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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Tony Scott não fez só "Top Gun"...

Por Andre Barcinski
21/08/12 07:05


 

Ainda chocado com o suicídio de Tony Scott.

Difícil entender por que um sujeito de sucesso, com uma família estável e filhos jovens, possa se jogar de uma ponte.  Há boatos de que Scott sofria de um câncer inoperável. De todas forma, a infelicidade é uma arma poderosa e inexplicável.

Veja aqui meu texto sobre Scott para a Folha.

Como cineasta, Tony Scott era um típico produto da era Reagan, quando filmes de ação começaram a se parecer com versões gigantes daqueles carrinhos de bate-bate de parques de diversões.

Embalado por orçamentos monstruosos – cortesia da dupla de produtores Don Simpson e Jerry Bruckheimer – Tony Scott transformou a década de 80 em seu autorama particular, criando filmes fetichistas/publicitários, em que homens violentos pareciam ter mais prazer em dirigir Ferraris e pilotar jatos do que em conquistar damas.

Quem já viu Tony Scott de perto – eu o entrevistei duas vezes – sabe que o sujeito encarnava exatamente o machão típico de seus filmes, com um charuto permanentemente enfiado no canto da boca e um boné esfarrapado que usava até em festas “black tie” com tapete vermelho.

Era fanático por velocidade. Amava pilotar carros e motocicletas e escalar montanhas.

Tony Scott ajudou a definir a estética do cinema dos anos 80, e seu estilo Jet ski-Jece Valadão influenciou também os videoclipes e o cinema publicitário da época.

Meus dois filmes preferidos de Scott foram seus maiores fracassos de bilheteria.

“Fome de Viver”, de 1983, era um filme de terror gótico, com David Bowie e Catherine Deneuve no papel de vampiros. Foi um sucesso “cult” gigante, inclusive no Brasil, onde lotou sessões de meia-noite e foi a coqueluche da turma dark que freqüentava casas como Crepúsculo de Cubatão, no Rio, e Napalm, em São Paulo.

Quem esquece a abertura, com “Bela Lugosi’s Dead”, do Bauhaus? Incontáveis quantas bandas surgiram depois de ver esse filme…

Já “True Romance” (me recuso a chamá-lo pelo péssimo título em português, “Amor à Queima-Roupa”), foi um “pulp” com roteiro de Tarantino, que foi quase estragado pela escolha de Christian Slater para o papel principal, mas acabou salvo por uma cena antológica entre Dennis Hopper e Christopher Walken, que deixo como homenagem a Tony Scott…


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Comentários

  1. Sandro comentou em 25/08/12 at 20:45

    Tony era do Ridley Scott e um bom diretor de filmes de ação…e só! O pm só de filmes com tiros e esses merdas… Ele nunca fez nada como o Rampart, que não foi compreendido pelo meu brother….

  2. Alex Arruda comentou em 22/08/12 at 17:09

    André,

    Essa cena do Dennis Hopper é definitivamente a minha cena violenta favorita dos filmes da minha juventude, cara!!!! Eu devia ter uns 15 anos e sempre achei o discurso do Hopper muito mais louco q a dancinha do Madsen no reservoir dogs ou que a enrabada no Marcellus Wallace no Pulp… O personagem do Hopper mostrou ter culhões do tamanho de mangas!

    E o B. Pitt faz o que no filme msm?!?! Ouvi dizer q o roteiro do Pineapple Express foi baseado (não resisti) no personagem do Pitt.

    Abraços!

  3. jose paulo comentou em 22/08/12 at 10:54

    o diálogo dos “sicilianos pretos” foi citada em entrevista do Dennis Hoper no programa “Inside the Actors Studio”. Duelo primoroso com improvisações de parte a parte. O melhor do humor negro.

  4. Celso Távora comentou em 22/08/12 at 8:13

    Top Gun é como aqueles xilitos que se comia na infância: hoje em dia é horrível, mas na época era a melhor coisa do mundo. RIP, Tony!

  5. Alberto Nannini comentou em 21/08/12 at 20:00

    Adoro o “True Romance”! O roteiro é do Tarantino, não é? Várias cenas antológicas, como este diálogo dos sicilianos, o “enquadrão” dentro do elevador contra o idiota que está com a escuta, a guerra da lindissima Patricia Arquette contra nada mais nada menos que James Gandolfini… fora a penca de participações especialíssimas – Brad Pitt, Samuel L. Jackson, Val Kilmer, Chris Penn… Quando ia pra locadora e não via nada de bom, alugava ou este, ou “Um Amor e uma 45”, ou ainda “Kalifornia” pra ver de novo e de nov e de novo. Mas destes, True Romance era o predileto.
    Abraço, André!

  6. Smirkoff comentou em 21/08/12 at 18:01

    Curioso como o uso de uma mesma música em cenas diferentes pode reforçar “climas” diversos. A música de fundo dessa cena do “True Romance” (o “Dueto das Flores” de “Lakme”, de Delibes), é a mesma da tão mencionada transa da Deneuve com a Sarandon em “The Hunger”… o que é só sensualidade num filme, aqui é praticamente uma canção de despedida do personagem. Muito bacana.

  7. Lucas Mesquita comentou em 21/08/12 at 17:26

    Boa tarde, André. Sou leitor deste espaço desde o fim do ano passado. É uma leitura quase diária. Muito boa, por sinal. Gostaria de te dar uma dica: tenta organizar seus posts por tags/categorias. Assim fica mais fácil para lermos os posts mais antigos. Clicaríamos em “Cinema” ou “Literatura” e leríamos todos os seus posts sobre cada assunto.

    • Andre Barcinski comentou em 21/08/12 at 19:39

      Boa sugestão, eu realmente não tenho a menor ideia de como fazer isso, vou perguntar ao pessoal da Folha.

      • Lucas Mesquita comentou em 22/08/12 at 16:59

        Legal. Com certeza o pessoal da Folha vai saber. Abraço!

    • carlos rangel comentou em 23/08/12 at 19:34

      é verdade, viu. Ia ser ótimo. Etbm acompanho sempre q posso o blog.

  8. João Gilberto Monteiro comentou em 21/08/12 at 17:24

    André, concordo com vc, o Tony Scott, dentro do nicho cinematográfico em que ele atuava era acima da média, principalmente nos 80´s. Mas dá pra fazer comparações com o irmão mais famoso ou são estilos completamente diferentes?????

    • Andre Barcinski comentou em 21/08/12 at 19:40

      Acho que eles trabalham na mesma seara, mas o Ridley é mais talentoso.

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