Brasil e Itália: 30 anos da derrota mais dolorosa
10/07/12 07:05
Dia 5 de julho foi o aniversário de 30 anos da derrota do Brasil para a Itália, na Copa de 1982.
Não vou ficar aqui elogiando aquele time. Um monte de gente já escreveu sobre isso. O time era mesmo uma máquina, com Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo, Junior, Eder, Leandro e uma constelação de craques.
Veja o vídeo. Dá vontade de chorar quando John Motson, da BBC, ao comentar o gol de Sócrates, solta uma das frases mais lindas já ditas por um comentarista de futebol: “Sócrates! Um gol que resume a filosofia do futebol brasileiro!”
O mais triste ao lembrar aquela seleção de Telê Santana é perceber como a atual perdeu totalmente a sintonia com o povo brasileiro.
Claro que o êxodo dos craques para times do exterior, que se intensificou nos anos 90, colaborou muito para distanciar os jogadores do público.
Mas é impressionante como este time de Mano Menezes não tem carisma, não tem simpatia, não tem nada. Parece um time de aluguel que finge ser a seleção brasileira.
O que, no fundo, não deixa de ser verdade. Não foi Ricardo Teixeira que disse que a seleção é da CBF e que a CBF é uma entidade privada?
O que mudou de 1982 para cá?
Será que os caciques do nosso futebol são piores que os de 30 anos atrás?
Sinceramente, acho que não. O futebol brasileiro sempre foi mal administrado.
Os jogadores pioraram?
Tenho certeza que que sim. Comparar a safra de 1982 com a de hoje dá vontade de chorar.
Mas já tivemos times ruins que, ao menos, tinham a simpatia do povão. Esta seleção do Mano, nem isso.
Recordar o time de 1982 serve para outra coisa também: provar que a beleza é mais memorável que a vitória.
Garanto que muito mais gente sabe escalar o time de 82, que perdeu, do que o de 94, que ganhou.
Isso diz muito.
barcinski,vc acredita q poderia ser diferente se o ataque fosse reinaldo e careca,pq provavelmente eles formariam a dupla de ataque da seleção?
abs
Acho que sim, eram muito melhores que o Chulapa.
Desculpe estar comentando aqui, já que não tem nada a ver com este post. Mas li sua opinião sobre o filme “O abrigo”, em outra postagem, e fiquei intrigado com sua opinião sobre o final do filme. O desfecho é muito pertubador e gostaria de entender o que você quis dizer ao falar que o fim é otimista. Obrigado.
Bom, no fim ele parece começar a perceber a sua própria loucura, não acha?
Quem se aferra a números para desmerecer a seleção de 1982 nunca iria num amistoso Botafogo x Santos nos anos 60 porque ‘não valia título’. Mas os 120.000 que lotavam o Maracanã nestes jogos não iam para ver a ‘bola bater na trave e entrar’.
Iam para ver uns dos maiores espetáculos esportivos do mundo feito com arte e por artistas da bola.
Imagino que estes 120.000 não deviam estar tão errados assim.
Acho balela falar que em 1982 o futebol-arte morreu, e que em 1994 ganhou um time que jogava visando o resultado.
Primeiro, que “futebol-arte” é um negócio que cabia no tempo em que o esporte era amador, o que já não era mais o caso em 1982.
O que havia ali era um time espetacular, que teve um dia ruim e perdeu pra um time inferior. Pode acontece com qualquer um.
Quanto ao time de 94, óbvio que não era genial, mas dentro das possibilidades, fez uma boa copa. Era um time que atacava pouco, mas segurava muito bem a bola. Não era o tipo de jogo que o brasileiro está acostumado, mas não era um time retranqueiro.
Agora, quanto aos jogadores, penso que o processo é muito parecido com o que aconteceu com as bandas de rock nos últimos 30 anos.
Antigamente, pro sujeito conseguir reconhecimento de craque, ele tinha que ralar por anos, passando primeiro por clubes do interior, depois indo pros grandes, e aí sim – e somente se ele fosse muito bom – ia pra um grande europeu.
Hoje em dia, qualquer moleque acima da média já ganha salário de marajá, já fatura uma nota com direito de imagem, já tem um empresário querendo levá-lo para jogar no exterior… ou seja, desde cedo envolvido até o pescoço com o ‘negócio’ futebol, o jogador deixa de viver o lado mais subjetivo do esporte, e passa a se comportar como um executivo de multinacional.
Isso não lhe faz lembrar o que acontece com as bandas que surgem hoje em dia, que não precisam mais ralar no underground, como antigamente?
A geração anterior que acompanhou a seleção de 70 certamente terá muito mais facilidade em escalar os times que vivenciou. Tenho como exemplo meu pai, que acompanhou a copa desde 58 e não tem amor algum a essa geração de 82. Imagine agora …
O futebol de seleções só fazia sentido quando era semi-amador (mais ou menos até 1974, quando a Holanda de Michels e Cruyff rachou o esporte ao meio). Hoje a Copa dos Campeões da Europa (um campeonato inter-clubes) e os nacionais europeus não têm rivais em termos de qualidade. As seleções, exceção feita à Espanha, que tem o Barcelona como base, são amontoados de jogadores sem treinamento e perderam o sentido. Alguém perguntou se há hoje algo melhor que no passado. Resposta: o esporte. Hoje é muito melhor, inclusive o futebol. O que se joga atualmente na Europa é o melhor futebol da história: rápido, objetivo, com marcação ínteligente e defesas bem treinadas. Ficamos no Brasil para trás, clubes e seleção. Eu até tenho uma frase: “brasileiro gosta é de pelada”. Se quisermos ver futebol de verdade é só ligar nas ESPN, ou seja, no futebol da Europa.
Pera aí, a Copa dos Campeões só melhora na fase final. Tem time ali que não chega em décimo no Brasileirão. O campeonato espanhol, tirando dois times, é uma porcaria.
Inflaram há alguns anos a Copa dos Campeões, por isso seu comentário faz sentido. Mas se analisarmos o esporte como um todo, no sentido coletivo, a Europa hoje tem o melhor futebol da história. É como o vôlei, ou o tênis, atualmente é muito melhor para assistir. A explicação é fácil: reúne-se em clubes europeus, em treinamentos diários, a nata dos jogadores de todo o mundo. Não tem como dar errado. Nas seleções ajuntam-se os melhores de um país, mas não há tempo para treinamento. Quanto ao futebol brasileiro, perdi a paciência. Lento, burocrático e chato. Mais uma vez a explicação é óbvia: os jovens craques saem cedo em direção à Europa, por aqui ficam os piores e aposentados que não conseguem jogar no ultra-rápido futebol do velho continente. Fora a brutal entressafra pela qual passamos. E tem a questão da “filosofia” (ou tática). Nunca tivemos uma, sempre fomos peladeiros. No passado isso era bom, mas com a evolução do futebol a pelada perdeu o sentido, ficou ultrapassada. Não evoluímos. Hoje só consigo assistir ao futebol europeu. É uma pena, pois o ideal é unir o bom futebol com a paixão por um clube (no meu caso, sou tricolor carioca, daqueles que viveram os tempos gloriosos da máquina, em 75/76). Mas meu espírito crítico me levou a relegar nosso péssimo futebol. Atualmente só vejo futebol pela ESPN.
Quem acha que o futebol de hoje, mesmo o europeu, é o melhor de todos os tempos não sabe o que é bonito. Realmente hoje futebol é muito mais profissional, sobretudo e principalmente quando o assunto são negócios e lucros. Assitir um jogo da melhor do mundo, a Espanha, é muito chato. Pensam em tocar e tocar e tocar. Gol é o “The last resource”. Triste.
Barcinski, se o Barcelona e o Real Madrid disputassem o Campeonato Brasileiro, transformaria todos os demais times nessas “porcarias” de que você fala. Todos os demais virariam Alavés.
Pode ser, mas isso não faz do campeonato espanhol nenhuma maravilha, continua uma porcaria.
Eu acho curioso que tanta gente assim goste do futebol brasileiro atual, mas opinião é opinião. Tem gente ousando criticar a seleção de 82 e a Espanha de hoje, portanto nada mais me surpreende. Se os dois melhores clubes brasileiros da última década fossem disputar campeonatos europeus, minha projeção seria a seguinte: no espanhol pegariam o décimo quinto e décimo sexto lugares. No italiano, a mesma coisa. No alemão, décimo sétimo e décimo oitavo. No inglês, os dois últimos. Real Madrid e Barcelona destoam dos demais por serem dois dos maiores times do planeta e não pelos outros serem ruins. Mesmo os times pequenos dos principais campeonatos europeus são organizados e bem armados. Não há pelada como no Brasil. Jogos ruins há, mas peladas homéricas como no brasileirinho, jamais. Bom mesmo deve ser ligar a TV aberta em uma tarde de domingo para assistir a Flamengo e Náutico em um desses campos esburacados, com a narração do Luís Roberto. Cruzes!!!
Agilberto deve torcer para a Lusa. Meu Timao pegaria vaga na Champions se jogasse o Espanhol ou o Ingles.
André estou parcialmente de acordo com você. Tem times que não chegariam mesmo em décimo no Brasileirão. Porém, pergunto a você: os tais dois times espanhõeis, Real Madri e Barcelona chegariam em que lugar no Brasileirão 2012?
Quanta besteira,o tal futebol da Europa dá traço de audiência no Brasil,servindo apenas como um bom sonífero nas tardes de sabado e domingo.
Para mim, ficar na frente de uma TV assistindo Campeonato Espanhol, Francês, Portugês é uma das experiências mais chatas que existem. Campeonatos medíocres para baixo. Até a MLS é mais divertida.
Corrigindo, Português*.
Muito pertinente seu comentario de “posse” da selecao pela corrupta CBF. Por outro lado, os clubes daqui sao escravos da Globo, ela explora economicamente entao seus comentaristas elogiam o que da audiencia e falta a pluralidade de opinioes para influenciar. A Globo ganha audiencia fabricando herois e fazendo coberturas no estilo “11 de Setembro”, a verdade nao importa muito.Mas o pior de tudo sao os jogadores, eles estao ligados a seus times ricos e contratos pessoais. A atitude deles em relacao ao povao eh incrivelmente esnobe, acham que fazem um favor quando dao entrevista no Brasil. Quando jogam aqui no fim da carreira, pensam que podem tudo, desrespeitam clubes centenarios. A selecao eh uma cobra engolindo outra.
Concordo. E tá começando a fazer um friozinho… Tudo culpa da Globo que manda e influencia em tudo.
O Santos foi o ultimo time brasileiro a jogar naquele estilo,o Murici Ramalho veio e acabou com o modo circular de jogar, soh com atletas que sabem tocar a bola, hoje o Santos joga igual os outros times e o Neymar nao tem mais jogadores tecnicos em volta, soh caneludos lancando bolas longas, 90 minutos de correria e chuveirinhos na area. E as pessoas ainda querem o Muricy na selecao. Nem os brasileiros valorizam mais o futebol tecnico, hoje aquela selecao seria tachada de firuleira. Como em muitas coisas no Brasil, invertemos os valores. Nao lembro da horrivel selecao do Parreira e guardo pouco apreco pela selecao do Felipao, que precisou roubar a Belgica e a Turquia para ganhar a Copa.
Acho que você é muito novo para conhecer futebol do passado. Seu limite é estrito. Fala de 82 porque é um referencial canônico. Deixe disso. A seleção de 58, que vi jogar, a de 62,que era a de 58 envelhecida e a de 70 eram muito superiores e vitoriosas. Jogavam Pelé, Garrincha, Tostão, Didi, Zico, Rivelino, Paulo Cesar Caju, Jairzinho, Clodô. Só fera! Esse orgasmo negativo pela de 82 é uma espécie de cultivo broxante. Telê, Júnior, Cerezo, Zico, Sócrates nunca ganharam nada. O Júnior jogou no Bangu da Itália. O “galinho de quintino” na Ponte Preta da Itália. Sócrates ficou em viagem de estudos por Florença. E Cerezzo, bem esse é melhor nem comentar. Um dinossauro no meio de campo. Não sinto nenhuma nostalgia por essa seleção. Insisto, esse culto é uma tremenda besteira. A história não fala dos covardes. A de 94 era inferior? Pode até ser. Mas tinha o Romário. A bola dele bate na trave e entra. A dos tais magníficos de 82 bate e sai. Quem gosta de futebol sabe que esse pessoal de 82 é um mito para cultivo de intelectual de plantão.
Garanto que os fãs do Leônidas e do Friedenreich dizem o mesmo do seu texto pernóstico. Falar mal de Telê, Zico e Sócrates é uma das coisas mais arrogantes que já li.
A seleção de 82 foi a melhor que tivemos. Craques houve em todas as épocas e eu reverencio todos. Mas hoje o futebol está no seu nível mais alto devido a uma evolução natural, no sentido coletivo, herança do carrossel holandês.
Como assim? Só se for a parte física. A parte técnica, acho que caiu muito. Acompanho futebol desde o fim dos anos 70. O campeonato carioca, que hoje é uma coisa pavorosa, tinha ótimos times e jogadores muito bons em todos os times grandes.
Não, na parte técnica mesmo. Após a revolução perpetrada pela Holanda, o futebol evoluiu muito na Europa, no sentido coletivo e tático. Antes era tudo muito dependente do craque, do individual. Hoje também temos craques, mas o esporte evoluiu como um todo. Jogar coletivamente e sob marcação cerrada é muito mais difícil. O Brasil dominou o esporte até 1970 (houve uma sobrevida até o início dos anos 80), mas não acompanhou a revolução. Hoje nosso futebol é medíocre (o mesmo ocorre na Argentina), apesar de grandes jogadores serem sempre revelados nesses dois países. Estamos paralisados.
Obrigado por dizer que acompanha futebol a partir de 70. O título do seu post diz que em 82 tivemos a derrota mais dolorosa. Tudo bem respeito a tua opinião. Mas, me permita lembrar que perder uma copa em 1950 com um time infinitamente superior ao Uruguai, em casa, no Maracanã, deve ter sido mais doído. Não concorda não?
Concordo.
Não vi as de 58 e 62 mas a de 70 era horrorosa, só tinha o Pelé, a defesa era motivo de pânico, o goleiro era frangueiro, em suma, não era lá essas coisas. Glória eterna aos jogadores de 82 (com exceção do Júnior que entregou o jogo pra Itália)!
Só pelé? E gerson? E tostão? Não eram melhores que o “galinho” que fazia o luciano do valle parir uma criança toda a vez que tocava na bola?
Zico jogava em 58? Como é velho o Galinho! Provavelmente o Dr Sabe Tudo quis dizer ZiTo.
Puskas está dando cambalhotas… Vai te puxar a perna e jogar você no chão. Durma de olhos abertos e preso na cama. Desde quando sempre vence o melhor? Fomos campeôes em 58, mas há algumas controvérsias quanto àquela copa. Como em outras que outros ganharam.
Não sei pq tanto choro .. A Itália jogou muito mais que o Brasil e ainda teve anulado um gol legítimo . O time era bom ? Sim , era . Mas só enfrentou babas na primeira fase.
Verdade, mas ganhávamos com folga e requinte. Se fizéssemos 100 jogos contra aquele time da Itália, venceríamos a maioria, quiça 99. Tivemos um dia ruim onde (quase) tudo deu errado. Perdemos porque tínhamos que perder. Se fizéssemos dez gols, a Itália faria 11. Este time de hoje, na verdade a seleção já de há muito tempo, quem sabe da década de 90, vencemos mal e aos trancos e barrancos de Venezuela e afins. Simples.
Concordo.
O “galinho” deu show contra a… nova zelandia…
A única Seleção que sei de cor a escalação é a de 70. Eu tinha 12 anos !!!!
Igrejas evangélicas, clubes de futebol, hum!!! … Que cheiro de lavagem de dinheiro…
Como apontou muito bem o Marcelo Almeida no blog Barulho Digital, essa derrota marcou o fim do futebol arte e a hegemonia do futebol de resultados, defensivo, mais baseado em condição física do que em talento. Quer dizer, Sócrates era lento, me lembra um pouco o Ganso de hoje. O meio de campo não tinha nenhum cabeça de área típico, todos os times hoje tem pelo menos dois. Me pergunto se não é o caso de mudar levemente as regras do futebol para preservar o craque, o talento. Colocar um limite de faltas, algo do tipo. Tem um código de ética muito esquisito dentro de campo, onde driblar, dar toque de letra é considerado desrespeito, mas quebrar o adversário no meio é “do jogo”. O resultado é que o auge do jogador de futebol se dá cada vez mais cedo e o declínio também. Se for craque então, pior ainda.
Em 1994 podíamos ter o Telê como técnico, mas a imprensa simplesmente não falava nada. O São Paulo de Telê naquela época jogava muito mais que a seleção de 94. Se botasse o São Paulo de 93 mais o Romário naquela Copa, teríamos ganho com espetáculo. O time não seria como o de 82, claro, mas já imaginou? Republico aqui um trecho de uma das colunas que Telê escrevia para a Folha. Essa saiu em 94: “O futebol tornou-se muito defensivo nos últimos anos. Infelizmente, para falarmos só de Copas do Mundo, seleções ofensivas não foram bem-sucedidas em competições anteriores. Isso levou alguns a concluírem, erradamente, que o futebol para o ataque, técnico e clássico, não é competitivo. Vivemos isso na própria pele. Em 1982, a seleção brasileira marcou 15 gols em cinco jogos (média excelente de três gols por jogo) e não chegou às semifinais. E a Itália, com um ataque praticamente nulo na primeira fase, acabou sendo campeã. Em 1986, quase a mesma coisa. Com dez gols em cinco jogos (média de dois por jogo), também não chegamos às semifinais. Derrota do futebol ofensivo? De forma alguma. Lembremos que o Brasil, em 1986, não foi uma equipe exclusivamente ofensiva. Soubemos atacar e soubemos defender: nos mesmos cinco jogos, só sofremos um gol, aquele de Platini que nos levou à prorrogação e, depois, aos pênaltis. Cito esses dados para deixar claro que acredito no futebol jogado para o gol. Num futebol ofensivo que também sabe se defender. Acredito que o futebol espetáculo, bonito, que o público gosta de ver, um futebol enfim que enche estádios e conquista torcedores, depende disso: de não se jogar para não perder”.
Sempre acesso o blog, mas comento pouco.
Adoro quando você fala sobre futebol. São meus posts preferidos. Esperava que tivesse um sobre o Fla-Flu.
Cara, juro que pensei em fazer um. Mas Fla x Flu no Engenhão é broxante demais. Ano que vem faço um nos 101 anos do clássico, no Maraca, ok?
Fla x Flu mais broxante de todos os tempos, esse último. O Fla, um time de volantes, atacaria 9 horas o Flu e não faria o gol. Por outro lado, o Flu recuou como se o time fosse inferior, como se tivesse medo! O Abelão, tirando os craques do time do Flu, parecia que tava querendo que o Fla empatasse! Jogo bizonho!
OK, Guilherme, mas CHUUUUPAAAAAAAAA!!!!
André, sinceramente para você que é torcedor, não achas que o Fluminense com o elenco que possui, não é meio preguiçoso e até dispersivo, dando a impressão que ás vezes não possui uma obediência tática?
Não. Minha impressão é de que o time não tem tática para obedecer. Impressionante como o Abel é incapaz de mudar a maneira de o time jogar no meio da partida. Termina sempre do jeito que começa, é irritante. Contra o urubu, depois que fez 1 a 0, o time recuou pra “esperar” o adversário. Ok. Mas de que adianta buscar o contra-ataque se os alas ficam presos atrás? Se o Carlinhos deu um cruzamento foi muito. É nessas horas que o Mariano faz muita falta.
Até eu, que não me ligo muito em futebol, e tinha só 10 anos na época, lembro da escalação daquele time.
Concordo plenamente com a comparação com a seleção de 94, que nos trouxe o título, mas não chegava nem perto daquela em talento e carisma.
Olhando hoje, me parece que foi o fim de uma era, que teve o seu auge em 70.
Como o chulapa destoava desse time. Era como colocar um rinoceronte no meio do ballet bolshoi… Se o dinamite estivesse nesse time, sei nao, alguem lembra de alguns jogos da eliminatoria? O entrosamento entre zico e dinamite? Tudo bem, ele era meia, alguem vai dizer, mas o Fabregas e centro avante? Olha o que ele fez na espanha..
Os frios números mostram que a seleção de 1982 foi fraca. Parou nas quartas-de-final, o que, para nós brasileiros é um fracasso. Então por que ela é citada constantemente em pesquisas no Brasil e no exterior como uma das melhores de todos os tempos? Por que ela tem um lugar guardado no coração de quem gosta do tal futebol arte? Por que ela ganha facilmente da seleção campeã do mundo de 1994 quando se pergunta ao torcedor qual é a sua preferida?
O jornalisa Marcelo Mora lança hoje no São Cristóvão – veja o convite – “Telê e a seleção de 82 – da Arte à Tragédia – que conta tudo sobre a gênese desse time espetacular, cuja derrota criou a mais estúpida de todas as dicotomias: “é melhor vencer ou jogar bonito” como se as premissas fossem excludentes. Como se o Brasil não jogasse bonito todas as vezes em que foi campeão. Em 1994, não era um primor, mas quem jogou melhor? Quem tinha Romário? Quem tinha Bebeto?
O Brasil não é como a Itália, também grandiosa. O Brasil não cresce na crise, não ganha Copa empatando várias partidas, o Brasil tem outro estilo. O torcedor brasileiro gosta de título, mas também de beleza. Por isso, ama a seleção de 1982, que é odiada por Dunga e por Zagallo.
Se aceitarem um conselho, não percam o livro do Marcelo. Eles são ótimos.
Time lindo, maravilhoso…mas não ganhou absolutamente nada. Além da Copa de 82, perdeu a Copa América de 79, de 83…Nas próprias eliminatórias para a Copa de 82 caiu em um grupo ridículo com Bolívia e Venezuela, se caísse no do Peru e Uruguay perigava nem ir para a Copa.
Uruguay, que sequer foi à Copa, rivaliza com Brasil.
Disse tudo! Não ganhou nada!
Como o Brasileiro se identifica com o fracassado e critica, por inveja, o bem sucedido! Viva 1994!
Perdeu o Mundialito, também… Só atacava e rezava pra não tomar um contra-ataque…
Isso não é arte: é burrice, falta de estratégia. Todo esporte tem fundamentos e futebol tem defesa como um dos fundamentos…
O maior fundamento é o gol. Jogar pra frente. E na filosofia de 1994, o fundamento maior era o empate, o penalty e o gol chorado.
E viva o futebol de resultados…
Viva a média de 1 gol por partida.
Viva a seleção de 1994!
O título do Brasil em 1994 significou a morte do futebol técnico e bem jogado. A partir dali prevaleceu o futebol de resultado, o condicionamento físico e os volantes apenas marcadores, estilo dos limitadíssimos Dunga e Mauro Silva.
Quase ninguém lembra, mas o grande Madadona tem a ver com isso. Telê ja tinha decidido colocar Batista desde o inicio contra a Italia, por poder jogar pelo empate, mas, na vitoria contra a Argentina, por causa daquela entrada criminosa do Maradona em Batista, que lhe valeu o vermelho, nosso volante ficou fora de combate. Alias, tenho uma teoria. O apogeu desta grande selecao foi um ano antes, na excursao Europa e Eliminatorias 81, quando Falcao ainda nao fazia parte do grupo (Reinaldo, sim). Falcao desestrurou a marcaçao no meio de campo, que era ok, abs
Isso é o verdadeiro exemplo do futebol para os antigos e para quem vê hoje em dia. Craque num ganha jogo, o que ganha joga é quem joga com raça e força de vontade. Exemplo é o time do Corinthians. Apesar de não ser corintiano tem que tirar o chapéu porque é um time de raça e de jogadores que tem muita força de vontade … e o principal … nenhum deles tem um salário exorbitante … Exemplo do palmeiras … que tem o Valdivia ganhando mais de 500 mil por mês … e joga 3 , 4 jogos num mês … Que razão os outros tem a mais pra se empenhar e demonstrar força de vontade se jogam 8 , 10 jogos num mês e o outro joga 4 ganha 10 X mais que ele e joga bem 1 jogo e nos outros é só mais 1 em campo ????!!!!
Sou Corintiano. E parei de ler quando disse que no Corinthians não ganham salários altos. Não é no Corinthians, mas todos os times grandes TEM que pagar caro, e muito caro, para ter um jogador médio. Um bom. Douglas, Alex, Sheik, Liedson, todos eles ganham mais de 300 mil reais. Essa relação de salario alto e baixo não acontece só no futebol. Tem isso ai no escritorio que voc~e trabalha. É normal.
Querem saber? Aquela Seleção de 82 está para o futebol, assim como o Velvet Underground está para o rock. Não ganhou nada, mas influenciou muitos times ( Milan, São Paulo, Barcelona, Manchester… ).
Detalhe é que esta seleção não é só comentada no Brasil, mas no mundo todo. Quem fala mal é quem prefere o (chato) futebol europeu, focado em marcação, defesa e poucos gols.
Torço pra que a seleção brasileira se FODA nessa copa de 2014. Pra mim, a única chance do nosso futebol passar por um processo mínimo de moralização é no caso de uma derrota acachapante. Que saia logo na primeira fase e que, ainda por cima, a Argentina seja a campeã…
Acho que o ponto é justamente esse, a beleza é mais memorável que a vitória.
Estava nesse jogo e na final de 94 e me lembro muito mais de 82, apresar dos 30 anos.
André, existe alguma coisa de hoje em dia que seja melhor que do passado?
O acesso à informação e algumas séries de TV, acredito.
O Corinthians tb! hahaha
abs
Esse time era quase perfeito, mas estaria bem mais próximo da perfeição se não tivéssemos perdido Careca um pouco antes da Copa. Ah, como ele fez falta.
Desde 1996, perdi completamente o encanto pela seleção. Torcei contra em todas as copas a partir dali. Essa seleção da CBF é o exemplo mais claro da mediocrização do futebol brasileiro. E vendo o horrendo Muricy dirigindo o meu Santos, penso: “Caramba, e esse sujeito é o que mais ganhou títulos nos últimos anos. É o melhor técnico do Brasil”. Um treineiro burro e limitado, que só joga de uma maneira – se der certo, deu, se não der, não deu – defensivista ao extremo, e que se consagrou com a tática do CHU-CHU (chutão e chuveirinho) e o famigerado “fechadinho atrás, jogando por uma bola lá na frente”. O Scolari é assim também. E o Parreira. Enfim, todos os treineiros de sucesso nos últimos anos, desde a derrocada do Luxemburgo, apresentam mais ou menos as mesmas características. Não à toa, o Brasil é considerado o “deserto tático” do futebol mundial. Também, quando os melhores são só os menos ruins, é duro…
* Torci
Acho que há uma certa má vontade com a seleção de 94. Vários jogadores estavam bem acima da média, com vaga em qualquer time do mundo e em seleções de outras épocas (Taffarel, Jorginho, os dois zagueiros, Mazinho e Bebeto), e um craque (Romário). O resto compunha bem o elenco, inclusive o Dunga. Chamar de horroroso o futebol jogado é um exagero. O time era, no mínimo, bem organizado. Claro, tinha muito toque pro lado, com algumas raras enfiadas de bola, tabelas e triangulações. Faltava mais ousadia. Mas não vejo motivo pra renegar esse título em favor de uma derrota. Se a seleção de 82 jogava mais bonito e não ganhou, fazer o quê? O futebol nem sempre é justo. E não sei porquê há tanta comparação entre esses dois times. Toda vez que se fala de um, tem que necessariamente falar do outro. Não dá pra elogiar os dois, cada um por seu mérito específico? Prefiro um futebol vistoso, mas não vou ficar reclamando se meu time é campeão sem dar espetáculo.
O Brasil voltou a ter o complexo de vira-lata. Aquele que Nelson disse que tínhamos perdido com as vitórias nas copas. (Salvo engano no time de 82 só o Falcão jogava em Roma). Hoje todo mundo diz que o Neymar tem que jogar lá fora para virar um jogador completo. Quando na verdade o Santos de Pelé vingava a derrota para o Portugal de Eusébio. O time do Rela Madrid fatura mais que o Corinthians, Flamengo e os dez maiores times do Brasil. Agora a diferença é que não temos mais o complexo, somos inferiores mesmo e sabemos disso. Temos grandes talentos, mas não temos equipe.