Alguém viu Jaz Coleman por aí?
01/08/12 07:05
Jaz Coleman está sumido. De verdade.
O líder e vocalista do Killing Joke não é encontrado há semanas. Preocupados, seus companheiros de banda acabam de cancelar uma turnê com The Cult e The Mission, e dizem estar fazendo de tudo para encontrá-lo (veja aqui a matéria do Pitchfork sobre o sumiço).
Torço para que seja apenas mais uma das maluquices de Coleman e nada mais sério que isso.
Em 2010, quando ele foi condecorado pelo governo francês com a Medalha do Cavaleiro de Artes e Letras, publiquei aqui no blog uma entrevista antiga que havia feito com ele. Confira:
O ano: 1994. O Killing Joke acaba de reformar para alguns shows nos Estados Unidos. A banda estava lançando “Pandemonium”, seu primeiro disco em quatro anos, que marcava a volta do baixista original, Youth.
Na sede da gravadora, encontro o vocalista Jaz Coleman para uma entrevista. Na mesma noite, o grupo faria o primeiro show da turnê americana, no Ritz.
Quem já viu o Killing Joke ao vivo sabe que Coleman é uma presença e tanto. É um sujeito grande, fala alto, e ilustra cada frase com algum gesto de efeito.
Dizem que ele tem um QI quase sobrenatural. Aprendeu a tocar violino aos seis anos, ganhou prêmios como cantor de coros aos 10, e não ouviu rock até os 15. Segundo o próprio, estudou finanças na Suíça e hoje é padre numa igreja na Nova Zelândia.
Nos anos 80, prevendo o apocalipse, Jaz abandonou a Inglaterra e se mudou para a Islândia, onde conheceu alguns locais que, reza a lenda, tentavam criar uma máquina para “filtrar a energia espiritual de multidões”. Algumas dessas pessoas estavam numa banda chamada Theyr, entre elas uma menina chamada Bjork.
Além de inventar o pós-punk e criar a trilha sonora para o fim do mundo com o Killing Joke, banda que influenciou todo o rock industrial e gótico, Coleman tem um trabalho vasto como compositor clássico e gravou diversos discos com orquestras tocando músicas de Led Zeppelin e The Doors.
Coleman está animado: “O show de hoje à noite será uma celebração. Vamos bater os tambores e conclamar os espíritos de nossos ancestrais para um ritual de purificação. Vamos nos purificar de todos os sons nocivos!”
“E o que você considera som nocivo, Sr. Coleman?”, perguntei.
“Ah, tudo que ouvimos por aí hoje em dia… especialmente o britpop!”
“Britpop? É verdade que você se mudou da Inglaterra para fugir do britpop?”
“Não, na verdade eu saí da Inglaterra há mais de dez anos, quando me mudei para a Islândia e depois para a Nova Zelândia. A Inglaterra não me interessa mais há muito tempo. Tem tanta coisa melhor em outras partes do mundo.”
“O que te levou à Islândia?”
“Eu era um estudioso do ocultismo e vivia tendo sonhos com uma ilha no fim do mundo. Cheguei à conclusão, junto com Geordi (guitarrista do Killing Joke), de que aquela ilha era a Islândia. Por isso fomos para lá.”
“E a Islândia era, de fato, a ilha de seus sonhos?”
“Acredito que sim. Muitas coisas boas aconteceram lá. Mas não dá pra dizer que o sonho era uma coisa literal. Hoje vejo o sonho mais como um chamado, que me incentivou a mudar de vida.”
P.S.: Está feia a coisa. Num dia, Chris Marker, no outro, Gore Vidal. Amanhã, prometo um post sobre Vidal , sua obra e frases marcantes.
André, o Killing Joke é uma das bandas mais autênticas do rock, o sumiço do Jaz é preocupante, ainda mais agora que eles estão fazendo a turnê do novo e bom álbum, MMXII… tenho esperanças que tudo acabe bem e quem sabe o KJ venha ao Brasil… um abraço!
Uma turnê dessas me daria vontade de sumir também.
[cont. ]: que fez, no seu pós-punk eletrônico ametalhado, o KJ tem importância para o que se chamou de “industrial”.
Certamente jaz Coleman não terá o triste destino de Richey Edwards, do Manic Street Preachers, desaparecidíssimo que provavelmente se autoconsumiu.
Grande banda, a Killing Joke. E até por isso não teve a projeção que muita bandinha pop-rock tem conseguido. Dentre as misturas
Na edição recente da Classic Rock Magazine, há uma história sensacional sobre a gravação de três músicas do álbum Pandemonium, disco de 1994 do Killing Joke. Os caras decidiram gravar no Egito e, após subornarem o Ministro das Antiguidades com três mil libras, tiveram acesso à Pirâmide de Gizé. Durante três dias, Jaz Coleman e o baixista Youth viveram as experiências mais cabulosas dentro da grande pirâmide. As baterias que deveriam durar de oito a 10 horas eram sugadas em minutos por alguma força inexplicável. Os caras decidiram trazer incenso e cristais para melhorar o clima na pirâmide e tudo funcionou. A aventura foi filmada e irá constar no documentário sobre a banda, a ser lançado no final do ano. Depois de assistir o trailer, percebi que os três dias em Giza foram apenas mais três dias de trabalho na vida louca de Jaz Coleman: http://www.youtube.com/watch?annotation_id=annotation_585113&src_vid=zwUMy8xOYTc&v=5qNozCjM5Io&feature=iv
Barça, curiosidade: será q ele se referia a quais bandas, no ódio ao Britpop? Pq em 94, a coisa tava bem no início ali.. O principal do movimento, tipo a guerra Oasis e Blur, ainda não se consolidara.. Oasis no primeiro álbum.. O Jaz é tão à frente do seu tempo q já sacou o q estava por vir? Rsrs.. Pulp tb se fortaleceu depois de 94.. Enfim, achei curioso. Abs!!
Dando uma de Belchior…
Parece que ele na verdade não queria tocar com o Cult, tem uma pista aqui nessa matéria sobre esse sumiço dele: http://www.classicrockmagazine.com/news/jaz-coleman-missing-after-cult-slur/
Barca, apenas como informacao inutil, assisti ha 1 mes o show do The Cult que esta em turne com o Against Me!.
Sempre gostei do Cult, porem a voz do Astbury sumplesmente acabou. A banda como um todo segue muito competente.
Parece que foi visto em Brasília para acompanhar o julgamento do mensalão…
Ele queria uma coisa tétrica para se inspirar, nada melhor que a bandidagem nacional!!!
Uma pena Barça, uma banda incrível, é um grupo que eu gostaria de ver ao vivo. Uma banda genial que influenciou NIN, prong, helmet, big black, ministry, fear factory, godflesh, nirvana, etc. Gosto até do Bright… e do outside de gate. Tomara que o jaz esteja gravando sua voz numa caverna pros outros tres colocar a base instrumental.
tem um disco do Killing Joke que aparentemente só eu gosto: Brighter than a thousand suns, de 86. e o Jaz tá a cara do Alain Prost na capa…
so morre gente, credo! nunca vi vc escrever tanto sobre mortos. e o mundo ta perdendo o pouco que restava de pessoas talentosas. pareço trágica, mas é verrrrdaaaaade.
Espero que o encontrem e que essa turne possa acontecer e venha ao Brasil. São tres bandas que eu gosto muito e a vinda seria muito viável já que duas delas tocam aqui quase todo ano (inclusive o Wayne Hussey mora no país).
Sabendo que passaria a turnê ouvindo The Cú, melhor fugir.
André, nada a ver com o post, mas você ficou sabendo disso aqui:
http://revistatrip.uol.com.br/so-no-site/notas/thurston-metal.html
Thurston Moore em banda de Black Metal.
nossa senhora, thurston moore é TRUE METAL! só por Deus
Deus não!!! É Black Metal, rapaz!!! Arruma confusão para você não, os cara aparecem na sua casa e queimam tudo… =)
Ele jaz em algum lugar…
Ele não pode aparecer mais, depois de ter sumido. Senão vão dizer que “aqui Jaz”…
André, conheci o Killing Joke em 1985 graças a uma crítica de “Night Time” feita pelo Jamari França no JB. É lenda ou realmente o Jaz Coleman processou o Kurt Cobain por ter se inspirado na introdução de “Eighties” na hora de compor “Come as you are”?
Não processou não, que eu saiba. O Kurt sempre disse ter se inspirado na música.
Realmente o Jaz e uma figuraça até assustadora eu diria, mas mudando de assunto Barça se você me permite, sabendo do seu apreço e admiração pelo cinema da boca do lixo, queria te perguntar se você acompanhou ontem a entrevista do Antonio Pólo Galante, maior produtor da boca do lixo, pena que durou apenas um bloco, pois ele deve ter historias maravilhosas e o tempo foi curto, achei estranho o Jô como cinéfilo, não conhecer o Odyr Fraga. Na platéia estava a musa Aldine Muller ainda muito bonita. Você poderia fazer um post sobre as musas da boca do lixo.
É uma história parecida com a do Crispian Mills (vocalista do Kula Shaker). Creio que já tenho comentado aqui mas enfim. O cara deu uma sumida entre o fim do Kula Shaker e o início do The Jeevas. Durou cerca de um ano. Disse que queria encontrar sua vocação no mundo. Dizem que rodou pelas ruas de Londres pedindo dinheiro e certas vezes até nu.
Acho que é muita droga… risos.
Espero que ele esteja somente fazendo um tour por algum lugar do mundo e não faça o mesmo que o guitarrista do Manic Street Preachers que há mais de 15 anos ninguém sabe aonde está.
Aliás, se o cara ainda “estiver” nesse mundo né?
Vamos manter as esperanças http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/08/homem-considerado-morto-ha-23-anos-aparece-vivo-em-bangladesh.html
2012 parece um ano que muita gente bacana está morrendo, que triste! Sobre o Coleman, acredito que quando o QI do cara é assim tão sobrenatural por consequencia acaba ficando meio doido mesmo. As demais pessoas não conseguem acompanhar os pensamentos do cara. Espero que ele ressurja por aí e bem.
Espero sinceramente que ele esteja vivo, não posso morrer sem ver o Killing Joke ao vivo…
De repente foi ao encontro de Richey Edwards. Volta, Jaz!
Bate na madeira.
cara esses dias mesmo eu tava ouvindo o killing joke, doideira como eles mudaram o som através do tempo, hein? industrial, gothic, pos-punk e mais recentemente tem umas coisas deles que beiram o metal extremo… eu curto pacarai. jaz coleman é figura, mas será que essas histórias de fim do mundo ele leva a sério ou tá tirando onda? coisa de maluco
Tirando onda, claro. Já vi entrevista dele admitindo junto com o Reznor (Nine Inch Nails) outro que gosta de dar uma de maluco. Eles diziam que faziam apostas para ver quem conseguia ser mais “criativo” nas idéias viajantes e fazer a mídia acreditar. Pelo jeito acho que a aposta continua…Jaz Coleman ganhando, disparado.
“(…)Eu era um estudioso do ocultismo e vivia tendo sonhos com uma ilha no fim do mundo(…)”
Que figura. Pelo visto ele andava atrás da “Ilha de Lost”.
Também espero que seja só mais um rompante de excentricidade do Coleman. Os últimos discos do Killing Joke são simplesmente espetaculares. A banda está em plena forma com 30 anos de carreira, e eu estava torcendo pra alguém trazê-los ao Brasil…
Fala Barça! Conheço pouco do Killing Joke, mas realmente é uma grande banda, tomara que o cara apareça. É verdade que o Dave Grohl tocou no disco deles como uma forma de agradecimento por eles não terem processado o Nirvana por roubar o riff de Eighties em Come as you are? Isso é lenda né? Referente ao britpop, acho que ele exagerou existem coisas bem piores rs… abraço!
Não é lenda não, Grohl tocou sim.
Eu sei Barça que ele tocou rs… mas será que foi para pagar essa “dívida” com o Killing Joke?
Ele disse em entrevistas, que sim, não dá pra saber se é brincadeira ou não.
Barça você poderia fazer um outro post indicando os melhores discos deles ou as melhores músicas que tal?
Ele não foi iniciado nos mistérios da aché music.
Pô,André,fui dar uma olhada no Pitchfork e achei uma coisa tão chata quanto:__´´Bill Doss of Olivia Tremor Control Has Died“.Não é uma banda muito conhecida,mas é muito original a recriação dos Beatles que fazem,gosto bastante.Sad.