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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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O maior cineasta que Hollywood revelou nos últimos 20 anos

Por Andre Barcinski
02/07/12 08:55


 

O canal HBO Plus exibe hoje, às 23h50, “Boogie Nights”, de Paul Thomas Anderson.

Já decidi: não vou assistir. O filme tem três horas de duração e não quero ficar acordado até 3 da manhã. Porque é um desses filmes que, se começar, eu não consigo parar de ver.

Para quem não viu, “Boogie Nights” conta a história de um adolescente burro e sem futuro, vivido por Mark Wahlberg, que encontra sucesso como ator pornô e vira o astro Dirk Diggler. O filme começa em 1977 e termina no meio dos anos 80.

Mas a história de Dirk é só uma desculpa para Anderson fazer uma parábola sobre a decadência do cinema.

Acho notável como Anderson usa a história do cinema pornô como metáfora para a própria história de Hollywood, mostrando como tudo piorou quando a liberdade criativa e a rebeldia dos anos 70 deram lugar a preocupações corporativas e a obsessão pelo lucro, nos anos 80.

Sou feliz proprietário do DVD deste filme e sempre tiro a belezinha da estante para rever alguma cena particularmente bem escrita, bem filmada e bem atuada.

Difícil escolher a melhor cena do filme.

Será a abertura, com um plano-sequência scorsesiano dentro de uma boate?

Ou a cena em que o produtor Philip Baker Hall vai à casa do diretor Burt Reynolds convencê-lo de que o futuro do cinema pornô é o videocassete, e é humilhado por um discurso sobre a ética do cineasta: “I am a filmmaker”, diz Reynolds… “Eu NUNCA vou filmar em vídeo!”

Que tal a catártica sequência em que Julianne Moore, a veterana atriz pornô, e Heather Graham, sua jovem discípula, passam dias trancadas num quarto, cheirando cocaína e tendo delírios sobre maternidade?

E o pesadelo que é a mansão do milionário cocainômano vivido por Alfred Molina? Inesquecível ver Molina de robe e cueca, tocando air guitar ao som de Rick Springfield enquanto seu filho – ajudante? Namorado? Escravo? – chinês solta bombinhas no chão da casa.

Paul Thomas Anderson tem 42 anos. Para mim, é o melhor diretor que Hollywood revelou nos últimos 15 ou 20 anos. Melhor até que Tarantino.

Ele fez cinco filmes. Dois, para mim, estão entre os melhores dos últimos 20 anos: “Boogie Nights” (1997) e “Sangue Negro” (2007).

Seu próximo, “The Master”, inspirado na Cientologia e com Philip Seymour Hoffman no papel do líder de uma religião chamada “A Causa”, estréia no fim do ano. Não posso esperar.

Muita gente gosta de “Magnólia” (1999), mas eu acho forçado demais, com diálogos e personagens caricatos. Além de me parecer uma cópia descarada de “Short Cuts”, de Robert Altman.

Anderson, aliás, é grande fã de Altman. E a recíproca era verdadeira: quando Altman, que tinha 80 anos na época, foi filmar “A Prairie Home Companion” (2006), a seguradora exigiu que ele escolhesse um “diretor substituto” para tomar seu lugar caso não conseguisse completar as filmagens.

E quem Altman escolheu? Paul Thomas Anderson, claro.

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Comentários

  1. fabrizzio comentou em 07/07/12 at 15:53

    Por que você considera Boogie Nights uma obra-prima? Seria pelo roteiro brilhante? Pelas atuações primorosas? Pela direção inovadora? Pelo seu grande final?

  2. Ricardo comentou em 05/07/12 at 18:48

    “Melhor até que Tarantino.” Não acredito que li isso. Se ele é melhor que Tarantino então ele não vale é nada, porque o que vale o Tarantino? pelo amor de Deus…
    Tarantino fez um único filme razoável, que é o Cães de Aluguel e só! Tarantino não vale nada!

    • Marvin comentou em 09/07/12 at 8:36

      Uma opinião pessoal, sem qualquer argumento, também não vale nada.

  3. Adrian Veidt comentou em 05/07/12 at 11:37

    A cena na casa é realmente surreal, fantástica, e o Molina dá um show, mas no geral…sei lá, não acho BN tão genial como as pessoas dizem, não.

    Sobre a banda que eles montam, sempre achei que fosse uma referência irônica aqueles grupos super-arena do começo dos 80, depois que o progressivo foi pras cucuias e os caras perceberam que poderiam transformar aquilo numa parada mais comercial.

    Começaram a fazer um “rock progressivo de resultados”, com músicas mais curtas, melodias grandiloquentes e letras clichêzonas, tipo “acredite em você mesmo”, “não pare de acreditar”, etc. Bandas tipo Journey, Asia, Survivor ou o Genesis da fase Phil Collins.

    Apesar do tom do meu comentário, eu gosto desses grupos. Fazer o que…

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