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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Ela perdeu a prova, mas merece uma medalha

Por Andre Barcinski
06/08/12 07:05

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As Olimpíadas de Londres já proporcionaram vários momentos inesquecíveis: a vitória de Usain Bolt, o abraço do menininho em Andy Murray depois de este demolir Federer, Kirani James pedindo o número do biamputado Oscar Pistorius, e a vitória épica da dupla sueca na classe Star, no fim da última regata.

Outro momento marcante teve como protagonista uma atleta que não ganhou nada: a brasileira Rosângela Santos.

Rosângela fez o melhor tempo da carreira, mas não se classificou para a final dos 100 metros rasos.

Antes da prova, a emissora que transmitia a prova exibiu uma entrevista ao vivo com a mãe da atleta, em sua casa no Rio de Janeiro.

Assim que Rosângela soube que estava eliminada, caiu no choro. Estava transtornada. Quando a repórter disse à atleta que a emissora tinha um link ao vivo para a casa dela e perguntou se queria falar com a mãe, Rosângela balbuciou qualquer coisa e, chorando, fugiu correndo.

A reação de Rosângela foi tão inesperada que demorei um pouco a entender o que estava acontecendo. Afinal, estamos tão acostumados ao ritual das entrevistas pós-evento, que qualquer coisa que foge do roteiro causa espanto.

Botar um atleta para falar com os pais é garantia de drama. Se o atleta ganhou, todo mundo vai chorar; se perdeu, idem.

É hora de lembrar como foram difíceis os anos de treinamento e o quanto a família se sacrificou para permitir a fulano estar nas Olimpíadas. É o momento televisivo perfeito, cheio de suor e lágrimas.

Só para esclarecer: eu não acho que a emissora está errada. Se eu estivesse participando da transmissão, certamente faria o mesmo.

Mas acho fantástico quando alguma coisa sai do programado. Nessas horas, lembramos que são seres humanos ali na frente dos microfones, e não uns fantoches que obedecem a qualquer roteiro melodramático.

Outro momento bonito foi a entrevista do técnico da seleção de basquete feminino, Luís Claudio Tarallo, depois de o time ser eliminado de forma patética, com quatro derrotas nos quatro primeiros jogos.

Quando o comentarista perguntou se ele planejava convocar determinada jogadora para as Olimpíadas do Rio, em 2016, Tarallo disse: “Não sei nem se eu vou estar lá”.

Será que Rosângela e Tarallo foram tão espontâneos porque não estão acostumados a dar entrevistas e não conhecem o “script”? Alguém imagina Neymar ou Ronaldinho Gaúcho dando declarações assim?

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Comentários

  1. Luciano comentou em 09/08/12 at 14:31

    Kirani James pedindo o número do Pistorius foi um dos momentos mais belos da história da humanidade. O gesto do James foi de humildade inimaginável.

  2. andré comentou em 08/08/12 at 11:37

    André, veja a tremenda resposta do técnico do nosso menino de ouro das argolas à Ana Paula Padrão! Ela disse que não queria ser treinada por ele (devido a intensa rotina de treinamentos), e ele arrasou com ela. Não vou contar para não estragar o final….merece um oscar das entrevistas!

  3. André Machado comentou em 07/08/12 at 20:19

    Não sei se mencionaram, quando apareceu o resultado do Cielo em terceiro o câmera apontou pro pai do cara que soltou um “Puta que pariu!”.

    O que eu acho mais escroto é quando nego fala que isso é “destempero”, quando tenta reduzir a pessoa a lixo só por causa de um desabafo. São pessoas com retenção anal, na boa. O camarada tá na adrenalina, cansado, frustrado, vendo que o trampo de 4 anos foi pro cara*** e queriam que ele fala-se o que? “É amiguinhos, não foi dessa vez, mas vamos nessa que na próxima vai dar! Uhu!”.

  4. Pedro comentou em 07/08/12 at 7:30

    Ontem teve uma brasileira que até exagerou. Questionada sobre o seu desempenho, ela disparou: “Uma merda”

  5. raul comentou em 07/08/12 at 2:40

    Eh que a menina ainda nao tem contrato publicitario, quando tiver deixa de falar igual gente e passa a falar igual o Ronaldo, eh um estilo canastrao, vc nota que o cara modula ate a voz para soltar a decoreba. Sou mais Romario e Serginho Chulapa.

  6. Manoel Coutinho comentou em 06/08/12 at 23:07

    Um dos aspectos mais curiosos destas olimpíadas é a grande quantidade de brasileiros nas arquibancadas, vestidos com camisas de clubes brasileiros. Na partida de volei de praia de hoje, entre Brasil e Polônia, haviam muitos brasileiros presentes e alguns poloneses de branco ou vermelho. Em um determinado momento, a câmera se aproximou de um destes “poloneses” e, para minha surpresa, era um “polonês” torcendo para o Brasil com a camisa do inter. Tinha até uma bandeira do Clube do Remo, que deve ter passado como o pavilhão de alguma nação africana CR.

    • Andre Barcinski comentou em 06/08/12 at 23:10

      Verdade, Manoel, não tenho visto pessoas de outros países com camisas de clubes, só de seleções…

  7. Alencar Bragança Figueiredo comentou em 06/08/12 at 22:59

    dia desses o neymar falou pro cara do sportv: “eu nao to me jogando nao, vc ta falando besteira” sobre uma falta que ele supostamente se jogou e o povo começou a vaia-lo. se nao me engano foi num amistoso preparatorio pras olimpiadas. é exceção, claro, geralmente é aquele papo furado de fomos bem hoje com a ajuda dos companheiros e os 3 pontos foi o mais importante

  8. Jr. comentou em 06/08/12 at 20:31

    Qdo comecei a ler o post logo me veio à cabeça o seguinte: pq em horas como essa o brasileiro é tão chorão? Sem querer generalizar, mas especialmente em evento que envolve premiação nossos compatriotas abrem o berreiro. Sim, e é indiscutível, nós temos a emoção à flor da pele. Beleza. Só acho que tem hora que fica difícil entender o pq – e não estou sugerindo a Rosangela como exemplo do meu argumento. Porém vejamos: isso é praticamente a regra qdo nossos esportistas estão em competição internacional; uma vez o Alexandre Pires foi à Casa Branca conhecer o W Bush e chorou; uns meses atrás a Michele Obama e a Hillary Clinton deram um prêmio a uma brasileira (negra ou indígena, não lembro) por algo importante que ela fez ou conquistou e foi o maior chororô… Nós não somos os únicos a derramar lágrimas, claro (Federer e Murray tb choraram ao perder uma competição recentemente). Por outro lado nenhum desses vencedores o são por acaso e sim uma mistura de altos e baixos com determinação, teimosia, talento, infra-estrutura adequada… E aqui vem o x da questão: para além de ficar emocionado/a, pq ficar tão desestabilizado, digamos, se isso não foi uma obra do acaso, do destino, de Deus, do diabo, macumba ou magia? Sei lá, às vezes apenas não consigo compreender. Agora, o Alexandre Pires chorar ao encontrar o W Bush é para lá de inexplicável, não?

  9. Marcelo comentou em 06/08/12 at 18:56

    Estes momentos “não programados” são realmente os melhores. Isto me faz lembrar quando a TV Globo, de forma patética, tentou “padronizar” as comemorações dos gols com aquela ideia ridicula de “João Sorrisão”…

  10. Heloisa Glass comentou em 06/08/12 at 17:15

    Barça, meu amor, faça um texto também falando dos brindes que vieram com essa Olimpiada: as “desculpas” da Globo para não fazer uma cobertura decente; comentaristas altamente especializados (Romário? Scherer?)… Beijos!

  11. Caio comentou em 06/08/12 at 17:00

    Esse post deveria ter a entrevista do Aloísio chulapa, depois de marcar um gol pelo Crb. Aquilo vale meia hora de risada. Já viu, andre?

    • Andre Barcinski comentou em 06/08/12 at 18:05

      Vi, é sensacional. Ainda estou tentando entender o lance do Danone.

      • junior242 comentou em 07/08/12 at 7:46

        Acabei vendo o vídeo e passei mal de rir. Mas parece que Danone é gíria para cerveja no Nordeste.

        • Mino Rasta comentou em 07/08/12 at 20:37

          Cerveja em latinha é Danoninho.

  12. Rodrigo Goulart comentou em 06/08/12 at 16:35

    O q eu mais gostei nela nem foi isso (ok, tbm foi isso), mas se desvincular do nosso famoso “complexo de vira-lata”. Ela ficou puta pq ficou fora da final. Não ficou posando de coitadinha ou se contentando por estar entre as 26536 melhores (como faz muito tupiniquim) ou por fazer o melhor tempo da carreira. Demostrou ter ambição, querer mais. Quem não tem ambição no esporte, não vai longe nunca. E agora, acredito mais nela em 2016.

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