Os embalos de sábado à tarde
26/07/12 07:05
A história é sempre a mesma: você era “da noite” e curtia ficar até altas horas na esbórnia; depois teve filhos, trocou a noite pelo dia, e agora não sai mais, certo?
Minha amiga Claudia Assef, jornalista e autora de “Todo DJ Já Sambou”, livro fundamental sobre a história da dance musica nacional, teve uma idéia que periga resolver seu problema.
Sábado, 11 de agosto, estréia em São Paulo “Disco Baby”, uma festa de música eletrônica que pais e filhos – não, não vai tocar Legião – podem curtir juntos.
Nas palavras da própria Claudia:
“Disco Baby é a primeira matinê sensorial que integra música para dançar, brincadeiras e informação audiovisual. Na cabine, DJs do primeiro time (nacionais e internacionais) tocarão sua interpretação do som que faz a criança se mexer. Cada set é especialmente criado para a Disco Baby pelos DJs convidados e tem duração de 2 horas. Durante esse tempo, o DJ poderá tanto tocar músicas infantis, clássicos da disco music, house, hip hop, pop etc. dando a sua leitura de música para fazer criança dançar, sempre obedecendo aos padrões de volume recomendados pelo pediatra.”
O DJ convidado para a estréia do projeto é ninguém menos que Marky, ícone do drum’n’bass e pai de um menino de sete anos.
A festa acontece de 15h às 19h no Offset (R. Ferreira de Araújo, 589, Pinheiros, tel. 11-3097-9396), localizado em um espaço anexo à Chácara Santa Cecília.
Acho que tem tudo para dar certo. Afinal, a música brasileira feita para bebês está bombando. Está aí o “Tchu Tcha Tcha” que não me deixa mentir.
P.S.: Estarei com acesso limitado à Internet hoje e impossibilitado de moderar os comentários de forma ideal. Se o seu comentário demorar a ser publicado, não se chateie, que em algum momento do dia ele aparece. Obrigado.
Cara não dá pra acreditar nos comentários q aparecem aqui. Cada cabecinha…. E eles nem têm idéia de quem é ou que já fez a Cláudia Assef. Eu admiro quem adora o que faz e tem criatividade pra mudar o que não tá legal. E wue idéia interrssante pra deixar esta vida de SP mais agradável.
No Álbum de recordações que a minha mulher comprou para o nosso filho recém-nascido constam entre outras perguntas, quais são as músicas que estão bombando nas paradas quando o bb nasceu. Deixei em branco. Quero poupar o meu filho do constrangimento que ele certamente passará se souber daqui há alguns anos que o sucesso de hoje é “Tchu, tchá”.
André, não liga para essa turma que está dizendo que você fez merchan. Eu encarei como uma prestação de serviço de utilidade.
Acho que esses comentários que acusam o post de merchan são na verdade uma ação de guerrilha da Turma do Didi, para que ninguém leve seus filhos em um programa diferente como essa Disco Baby e fiquem todos em casa assistindo TV.
Céus…
Uma idéia genial é essa: de tão óbvia nunca a enxergamos. Só quando alguém bota em prática é que falamos: “como não pensaram nisso antes?”
Quem teve filhos na década de 80 sabe bem que as mamães curtiam muito mais que os filhos as músicas de Xuxa&Cia, já que eram dos poucos momentos que essas jovens mamães podiam curtir um arremedo de balada e até tomar umas e outras, que a maternidade as privou. Já vi mamães caindo rasgadamente no samba nessas famigeradas festas de fim de ano do colégio dos pimpolhos.
O horário é ótimo para os cansados papais e próprio pra colocar os filhotes na cama no horário de rotina.
E não achei jabá não, a Sra. Claudia Assef vai ter sucesso e terá muito copiada sua idéia.
Caro Barcinski, tenho certeza de que a intenção é das melhores mas a idéia é totalmente inadequada do ponto de vista do desenvolvimento infantil. A relação entre movimentos desencadeados por música eletrônica (independente do estilo tocado) e seus efeitos no sistema neurológico infantil não é nada saudável. Não é, realmente, o tipo de ambiente indicado para os pequenos. Eles aparentemente gostarão, é certo, ficarão super excitados, e é justamente aí que está o problema, acorda o sistema neuro-sensorial numa época em que os movimentos deveriam estar sendo educados e direcionados de modo ordenado para outro tipo de atividade. Usando um exemplo extremo: a epilepsia pode ser desencadeada por um som bate-estaca, dá uma pesquisada a respeito. Abraço.
Ola, Renato, tudo bem?! Desde quando a dança, especialmente na companhia dos pais, pode ser prejudicial para uma criança?! E não sabia também que som “bate-estaca” pudesse causar epilesia. Se fosse assim, já não teria havido um caminhão de tragédias envolvendo crianças em casamentos e festinhas familiares Brasil afora?!
Oi, Cláudia; a companhia dos pais, por si só, não é sinônimo de proteção alguma ao desenvolvimento da criança, obviamente. Não disse que som bate-estaca “causa” epilepsia, mas pode desencadeá-la e acho que não é preciso ocorrer caminhão de tragédias para que cuidemos do que é saudável para as crianças, concorda? Falo do ponto de vista da pedagogia curativa antroposófica, que é meu campo de trabalho. Como disse, sei que as intenções são as melhores, mas não posso concordar, desculpe.
Minha filha se trata com o dr. Romulo de Melo, talvez vc conheça. Gosto mto da medicina antroposófica e respeito. Convido vc a visitar uma das festas, se te interessar.
Pow, na boa, li o texto e não vi e nem consegui interpretar como um “jabá” como alguns disseram ai.
Mas sendo sincero, não curti mto essa idéia não, sei la, lugar de criança não é em balada, danceteria, mesmo que la esteja tocando Xuxa e que só se venda suco e refrigerante, isso é uma forma de querer adiantar varias etapas na vida de uma criança que não seria necessário!
Concordo!
Ola, Mauro Parker, tudo bem?! Vc já teve a oportunidade de ver uma criança dançando num casamento?! Isso é anti-natural?! É isso que estamos propondo na Disco Baby. Se tiver filhos ou sobrinhos, vá lá pra ver o ambiente saudável que estamos propondo. Abs
Disco Baby me lembra de um bolachão feito para crianças por volta de 1984/6.
Não sei se é um paralelo legal…
Rolou sim, era de versões de clássicos da disco com voz de criança.
O nome foi tirado dessa série de discos 🙂
Achei muito legal a idéia, se morasse perto levaria meu filho sim!
Só acho que duas horas pra cada dj é muito pra criançada é muito, não?
Se o cara não pegar o espírito da coisa a criançada ignora sem dó, e duas horas já são metade do tempo do evento!
Bom, me pareceu uma idiotice a idéia, com todo o respeito. Claro, talvez não para a organizadora do evento, que poderá faturar bastante. Acostumar essas crianças com balada?!!! Será mesmo isso bom para elas? Qual será o próximo passo?: servir pirulitos de êxtase? Mamadeira com vodka? Dada a completa degenerações da atual geração, não duvido de que isso possa vir a acontecer…
Onde eu escrevi “Dada a completa degenerações”, lêia-se Dada a completa DEGENERAÇÃO”.
A culpa por tudo isso que vivemos hoje é do Elvis Presley com aquele rock endemoníado!!
Bom, Carlos, se for assim, é melhor não tocar Beatles pras crianças, porque elas podem virar ROQUEIRAS e tomar tóxico!
Se for como o Carlos Campos escreveu, estou lascado…há uns dias ouvi o cd do Metallica com a Osquestra de São Francisco…meu filho de dois anos adorou, principalmente quando ouviu Enter Sandman…rsss
Hehehe, engraçadinho o Barcinski, mas é só sofisma. Sim, sou roqueiro, está no sangue, mas nem Beatles -de quem sou fã – nem nada dessas coisas para as crianças, incluindo a chamada música infantil. Olha, não é nem por uma questão de gosto, não, mas a música clássica, entre outras coisas, estimula as atividades do cérebro relacionadas à criatividade e à paciência, além de contribuir para o desenvolvimento intelectual das crianças. Vários estudos dizem isto, sendo o mais conhecido aquele sobre o chamado “Efeito Mozart” que, entre diversos benefícios, seria capaz de aumentar em cerca de 8 ou 9 pontos, em média, o coeficiente de inteligência de uma criança. Já a $acada da sua amiga é só uma cretinice mesmo, embora ela deva faturar com a idéia. E se eu tiver um filho, eu só o ponho pra escutar música erudita em casa. Pra ouvir meu rock, ou samba, ou pagode, ou axé, ou “trip-hop-for-babies” ele vai ter que crescer e escolher por sua própria conta.
Respeito sua opinião, mas acho que você foi bem radical. Tinha 14 anos quando ouvi “Matando Gueros” do Brujeria e não matei ninguém :).
É somente um novo entretenimento entre pais e filhos a base de música, bastante sadia por sinal.
Muito bom…eu que já estava preocupado com esse negócio de matiné para minha filha de 12 anos, agora tenho que me preocupar com minha sobrinha de 3 anos e meio…Lamentável o que se faz para ganhar dinheiro…
Sensacional a ideia 🙂
Se tivesse filhos com toda certeza os levaria lá.
Já seriam descolados e amantes da música desde pequenos!
Fantástico! Queria dar umas sugestões de atividades mas não convêm.
Boa sorte à empresária!
Oi, Fabio, sugestoes sao MUITO bem-vindas. A página http://www.facebook.com/festadiscobaby está lá pra isso. Aguardo!
Tenho um filha pequena e, de certa forma, também troquei a noite pelo dia. Mas confesso que essa ideia me deu um pouco de vergonha alheia. Não vou numa dessas nem amarrado. Existem programas de criança e de adulto; e programas de criança que adulto pode curtir junto, mas essa ideia achei de uma cafonice ímpar. Papais e bebês dançando juntos no volume recomendado pelo pediatra? Ai, ai… Ainda prefiro ir ao zoológico, teatro de bonecos, parque, etc; e à noite, ocasionalmente, deixar minha filha com os avós e poder sair tranquilo pra ver um show bacana ou beber cerveja num pub. Mas, enfim, é apenas minha opinião.
André, uma pergunta tipo Caras: Você não seria pai novamente este ano, o (a) herdeiro (a) já nasceu?????
Já sim, obrigado pela lembrança.
E as balas da festa serão só de hortelã.
A única sobremesa servida na festa é salada de fruta. Não venderemos refrigerante tb. Obrigada pelo interesse
Caralho! “Jenial”… kkk
Achei a idéia ótima…Goiânia é uma cidade ótima, mas as opções de lazer para bebês e crianças são limitadíssimas. Gostaria que houvesse algo assim aqui…
Depois daquela atuação ridícula do Flu ontem, só mesmo um assunto leve como bebês pra me tirar a vontade de metralhar o Abel…
Mas a maioria das festas de música eletrônica hoje no Brasil já é para crianças, se é que você me entende… Musicalmente conservadoras, fora da realidade do que acontece de importante no mundo, apostando sempre no testado e aprovado (e ruim!) para não espantar o público, criando um bando de crianças mimadas que fogem da pista ao primeiro indício de qualquer coisa que não seja familiar.
A Cláudia, que outro dia escreveu um texto elogiando a chacotagem que é uma das responsáveis por esse estado de coisas (a predominância desse prog-disfarçado-de-deep-house-pra-quem-até-ontem-odiava-prog tipo Hot Creations/Visionquest/Crosstown Rebels de Jamie Jones & Cia.) deve saber muito bem disso.
Para adultos ou crianças, o problema da “dance music” continuará a ser a música propriamente dita.
É o pior post que li em seu ótimo blog. De boa, é o tipo de ideia de jirico que vc ta cansado de criticar. Matinê sensorial? Integra música, brincadeira e informação? É, vamos esquecer esse post!
Se for merchan também foda-se…o conceito de blog, a meu ver, é justamente este: espaço para expor idéias e fatos que, na visão do autor, são interessantes ou podem gerar comentários e discussões interessantes. Menos formalidades e mais liberdades.
Abraço.
Acesso o blog diariamente e, na maioria das vezes, curto o post e alguns comentários bem sacados. Mas o de hj não disse a que veio. Poderia ter sido explorado a mudança de hábitos proporcionada pela chegada de um bebê. Camaradagem ou jabá à parte, isso não foi post, mas publicidade travestida.
Fabricio, numa boa, vc pode não ter gostado do post, direito seu. Mas chamar de “jabá” é uma injustiça e um desaforo. Eu achei a ideia inusitada, nunca vi uma festa de música eletrônica para bebês. Já cansei de dar dicas aqui de mostras de filmes, livros autopublicados, documentários independentes, etc. E fiz questão de dizer que a autora da ideia é conhecida minha, até para ninguém me acusar de ter omitido esse detalhe ou de favorecimento. Você acha, sinceramente, que eu vou me beneficiar de alguma forma com esse post?
O modo q foi escrito eu tb considerei mais um jabá do q um texto escrito por vc, q é sempre bem formulado e escrito com vários comentários a respeito… concordo com o Fabricio.
E não acho q vc lucra com isso, nem é o caso, só q ficou esquisito o texto.
Qto comentar o assunto: acho uma ideia diferente, até certo ponto, pq existem raves q duram o dia todo. O diferencial é exatamente o ambiente familia. Mas por enquanto eu não tenho minha ninhada, então pra mim não faz muita diferença.
Abraço
Pablo, pense bem: se fosse jabá, por que diabos eu teria mencionado que conheço a autora do projeto? Não seria mais lógico ficar na moita?
Barça, aproveite a chance e explique pra gente como ocorreu esta transição.
A maioria das pessoas confundem dicas com publicidade.
Provável que a história do barbeiro de ontem para quem postou esse comentário foi um “marketing disfarçado” também.
Acho que o Fabrício não quis dizer que você se beneficiaria com o post, mas que sua amiga sairá beneficiada.
Bom, Carlos mas se a lógica for essa, eu não posso indicar um show no Jóia, já que conheço os donos, não posso indicar uma coluna escrita por alguém que conheço, etc., certo? A iniciativa é independente e, que eu saiba, não tem nenhum patrocínio corporativo.
Fabricio, não sei se você acompanha mesmo o blog diariamente. Estes dias o André nos presenteou com uma matéria sobre princípios, inclusive profissionais. Não conheço ele pessoalmente, admiro o trabalho e – a não ser que ele “atue” demais – tenho certeza que falamos de um dos profissionais mais distintos que fazem parte deste periódico. Sei que minha opinião como leitor e fã não vale muito mas é só puxar aí pela memória – leia-se arquivos do blog – que verás vários exemplos do profissionalismo do André. Vide quando abdicou de suas funções de jornalista quando trabalhava na noite. Espero que tenha ajudado.
Obrigado pelas palavras, Felipe. É realmente muito chato ficar preocupado com o que as pessoas vão ver “por trás” de qualquer texto. A Internet realmente incentiva esse tipo de teoria da conspiração.
Eu sei bem como é! Pessoal vem aqui dizer que o que conto é mentira… estas coisas… paciência! Escrever é complicado. E sobre a internet é bem por aí mesmo. Logo o escrever na internet pede uma redação preocupada – mesmo que de forma não intencional – em focar no que vão pensar ao ler tal relato.
A ironia no final do post, sobre a “música” “tchu tcha tcha”, é sutil e excelente, além de sintetizar bem o enfoque do texto sobre o inusitado. Nada a ver com camaradagem ou publicidade.
A ideia é boa, mas eu arriscaria uma melhor. O Brasil ter museus como os da Europa, tipo o gratuito Science Museum de Londres, onde as crianças e pais se divertem de verdade, simultaneamente formando uma consciência do mundo.
Existem diversas opções de eventos gratuitos para fazer com os filhos: teatros, museus, parques, etc.
Tsc, o post de hoje é um merchan… 🙁
É sim, anônimo, ganhei três vales pra Disney e um refrigerante. Cada uma…
é bacana a ideia, André, mas é merchan sim.
Claro que não, Fabio, pense bem. “Merchan” é algo que se faz em benefício próprio, acho lamentável alguém achar que o post foi feito com esse fim.
O André já falou umas 5 vezes que não ganhou 1 centavo ou favores para publicar isso. Vou usar uma frase que meu pai cita muito: “Entenderam ou querem que ele desenhe???”.
é uma grande ideia, tudo que é voltado para o mercado infantil bomba nesses dias.
Sei lá… eu gosto de rock. Basicamente. Certo dia teve o Mudhoney lá em São Carlos – lembrei da história – o pai estava com o filho, de uns 2 anos sobre os ombros. O menino com corte moicano curtindo junto com o pai. Achei massa! Faria o mesmo com o meu menino!
Como ocorreu esta transição contigo Barça?
Tenho amigos que são pais que continuam indo na balada – acho isso fods – e outros que “sumiram do nada”. Geralmente quando entramos em um relacionamento mais sério também acabamos sumindo um pouco. Fica mais complicado dar as escapadinhas.
vc é tão mala que comenta o próprio comentário.
Você é tão fã que sempre comenta meus comentários!
Parabéns pelo blog, André. Não perco um dia. E “Tchu, Tcha” música pra bebê! Ah, ironia, sua linda!