O SESC e a concorrência desleal
23/08/12 07:05
Sou fã do SESC.
Já perdi a conta de quantos shows, exposições e debates vi em alguma unidade do SESC. Já fiz diversos cursos no Sesc.
A programação é sempre de qualidade e os preços, super acessíveis.
O SESC é inatacável. Se ele não existisse, a vida cultural de São Paulo seria uma lástima.
Mas existe um lado oculto por trás da existência do SESC, que precisa ser discutido. Um lado que traz conseqüências ruins.
Para resumir: o SESC é tão bom e tão barato, que dificulta – e, em alguns casos, elimina –a possibilidade de uma cena cultural existir independentemente dele.
Vou falar especificamente do caso da cena musical de São Paulo, que conheço de perto.
Durante um bom tempo, fui co-proprietário de uma casa noturna em São Paulo.
Nosso sonho sempre foi fazer shows lá. Assim que inauguramos, fomos atrás de bandas para tocar no espaço.
A primeira coisa que ouvimos dos artistas foi: “Não toco por percentual de bilheteria. No SESC pagam cachê fixo.” Os cachês pedidos, claro, eram fora da realidade.
Por diversas vezes, fechamos shows com alguma banda, só para ver a mesma banda se apresentando no SESC , com ingressos até cinco vezes mais baratos do que o menor valor que poderíamos cobrar.
Quem iria ver uma banda na nossa casa por 30 ou 40 reais, se poderia ver a mesma banda no SESC por sete?
E como isso é possível?
Simples: o SESC não sobrevive de bilheteria. O SESC é uma entidade privada sem fins lucrativos, que sobrevive de um imposto compulsório, que toda empresa precisa pagar. Este imposto é de 1,5% sobre a folha de pagamento das empresas.
Ou seja: se você tem uma casa de shows, um pequeno teatro, um local para debates ou uma galeria de arte, você paga para o SESC arruinar o seu negócio. Faz sentido?
O SESC oferece condições tão boas para as bandas – paga um bom cachê, independentemente de quantas pessoas forem ao show – que muitos artistas se tornam “SESC-dependentes”. Só tocam lá.
Essa situação não se restringe à música. Fico imaginando a situação de alguém que tenha uma pequena academia de ginástica ou de natação, e que de repente vê o SESC inaugurar uma unidade próxima, com piscinas e equipamentos de primeira, cobrando uma mixaria.
Se isso não é concorrência desleal, não sei o que é.
Essa situação, claro, não é culpa do SESC. Ele só está cumprindo seu papel. E muito bem.
O governo é que deveria pensar em maneiras de apoiar quem trabalha com cultura e esporte, para que iniciativas privadas possam funcionar em condições justas.
Hoje, quem abre uma pequena casa de shows, por exemplo, não tem nenhum incentivo fiscal. Paga impostos escorchantes e ainda ajuda a financiar o SESC. É o pior dos mundos.
E vou reiterar, para que não me acusem de ser “contra” o SESC: eu acho o SESC uma iniciativa fantástica. Mas se o governo não tomar providências, corremos o risco de ter no SESC a única opção para quem gosta de artes. E isso é perigoso pacas.
Trabalhar com produção de cultura, conteúdo e música aqui no Brasil é muito difícil. Temos sérias dificuldades burocráticas e um governo errático que não considera as necessidades do produtor / empresário. Não é somente nas casas de espetáculo, mas na produção cultural de uma maneira geral.
É duro saber o que é melhor neste blog: o texto bem humorado ou os comentários de quem parece nao entender nada. Essa do “defecou pelos dedos..” (+ a resposta) valeu o dia!
Assunto complicadíssimo e falo também como artista. Porque, apesar da concorrência do Sesc, casas de shows como o Cine Jóia não medem esforços ao meter a faca no consumidor. Vão cobrar 200 reais para assistir a um show da Feist. No começo desse ano assisti a Ian Mcculoch por 16 reais no Sesc Consolação. Além disso, é difícil achar alguma casa de shows de SP que pague um cachê digno e tenha uma estrutura idem para o artista independente. E tem um outro problema de acesso ao espaço. Eu mesmo já toquei com minha banda no Sesc Pompeia duas vezes, no Sesc Vila Mariana, no Centro Cultural São Paulo, na Virada Cultural e outros espaços públicos e não consigo colocar os pés no Studio SP, por exemplo…
André, saindo do tema do tópico, não sei se você viu essa notícia: http://www.tecmundo.com.br/facebook/27974-voce-nao-tem-conta-no-facebook-cuidado-pois-isso-ja-pode-ser-considerado-muito-estranho.htm?fb_ref=fb-recommend Segundo “estudiosos”, quem não tem Facebook (ou “Feice”, para os íntimos) pode ser uma anomalia da natureza. É pra ler e se revoltar.
Infelizmente, André, boas iniciativas, no Brasil, servem antes para emperrar do que para alavancar…
Parabéns pelo texto corajoso e bem fundamentado! Outra coisa que precisa mudar no Sesc é ACABAR COM O PRIVILÉGIO DOS FUNCIONÁRIOS DO SESC E SEUS PARENTES E AMIGOS DE RESERVAREM OS INGRESSOS ANTES OU ASSIM QUE COMEÇAM A SEREM VENDIDOS. Já perdi as contas de quantos espetáculos perdi por questão de minutos, SIMPLESMENTE PORQUE APÓS 2 OU 5 MINUTOS DE ABERTURA DAS VENDAS, já estava tudo misteriosamente esgotado. Isso é muito suspeito… E vergonhoso… O SESC é de fato para todos ou APENAS PARA OS FUNCIONÁRIOS, AMIGOS E PARENTES DO SESC?
Barcinski, curiosidade: Quais foram as bandas que mais atrairam publico nos seus tempos de Clash?
Mudhoney, Matanza, Little joy, se me lembro bem…
Estive no Matanza. Matador.
Assisti na Clash Eagles of Death Metal, em 2007. Foi sensacional!
O SESC teria que fazer um planejamento dos lugares onde iriam ser instaladas unidades, principalmente onde não há muitas atividades que ele oferece. E o financiador do SESC deveria ser apenas o comércio, excluindo atividades que o próprio SESC oferece e onde ele faz concorrência. Cabe aos donos destes negócios ir a Brasília pressionar os deputados, senadores e ministros por mudanças na legislação.
papo de looser !
É “loser”.
muito bom seu texto André, sou aqui de Peruíbe, aqui não temos Sesc, mas temos outros 2 espaços que fazem um papel parecido, montei um pequeno bar aqui e conseguir shows é quase que uma missão impossível, os músicos locais já estão tão habituados a tocar nessas casas por caches elevados que eu conseguir músicos de qualidade por um preço justo está dificílimo, ambas as casas tem convênios com a prefeitura, e outro problema que tenho também é com o esporte e te digo que é mais um trabalho que não imaginava que poderia ser tão difícil de ser feito, não sei se posso deixar um endereço aqui mas se quiserem conhecer melhor a historia, http://www.judoguarau.com.br.
vale a pena ler…
bons comentários…leiam!
“Uma entidade privada que vive de imposto compulsório”. Eu também quero.
Enquanto isso no interior, uma cidade de 300 mil habitantes não tem teatro municipal funcionando há 5 anos, só recebe comediante stand up e sertanejo universitário. Cultura é foda, parcero!
O sistema S não faz nada de graça…A farra é por nossa conta, com nosso dinheiro, pois o que as empresas pagam não passa pelo Caixa da União…vai todinho pro sistema S, que faz o que bem entende e quer com o dinheiro… FHC e Lula tentaram quebrar esta maracutaia, mas enfrentaram fortes lobbys de toda a classe artística, de Prefeituras incautas e omissas e até de Governos Estaduais que se aproveitam das benesses do SESC, SENAC, SESI, SENAI e SENAT
Muito bom o texto André. Eu também adoro o Sesc, e vejo que infelizmente além das questões de imposto/políticas para os pequenos e médios empresários, acaba acontecendo o mesmo de diversos projetos de patrocínio à cultura, com um círculo vicioso em que o patrocinado só vive de patrocínio, não “caminha com as próprias pernas”. Talvez se os caminhos fossem mais corretos, o sesc e patrocínios públicos seriam mais para quem está começando, ou para quem tem algo muito fora do mainstream.
Situação similar em Pernambuco, onde o governo do estado e a prefeitura do Recife asumiram os “custos” da cultura local. Isso causa alguns efeitos colaterais. A ver: Preguiça do artista em fomentar seu público em casas de pequeno porte (porque sempre há palco institucional pra tocar, por bons cachês); Cachês altíssimos pro tamanho da abragência do artista ou manifestação popular (porque qualidade é um parâmentro muuuito subjetivo, não dá pra mensurar um cachê por este ângulo, mas mesmo assim muito alto pra quem atrai 15 gatos pingados, no meio da rua); Preguiça do público em pagar pra ver artistas locais (pelo mesmo motivo que você, Barcinski, apurou acima, em São Paulo); Cooptação política: Nenhum artista que toca nos palcos governamentais critica políticas do governo ou prefeitura, com medo de ser limado dos palcos durante o ano;
Coronelismo Cultural por parte dos lobistas com influência nos orgãos de cultura locais. Enfim, uma realidade artística infeliz, no país da “Lei de Incentivo a Usura”, mesmo que a qualidade artística local permaneça em alta. Mas isso não é tudo.
Perfeito, foi exatamente isso que percebi, nos poucos dias que fiquei aí. TODOS os CDs dos artistas tinham selo de alguma prefeitura.
Entendo sua posição Andre, mas se a indústria musical não fosse tão sacana (cobrar 40 reais em um CD que poderia custar 15), e se as pessoas tivessem salários dignos, é claro que iriam na casa de Shows que cobra 40. Acontece que 40 reais é o valor com que muita gente passa o MÊS almoçando. Como essas pessoas terão acesso à cultura? Realmente, o SESC cumpre sua função social, e acho que colocar a coisa em um patamar apenas cultural é generalizar e banalizar a situação. Onde essa massa de assalariados poderia tratar seus dentes? Com os valores cobrados pelos dentistas não poderiam pagar nem mesmo uma única obturação. Onde essa massa poderia ir aos domingos para tomar um solzinho e frequentar uma piscina?
O problema é que a minoria da população tem acesso a todos os recursos de lazer, cultura, educação, enquanto a maioria esmagadora do país não tem nem mesmo posto de saúde para se tratar. Então, acho que levantar essa questão, sob esse ângulo, é arriscado demais. Pode parecer apenas um comentário elitista e excludente, afinal, quem abre uma casa de shows tem um único objetivo no final: LUCRAR com algo prazeroso para si. Alguma casa de shows abre, uma vez por mês, ou que seja uma vez ao ano, suas portas para um show gratuito?
Não culpo as pessoas por irem. Como eu disse, eu mesmo vou. O ponto não é esse. O ponto é que as empresas privadas, que financiam o SESC, não recebem nenhum tipo de ajuda para funcionar. E sim, abrimos várias vezes para shows gratuitos, beneficentes, etc.
Shows beneficentes não são, necessariamente, gratuitos. E quanto ao imposto pago pelas empresas, eu achei que eram pagas de bom grado por empresários que já ganham dinheiro suficiente e que, na maioria das vezes, não contribuem em nada para a melhoria da sociedade como um todo. Claro, ouvirei algo do tipo “isso é obrigação do governo, já pagamos muitos impostos”, e sim, concordo. Mas sempre acreditei que se o governo não faz nada, a população não pode ficar de boca aberta esperando a mosca pousar. Então, ao pagar 1,5% da FOLHA de pagamento (e olha que os salários do comércio são os MAIS baixos do mercado), você, e cada um dos empresários, poderia encarar como investimento em Qualidade de Vida para os funcionários, já que esse benefício é voltado, inicialmente, para os trabalhadores do comércio. E outra, o SESC dispõe valores baixos para TODOS os cidadãos. Se é comerciário para um valor ínfimo, mas se não é paga também um valor bem baixo. O SESC só está fazendo aquilo que o governo deveria fazer, que é oferecer acesso à cultura, lazer, entretenimento e serviços de saúde e alimentação de qualidade.
Me diga uma coisa: para cada pessoa que vai à sua casa de shows, ao final, vocês emitem nota fiscal, ou só para aqueles que pedem? Quando alguém compra um ingresso na porta, já recebe a nota fiscal? Ou pagam ali no caixa e recebem um sorriso e um boa noite? Casas de Shows são obrigadas a emitir nota fiscal eletrônica desde 2008, mas não é o que vemos por aí, né???
Quanto ao problema das casas de shows, das pequenas, claro, porque as grandes continuam faturando 200 reais por cabeça para assistir artistas de “menor grandeza” e até 1000 reais para um de “primeira linha” (comentários irônicos, e não depreciativos), talvez devessem mesmo se especializar. O Tom Jazz sobrevive há tempos com seu seleto e pequeno grupo de ouvintes de jazz, e pelo jeito estão conseguindo, porque estão funcionando há tempos.
Também sabemos que artistas em início de carreira são explorados pelas mesmas “queixosas” casas de shows, que às vezes oferecem apenas uma cerveja e um punhado de amendoins. Tenho certeza que na hora de explorar e desvalorizar o trabalho do artista, nenhum dos empresários pensa no valor agregado do trabalho do cara, apenas em quanto poderão lucrar com aquele artista.
Isso não muda o fato de que os empresários sustentam o SESC e são, ao mesmo tempo, prejudicados por ele. Você parece viver num mundo de fantasia, onde empresários são todo milionários que vivem em Aruba. Sugiro vc montar seu próprio negócio pra ver. Sua opinião certamente mudaria.
André, da forma que você fala parece que o sustento do SESC nao vem de todo o comercio, mas só das casas de show. casa de show em todo esse porcentual de lojas é uma gotinha no oceano.
Sim, mas isso não exclui o fato de que casas de shows, teatros, etc., pagam para serem ferrados.
“Sociedade COMO UM TODO”. Esquerdista estadólatra MODE ON. Esquece, Barsinski, empreendedor no Brasil é “criminoso”. E viva o PT.
Parabéns Dani Gel. falou tudo. O trabalho do Sesc é muito maior do que simplesmente a parte de shows e cultura.
Então, pelo seu raciocínio, o Cine SESC na Augusta esta prejudicando as salas de cinemas da Paulista, por ele ser bem mais barato. E os teatros como Satyros, estão perdendo publico para o SESC.
Não seja simplista. Um cinema apenas não prejudica. Se o SESC tivesse 30 salas exibindo, a 2 reais, os mesmos filmes que os outros cinemas, aí sim.
O SESC apresenta shows acessiveis e de qualidade… sem se preocupar com coisas abusivas que os empresarios de casas noturnas cobram/oferecem: preco de entrada e bebidas, filas, segurancas truculentos, ambiente sem seguranca e fora de padroes, falta higiene nos banheiros, s/ acesso deficientes, …… Na minha opiniao cada um tem o seu filao,…nestes termos nao tem como se equiparar. Acho que os empresarios deveriam oferecer outras coisas que o SESC nao oferece nas suas unidades. Tome como exemplo as casas BECO203, Morrison, Vila Country, etc. Se oferecer algo diferenciado e com qualidade, o publico ira viabilizar o seu negocio, com certeza.
Claro que não se preocupam, porque o dindim do SESC já está garantido graças ao nosso imposto. É simples.
simples assim.
posso ser radical?
O estado não deveria investir um único centavo nesse tipo de coisa.
É sua opinião, eu discordo.
Espero que você Leia bem o que eu vou escrever e se possível comente, caso ache que vale a pena:
Uma vez criticaram Milton Friedman porque ele deu uma palestra cobrada numa universidade da Islândia em que todas as palestras eram gratuitas e ele respondeu NÃO EXISTE NADA GRATUITO, as palestras que vocês dizem serem de graça foram subsidiadas pelas pessoas que não foram as palestras.
O que o SESC faz é simplesmente se apropriar de uma parte da renda de empresas e usar esse dinheiro para subsidiar o lazer de uma elite. Isso é coisa de esquerda.
Parabéns Barcinski pelo texto e: BEM VINDO A DIREITA.
Por favor, não me ponha em lugar algum. E discordo de vc. O SESC tem uma programação acessível e variada, não é elitizada.
Quando digo elite não me refiro a classe social e mesmo assim é injusto se utilizar do dinheiro de todos pra financiar os interesses de alguns e é isso que o estado faz. Isso é uma violência e uma injustiça, você deve concordar comigo ao menos em parte, claro que não vai dizer isso porque tem medo de sofrer criticas do meio cultural em que vive, mas você pintou com todas as cores os efeitos nefastos das atividades subsidiadas pelo estado com o dinheiro do contribuinte.
E no demais quem decide onde esse dinheiro será gasto? alguns iluminados, já numa casa noturna privada, cada um decide se quer voluntariamente dar o dinheiro para ver a banda em questão…isso não é maravilhosamente justo???
A sua vontade de pertencer a um grupo (direita) não está te permitindo ler apropriadamente o argumento das pessoas. O Sesc é custeado por contribuições sociais, as quais são usadas para desenvolver atividades relevantes da Constituição Federal. Até o cara mais a direita do mundo, ou mesmo aquele que só tem uma visão utilitária para as coisas, sabe dos benefícios do esporte e da arte tornados acessíveis para o público. O você pensa a educação pública em termos de “apropriação” e “subsídio”? Cade a direita que queria civilizar os bárbaros?
Emicida e Criolo já se apresentaram no SESC. Desde quando o rap é “elitizado” eu não sei…
Daniel, quando me refiro a elite quis dizer uma elite cultural que tem o seu gosto por coisas mais underground subsidiado pelos impostos pagos por pessoas que prefeririam que esse dinheiro pagasse por um show do Luan Santana ou do Michel Teló.
Isso é uma violência, o estado não deve subsidiar o lazer de uns com o dinheiro dos outros.
Eu concordo plenamente. O Estado sempre “escolhe” seus preferidos. Está errado. Vide o “cinema” nacional (estou falando dos mamadores). É preciso ser radical e parar com essa de “social”. Cada um que tenha competencia para vender sua “arte”. Social é educação básica e saúde. O resto é conosco.
Se gostamos de vômitos como teló e santana, o estado não vai nos corrigir. Quem gosta de Mozart aprendeu a gostar em casa. Com a FAMÍLIA, para horror dos “lefties”.
Ainda não justifica nada do que você disse. Esses artistas que você citou recebem cachês astronômicos para fazer shows para 20, 30, 40 mil pessoas, coisa que nada têm a ver com a realidade dos artistas que se apresentam no SESC.
Daí surgem os tais artistas “underground” (por algum motivo essa palavra virou uma ofensa terrível). E o público prefere pagar caro para ver Luan Santana do que pagar pouco para ver alguém que não está se apresentando no Faustão. É uma questão cultural, desinteresse do público.
O SESC está aberto a quem quiser, não só à “elite”, tanto que eles se esforçam para manter uma programação que atinja a todos os segmentos da população. Racionais MC’s vez ou outra fazem show no SESC, por exemplo.
O que você diz só reforça o velho clichê que cultura é coisa de “riquinho metido a hipster”. Muita gente pensa isso, passa direto pelo SESC sem ter nem idéia de que tem eventos que ele se interessaria se desse uma olhada na programação.
Pera aí, Daniel, pelo SESC passam artistas muito famosos sim. Já vi Paulinho da Viola no SESC, por exemplo. Os Titãs tocaram lá recentemente também. Não são são só artistas underground que se apresentam.
Eu sei disso. Capital Inicial já tocou também algumas vezes, assim como Charlie Brown Jr., Frejat, vários músicos famosos.
O que quis dizer é que dificilmente pegam os “artistas” (com aspas mesmo) Top do momento que estão bombando no Faustão/Gugu/etc. e que cobram cachês multimilionários. Eu me referia aos exemplos citados na discussão, Luan Santana e Michel Teló.
E quanto ao “underground”, a intenção era ironizar como o djvolp usou o termo.
pode não ser “elitizado”, mas que virou modinha de universitário metido a “hipster”, virou.
esses dois tocam sim rap pra elite, para casas de shows que cobram 70 reais a entrada, e o mano brown então que falava que sua musica nao era pra playboy entrou na dança e esses dias estava tocando por 120 reais numa casa noturna “conceituada”..
Então o preço do ingresso é o que determina o que é elite e o que não é? Então ninguém que se apresenta no SESC é da elite, já que os ingressos são baratos?
Querido djvolp, antes de falar de algo procure se informar, principamente pra ostentar uma colocação dizendo que é da direita ou esquerda, uma pessoa bem informada jamais diria que a instituição Sesc se APROPRIA de uma parte da renda de empresas, me perdoe meu caro, mas chega a beirar o ridículo o que você diz, leia mais sobre Sesc, entenda daonde vem a verba que o sustenta, veja os benefícios que são dados aos seus usuários, inclusive, MUITAS EMPRESAS utilizam o cartão do sesc como um Benefício ao trabalhador, juntamente com o vale alimentação, vale transporte, as empresas oferecem o cartão do Sesc, aonde irá ser proporcionado ao trabalhador direito a cultura, lazer, esporte, coisas que o trabalhador necessita para se divertir com a família, trabalhador esse que não tem 1 real descontado em folha para obter esses benefícios, portanto meu caro de direita, informe-se, atualize-se e principalmente leia mais e aproveita para utilizar da rede Sesc que não se apropria do dinheiro de ninguém .
A instituição SESC faz parte da instituição ESTADO e sim, ele se apropria do dinheiro já que o dinheiro que financia o SESC vem de uma parte da contribuição sobre folha de pagamento denominada TERCEIROS, que financia além do SESC o SESI, Senai, Senat (esses são os tais terceiros) que as empresas são obrigadas a recolher. Essa contribuição ajuda a tornar os encargos das empresas mais elevados e isso aumenta os custos de contratação e o custo de tudo que é produzido no país e obviamente onera todo mundo INCLUSIVE OS POBRES.
O que o estado faz é a mesma injustiça de sempre: arrecadar o recursos de todos e distribuir segundo “critérios” nem sempre claros. Isso é socialismo nefasto onde uns se alimentam daquilo que é produzido por outros.
O André pintou bem como isso afeta negativamente o mercado, mas normalmente quem reclama está do lado dos prejudicados né. Quem se beneficia normalmente acha bom.
Nunca havia pensado nisso. Sou leigo, mas me parece que é o problema de sempre, um ambiente adverso à atividade empresarial. Não fosse o tal custo Brasil, a coisa se ajeitaria normalmente e ficaria bom pra todo mundo. Mais ou menos como quando o governo seleciona essa ou aquela empresa pra beneficiar, mas prejudica as outras (como agora, diminui impostos sobre automóveis mas aumenta o de bebidas, porque precisa da receita). Como disse Fernando Pessoa, o que o Estado dá com uma mão, ele tira com a outra (“A Economia em Pessoa”).
Sobre o SESC, tenho amigos instrumentistas que tocam muito lá e reclamam de falta de espaço. Aí não é o caso de concorrência desleal. E claro que como você falou, se houvesse um ambiente cultural mais favorável, talvez houvesse mais espaço pra esse pessoal também.
qual seria a providência que o Governo iria tomar em relação ao SESC? obrigá-lo a cobrar o que as outras casas noturnas cobram? Acho que, em relação ao SESC, deixa quieto..deixa assim que tá muito bom…eu lembro que assisti ao show da Maria Rita por R$ 20,00 no Sesc Pinheiros..Maravilhoso. Já vi tb, Marina Lima, Zélia Duncan, Luiz Melodia, Trio Mocotó, Clube do Balanço, entre outras dezenas e dezenas de atrações a preços excelentes..
PELO AMOR DOS MEUS FILHINHOS, LEIA O QUE ESCREVI! eu disse que o problema não é o SESC, mas os impostos e burocracias que impedem os outros de cobrar preços mais competitivos!
Perfeito, Barcinski. Foi isso que entendi. Quem não ententeu, leia de novo.
você disse SIM que o SESC é o problema, só está tentando encontrar um jeito diplomático de dizer isso.
O problema não são os impostos amigo…você NUNCA vai conseguir concorrer com alguém que não precisa arrecadar o suficiente pra empatar.
Isso tem nome SUBSÍDIO e é algo nefasto pra economia num todo…tenha mais coragem amigos, pois você está certíssimo na sua crítica.
Numa boa: sou responsável pelo que escrevo, não pelo que você ACHA que estou escrevendo.
Esse djvolp é chato demais…
Eu li, só não entendi o que vc quer que o governo faça…infelizmente, ou felizmente, sei lá….acho que os donos de casas noturnas poderiam fazer é usar a criatividade, por exemplo, fornecer via e-mail, o MP3 do show, sei lá…um CD promocional com vários sucessos do Artista, ou da próxima atração….ou um livro bem bacana com a biografia do artista, sei lá, cara..eu acho que vc ficou nervoso a toa…eu só fiz uma pergunta, o q o Governo (desgoverno) vai fazer? obrigar o Sesc a cobrar o absurdo que cobram por aí??
Uma conclusão eu cheguei ao ler os comentários desse post, Há um analfabeto funcional a cada cinco comentários. Muito triste, né?
Pode subir esse percentual aí. Pelo menos 40%.
cara tô me divertindo a beça com suas respostas aos caras que fazem interpretação errada sobre o que vc escreveu. acho que esse foi um dos postes que lhe deve ter causada mais irritação hehehhe.
50% dos que comentaram esse poste com certeza são analfabetos funcionais! Depois que vi 40% é pouco.
Foi o que eu também percebi “Max”. Definitivamente analfabetismo funcional é uma praga!
Nossa, é uma dificuldade em entender o que os outros escrevem. Às vezes acho que esse povo se faz de desentendido só por “birra”. André, parabéns por colocar essa discussão na roda!
Muitíssimo bem abordado esse tema, é bom aprofundar nesse assunto. A primeira vez que eu vi algum jornalista citar esse modus operandi do SESC foi em um texto do Álvaro Pereira Jr., que criticava a “nova MPB” por se acomodar e tocar apenas nos SESCs e no baixo Augusta. Outro problema enraizado na cultura é o Movimento Fora do Eixo, aquele dos festivais de bandas independentes pelo Brasil. Nasceu em Cuiabá como uma ideia interessante, mas hoje é muito mal executada e é claro que existem apenas interesses políticos por trás de tudo isso. O interessante da Fora do Eixo é que existe a quase 10 anos e dá pra contar nos dedos quantas bandas surgiram. Enquanto isso, eles tem um grande quartel general aqui em São Paulo, onde seus funcionários dispõem de iPods, iPhones e iMacs, já promoveram festivais com “preços SESC” e que cerveja e churrasco era open bar. E de onde vem esse dinheiro? Destaco o que dois músicos escreveram sobre: João Parahyba aqui: http://screamyell.com.br/site/2010/04/13/carta-aos-musicos-e-artistas/ e tem também o China: http://chinaman.com.br/fora-do-eixo-e-longe-de-mim/
O próprio André respondeu: “Essa situação, claro, não é culpa do SESC. Ele só está cumprindo seu papel. E muito bem.
O governo é que deveria pensar em maneiras de apoiar quem trabalha com cultura e esporte, para que iniciativas privadas possam funcionar em condições justas.”
O SESC é excelente sob todos os aspectos e não é a única opção cultural de SP, longe disso!!
Catraca Livre mostra outras, inúmeras….
Se as bandas vão para o SESC por segurança, são bandas já conhecidas.
Que tal descobrir outras vozes e outros sons???
Criatividade!!
Barcinski, uma dúvida: o cachê dos músicos é livre de imposto de renda? A casa recolhe à parte?
Pensando em lavar um dinheirinho, “parça”?
Ha. Haha. Patetão.
Boa Barça.
Nunca tinha visto por esse lado a situação do Sesc e do “resultado´´como um todo , na Cultura de São Paulo .
Barcinski, tirando exemplos pontuais como Austin, na média, abrir uma casa noturna independente fora do Brasil é um negócio relativamente seguro ou também é uma completa aventura?
Não sei o caso de casas noturnas no exterior, mas tenho amigos que abriram um bar na Inglaterra. O alvará levou três dias pra sair e não teve burocracia nem corrupção alguma. Taí a diferença.
Oi André
Li essa notícia agora na Folha, você já deve ter lido mas, se não leu, fica a dica (vai que você está em sp neste período…)
http://guia.folha.uol.com.br/cinema/1141418-oito-filmes-classicos-de-fellini-serao-exibidos-de-graca-em-sao-paulo.shtml
E além de tudo é no SESC haha
Vi sim, muito legal.