Se você fosse curador, quem viria para a FLIP?
04/07/12 08:34
Hoje começa a décima edição da FLIP, a Festa Literária Internacional de Paraty.
Fiz uma entrevista para a Folha com Liz Calder, 74, a editora inglesa que fundou a FLIP.
Na conversa, Calder falou dos momentos mais emocionantes desses dez anos e dos autores que sempre sonhou trazer ao Brasil, mas nunca conseguiu. Leia a entrevista aqui.
Calder é conhecidíssima no meio literário, não só por causa da FLIP e por ser uma das fundadoras da editoria britânica Bloomsbury, mas por ter revelado autores como Julian Barnes, Salman Rushdie e John Irving e descoberto uma então anônima escritora chamada J.K. Rowling.
Calder tem uma antiga relação com o Brasil. Morou por aqui nos anos 60, quando trabalhou como modelo e jornalista.
O Guardian fez um ótimo perfil dela, que você pode ler aqui.
Sobre a FLIP, confesso que a edição deste ano, pelo menos para o meu gosto pessoal, não está das mais emocionantes.
Tenho curiosidade de ver Jonathan Franzen, de quem só li artigos para a “New Yorker”. E gostei muito de “Soldados de Salamina”, do espanhol Javier Cercas. Também quero ver o debate com Jennifer Egan, mesmo não tendo gostado tanto de “A Visit from the Goon Squad” (no Brasil, “A Visita Cruel do Tempo”), livro que deu a Egan o prêmio Pulitzer.
A FLIP dos sonhos, para mim, teria Nick Tosches, Philip Roth, Joseph Wambaugh, T. Coraghessan Boyle, Elmore Leonard, Mario Vargas Llosa e os mais “impossíveis” de todos, Dalton Trevisan e Cormac McCarthy, que não saem de casa para nada.
Não custa sonhar.
Não sei se já vieram alguma vez, mas acharia legal o Nick Hornby e o Irvine Welsh. Sou fã dos caras.
Jeanette Winterson, Julian Barnes, Javier Marias, Herberto Hélder, António Ramos Rosa, Philip Roth, Cormac McCarthy, Junot Diaz, Alan Hollinghurst, Colm Toibin, Michel Houellebecq, Harold Bloom, Will Self, Antonio Lobo Antunes, Annie Proulx, Thomas Pynchon e Margaret Atwood.
É, assim como uma grande maioria, minhas “convocações” para a FLIP mais se parece com uma sessão de mesa branca.
A realidade é que há poucos autores que têm realmente algo de interessante a dizer – ao menos no meio mais ‘badalado’. Talvez uma proposta fosse abrir o espaço de discussão para autores iniciantes ou desconhecidos do grande público. Porque os que estão na mídia – salvo raras exceções – ou não têm o que dizer, ou são muito chatos (tornam o debate maçante!), ou são reclusos.
Dura tarefa essa de curador!
Leonard Cohen
Marcel Proust, James Joyce, Thomas Mann, Virginia Woolf, Italo Svevo, Charles Darwin,etc
Mediação de Zibia Gasparetto.
Cena que imaginei: o espírito do Chico Anysio, caracterizado de Azambuja, fazendo mesa branca pra chamar esses escritores. Ocultismo é ocultismo…
Bill Bryson, conhece, Barcinski?
André, e quem você NÃO traria jamais pra Flip?
Lou Reed.
Por que?
O Lou Reed? Pq é péssimo entrevistado e certamente encheria o saco do mediador.
Eu tenho (ou tinha, andei procurando e não achei) um VHS com um show do Lou Reed que comprei em algum desses sebos e lojas que frequentei em toda a minha vida. Eu nem me lembro que show era, mas no final da fita tinha uma entrevista com o cara. Não duvido do Barcinski, mas é talvez a melhor entrevista que já vi. Infelizmente não sei dizer o ano ou o entrevistador, muito menos o local. Mas o fato é que o entrevistador era extremamente inteligente, conhecia à fundo a obra do Lou Reed e não se intimidou com o compositor. O resultado foi o “bate-papo” mais tenso que já vi, farpas de ambos os lados, grosserias por parte de Reed prontamente rebatidas pelo entrevistador. Saiu faísca. Eu sempre ficava nervoso quando assistia. Sei que dei poucos dados, mas se alguém já a viu, fala pra gente onde encontrar.
E se ao invés de discursar ele se propusesse cantar uma música, só umazinha? kk
Cormac McCarthy, com toda certeza! Se bem que acabo de ler Freedom do Jonathan Franzen e estou apaixonada, o cara é maravilhoso! Recomendadíssimo, André!
Preciso me animar a ler “Freedom”…
Sim, concordo com o Barcinski em relação a Philip Roth e Dalton Trevisan. E o Rubem Fonseca?
André, eu gostaria que o Amós Oz voltasse (ele já veio e eu perdi) e também Philip Roth, Cormac McCarthy, Lou Reed (que desmarcou em 2010), E. L. Doctorow, David Grossman, Elmore Leonard, García Marquez, entre os vivos. Já no grupo dos falecidos, adoraria uma sessão espírita com o Dostoiévski, Saul Bellow, Shakespeare, Kerouak, Ginsberg, William Burroughs, Joyce, Mailer, entre outros. Mil abraços, Paula.
Esqueci do Doctorw, seria bem legal sim, bem lembrado. Grossman também já veio.
E o Truman Capote? Se estivesse vivo, teria lugar na sua edição?
Claro.
Richard Dawkins, pelo seu espetacular livro “Deus, um delírio” e TODOS os seus livros sobre Evolução das Espécies, Genética, etc.
Um PENSADOR e tanto !!!
Kafta seria uma boa.
Kafta já deve ter em algum restaurante árabe de Parati, já o Kafka…
Kafta é um autor de um livro de culinária sobre um homem quer acorda e descobre ter se transformado num kibe.
Tem também aquele em que ele é acordado e levado preso achando que vai a julgamento, mas acaba obrigado a jogar no Santos.
Há controvérsias se teria sido em kibe mesmo. O texto é vago. Muitos estudos se referem também a esfiha, empada e pão sírio recheado. Nas edições mexicanas optaram em transformá-lo num burrito e há registro de pelo menos uma edição portuguesa em que ele se transforma num pastel de belém.
PDO, abraço pro André e pros leitores do blog. Mãe, te amo. Tela printada.
E como vocês podem ter se esquecido daquele em que briga com o pai e manda uma carta a ele porque não quer se casar com Maria Clorinda, aquela linda.
thomas pinchon, dalton trevisan e cormac mccarthy debatendo j d salinger ao vivo na tv…
Amoz Os, Alvaro Mutis, Yasushi Inoue (só li um livro dele, chamado A espingarda de caça, deve ter umas 80 páginas, fantástico), Garcia Marquez, Reinaldão Moraes.