dá palpite. O exemplo clássico disso foi a espera de quase 2 anos entre a última temporada exibida e a penultima, pq o criador não aceitou certas “recomendações” da amc, como por ex diminuir a duração dos episódios.
Caramba André.. eu estava falando justamente sobre isso com um amigo na semana passada. Tenho um pendrive de 8gb com centenas de músicas dos anos 70/80. Não há praticamente nada de novo.
Já estou meio de saco cheio de ouvir as mesmas coisas.
Com a minha coleção de dvds/blu-rays é mais ou menos a mesma coisa. 80% do material refer-se a filmes e seriados com 30 anos ou mais.
Sinal dos tempos. : )
Ir ao cinema deixou de ser aquele evento especial e único de se fechar na sala escura e se deixar levar pela magia da telona. Adolescente eu sequer fazia outra programação para antes ou depois para não sair do clima, era como ir na igreja.
Para a garotada atual ir ao cinema passou a ser somente mais uma opção da rotina de shopping de domingo.
E os produtores fazem filmes pensando nisso. Nada de estragar o lanchinho no fast-food com um filme tipo Precisamos Falar Sobre o Kevin….
Otima reflexão andre ! Lembro que ainda há um circuito de cinema que nao se preocupa com o mercado de tv e DVD… Festivais de cinema como a mostra de cinema de sao Paulo tem cineastas que rodam o mundo com as latas com seus filmes embaixo do braço . Trabalhei na mostra em seis edições e entrevistei vários diretores estrangeiros desconhecidos que disseram que esses festivais de arte sao o único mercado para eles. E, claro, vi dezenas de filmes que nunca vi novamente e jamais saíram em DVD . E claro que alguns deles gostariam de ter distribuição no circuito, mas muitos fazem questão de viverem no “alternativo”.
Alguém já viu “Dois Coelhos”???
Filme nacional da melhor qualidade!!!