A FLIP e Paraty precisam se reinventar
09/07/12 07:05
Terminou ontem a décima edição da FLIP. O consenso, entre as pessoas com quem falei, foi que 2012 não será lembrado como um dos anos mais marcantes do evento.
Entre os nomes mais aguardados, o francês J.M. G Le Clézio, deu o cano. Outro, o norte-americano Jonathan Franzen, botou o público para dormir em um dos debates mais chatos que já vi.
Ian McEwan, Javier Cercas e Ruy Castro fizeram debates interessantes e divertidos. Mas foi pouco.
A parceria entre a FLIP e Paraty é boa para todo mundo. A FLIP movimenta a economia local como nenhum outro evento, lotando pousadas e restaurantes e empregando muitos moradores. Já a FLIP se beneficia do charme e beleza da cidade, qualidades que atraem os turistas.
Agora que a festa completa dez anos, está na hora dela – e de Paraty – se reinventarem, sob pena de entrar num piloto automático entediante.
Acho que a maior qualidade da FLIP é ser um evento democrático. Já escrevi isso aqui: mesmo quem não tem ingresso para os debates consegue acompanhá-los, seja do telão ou do lado de fora da tenda do telão, onde dá para ver tudo numa boa.
A Flipinha também funciona bem. É muito bonito ver crianças das escolas da região tendo contatos com livros e autores, tudo de graça e num clima descontraído.
Por outro lado, a infra-estrutura precária de Paraty prejudica o evento.
Durante cinco dias, os 20 mil turistas que chegam à cidade precisam conviver com problemas que os moradores conhecem muito bem: saneamento básico inexistente, falta de água e luz, serviços de telefonia e internet de quinta categoria e dificuldades para estacionar.
Para uma cidade que vive do turismo, a precariedade do apoio ao turista é chocante: não há sinalização ou informações nas ruas. O centro de informações turísticas fica, inexplicavelmente, a 2 km do centro histórico. Grande parte dos restaurantes não aceita cartão de crédito e tem atendimento de tartaruga. As pousadas cobram tarifas exorbitantes e têm atendentes despreparados, que não sabem dar informações ou falar inglês.
Achar um lugar para comer sem uma fila de espera de pelo menos uma hora era tarefa das mais difíceis.
Conheço várias pessoas que deixaram de vir à FLIP porque não tinham mais condições de pagar as tarifas surreais pedidas pelas pousadas.
Se a cidade tivesse mais eventos bons como a FLIP, o Bourbon Fest (festival de blues e jazz) ou o Paraty em Foco (encontro de fotografia), talvez as pousadas lucrassem mais ao longo do ano e não precisassem extorquir os turistas desta maneira.
Paraty precisa urgentemente mudar de foco e perceber que seu forte é o turismo cultural, não o turismo de massa. É uma cidade pequena demais, charmosa demais e importante demais para sediar barbaridades como a Festa da Cachaça ou os shows de popstars (Michel Teló, Luan Santana) que têm rolado nos últimos anos.
A FLIP também precisa se reinventar.
Os debates com autores só funcionam quando estes conseguem falar bem sobre suas próprias obras, o que não é sempre o caso.
O ofício de escrever é solitário, e não é todo escritor que consegue transmitir, falando, as mesmas coisas que consegue pôr no papel.
Também acho inadmissível como um evento literário em 2012 pode ignorar temas tão em voga quanto o livro eletrônico e a autopublicação.
Sei que a FLIP depende das editoras e serve para editoras lançarem seus livros. Mas há uma massa de autores sem editoras por aí, e um debate sobre como publicar seu livro de forma independente teria um apelo enorme.
Tomara que a FLIP e a cidade de Paraty reflitam bastante sobre os acertos e os erros desses dez anos, para que os próximos dez sejam ainda melhores. Ficamos na torcida.
Caro André, seu texto levanta algumas das eternas questões de Paraty. Acho que a Flip é 100% bem sucedida dentro do que se propõe, mas a festa não pode mudar o fato de que Paraty é uma cidade brasileira, com típicos problemas brasileiros: falta de saneamento adequado, alta evasão escolar, índices crescentes de violência, dinheiro público desperdiçado em ações populistas eleitoreiras. O Ministério do Turismo é uma nulidade, inexiste em Paraty. O Governo do Rio repassa os royalties do petróleo para o município e lava as mãos. E esse dinheiro dos royalties (esta sim a principal receita da cidade hoje, e não o turismo) ninguém sabe direito para onde vai. A grana do turismo fica nas pousadas e no comércio, nada é revertido para a cidade. A prefeitura, com medo de perder votos, não fiscaliza nada. Enfim, você pode até estar meio enjoado do formato e da programação da Flip, mas ela é um ótimo evento. As falhas da festa, na minha opinião, são da conta do poder público, não dos que a organizam. Grande abraço.
Mas eu não disse que a FLIP não é um bom evento, muito pelo contrário. Eu disse, inclusive, que é o evento que mais favorece a cidade. E Paraty tem uma particularidade: é uma cidade pequena e que recebe dinheiro alto de royalties, mais do que suficiente, pelo tamanho da cidade, para resolver muitos de seus problemas.
Concordo com tudo que foi dito!!! A FLIP precisa urgente se reinventar, mudar o formato (quem ainda aguenta as mesas com dois autores que não falam entre si?), os mediadores (se todos fossem como Angel Gurria-Quintana…), e convidar autores mais interessantes. Os politicos de Paraty precisam tomar vergonha na cara e finalmente fazer algo de positivo para a cidade que precisa urgente de saneamento básico. Não basta ser um dos lugares mais lindos no mundo…
Essa é realidade nacional. O Brasil poderia ser um hotel a céu aberto, visto seu esplendor natural. Temos gente pessimamente mal preparada para atender turistas, sejam daqui ou de fora. Os preços são extorsivos na praia, no resort, no chale e no chulé. Tudo caro, de qualidade questionável. Pior é que a turma paga. O negócio é voltar a velha prática do farofeiro (se é que saiu de moda): ir para o passeio levando barraca, comida e os famosos e delisiosos pães com mortadela.
Correção: “deliciosos” pães…
Vc tem toda razão Luciano. Parati é o maior exemplo de falta de planejamento ou plano estratégico do Ministério do Turismo que deveria vigiar como as pousadas e hotéis são construídos. Hoje em dia qualquer um constrói uma “pousada” tal qual um puxadinho ou um barraco numa favela. Por estar numa cidade turística cobram preços extorsivos para que os clientes se hospedem em quartos piores que o quarto de empregada em suas casas. Sem querer ser arrogante, mas todo mundo sabe que quarto de empregada raramente tem janela, é mínimo e super desconfortável, tanto que hoje em dia para achar uma empregada para dormir em casa é bem difícil…
Sou de São Paulo e não fazem idéia da dificuldade que é encontrar pessoas honestas e que estejam dispostas a trabalhar nessa cidade. Paraty está repleta de oportunistas, cujo único objetivo é tirar vantagem, garantir o seu. E esse cenário vai das classes trabalhadoras, até o legislativo da cidade. É a conhecida malandragem carioca, tão enaltecida.
E F…-se a cidade! Paraty apresentou melhoras significativas apenas quando teve à frente da sua adm um paulista.
Bom, esse descaso é realidade muito comum em todo o Brasil, mas que é agravada pelo fato do sangue que corre na veia desse povo ser carioca.
2000 pessoas em uma semana! Isso é vergonhoso! Qualquer eventozinho em cidades do interior, com exposição de gado, atrai mais visitantes.
Galera, vamos enxergar a realidade. Para a massa, cultura nesse país nunca foi prioridade!
Pedro, você é um preconceituoso e ignorante.
hahaha!!! Gostei!!
Volta para a sua cidade Pedro, e vai tarde!
Que comentariozinho mais estúpido desse Pedro paulista bairrista, preconceituoso e mané. Uma das maiores besteiras que li neste ano.
isso é pegadinha, não é possível que alguém ainda pense uma abobrinha dessas.. como paulista só de imaginar uma desgraça dessa fico com uma puta vergonha
Faltou trazer o Richard Dawkins para despertar algum interesse …
Seus livros são uma aula de conhecimento e elegância!!!
Sobre Paraty:
Há eventos e atividades para todos os gostos e bolsos, cada um tem que escolher os que mais lhe agradam.
Também há preços variados para o turismo, seja hoteleiro, alimentação, passeios etc…Com planejamento antecipado e pesquisa encontram-se boas opções.
Falta de infra-estrutura é culpa da má administração e da falta de preparo da atual gestão, infelizmente difícil de resolver a curto prazo.
Ainda sobre os eventos da cidade, parece que os organizadores sempre acham que quantidade é sinônimo de qualidade.E não é bem assim, e parece que poucos estão entendendo isso.
Sobre a FLIP:
É um evento comercial, tanto que conta com patrocínio de dois bancos: um particular e outro estatal, além de varias editoras e outros patrocinadores e doadores.
As palestra servem de pano de fundo para o objetivo principal que é vender livros.
E para isso na Flip é instalada uma “filial” de uma das mais caras livrarias de São Paulo.As editoras também montam espaços para divulgar seus produtos.
Claro que existe uma preocupação sócio-cultural, mas o objetivo implícito em tudo isso é comercial.Talvez por isso a cada ano as coisas estão ficando “muito estranhas”, há muitos interesses quando o dinheiro fala mais alto.
André,
Concordo com você. Paraty não tem infra-estrutura para receber massas de turistas, principalmente esse turista lixo que vem pra festas como o Festival da Pinga. No ano passado o filho de uma amiga, que tem uma casa de massas fantástica em frente ao Supermercado Carlão, foi massacrado por um troglodita de Volta Redonda, no Festival da Pinga. O sujeito era um bandido. Pergunta se a policia achou o cara? Festival da Pinga? Que porcaria é essa? Porra, vai comprar pinga num dos vários alambiques que tem na região e vai beber em casa, bater no cachorro, xingar a mulher, sei lá.
Abração
No Festival da Cachaça a gente nem sai de casa, é sério. Ano passado quase fui atropelado por um bêbado de moto, que dirigia com uma garrafa na mão.
Creio que cada um de vocês tem seus motivos para falar isso. Também concordo com vocês e sei que mistura de muita bebida com muita gente se esbarrando rola sempre um problemão.
Não podemos esquecer que esse festival da cachaça já vai para a sua 29º edição, e em nossa cidade temos mais de 8 alambiques. E que assim como a FLIP porém em menor escala também movimenta a economia local.
O que precisa mesmo é que os organizadores junto a secretaria de cultura e a secretaria de turismo reveja os conceitos e os objetivos desse festival.
Sem dúvida. Como eu disse, era, até alguns anos atrás, uma festa menor e muito legal, que divulgava as cachaças locais. Ficou grande demais, feia demais e perigosa demais.
De verdade, eu queria muito ter ido a FLIP deste ano. Mas desisti ao ver que a pousada em que eu costumo ficar, a 1 km da entrada da cidade e do Centro Histórico, queria me cobrar R$ 3.000 por um quarto de 9,00 m², sem luxo nenhum. Isto é justo? Não é jogar contra? Eu amo a FLIP. Tenho lembranças adoráveis das edições que eu acompanhei. E tem lugar pra todo mundo. Mas uma coisa é você fazer a sua refeição saboreando os pratos, levando o tempo que achar necessário, batendo papo com seus amigos. Outra é esperar na porta do restaurante por uma hora enquanto o seu estômago está declamando todos os poemas de Drummond de tanta fome… Enquanto a estrutura da cidade não melhorar ou, pelo menos, as pousadas fizerem uma bela reflexão e decidirem cobrar tarifas menos abusivas, vou cotinuar colocando em prática a troca que eu fiz esse ano: deixo a FLIP e vou pro Festival Gastronômico de Búzios! rs
Impressionante é saber que um festival em Búzios é mais barato que um em Paraty.
André gostei muito do seu texto, li todo os comentários dos comentários e tal…
Sou nascida e criada em Paraty, morei um tempo fora e agora estou de volta, tenho uma relação de amor e ódio por essa cidade, amor porque esse é meu canto, meu jeito caiçara, minha vida simples, minha família e amigos, e ódio porque aqui se reivindicam muito pouco ou quase nada, e se acomodam, ainda bem que nem todos sofrem desse mal alguma grande maioria sim… talvez sejam os mesmo que curtem os popstar do momento, a festa da cachaça, que acham um saco o festival de jazz, e que sai falando mal dos shows bons que já tiveram na cidade. É verdade também que, não é fácil agradar a todos. Porém sei que para trazer esses artistas para Paraty, é preciso de muita grana, grana essa que deveria ter outros fins.
A verdade triste que foi citada no seu texto, que nos paratienses conhecemos de longas datas, que é: saneamento básico zero, falta d’água que na época de verão só piora, os serviços de telefonias que monopolizaram a cidade que é OI e as internets locais, essas nem se fala…. não posso deixar de falar sobre o lixão na entrada da cidade, que até onde eu sei o lixo deveria estar indo para um aterro sanitário em Angra dos Reis e o lixão seria desativado, mentira, qualquer um que venha do estado de São Paulo pra Paraty pela Br 101 Rodovia Rio Santos, é recebido pelo lixão que fica em área verde e com uma vista linda para o mar… enfim… Descaso e falta de fiscalização.
A população sofre pelo descaso, a cidade é linda e vive do turista, porém a própria cidade explora o turista em vens de explorar o turismo local, e nos moradores sofremos com isso também, pois pagamos os preços de turistas nos restaurantes, nas prateleiras e lojas.
Temos um outro problema que o Paulo Castro citou a cima, falta mão de obra qualificada, minha família tem um restaurante e padecemos com isso, e o que acontece muitas vezes é que toda a família coloca a mão na massa para atender quem chega na cidade. Bom seria se fizéssemos uma campanha. Venham trabalhar em Paraty!!! Só tem um problema para morar aqui, o aluguel e a comida são bem caras.
Bom acho que falei de mais… precisamos melhorar e muito, quero minha cidade limpa e agradável para os que aqui vivem e os que estão de passagem…
Só uma coizinha… O festival da cachaça e seus organizadores precisam rever seus conceitos sobre esse evento.
André Barcinski como você e sua família moram em Paraty, gostaria de convidar a participar do nosso Sarau Cultural que acontecerá no dia 13 sexta-feira, no Espaço Elipse ao lado do Colégio Plante a partir das 20hs, o microfone do nosso espaço esta aberto para artistas ou não, poetas ou não, escritores ou não… Passe lá e deixe a sua contribuição, precisamos fazer algo. Não podemos acomodar com o que nos incomoda.
Tenha uma boa tarde.
Verdade, esqueci de citar o Lixão. Aquilo é uma vergonha.
Corrigindo a data do Sarau, será no dia 20 sexta- feira as 20hs no Espaço Elipse ao lado do Colégio Plante. Venha nos visitar.
Att
Olá, André.
Fiquei em Paraty durante todos os dias da feira e concordo com todos os comentários em relação às condições de infra-estrutura. É muito dificil não se irritar com o atendimento tartaruga ou a surpresa de descobrir que o estabelecimento não aceita cartão.
Quanto ao tema dos e-books, houve sim um debate na Flipzona, mas não fosse os questionamentos do público, a discussão seria muito rasa, já que o tempo foi quase todo preenchido para que novos autores de uma editora falassem sobre os seus trabalhos. A questão ficou relegada aos últimos 5 minutos programados para a mesa. Não fosse o interesse do público — que estava lá para informar-se sobre produção independente e rumos desses livros virtuais — o debate que dava nome à mesa praticamente não existiria.
Oi João, agradeço a informação. Mas em que mesa foi/ Não lembro de ter visto nada sobre e-books na programação.
A mesa foi sobre prós e contras dos livros virtuais na visão de jovens autores. Aconteceu no espaço da FlipZona, dia 6 às 13h30. Aqui segue o link: http://flipzona.wordpress.com/programacao/
Obrigado.
Não fui a FLIP. Mas tenho certeza que eu não deixaria a platéia dormindo como esse autor norte-americano. ^_^ Eu faria o público realmente fazer parte do palco. Em um debate vivo, com pretensões. Um verdadeiro polvo com tentáculos monstruosos agarrando a todos. Fazendo com que os leitores e leitoras se sentissem em uma verdadeira montanha russa. É o que eu faria. Dar valor as pessoas que foram a FLIP em busca do que elas tanto amam: os livros! ^_^
Mas estou feliz que o evento continue. Espero que o próximo, já não tenha os problemas citados na matéria! e que eu esteja no palco!!! ^_^
Tens razão caro André, fazem de conta que não há autopublicação na forma de ebooks independentes. E talvez haja coisas boas por aí, por aqui, por ex.: vidamiuda.blogspot.com/p/livraria.html
André, concordo c/ vc. Só tive oportunidade de ir à Flip duas vezes (em 2008 e em 2010 qdo o Lou Reed deu o cano!). Nas duas ocasiões, fiz um bate-e-volta porque os preços das pousadas eram astronômicos! Acompanhei a cobertura das outras edições, inclusive a deste ano, pelos jornais e blogs e acho realmente uma falha não se debater uma questão tão importante quanto a do livro digital. Espero conseguir comparecer ao evento do próximo ano e que as suas críticas e ponderações sejam levadas em conta. Abs. Paula.
Caro jornallista André!
Gostei e muito do seu texto.
Sou Paulista e moro aqui.Só que descordo de vc na questão como musicos de gosto de duvidoso e festas! pois é preciso ter algo para os moradores Paratiense ou vc acha que a maioria aqui são intelectuais ou todos são filhos de empresários ou que não tem comunidade na cidade, por mais rica que seja!?…Agora o restante do texto perfeito.
Enquanto a FLIP estiver no comando da Casa Azul…vai piorar, eu senti isso nesses ultimos 3 anos…só caiu.Internet? enquanto estiver na mão dessas corjas PARATY.COM ou PARATYWEB e OI VELOX estaremos ferrados…onde simplesmente deixam vc sem conexão para favorecer, hoteis, pousada, eventos grandes.E mesmo assim, tá ai no texto, literalmente um lixo.
Restaurantes, infelizmente é assim, mas a culpa não é 100% do dono e sim, da falta de mão de obra qualificada na cidade, pois o pessoal daqui não gosta de trabalhar, trabalham 1,2,3 meses e tchau! inglês? o Brasil inteiro não fala Inglês!
Centro de informacão túristica é uma piada, pessoas despreparadas, que atendem mal o turista e não sabem informar o que está acontecendo na cidade.
Secretária de Turismo é uma vergonha!
Ah! ia esquecendo…Policia, ambulância…é manga de Colete.CUIDADO! que os policiais aqui adoram estorqui dinheiro de turistas, cansei de ver e receber reclamações.
Essa é infelizmente a tão gloriosa, charmosa, linda Paraty.
Paulo, numa boa, isso que vc está dizendo é errado. A cidade tem muitas opções pros moradores: tem festival de samba e choro, tem evento de jazz e blues, tem festival de cinema, etc. São todos eventos gratuitos e não são restritos aos turistas. O problema é fazer shows de artistas tão grandes e populares que não condizem com a infra que a cidade oferece.
André, não condiz a realidade dos moradores, o festival de samba e chora, jazz, latino, vc não ve o publico de Paraty neles, são poucos em relação a nesses mais popular.Entende!
Convido vc a vir ficar aqui 3 meses ou mais e sentir o que estou dizendo.Fizeram no ano passado, um show com Ivan Lins, cara, o que teve de pessoas reclamando, que o show da sono, bla bla…então, não é show para o povo simples da cidade.
E quando vc diz que a cidade tem muitas opções, não é verdade.Visite as comunidades e senti a exclusão! é um processo bem natural…
Eu moro na cidade e, antes de morar, frequentava há muito tempo. Os eventos são abertos a todos e, se alguns moradores não querem participar, é por opção deles. São eventos gratuitos, com nomes conhecidos (Paulinho da Viola, Maria Gadu, Zelia Duncan), só não vai quem não quer. O festival de cinema exibiu um monte de filmes infantis conhecidos, até Crepúsculo rolou. Acho uma barbaridade uma cidade pequena e histórica como Paraty fazer megashows, ainda por cima ao lado do hospital e do velório. É um desrespeito, além de tudo.
Como eu disse: “Alto exclusão”
Mas, tudo bem meu caro, são visões diferentes…
Se a população decide se excluir, o que fazer senão lamentar? Há uma biblioteca pública muito bem montada ao lado da prefeitura, tudo de graça. Vou lá quase todo dia e não me lembro de ter visto mais de uma pessoa lá dentro. Uma pena.
Andre, a festa da cachaça e muita muvuca?
É o inferno na Terra.
É, infernos ao quadrado, vcs não viram o carnaval
Olha, Marcos, acho a Festa da Cachaça BEM pior que o Carnaval.
André, sim, sem dúvidas, mesmo pq a Festa da Cachaça era pra ser algo regional e gostoso de se curtir, mas infelizmente se tornou no que vc presenciou!
Agora o Carnaval, esse ano não ficou longe da Festa da Pinga.Te garanto.
Bom, as experiências variam de pessoa pra pessoa. Gostamos de curtir alguns blocos pequenos que saem aqui no Carnaval, minha filha se amarra. Mas concordo com vc, o Carnaval também é um caos. Mas a Festa da Cachaça é um perigo até pra quem não participa, por causa dos incontáveis motoristas bêbados que saem que nem loucos pela cidade, e que não são multados. Pra falar a verdade, NUNCA vi alguém ser multado na cidade, é como se a polícia não existisse.
è uma pena pois a cachaça faz parte da historia de Paraty e como apreciador gostaria de prestigiar o evento estava quase reservando uma pousada mas agora acho que vou curtir minha garrafa de “coqueiro” em casa.
Até alguns anos atrás, era uma festa charmosa e bacana, que divulgava as cachaças locais e tinha shows de artistas como Almir Sater. De uns anos pra cá, virou um megaevento, com shows de Michel Teló. Triste.
Eu sou paulista, mas moro em Paraty. E posso dizer: perfeito o seu texto! Valeu muito!
momento clássico desta flip:
foto que tirei com barcinski e allan sieber na “casa folha”.
😉
@donniedarko73
Concordo totalmente com as críticas e sugestões do André. Incrível como numa cidade que promove um evento de apelo mundial os serviços de telefonia (E tantos outros!) funcionam tão precariamente. Fiquei abismada como essas críticas são, pelo visto, de consenso geral. Restaurantes (e atendentes destes) despreparados para o atendimento de grande público, falta de transportes, lentidão nos serviços são apenas uns dos problemas.
No domingo ficamos estarrecidos com as condições do porto. Por causa da maré, havia dezenas de carros atolados, alagados,sem ter como sair. Esse é mais um dos absurdos; será tão impossível assim realizar obras para elevar o nível da barragem?
Inegável que a cidade e a festa são charmosas e interessantes. Mas, como bem disse André, é preciso uma grande reforma – tanto na cidade e seus serviços – quanto no evento em si, que oferece poucos ingressos e tem, cada vez mais, buscado “inovar” e acaba não trazendo efetivamente quem o público da área deseja ver.
Seria muito difícil organizar uma linha de microônibus especial para a FLIP, que passasse pela rodoviária, fosse até o Portal, o Jabaquara e depois, pela rua do canal, até a FLIP? Isso evitaria que algumas pessoas tivessem de andar meia hora a pé, muitas com crianças, para chegar ao evento. Basta boa vontade.
Alguns comerciantes preferem o Festival de Jazz do Bourbon Street do que a FLIP, acham-na muito elitista e com vários intelectuais chatos…..A prefeitura tem de investir mais pra tornar a cidade mais barata.
Comerciantes reclamam de “intelectuais chatos”? Cara, essa mística de que eventos de literatura só atraem “intelectuais chatos” carrega, no fundo, um grande preconceito. Por que literatura é sempre associada a uma suposta “elite intelectual”? Sempre vi, na FLIP, muitas escolas, famílias, gente de todo tipo. Não tenho nenhum tipo de ligação com o evento, não trabalho nele e nunca fui convidado, então me sinto à vontade pra falar: a única coisa “elitista” na festa são os preços das pousadas. E isso é por opção dos próprios “comerciantes”.
Pola Oixarac que é bom, nada. É muita “falta de desorganização”.
Foi bem chato o debate com ela ano passado.
Dicró, queria um papo firme com a Pola: “Vamos debater a virilha”