Sem Gore Vidal, a polêmica agoniza
02/08/12 07:05
Que época miserável, não? Nos últimos oito meses, perdemos Christopher Hitchens, Millôr, Aziz Ab’Saber, Ivan Lessa e agora Gore Vidal.
A essa hora, todo mundo já escreveu seu obituário de Vidal. Recomendo a cobertura da Folha, com diversas matérias e entrevistas interessantes.
Mais do que lamentar a morte do escritor, dramaturgo e polemista, que viveu 86 anos e teve bastante tempo para exibir sua inteligência e sua verve peçonhenta, queria levantar uma questão: quem está surgindo para substituir esses caras?
Não interessa se você gosta ou não dos livros de Gore Vidal, se curtiu o roteiro que ele escreveu para “Ben Hur”, se concorda com as posições políticas de Christopher Hitchens ou com a esnobada que Ivan Lessa sempre deu no Brasil. Não é esse o ponto.
O ponto é que estamos perdendo pessoas capazes de remar contra a maré, de dizer coisas sem a preocupação de agradar.
Hoje, a maioria dos comentaristas – de política, de cultura, de esportes, de tudo – parece viver enclausurada por uma irritante diplomacia, uma necessidade de não desagradar, de ser bonzinho, equilibrado e justo. E nada pior que alguém que se diz justo. São os piores.
Em vez de buscar o conflito e a polêmica, que é onde nascem as verdadeiras mudanças, estamos cada vez mais nos afundando num poço de cordialidade, bom mocismo, sorrisos amarelos e apertos de mão.
Pegue o exemplo dos próprios sujeitos que nos deixaram recentemente: nem eles concordavam uns com os outros.
Christopher Hitchens, que fora apontado por Gore Vidal como seu sucessor literário (e que disse ter recebido de Vidal, anos atrás, um conselho que seguiu por toda a vida: “Nunca perca uma chance de fazer sexo ou de aparecer na TV”), acabou escrevendo artigos furibundos desancando Vidal por suas opiniões sobre os atentados de 11 de setembro.
Vidal retribuiu, criticando o ex-pupilo por suas posições pró-Estados Unidos e retirando os elogios que havia feito a ele.
Isso se chama democracia. É um trabalho sujo e desagradável. Envolve brigas e discussões, envolve xingar pessoas que você admira, envolve a defesa de suas idéias até descobrir que elas estão erradas, quando então você se permite dizer o oposto do que disse antes.
Barça, se é que ainda não leu, recomendo leitura de reportagem de Andrew Jennings reproduzida no blog do Juca Kfouri (http://blogdojuca.uol.com.br/2012/08/os-massagistas-da-midia/).
Me lembrou um texto que vc postou há alguns dias sobre a ética no jornalismo. Neste caso, o esportivo. Muito interessante.
Seus últimos posts: sobre um filme cheio de mortes (Dear Zachary), sobre o “Cole Porter ressussitado”, sobre as mortes de Gore Vidal e Chris Marker e sobre o desaparecimento de Jaz Coleman. Acho que seu blog tá precisando de um banho de sal grosso, vishmaria… 🙂
Manda o pessoal parar de falecer ou de sumir…
Quando falece, meio que não some tumén?
Toda a polêmica é saudável desde que seja com bons argumentos e não achismos e preconceitos.
Gore Vidal era um ressentido muito inteligente. Mas, um ressentido. Ficam as polêmicas, mas a literatura é de segunda.
De segunda? Vc acha mesmo? Nem “Império”? Nem “Lincoln”?
Nem “Criação”?
Meu Lincoln favorito é o mais idealizado, o de Carl Sandburgh. Essa iconoclastia do Vidal, em tempos de” iconoclastia” juvenil vendida no atacado, me enche. Smells Like Eric Hobsbawn.
Criação, não aguentei até o fim.
Só minha opinião, tenho amigos que gostam muito.
Vc vê muitas semelhanças entre as visões do Vidal e do Hobsbawm?
So, it smells very good.
Eu acho que até existem polemistas por aí, como vários dos já citados nos comentários. Todos se pretendem irônicos, cínicos e neoconservadores. São as viúvas do Paulo Francis. Os subprodutos do seu legado (involuntariamente nefasto). Hoje é moda ser irônico, conservador e ciniquinho chiliquento. Como era cool ser de esquerda e “contestador” na maior parte do século XX. O homem troca o figurino mas continua ridículo. As exceções são aquelas pessoas que provocam polêmica através do conteúdo de sua obra, não pelo seu comportamento pessoal. Bertrand Russell foi um dos maiores polemistas que já existiu e falava e escrevia de modo cordial e sério.
Não sei o que o povo acha de tão bacana nesse Paulo Francis. O sujeito falava um monte de frases de efeito, arranjava adjetivos pra falar mal de qualquer um e pronto, eis um polemista. Na hora que alguém meteu-lhe um processo na justiça americana tratou de correr atrás de seus amigos poderosos em busca de ajuda. Não aguentou o rojão e partiu dessa para a pior antes de pagar a indenização. Não vejo nada demais nisso.
Alguem que era presidente da Petrobrás, poderosa também, moço.
É, mas de acordo com o que li, Francis falou até com o FHC, chefe do rapaz, que não deu jeito.
O estilo era bacana, o texto. O coloquialismo, os períodos curtos e incisivos, a incrível capacidade de falar de coisas complexas com clareza, a cruzada contra os pseudo-intelectuais, contra o hermetismo barato e que tais, as dicas de leitura. Já as opiniões depende de cada um. Mas seus derivados são de lascar…
seu mala!
O pouco que conheço do Gore Vidal foi por ter um amigo que lê todos os seus livros. Eu não sei se existem pessoas capazes de substituí-lo ou aos outros por vocês citados, mas se elas existem sofrem cada vez mais com essa praga do politicamente correto que toma conta do mundo.
Concordo. A diplomacia muitas vezes tira o conflito para criar ideias novas e critaivas. Mas outro problema que vejo é como fazer isso sem ser apenas polêmico e esquecer a inteligência de se fazer uma boa crítica. Hoje ha mais insultos que tiradas irônicas. E qualquer comediante ou filosofo vira gênio da noite para o dia.
vivemos a era CAIO RIBEIRO!
Disse tudo em apenas 5 palavras.
Falou tudo!
Quem é Caio Ribeiro?
Futebol feminino é um saco
30 de Julho de 2012 às 23:48, por [ Caio Maia ] [ @caiomaia ] | 236 comentaram
Olimpíada começa e é aquele show de bizarrice: ping pong, arco e flecha, frescobol… Ainda que não esteja na Globo, todo mundo para para assistir taiquendô e depois cobrar: “um absurdo o governo não apoiar o taiquendô!”. Claro, num país como o Brasil, que não precisa de nada, por que não despejar dinheiro em mais uma modalidade que três pessoas praticam?
Mas o pior, sem dúvida, é o futebol. Um campeonato masculino ridículo, com um limite de idade arbitrário e inexplicável e uma ainda mais ridícula regra de exceção que permite três caras de qualquer idade jogando – parece que em alguns times africanos a regra permite mais que três, mas pode ser que eu tenha entendido mal esse pedaco. E, supra-sumo do pé no saco, tem também um torneio de futebol feminino. Que, como todo mundo sabe mas finge que não sabe, é chato pra cacete. Futebol de nível sub-17, mas se o sub-17 não tivesse goleiro.
Aí o Brasil vai lá, ganha medalha e começa: “UM ABSURDO a CBF não apoiar o futebol feminino!”. Como se alguém assistisse algum jogo de futebol feminino. Como se futebol feminino não desse menos audiência que propaganda eleitoral gratuita.
Absurdo é o governo do Brasil, país com carências monstruosas, gastar dinheiro com esporte de alto rendimento. Ou então alguém achar que para não ser “machista” tem que fingir que futebol feminino é legal. Não é. Escritoras são legais, atrizes, presidentes de empresas e países do sexo feminino podem ser muito legais. Mulheres podem até demonstrar habilidade com a bola nos pés. Mas o jogo que elas produzem coletivamente é ruim. E chato. Desculpe se isso te ofende. Aliás, não precisa desculpar, não, você está se ofendendo com bobagem.
Andre, gosto muito dos textos do João Pereira Coutinho; têm um tipo de humor mais refinado, que, concordo, anda muito em falta. Gosto dos romances do Diogo Mainardi. O jornalista Daniel Piza, que nos deixou na virada deste ano, tinha textos que não costumavam bajular medalhões da cultura nacional. Abraços, Carlos
Concordo com sua avaliação do meio literário e da imprensa, mas na sociedade em geral, pelo menos na brasileira, acho que a situação é outra. A geração web e redes sociais parece não sentir falta desses polemistas. A moda é justamente remar contra a maré, independente do que isso signifique. Não faltam jovens com opinião sobre tudo, muitas vezes contraditórias, que adoram dar pitaco no facebook, criticar, discutir e xingar no twitter quem não compartilha de suas visões. Os mais velhos já entraram na onda. Todo mundo quer “causar” ao estilo Tati Quebra Barraco, essa é a expressão. Acho que sobra opinião. O que falta é reflexão.
Olha André, acho que a tendência, de agora em diante, é piorar pois, basicamente, estão surgindo dois típos de “formadores de opinião”: os chapa-banca e os que fazem a polêmica pela polêmica, sem profundidade. Isso, aliado a um grande público, que, ultimamente, tem andado com o cérebro praticamente em stand by.
Um futuro triste se avizinha…
Olá Barsinski. Eu não concordo com você existem pessoas que estão inconformadas com o mundo que vivemos: eu sou uma delas. A verdade é que o Brasil não aquela “potência” mundial que a Dilma vive alardiando pelos quatro cantos, nossa educação de forma geral está indo de mal a pior, ainda mais levando-se em conta os mecanismos de maquiagem aplicados pelo Governo, a cultura está jogada às traças, ou pior nas mãos de gente despreparada e até mesmo prepotente,só porque a fulana é irmã de um certo cantor famoso simpatizante do PT. Enfim, Barsiski não temos motivos para louvar nossa pátria amada Brasil como fazem uma parcela de pseudointelectual manés. Por isso é sempre questionar, discutir e se for necessário criticar o mundo em que vivemos, do mesmo modo que fizeram com inteligência, sacarmo e verve as personalidades que você citou e que com certeza farão falta nesta sociedade onde tudo, tudo mesmo tem que ser politicamente correto.
André, eu li num dos obituários na Internet que o Gore Vidal e o Hemingway eram inimigos moratis, é verdade isso????
Vc não está confundindo com o Faulkner? O Hemingway morreu em 61, acho que não teve nem tempo de brigar com o Vidal. Mas o Vidal odiava os livros do Hemingway, isso é fato.
Confesso que não conheço muito da obra do Vidal, mas descobrindo agora, que ele não gostava dos livros do Hemingway, certamente procurarei ler. Existem outros, mas Hemingway, na minha opinião, figura entre os escritores mais supervalorizados que já existiram.
Pelo que eu li, o autor do texto falava do Hemingway, e até pelo conflito de datas, eu achei estranho tb, o Ernest era de outra geração, é que eu não me lembro aonde eu li, senão eu mandava o link dessa reportagem…
Que eu saiba o Vidal era inimigo do Norman Mailer. No ar, Mailer depois de ser provocado no programa do Dick Cavett, Mailer chamou Vidal de “hipócrita e mentiroso” http://www.youtube.com/watch?v=C8m9vDRe8fw
Anos depois numa festa Mailer meteu a porrada em Vida,l derrubandoo no chão. Resposta de Vidal: “Mais uma vez as palavras faltam a Norman Mailer”.
Se o Divino continuar passando o rodo nos miúras assim, em breve tu vai ter de renomear esse blog para “Uma Confraria de Mortos”.
Gore, pernóstico quando queria, intelectual quando queria…. sempre com um piti na manga…. fará falta, não fará falta… paradoxo
Estamos vivendo a república dos bananas, a dinastia da chatice.
As polêmicas são bem vindas! Chega de “politicamente correto”.
Quem vai substituir gente como Gore Vidal e Ivan Lessa, com ironia, mordacidade e humor é…Rafinha Bastos. Está claro.
Remando contra a corrente, desancando os medíocres, assumindo opiniões controversas, e tudo isso com graça, humor e sofisticação.
Ele afirmou que as corporações comandam os dois grandes partidos dos EUA. Putz! Imaginem quem comanda o PT e o PSDB que nasceram ontem. Fala sério!
“Hoje, a maioria dos comentaristas – de política, de cultura, de esportes, de tudo – parece viver enclausurada por uma irritante diplomacia, uma necessidade de não desagradar, de ser bonzinho, equilibrado e justo. E nada pior que alguém que se diz justo. São os piores”.
Isso cai muito bem com essa pérola aqui: http://www.youtube.com/watch?v=coohuzcCqCY
Tá aqui um cara não conformista, que faz humor simples e consegue ser genial:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1129848-sacha-baron-cohen-criador-de-borat-concede-entrevista-sem-disfarces.shtml
Véio aquele filme dele, Bruno, é fantástico…o cara avacalha, chuta o balde com um humor nada politicamente correto…
Se não me engano… na cena de abertura do piloto. O “helicóptero”… que nojo! kkk
Vim aqui justamente para encaminhar esse link! Gostei bastante da entrevista e realmente acho o Sacha um dos senão o melhor comediante em atividade.
Seguindo a linha da frase: “Nunca perca uma chance de fazer sexo ou de aparecer na TV”, vejo que… um dos últimos esforços para ser polêmico, levantar idéias e promover – porquê não a Ucrânia – são oriundos das moças do FEMEN. Elas protestam por melhores condições de assuntos relacionados ao sexo e ganham mídia através da exposição de seus corpos.
* Com certeza causam polêmica;
* Mesmo com um cunho sexista embutido nos fazem pensar nas causas as quais defendem;
* Quem aqui saberia algo da Ucrânia se não fosse por estas moças?
* Quem aqui falaria sobre o sassuntos dos países das moças sem os seios a mostra?
Fato é que vejo nestas moças um espírito de realmente querer mudar as coisas. de não conformismo.
Agora o movimento chegou ao Brasil. E como brasileiro que conhece brasileiro tenho a certeza que, somente copiaremos o que há de pior – será pior mesmo? – do movimento… peito e bunda de fora!
“Que beleeeza!!!”
Lendo o seu texto lembrei de um outro – de um ex-colunista da Folha – descendo a lenha em vários críticos que “suavizaram” na resenha de um disco do Chico Buarque.
MC Diguinho continua fazendo a cabeça da nova geração…
Ok, mas o que acha do Pondé, Arnaldo Jabor e do Reinaldo Azevedo. Eles possuem uma crítica raivosa e não tem muito cuidado ao dizer o que pensam. Eles não se encaixam nesse tipo de crítica que você está dizendo?
E mais uma pergunta: me parece que, no Brasil, a resposta a isso que você “cobrou” no seu texto tem sido uma rejeição ao politicamente correto. Acho que não é por aí: o contrário do politicamente correto não é ser grosseiro e violento. O que acha?
“Politicamente correto” é uma arbitrariedade, coisa de quem gosta de classificar as pessoas e colocar todo mundo em gavetas. Eu acho repulsivo.
Também concordo, acho repulsivo. É como se houvesse um comportamento padrão que todos deveriam seguir.
Mas o que acha dos “autores” que citei? Eles não produzem textos desse tipo mencionado por você?
Acho que, aos três que vc citou, falta humor. Independentemente de concordar ou não com o que escrevem, um pouco de ironia e leveza cairiam bem. Mas é só minha opinião.
Acho o Pondé bem humorado… independente das opiniões.
Em suma, três idiotas!!!
Claudio Assis. Pelo menos aqui no Brasil ele tem essa verve(neno) que você diz estar se esvaindo. “Cinema brasileiro é feito por babacas”, pronunciou outro dia. E vai, vai debater com ele? Ha ha. A postura de caras como ele é rara. Diga-se de passagem, “Febre do rato” traduz muito bem isso.
Bom, darei minha opinião: além de não concordar com o que eles dizem (o que não vem ao caso), acho também que falta humor. Mas mais do que isso, acho, no caso do Pondé, um tom exageradamente forçado para chocar. E também parece que ele escreve com aquele ar blasé – que é tão comum na esquerda, e parece que a direita também o adota – de quem está escrevendo o óbvio que ninguém assume.
Mas é só minha opinião.
Obrigado por responder o que perguntei!
Celestino, gosto muito do Claudio Assis também!
“Um pouco de ironia e leveza cairiam bem”. Mas a tal “leveza” não é justamente um dos pontos que, de forma latente, você critica no texto? Ser “leve” não é justamente o contrário do que você defende: o polemismo, a incisividade, o enfrentamento. Enfim, “leveza” não é o que sobra ao Caio Ribeiro?
De jeito nenhum. O Hitchens escrevendo sobre o Nabkov é leve, é acessível, não é pedante. Pegue qualquer entrevista do Gore Vidal e veja.
Falaram em Claudio Assis, miserável mesmo era o Glauber Rocha odiado pela esquerda e pela direita e tinha opiniões bastante critica sobre o cinema nacional e alguns dos seus colegas fundadores do cinema novo.
Claudio Assis foi bem lembrado! Excelente polemista e cineasta provocativo!
Arnaldo Jabor é chapa-branca, Pondé é forçadamente polêmico, Azevedo é apenas um grosseirão.
Dos três, ainda prefiro, de longe, o Pondé.
Não sei por que, mas esse post me lembrou (os poucos) estudantes da USP e de outras universidades brasileiras, que lutam por alguma mudança. Mesmo que seja de um jeito capenga, eles brigam por alguma mudança sem mergulhar nesse poço de “cordialidade, bom mocismo, sorrisos amarelos e apertos de mão”. E o que acontece? São massacrados pela opinião pública, pelo lema da “lei e ordem” imposto por gente como o governador Geraldo Alckmin ou o prefeito Gilberto Kassab, que parcela numerosa e paranoica da população adora. Estão buscando o conflito e a polêmica, mas são repreendidos com o Choque, helicópteros, cavalaria, dobermanns, cassetete, gás lacrimogêneo, bala de borracha e cadeia.
Renata, alguns lutam realmente por mudanças, mas grande parte tem uma agenda partidária a cumprir lá.
quando o protesto é por algo pertinente, tudo bem. mas qual foi o último grande protesto dos socialistazinhos hipsters da usp? pela saída da polícia do campus pra eles poderem fumar sua maconhazinha tranquilamente no estacionamento… daí invadem e destroem reitoria, sobem no carro da polícia, etc. tem mais é que levar borrachada no lombo mesmo.
Comentário idiota e de um troll “deselegante” ….
Na USP e no resto do mundo fuma-se maconha há séculos, ninguém precisa levar borrachada….
E se a maconha corre livre pelo mundo, e ela é supostamente “proibida” , alguém está ganhando muito com isso…
Se tive com inveja dos estudantes da USP, estude e passe no vestibular. Só não vem dizer que vc já estudou lá, pq ninguém vai acreditar, nê dunha?
estudei na unesp, tão cheia de esquerdinhas de butique quanto a usp. protestar e quebrar patrimônio público são meios pra essa gente dar vazão à revoltazinha encruada que eles acumularam em tantos anos de colégio particular com mensalidade de 2000 reais. é ali na usp que a camisetinha do che guevara vai fazer mais sentido pra esse povo… quem deu e dá duro pra estar na usp, no horário desses protestos isentos de sentido vai estar trabalhando ou fazendo algo mais útil.
quanto ao seu “inveja da usp”, sem maiores comentários. mais um exemplo do pedantismo escroto que ainda acomete muita gente que lá estuda.
Caro Dunha, se você se informasse melhor saberia que o tema “maconha no campus” não é nem colocado em pauta nas assembleias estudantis. Reivindicações existem às centenas. Não vou falar que estudante não fuma no campus, é claro que fuma. Mas aí vamos começar a debater a questão das drogas. Como bem colocou o leitor Marcos, a maconha, como tantas outras drogas, é “proibida”, mas alguém, ou melhor, muitos, estã ganhando muito com isso. O fato é que a questão das drogas merece atenção. A guerra às drogas fracassou, PONTO. Quando mais se investe em repressão e polícia, menos resultado colhemos. Mais se gera morte, violência e corrupção, de todos os lados, inclusive na esfera governamental. Alguma coisa deve ser feita, porque o que já foi e o que é feito não adiantou nem adianta nada. Algumas drogas devem ser sim regulamentadas e controladas, outras legalizadas. Voltando ao tema dos estudantes: como falei, eles protestam contra e a favor de muita coisa. Protestam contra um reitor, que, se você não sabe, vem sendo investigado pelo Ministério Público por violação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, burla ao acesso de cargo mediante concurso público, lesão aos cofres públicos e improbidade administrativa. Protestam, ainda, contra uma polícia falida, uma PM é mal gerida, está longe dos Direitos Humanos e da cidadania, tem salários vergonhosos, péssimo treinamento, não sabe distinguir um comportamento exibicionista de um violento, é corrupta, e o pior, comete crimes. E pelo que eu entendi, para você ninguém deve fazer protesto, então? Todos devem “trabalhar ou fazer algo mais útil”? Não sei se você sabe, mas se você hoje tem um emprego, com tantos e tantos benefícios e direitos, muito deve aos protestos e às greves ocorridas em décadas passadas. Isso é só pra citar um exemplo. Estudantes da USP e de outras universidades não querem ser bonzinhos nem pagar de politicamente corretos. Pelo contrário, acham um porre tudo isso. E se informe melhor. Nem todo mundo que estou na USP estudou em colégio particular com mensalidade de 2000 reais. Eu entrei depois de estudar os seis últimos anos da escola em escola pública, que aliás era um lixo e não me serviu pra nada. Tive que fazer cursinho e ralar, meu chapa.
Ascorosas estão bem chatas mesmo, vide a rusga do Galvão Bueno com não sei quem, um desdizendo o outro, o outro reclamando que era só uma brincadeira e o um chamando o outro de deselegante. Vide também a vice-ministra da Costa Rica, demitida porque divulgaram um vídeo de calcinha e sutiã há 4 anos para o ex-namorado. Tudo muito chato.
*Ascorosas não. AS COISAS.
E daí que a mulher fez um vídeo pro namorado, não?
Mas o problema é o vídeo do namorado aparecer na TV, na Internet. E também da feiura da moça (risos). Barça, tu contrataria uma estagiária que posta video pornô (estou só exemplificando, não comparando com ninguém) para trabalhar contigo, constatada a competÊncia da moça?
O que eu tenho com a vida particular de alguém? Nada.
Eu bem que gostaria – de coração – de pensar assim. Mas não consigo ou não fui educado para tal. Fora que sempre algo acaba dando errado…
Acho que está falando de outro vídeo, talvez o da assessora do senador. No da Costa Rica, a ministra só aparece de calcinha e sutiã, nada mais, e precisa dar satisfação disso pra seu país inteiro?
Eu vi este vídeo…essa coroa dá um caldo hein?
Foi com o Renato Maurício Flamengo Prado, aliás, em matéria de chatice e “deselegância”, os dois se merecem…
O problema é que para ter esse tipo de comportamento desafiador o sujeito precisa ter muita bagagem cultural, o que no Brasil, é quase inexistente. Vivemos aqui na república do lugar comum. Uma chatice sem tamanho.
Gore Vidal era admirado abertamente por Paulo Francis (se é que PF admirava alguém, pública ou privadamente).
Andre, concordo que a polemica e que nos faz crescer e sair do marasmo, e este e um dos motivos pra ler o seu blog, mas a cordialidade faz parte da democracia, respeitar a opiniao alheia nao quer dizer concordar ,encontrei o professor Aziz algumas vezes e sempre foi um sujeito extremamente gentil.abraço eden
Sim, mas só cordialidade, sem estofo, enche a paciência.