Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

Perfil completo

Alguém viu Jaz Coleman por aí?

Por Andre Barcinski
01/08/12 07:05

 

 

 

 

 

 

 

 

Jaz Coleman está sumido. De verdade.

O líder e vocalista do Killing Joke não é encontrado há semanas. Preocupados, seus companheiros de banda acabam de cancelar uma turnê com The Cult e The Mission, e dizem estar fazendo de tudo para encontrá-lo (veja aqui a matéria do Pitchfork sobre o sumiço).

Torço para que seja apenas mais uma das maluquices de Coleman e nada mais sério que isso.

Em 2010, quando ele foi condecorado pelo governo francês com a Medalha do Cavaleiro de Artes e Letras, publiquei aqui no blog uma entrevista antiga que havia feito com ele. Confira:

O ano: 1994. O Killing Joke acaba de reformar para alguns shows nos Estados Unidos. A banda estava lançando “Pandemonium”, seu primeiro disco em quatro anos, que marcava a volta do baixista original, Youth.

Na sede da gravadora, encontro o vocalista Jaz Coleman para uma entrevista. Na mesma noite, o grupo faria o primeiro show da turnê americana, no Ritz.

Quem já viu o Killing Joke ao vivo sabe que Coleman é uma presença e tanto. É um sujeito grande, fala alto, e ilustra cada frase com algum gesto de efeito.

Dizem que ele tem um QI quase sobrenatural. Aprendeu a tocar violino aos seis anos, ganhou prêmios como cantor de coros aos 10, e não ouviu rock até os 15. Segundo o próprio, estudou finanças na Suíça e hoje é  padre numa igreja na Nova Zelândia.

Nos anos 80, prevendo o apocalipse, Jaz abandonou a Inglaterra e se mudou para a Islândia, onde conheceu alguns locais que, reza a lenda, tentavam criar uma máquina para “filtrar a energia espiritual de multidões”. Algumas dessas pessoas estavam numa banda chamada Theyr, entre elas uma menina chamada Bjork.

Além de inventar o pós-punk e criar a trilha sonora para o fim do mundo com o Killing Joke, banda que influenciou todo o rock industrial e gótico, Coleman tem um trabalho vasto como compositor clássico e gravou diversos discos com orquestras tocando músicas de Led Zeppelin e The Doors.

Coleman está animado: “O show de hoje à noite será uma celebração. Vamos bater os tambores e conclamar os espíritos de nossos ancestrais para um ritual de purificação. Vamos nos purificar de todos os sons nocivos!”

“E o que você considera som nocivo, Sr. Coleman?”, perguntei.

“Ah, tudo que ouvimos por aí hoje em dia… especialmente o britpop!”

“Britpop? É verdade que você se mudou da Inglaterra para fugir do britpop?”

“Não, na verdade eu saí da Inglaterra há mais de dez anos, quando me mudei para a Islândia e depois para a Nova Zelândia. A Inglaterra não me interessa mais há muito tempo. Tem tanta coisa melhor em outras partes do mundo.”

“O que te levou à Islândia?”

“Eu era um estudioso do ocultismo e vivia tendo sonhos com uma ilha no fim do mundo. Cheguei à conclusão, junto com Geordi (guitarrista do Killing Joke), de que aquela ilha era a Islândia. Por isso fomos para lá.”

“E a Islândia era, de fato, a ilha de seus sonhos?”

“Acredito que sim. Muitas coisas boas aconteceram lá. Mas não dá pra dizer que o sonho era uma coisa literal. Hoje vejo o sonho mais como um chamado, que me incentivou a mudar de vida.”

P.S.: Está feia a coisa. Num dia, Chris Marker, no outro, Gore Vidal. Amanhã, prometo um post sobre Vidal , sua obra e frases marcantes.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
  • Comentários
  • Facebook

Comentários

  1. Sutter Cane comentou em 06/08/12 at 20:23

    André, o Killing Joke é uma das bandas mais autênticas do rock, o sumiço do Jaz é preocupante, ainda mais agora que eles estão fazendo a turnê do novo e bom álbum, MMXII… tenho esperanças que tudo acabe bem e quem sabe o KJ venha ao Brasil… um abraço!

  2. Cassiano comentou em 03/08/12 at 14:33

    Uma turnê dessas me daria vontade de sumir também.

  3. Jair Fonseca comentou em 02/08/12 at 16:44

    [cont. ]: que fez, no seu pós-punk eletrônico ametalhado, o KJ tem importância para o que se chamou de “industrial”.
    Certamente jaz Coleman não terá o triste destino de Richey Edwards, do Manic Street Preachers, desaparecidíssimo que provavelmente se autoconsumiu.

  4. Jair Fonseca comentou em 02/08/12 at 16:37

    Grande banda, a Killing Joke. E até por isso não teve a projeção que muita bandinha pop-rock tem conseguido. Dentre as misturas

  5. Roberto comentou em 02/08/12 at 10:46

    Na edição recente da Classic Rock Magazine, há uma história sensacional sobre a gravação de três músicas do álbum Pandemonium, disco de 1994 do Killing Joke. Os caras decidiram gravar no Egito e, após subornarem o Ministro das Antiguidades com três mil libras, tiveram acesso à Pirâmide de Gizé. Durante três dias, Jaz Coleman e o baixista Youth viveram as experiências mais cabulosas dentro da grande pirâmide. As baterias que deveriam durar de oito a 10 horas eram sugadas em minutos por alguma força inexplicável. Os caras decidiram trazer incenso e cristais para melhorar o clima na pirâmide e tudo funcionou. A aventura foi filmada e irá constar no documentário sobre a banda, a ser lançado no final do ano. Depois de assistir o trailer, percebi que os três dias em Giza foram apenas mais três dias de trabalho na vida louca de Jaz Coleman: http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_585113&src_vid=zwUMy8xOYTc&v=5qNozCjM5Io&feature=iv

  6. Cadu Doné comentou em 02/08/12 at 1:45

    Barça, curiosidade: será q ele se referia a quais bandas, no ódio ao Britpop? Pq em 94, a coisa tava bem no início ali.. O principal do movimento, tipo a guerra Oasis e Blur, ainda não se consolidara.. Oasis no primeiro álbum.. O Jaz é tão à frente do seu tempo q já sacou o q estava por vir? Rsrs.. Pulp tb se fortaleceu depois de 94.. Enfim, achei curioso. Abs!!

  7. Adriano comentou em 02/08/12 at 1:30

    Dando uma de Belchior…

  8. Fabiano Coelho comentou em 02/08/12 at 0:34

    Parece que ele na verdade não queria tocar com o Cult, tem uma pista aqui nessa matéria sobre esse sumiço dele: http://www.classicrockmagazine.com/news/jaz-coleman-missing-after-cult-slur/

  9. Rodrigo comentou em 01/08/12 at 23:18

    Barca, apenas como informacao inutil, assisti ha 1 mes o show do The Cult que esta em turne com o Against Me!.
    Sempre gostei do Cult, porem a voz do Astbury sumplesmente acabou. A banda como um todo segue muito competente.

  10. Geneurônios comentou em 01/08/12 at 22:55

    Parece que foi visto em Brasília para acompanhar o julgamento do mensalão…
    Ele queria uma coisa tétrica para se inspirar, nada melhor que a bandidagem nacional!!!

  11. Fabio comentou em 01/08/12 at 22:25

    Uma pena Barça, uma banda incrível, é um grupo que eu gostaria de ver ao vivo. Uma banda genial que influenciou NIN, prong, helmet, big black, ministry, fear factory, godflesh, nirvana, etc. Gosto até do Bright… e do outside de gate. Tomara que o jaz esteja gravando sua voz numa caverna pros outros tres colocar a base instrumental.

  12. zicomengo comentou em 01/08/12 at 21:45

    tem um disco do Killing Joke que aparentemente só eu gosto: Brighter than a thousand suns, de 86. e o Jaz tá a cara do Alain Prost na capa…

  13. livia comentou em 01/08/12 at 18:10

    so morre gente, credo! nunca vi vc escrever tanto sobre mortos. e o mundo ta perdendo o pouco que restava de pessoas talentosas. pareço trágica, mas é verrrrdaaaaade.

  14. Pdr Rms comentou em 01/08/12 at 15:58

    Espero que o encontrem e que essa turne possa acontecer e venha ao Brasil. São tres bandas que eu gosto muito e a vinda seria muito viável já que duas delas tocam aqui quase todo ano (inclusive o Wayne Hussey mora no país).

  15. David Marques Oliveira comentou em 01/08/12 at 14:55

    Sabendo que passaria a turnê ouvindo The Cú, melhor fugir.

  16. Kulberg comentou em 01/08/12 at 13:56

    André, nada a ver com o post, mas você ficou sabendo disso aqui:

    http://revistatrip.uol.com.br/so-no-site/notas/thurston-metal.html

    Thurston Moore em banda de Black Metal.

    • Marco Abbagio comentou em 01/08/12 at 18:58

      nossa senhora, thurston moore é TRUE METAL! só por Deus

      • Kulberg comentou em 01/08/12 at 20:03

        Deus não!!! É Black Metal, rapaz!!! Arruma confusão para você não, os cara aparecem na sua casa e queimam tudo… =)

  17. Hudson comentou em 01/08/12 at 13:21

    Ele jaz em algum lugar…

  18. F de I comentou em 01/08/12 at 13:20

    Ele não pode aparecer mais, depois de ter sumido. Senão vão dizer que “aqui Jaz”…

  19. José Horta comentou em 01/08/12 at 11:11

    André, conheci o Killing Joke em 1985 graças a uma crítica de “Night Time” feita pelo Jamari França no JB. É lenda ou realmente o Jaz Coleman processou o Kurt Cobain por ter se inspirado na introdução de “Eighties” na hora de compor “Come as you are”?

    • Andre Barcinski comentou em 01/08/12 at 18:33

      Não processou não, que eu saiba. O Kurt sempre disse ter se inspirado na música.

  20. Paulo comentou em 01/08/12 at 10:38

    Realmente o Jaz e uma figuraça até assustadora eu diria, mas mudando de assunto Barça se você me permite, sabendo do seu apreço e admiração pelo cinema da boca do lixo, queria te perguntar se você acompanhou ontem a entrevista do Antonio Pólo Galante, maior produtor da boca do lixo, pena que durou apenas um bloco, pois ele deve ter historias maravilhosas e o tempo foi curto, achei estranho o Jô como cinéfilo, não conhecer o Odyr Fraga. Na platéia estava a musa Aldine Muller ainda muito bonita. Você poderia fazer um post sobre as musas da boca do lixo.

  21. F de I comentou em 01/08/12 at 10:31

    É uma história parecida com a do Crispian Mills (vocalista do Kula Shaker). Creio que já tenho comentado aqui mas enfim. O cara deu uma sumida entre o fim do Kula Shaker e o início do The Jeevas. Durou cerca de um ano. Disse que queria encontrar sua vocação no mundo. Dizem que rodou pelas ruas de Londres pedindo dinheiro e certas vezes até nu.

    Acho que é muita droga… risos.

  22. daniel comentou em 01/08/12 at 10:13

    Espero que ele esteja somente fazendo um tour por algum lugar do mundo e não faça o mesmo que o guitarrista do Manic Street Preachers que há mais de 15 anos ninguém sabe aonde está.

    Aliás, se o cara ainda “estiver” nesse mundo né?

    • Alencar Bragança Figueiredo comentou em 01/08/12 at 22:48

      Vamos manter as esperanças http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/08/homem-considerado-morto-ha-23-anos-aparece-vivo-em-bangladesh.html

  23. Marcel de Souza comentou em 01/08/12 at 10:07

    2012 parece um ano que muita gente bacana está morrendo, que triste! Sobre o Coleman, acredito que quando o QI do cara é assim tão sobrenatural por consequencia acaba ficando meio doido mesmo. As demais pessoas não conseguem acompanhar os pensamentos do cara. Espero que ele ressurja por aí e bem.

  24. Rodrigo comentou em 01/08/12 at 9:59

    Espero sinceramente que ele esteja vivo, não posso morrer sem ver o Killing Joke ao vivo…

  25. Spanish Bomb comentou em 01/08/12 at 9:33

    De repente foi ao encontro de Richey Edwards. Volta, Jaz!

    • Eidur Rasmussen de Sousa comentou em 01/08/12 at 10:01

      Bate na madeira.

  26. Marcel Silvino comentou em 01/08/12 at 9:29

    cara esses dias mesmo eu tava ouvindo o killing joke, doideira como eles mudaram o som através do tempo, hein? industrial, gothic, pos-punk e mais recentemente tem umas coisas deles que beiram o metal extremo… eu curto pacarai. jaz coleman é figura, mas será que essas histórias de fim do mundo ele leva a sério ou tá tirando onda? coisa de maluco

    • Marlon comentou em 01/08/12 at 16:39

      Tirando onda, claro. Já vi entrevista dele admitindo junto com o Reznor (Nine Inch Nails) outro que gosta de dar uma de maluco. Eles diziam que faziam apostas para ver quem conseguia ser mais “criativo” nas idéias viajantes e fazer a mídia acreditar. Pelo jeito acho que a aposta continua…Jaz Coleman ganhando, disparado.

  27. Willian Ifanger comentou em 01/08/12 at 8:40

    “(…)Eu era um estudioso do ocultismo e vivia tendo sonhos com uma ilha no fim do mundo(…)”

    Que figura. Pelo visto ele andava atrás da “Ilha de Lost”.

  28. Eduardo comentou em 01/08/12 at 8:31

    Também espero que seja só mais um rompante de excentricidade do Coleman. Os últimos discos do Killing Joke são simplesmente espetaculares. A banda está em plena forma com 30 anos de carreira, e eu estava torcendo pra alguém trazê-los ao Brasil…

  29. roberts comentou em 01/08/12 at 8:27

    Fala Barça! Conheço pouco do Killing Joke, mas realmente é uma grande banda, tomara que o cara apareça. É verdade que o Dave Grohl tocou no disco deles como uma forma de agradecimento por eles não terem processado o Nirvana por roubar o riff de Eighties em Come as you are? Isso é lenda né? Referente ao britpop, acho que ele exagerou existem coisas bem piores rs… abraço!

    • Andre Barcinski comentou em 01/08/12 at 9:00

      Não é lenda não, Grohl tocou sim.

      • roberts comentou em 01/08/12 at 9:18

        Eu sei Barça que ele tocou rs… mas será que foi para pagar essa “dívida” com o Killing Joke?

        • Andre Barcinski comentou em 01/08/12 at 9:19

          Ele disse em entrevistas, que sim, não dá pra saber se é brincadeira ou não.

          • roberts comentou em 01/08/12 at 9:24

            Barça você poderia fazer um outro post indicando os melhores discos deles ou as melhores músicas que tal?

    • jAH comentou em 01/08/12 at 16:01

      Ele não foi iniciado nos mistérios da aché music.

  30. Maurilio comentou em 01/08/12 at 7:52

    Pô,André,fui dar uma olhada no Pitchfork e achei uma coisa tão chata quanto:__´´Bill Doss of Olivia Tremor Control Has Died“.Não é uma banda muito conhecida,mas é muito original a recriação dos Beatles que fazem,gosto bastante.Sad.

Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailandrebarcinski.folha@uol.com.br

Buscar

Busca
  • Recent posts André Barcinski
  1. 1

    Até breve!

  2. 2

    Há meio século, um filme levou nossas almas

  3. 3

    O dia em que o Mudhoney trocou de nome

  4. 4

    Por que não implodir a rodoviária?

  5. 5

    O melhor filme do fim de semana

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 04/07/2010 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).