A FLIP e Paraty precisam se reinventar
09/07/12 07:05
Terminou ontem a décima edição da FLIP. O consenso, entre as pessoas com quem falei, foi que 2012 não será lembrado como um dos anos mais marcantes do evento.
Entre os nomes mais aguardados, o francês J.M. G Le Clézio, deu o cano. Outro, o norte-americano Jonathan Franzen, botou o público para dormir em um dos debates mais chatos que já vi.
Ian McEwan, Javier Cercas e Ruy Castro fizeram debates interessantes e divertidos. Mas foi pouco.
A parceria entre a FLIP e Paraty é boa para todo mundo. A FLIP movimenta a economia local como nenhum outro evento, lotando pousadas e restaurantes e empregando muitos moradores. Já a FLIP se beneficia do charme e beleza da cidade, qualidades que atraem os turistas.
Agora que a festa completa dez anos, está na hora dela – e de Paraty – se reinventarem, sob pena de entrar num piloto automático entediante.
Acho que a maior qualidade da FLIP é ser um evento democrático. Já escrevi isso aqui: mesmo quem não tem ingresso para os debates consegue acompanhá-los, seja do telão ou do lado de fora da tenda do telão, onde dá para ver tudo numa boa.
A Flipinha também funciona bem. É muito bonito ver crianças das escolas da região tendo contatos com livros e autores, tudo de graça e num clima descontraído.
Por outro lado, a infra-estrutura precária de Paraty prejudica o evento.
Durante cinco dias, os 20 mil turistas que chegam à cidade precisam conviver com problemas que os moradores conhecem muito bem: saneamento básico inexistente, falta de água e luz, serviços de telefonia e internet de quinta categoria e dificuldades para estacionar.
Para uma cidade que vive do turismo, a precariedade do apoio ao turista é chocante: não há sinalização ou informações nas ruas. O centro de informações turísticas fica, inexplicavelmente, a 2 km do centro histórico. Grande parte dos restaurantes não aceita cartão de crédito e tem atendimento de tartaruga. As pousadas cobram tarifas exorbitantes e têm atendentes despreparados, que não sabem dar informações ou falar inglês.
Achar um lugar para comer sem uma fila de espera de pelo menos uma hora era tarefa das mais difíceis.
Conheço várias pessoas que deixaram de vir à FLIP porque não tinham mais condições de pagar as tarifas surreais pedidas pelas pousadas.
Se a cidade tivesse mais eventos bons como a FLIP, o Bourbon Fest (festival de blues e jazz) ou o Paraty em Foco (encontro de fotografia), talvez as pousadas lucrassem mais ao longo do ano e não precisassem extorquir os turistas desta maneira.
Paraty precisa urgentemente mudar de foco e perceber que seu forte é o turismo cultural, não o turismo de massa. É uma cidade pequena demais, charmosa demais e importante demais para sediar barbaridades como a Festa da Cachaça ou os shows de popstars (Michel Teló, Luan Santana) que têm rolado nos últimos anos.
A FLIP também precisa se reinventar.
Os debates com autores só funcionam quando estes conseguem falar bem sobre suas próprias obras, o que não é sempre o caso.
O ofício de escrever é solitário, e não é todo escritor que consegue transmitir, falando, as mesmas coisas que consegue pôr no papel.
Também acho inadmissível como um evento literário em 2012 pode ignorar temas tão em voga quanto o livro eletrônico e a autopublicação.
Sei que a FLIP depende das editoras e serve para editoras lançarem seus livros. Mas há uma massa de autores sem editoras por aí, e um debate sobre como publicar seu livro de forma independente teria um apelo enorme.
Tomara que a FLIP e a cidade de Paraty reflitam bastante sobre os acertos e os erros desses dez anos, para que os próximos dez sejam ainda melhores. Ficamos na torcida.
A questäo complicada aqui é ” turismo cultural” em si. Note, 25 mil pessoas em 4 dias ( pouco ) E o perfil é de um turista que näo despeja os bolsos em compras. Um show do Luan ou a festa da cachaça movimentam quantas pessoas ? E são essas as contas que se fazem no final. Mas, existe solução para essa questão, assim como existe tambem uma gestao do calendário de eventos e o seu retorno em melhorias para a cidade. Questão de visão de estrategica.
Olha, Afonso, pode perguntar pra qualquer dono de pousada, restaurante ou loja: eles preferem MIL VEZES os turistas que vêm para FLIP, Bourbon Fest, Paraty em Foco, etc. Gastam muito mais. Os turistas que vêm pra megaeventos como Festa da Cachaça são mais numerosos, mas não gastam nada na cidade. Conheço a dona de uma loja que fecha a loja durante a Festa da Cachaça, pra vc ter uma idéia.
Olá, André!
Fico feliz em encontrar eco em tuas palavras. No bate-papo do qual participei pelo Circuito Off Flip abordamos justamente os temas que você citou – foi enriquecedor para todos que estavam ali. Hoje tenho livros publicados na Europa, e neste ano um de meus livros estão sendo publicados aqui pela editora V&R, mas eu continuo no mercado independente, pq acredito nele, e estou apoiando um grupo com 20 escritores independentes chamado o Macaco Pensador. Enfim, saímos de lá com a impressão de que a FLIP precisa mesmo de renovação, e pelo visto não fomos os únicos. ;D
Um grande abraço!
Legal, Augusto, bom saber um relato de quem tb esteve no evento. Abraço.
Pra mim esse tipo de evento nao se justifica. Escritores sao artistas diferentes, eles nao se “apresentam”, nao fazem shows, como músicos, e nem sao as melhores pessoas pra analisar a própria obra. Ou seja, congressos de literatura, ok, mas sem os artistas, que nao acrescentam nada, é só tietagem pra atrair gente que em sua maioria nem gosta de ler de verdade, abs
Acho que depende muito. Tem gente que sabe falar sobre a própria obra. Mas não são todos.
Morei em Ubatuba por um ano. Ubatuba nao eh esse conto de fadas que as pessoas falam nao. Dependendo de onde se fica hospedado eh como Paraty, muito dinheiro por nada. Gosto de Paraty e se eu pudesse moraria na cidade mas com todos esses problemas que existem quem arriscaria viver num lugar desses? Andre, voce esta certisssimo em criticar no seu Blog, se voce mora em Paraty entao isso significa que voce exerce a sua cidadania. As pessoas infelizmente nao sabem como exigir dos governantes o que lhes seria de direito. Espero que esses problemas em Paraty sejam resolvidos logo, pois tenho muito carinho pela cidade. Abracos.
Concordo, Ubatuba tem muitos problemas, isso é claro.
Concordo, em partes. A cidade oferece lugares acessíveis e sem fila para alimentação, sim. É só não ter preguiça e sair do Centro Histórico – que nem é tão grande… Quanto à temática referente aos livros digitais, muito se fala e pouco se vê. Mais do que debates (que, por sinal, ocorreram na Off Flip), precisamos de ações, dados do mercado e pesquisas de aceitação, por exemplo. A conversa com Ruy Castro, por fim, embora divertida, tocou muito pouco ou quase nada no tema proposto – e, nesse sentido, jornalismo literário é muito mais do que relatar o processo de preparação das biografias escritas pelo autor. Além disso, também senti que a FLIP está entrando em uma zona de conforto um pouco perigosa; a organização é boa, mas isso nós já percebemos…
Concordo, Francisco. Mas em muitas cidades turísticas em todo o mundo, assim que vc chega, recebe um mapinha com a localização de restaurantes, pousadas, locais de interesse, etc. Isso não acontece em Paraty, e pode explicar por que muitos lugares ficam vazios. O Centro de Informações Turísticas, que ficava na entrada do Centro Histórico, foi transferido para a entrada da cidade, a 2 km. Quem é que vai sair do Centro Histórico e andar 4 km – ida e volta – pra pegar informações? E discordo em relação à palestra do Ruy, ele falou bastante, sim, de jornalismo literário, ou pelo menos o que cabia, num tempo curto.
Parabéns André, pela coragem de expor a realidade que assola Paraty com a realização de eventos do tamanho da FLIP em Paraty.Tudo que li a respeito em outras matérias e até mesmo o que é dito pelos organizadores da FLIP são meros floreios.Paraty realmente não comporta determinados eventos.Infelizmente o poder publico da cidade não está nem um pouco preocupado com isso.Querem mais é transformar a cidade num grande centro de eventos, deixando visitantes e moradores a mercê de tudo o que você retratou em seu texto.Trata-se da politica mais burra que existe: a da exploração, em todos os sentidos.
Eu acho que dá para conciliar uma agenda de eventos – fundamental para o turismo – com uma melhoria na infra da cidade. As coisas deveriam andar juntas. É sempre assim: uma semana antes da FLIP, os jardins são todos cortados, as calçadas pintadas, tudo é maquiado.
Também concordo que há espaço para uma agenda de eventos condizentes com a realidade da cidade. Não sou contra a realização de eventos em Paraty. Este talvez seja a maior vocação da cidade.A maquiagem não é só antes de cada evento, têm sido assim a anos em tudo que se refere a infra-estrutura da cidade. A Flip só expõe de uma forma mais contundente as deficiências de uma administração mau planejada.
Verdade. Mas acho que a FLIP, por ser um evento que dura cinco dias em que as pessoas se concentram numa mesma área da cidade durante o dia todo, diferentemente de eventos como o Bourbon Fest, por exemplo, que rola mais à noite, escancara mais ainda esses problemas.
Caro André, morei por cinco anos em Paraty no final da década de 70 e intelectuais, pessoas medíocres, artistas, pescadores, enfim todo tipo de gente viviam em constante harmonia sem levar em conta estas diferenças, pare de querer elitizar a cidade com seus preconceitos. Dá um tempo! (que saudades do Zé Kleber!!!!).
Pare de falar besteira. Quem quer elitizar o quê? As pessoas da cidade sofrem com escolas péssimas e um pronto-socorro caindo aos pedaços. Só um maluco confunde melhorar a infra-estrutura com “elitizar”. Você é um preconceituoso, isso sim.
Concordo com vc Andre!
Pessoas que enaltecem um pinguço inveterado como o Zé Kleber,que vivia jogado bêbado pelas ruas da cidade não merece credibilidade em seus comentários.
Desculpe, eu realmente não sei quem é o Zé Kleber que foi citado.
Zé Kleber foi o maior poeta da história de Paraty. Talvez você não tenha tido a curiosidade de tentar saber porque existe uma mesa com o nome dele.
Como assim, não tive a curiosidade de saber quem foi? Tanto tive curiosidade, que perguntei. Eu, hein…
Olá, Barcinski. Você tem toda razão: a Flip precisa se reinventar. Eu iria até mais longe: a crítica literária precisa ser reinventada com urgência, porque caso contrário corre o risco de ser extinta. Desacreditada ela já está há muito tempo. Os críticos literários demonstraram apreciar um tipo de literatura que se afasta do público leitor comum. Valorizam mais a forma do que o conteúdo e dão pouco espaço para as formas de narratividade, dentre elas as graphic novels que podem apontar os novos rumos da literatura. No caso da Flip somente Ian McEwan e Jennifer Egan conseguirão tirar o evento do marasmo, uma vez que ambos os autores fizeram interessantes observações sobre o processo de criação de seus textos. Ao contrário de tantos outros foi um debate produtivo que ao menos debateu sobre literatura e não deu a impressão de ser uma apresentação de Talk-show como foi a mesa de Franzen, que teve até mesmo uma perfomance um tanto canhestra do mesmo. De qualquer forma é necessário rever a Flip e focar no que ela realmente dever ser: um lugar para discutir e repensar o conceito do que é literatura na época atual e não uma conversa de botequim como foi algumas das apresentações deste ano, em parte por culpa dos mediadores quem em vez de questionarem os participantes se limitaram a adulá-los e exaltar suas discutíveis qualidades como ficcionistas o tempo todo.
Ola! Quero apenas deixar registrado meu protesto contra o blog do senhor André forastieri, do qual já escrevi dezenas de comentários e ele não se dignou a publicar nenhum, bem ao contrario desse blog do senhor barcinski, em que meus comentarios sempre aparecem. Espero que o velho forasta reconheça que isso é desrespeito ao seu leitor. Grato.
Marco, numa boa, reclamar aqui do blog do Forasta não faz o menor sentido. Juro que fiquei com vontade de não publicar seu comentário.
André, será q Paraty não está sendo um pouco “contaminada” pela sobrevalorização dos preços na habitação e serviços em geral q acomete nossa combalida Cidade Maravilhosa nos últimos anos? E ainda com esse caô de Copa e Olimpiadas (sem acento mermo) tentando justificar os valores irreais (se pensarmos na péssima infra da ex-capital tupiniquim)… Cada vez q a cidade do Rio é contemplada com um prêmio novo – como esse recente, de patrimônio cultural da Unesco -, uma quitinete no Catete sobe mil reais. Mas quero muito conhecer Paraty… Não existe baixa temporada nessa cidade não, com preços menos extorsivos? hehe E aí, quem não tem Paraty caça com Paquetá (?) =P
Pode ser, mas as pousadas realmente exageram na época da FLIP. Sobre visitar a cidade, entre abril e outubro, tirando feriados e eventos como a FLIP, é uma tranquilidade. Só não venha em agosto, na semana da Festa da Cachaça, a menos que vc queira ver como é o inferno ao vivo e a cores.
hahahahah Não, valeu, to foraça de Festa da Cachaça e congêneres. To evitando até a festa junina aqui do bairro. Sobre os royalties do petróleo, qual cidade (e não político) realmente se beneficiou com eles no estado do Rio (SP? ES?)? Tenho família em Campos e Macaé e lá sempre me dizem q sobretudo na segunda a qualidade de vida piorou muito desde q o ouro negro começou a jorrar na cidade; inflada, suja, bem mais violenta… É como uma maldição do petróleo, os possíveis benefícios econômicos não se refletem no cotidiano da população. Até parece coisa de um país q eu conheço… De q adianta termos petróleo pra explorar se continuamos com os mesmos políticos a nos explorar?
No Rock in Rio, a estrutura tb era insuficiente e os preços caros. Na Rio + 20 tb, na Copa tb será, nas Olimpíadas tb. Esses grandes eventos viraram um programa de índio.
Mas, Tadeu, a FLIP não é um evento grande. São 25 mil pessoas que vieram a Paraty nos 4 ou 5 dias, é um evento menor que qualquer congresso ou feira em São Paulo. Por isso acho que não deve ser difícil melhorar muito a infra-estrutura do evento.
A Flip não vai bem!Mas é a unica de expressão!
contospoesiacia.blogspot.com.br/
Investir em turismo cultural não dá voto… Explorar turistas e megashows de Luan Santana e Michel Teló dão! Além do mais, os habitantes preferem ganhar cem reais agora do que 1.000 reais amanhã…
Acho sua critica desproposital e incipiente. Vejamos pois:
Paraty antes de ser polo atrativo turistico fora cidade regugio e vilarejo de pescadores. O tempo manso e terno é o seu charme natural.
A tematica cultural do povo é não ter pressa, e o contato despretencioso e devagar é sua melhor qualidade.
Quanto a estacionamentos: o bom seria que carros ficassem bem longe de lá; e não existem pastos para se criar vagas de automóveis. Talvez precisem os transeuntes motorisados de um fast food literário e não de um lugar paradisíaco.
Por isso que estrangeiros dizem que literatura precisa digerir melhor o que se escreve.
Cuspir a lógica consumista e dissertar democracia são defeitos desta crítica. Desculpe os herdeiros da antiga Folha da manhã.
Marcelo.
Deixa de ser bobo. Que diabos isso tem a ver com uma cidade não ter esgoto, não ter tratamento de água, ter um pronto-socorro caindo aos pedaços, uma rodoviária indecente e uma telefonia de oitava? Paraty não é uma cidade de brinquedo, tem 35 mil habitantes, e estes sofrem todo dia com a infra-estrutura precária. Oferecer o mínimo de conforto a moradores que pagam impostos – altos – é o mínimo que a prefeitura teria de fazer. Não dá pra justificar a precariedade dos serviços com o argumento do “charme” e do ritmo da cidade, isso é ridículo e preconceituoso.
Quando tu foste até lá relatar estes problemas? Engraçado quando a literatura esbarra nos problemas sociais e quebra suas suntuosas unhas mal feitas, virá notícia né?
Passeie por lá qualquer segunda feira comum. Precisamos de serviços públicos eficientes em São Paulo nos bairros periféricos.
Mas parece que as feiras literárias, de jazz ou de fotografia pouco aparecem por lá.
Sugiro como pauta no caderno cotidiano o mal serviço público de Paraty.
Marcelo.
Eu moro em Paraty. Não que isso seja condição para alguém criticar a cidade, acho que qualquer um, morador ou não, tem o direito de reclamar.
Nocaute técnico.
Espere um pouco André. Nasceste em Paraty ou mudara-se pra aí? Não desmereça o cenário veraneio do evento para tentar transforma-lo num mega-show.
Compreende que necessitamos de serviços eficientes. Mas todavia, é importante respeitar a cultura local.
Experimente uma nota em algum caderno da Folha. Despretenciosa e literária, artísticamente critica. Recheie o jornalismo do teu jornal com um toque lisonjeiro.
É importante que os políticos de tua cidade leiam nossa discussão. Parece-me que nossa discussão é sem valor ou nexo, pra ficar somente nestas notas esdruxulas de opiniões.
Marcelo.
Quer dizer que existe diferença entre quem nasceu num lugar e quem mora nele? Que besteira. Você está tentando justificar a precariedade da infra-estrutura da cidade com a desculpa esfarrapada da “preservação de valores locais”. Por que uma cidade não pode conservar suas características históricas e sua importância cultural e ao mesmo tempo oferecer uma vida digna a seus moradores?
Nocaute técnico não! Foi nocaute mesmo, a porrada desmaiou o mané falastrão…
A solução é chamar “ele”, o cara, Mr Calha, é claro. Ou aguardar que o Medina transforme em franquia e faça a Flip em Lisboa. Brincando, Barça, só pra relaxar um pouco. Tudo verdade aí e só na torcida mesmo, vamos esperar que as próximas edições sejam realmente melhores. A Flip merece, o público merece, Paraty merece.
Precisa de pouco pra ficar perfeito, acredite. E dinheiro tem, especialmente com os royalties de petróle.
Olá André, sou paratiense, e fiquei muito triste com as verdades que você disse, minha cidade é cruelmente explorada pelos politicos que nela vivem. Me lembro da primeira FLIP, como foi dificil fazer a cidade interagir. a maioria das pessoas daqui não tem noção das coisas, e na maioria das vezes quer “sair ganhando”, e se dam mau com isso… Paraty precisa de ajuda, precisa de pessoas novas no poder, esse ano é ano de eleição, e já sei que vai continuar TUDO a mesma coisa…
Parace que muitas vezes a mídia, não sei porque, nos deixa de lado… Muito dificil ver algum jornal falar mal daqui, mais precisamos mostrar, pra finalmente melhorar!
Também moro na cidade e sofro diariamente com a falta de estrutura, Doralice. Mas as coisas só melhoram quando a verdade é dita, concorda?
Atuam como autônomos, querem ganhar em um serviço o que não ganham durante o ano e assim poderem passar o resto sem trabalhar!!!
André, fui a Parati há uns 4 anos, baixa temporada, e gostei muito. Tudo tranquilo e preços justos.
Off topic. Dois álbuns de 2012 de bandas tarimbadas que gostei muito. Hot Chip e Saint Etienne. Vale conferir.
Já fui a Paraty tres vezes. Na primeira estava acontecendo o Festival da Cachaça e grvações de uma telenovela, mas nenhuma das duas coisas, estavam a causar problemas. Das outras vezes também não tive problema, o que não quer dizer que as coisas precisxam melhorar e que o colocado na matéria não faça sentido.
Juro, vc é a primeira pessoa que ouço dizer qualquer coisa boa relacionada à Festa da Cachaça. Já tive o azar de estar aqui durante quatro delas, e cada ano piora. A quantidade de brigas, acidentes e gente bêbada dirigindo como loucos é impressionante. Fora a destruição de patrimônio público, pichações, etc. Tanto que nem fazem mais no Centro Histórico, de tantos prejuízos.
Na boa,acho pouco provável acontecer qualquer mudança. O estado geral das coisas em Paraty reflete a verdade sobre a preocupação com a formação cultural em nosso país, ou seja, quase zero.
Olha, Giuliano, a cidade nunca teve tanto dinheiro, por causa de royalties do petróleo, e é uma cidade pequena, ou seja, os problemas são solucionáveis. Basta ter vontade política. É a minha visão e a de muitos que moram em Paraty.
Fui à FLIP em 2007 e percebi os problemas que você apontou, em especial os preços abusivos cobrados nos restaurantes no centro. A cidade é linda mesmo mas a vizinha Ubatuba oferece melhores condições para os turistas, tanto que, durante a FLIP, chegamos em Parati pela manhã e voltamos no início da noite para Ubatuba. Imagino que muitos visitantes fazem o mesmo.
Sem dúvida. Ubatuba não é tombada, tem prédios maiores e uma infra turística bem melhor.
Ubatuba não tem o charme e o encanto de Paraty. Sob esse aspecto não dá para comparar. Fora de Paraty, porém, o evento poderia ser em qualquer outro lugar: Ubatuba, Camboriú, Guarapari, que ficaria tudo igual, talvez um pouco mais organizado.
Concordo que Paraty é mais charmosa que Ubatuba, possui muitos atrativos históricos e culturais. Mas para o turismo ecológico, as praias (principalmente as do norte) e trilhas em Ubatuba são belíssimas, principalmente na baixa temporada.
Sem dúvida, tem muito lugar bonito pra conhecer em Ubatuba.
O tempo passa, a tecnologia evolui (ou não…) e a massa de autores que quer ser publicada continua a mesma.
A proporção dos que realmente merecem impressão (eletrônica ou não), no entanto, continua a mesma…
É ilusão achar que as novas tecnologias, ao permitirem publicação “sem custo”, de uma hora para a outra irão descobrir novos Dostoievskis só porque qualquer imbecil acha que sabe escrever.
E quem disse isso? Quem disse que a autopublicação vai revelar “novos Dostoievskis”? Outro problema, como vc mesmo acaba de demonstrar, é a enorme quantidade de pessoas que lê uma coisa e entende outra.
É que o seu texto trata disso como se fosse algo relevante, quando não é. Sempre existiram milhares de pessoas que achavam que mereceiam ser publicadas. Com os meios digitais, isso piorou. Daí, vem vc e sugere isso como pauta pra Flip, sinto muito, não dá…
Em que planeta vc vive? A Amazon acabou de lançar uma plataforma para autopublicação, as editoras estrangeiras estão inclusive apavoradas com a perspectiva de que aconteça com elas o mesmo que aconteceu com as gravadoras. O assunto NUNCA foi tão relevante.
Permitam-me entrar no assunto e me desculpem pela intromissão. Trabalho no ramo editorial. É óbvio que 90 ou 95% dos originais de “imbecis que acham que sabem escrever” que chegam à minha mesa, dão tristeza. Mas se reconhece a falta de qualidade em cinco minutos de leitura. No entanto, restam os outros 5% de livros relevantes, de boa qualidade, talvez não “novos Dostoievskis”, mas autores promissores que poderiam dar excelente contribuição à literatura, caso fossem assessorados por bons editores. O que acontece com estes originais? Mofam nas gavetas. As grandes editoras não investem em novos autores. As editoras médias, como a minha, não contam com orçamento suficiente para levá-los ao prelo e divulgar de modo satisfatório. Portanto autopublicação é tema dos mais atuais e relevantes. Perde-se, sim, incrível quantidade de autores talentosos, que nunca chegam ao público devido à insensatez do mercado.
Muito obrigado pelo depoimento, Moacir, e não precisa se desculpar de forma alguma. É claro que muita gente boa não tem onde publicar, daí a importância de editoras menores e da autopublicação.
Turismo no Brasil é um roubo.
Morei na California alguns anos e la’ pude comparar que uma viagem para o Hawai, hotel e aluguel de carro ficava bem mais barato que um “pacote” de SP para o Nordeste, hotel e sem aluguel de carro.
Barcinski, Parati deve ter uma associacao ou algo parecido que represente hoteis e pousadas, qual a explicacao que eles dao para este disparate? Nao estariam eles espantando os turistas da cidade ou fazendo-os dormir nos carros para nao pagar estadia.
Não sei a explicação, só sei que a cidade precisa urgentemente mudar o foco de sus política para os turistas. Tudo errado.
André, até acho que Paraty pode organizar todo tipo de evento turístico, até a Festa da Cachaça e a Explosão Eletroneja, desde que tenha estrutura não só para os turistas, mas também para os moradores. E cadê o prefeito e os vereadores que não percebem as necessidades da cidade??????
Discordo, João. Uma cidade com 35 mil habitantes, com arquitetura tombada e do tamanho de Paraty não pode fazer um evento como a Festa da Cachaça, quando dezenas de milhares de pessoas vêm para ouvir Michel Teló e cair desmaiadas pela rua. Vai contra a vocação turística da cidade e espanta o turista que poderia aproveitar o que a cidade tem de melhor.
Então pela lógica, em Olinda deveria só ter carnaval e gente caindo pela calçada, e não as rodas de choro que rolam pelos bares no resto do ano.
Comparar a estrutura turística de Olinda com a de Paraty é pra quem não conhece nenhuma das duas. Olinda tem quase 400 mil habitantes, Paraty tem 35 mil.
André, conheço as duas, fui no Bourbon no ano passado e passei boas tardes na barraca do argentino na praia do Jabaquara. A cidade é bonita e aconchegante. Já fui à Olinda no carnaval e fora de época. No carnaval de Olinda (que só acontece nas ruas estreitas do centro histórico), vc é arrastado pela multidão, não adianta ir contra o fluxo, tanto é que o slogan do carnaval é: “É de perder o sapato”. E perde mesmo. Pra mim é muito melhor assistir o Playing For Change do que Michel Teló. Só quer o primeiro nunca vai ter o público do segundo. Assim como uma roda de choro nunca vai reunir a multidão de uma banda de frevo durante o carnaval. Adoraria ir num São João em Caruaru pra ouvir Dominguinhos ou um tributo ao Luiz Gonzaga, mas o lugar vai estar lotado de gente que vai querer ver o Calcinha Preta. Enfim, a mim só resta me conformar e lamentar.
PS: O blog é docarai.
Sim, Hugo, mas Olinda fica ao lado de Recife, que também tem uma grande estrutura pra turismo. No caso de Paraty, se a cidade estiver lotada, a opção de cidade maior e mais próxima é Ubatuba, que fica a 70 km.
Os preços no centro histórico são absurdos! Fica claro que os administradores da cidade não tem a menos condição de lidar com turismo cultural. Isso se eles sabem o que é isso. Abraço.
Olá André, licença novamente, mas, diga se o seu twitter é realmente @AndreBarcinski ou é fake. Quanto à FLIP, fui à segunda edição, e já naquela época sentenciei que a cidade e os participantes não poderiam viver harmoniosamente no futuro sem um investimento financeiro [e político] naquele local – nada parecia funcionar, se não a vontade de curtir o evento. Tudo caro, tudo um caos. Imagino agora.
É o meu.
My brain hurts!
concordo com o comentario do colunista,deve ter eventos mais culturais ,mais saneameamemto preços realistas,etc,mais amo paraty e estarei sempre por la .
A criticalidade permanente ao teor é válidade,fico tbm na espreita da melhoria dos próximos anos
sds
lsantana
Deixei de botar os pés lá justamente pelos preços absurdos cobrados por pousadas e restaurantes. Tô fora!