O que houve com a democracia corintiana?
27/08/12 07:05
Há uma semana, o jornalista Vitor Birner publicou, em seu blog do UOL, um texto chamado “O drible de Andrés Sanchez em José Maria Marin” (leia aqui).
Quando li o texto, achei que teria uma repercussão imensa. Nos dias seguintes, fiquei procurando mais notícias sobre o caso. Mas quase ninguém falou do texto de Birner.
Fiquei surpreso, porque achei o relato de Birner um escândalo.
Para resumir: segundo o jornalista, o diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, teria pedido ao ex-presidente Lula que pressionasse o presidente da CBF, José Maria Marin, para que este não demitisse o próprio Andrés e o técnico da seleção, Mano Menezes, depois da derrota para o México na Olimpíada.
Aparentemente, deu certo: quinta passada, Marin deu entrevistas garantindo a permanência de Mano: “Estou tranqüilo com o Mano na seleção”.
Claro que Marin está tranqüilo. Quem não estaria, submetendo-se aos desejos de Lula?
Faltando dois anos para a Copa do Mundo, é óbvio que Marin, que sequer é recebido pela presidente Dilma, não vai bater de frente com Lula.
Dilma não chega perto de Marin porque este, quando era deputado estadual em São Paulo pela ARENA, partido que apoiava a ditadura militar, pediu investigações sobre supostas “células comunistas” operando dentro da TV Cultura.
Em 25 de outubro de 1975, 16 dias depois do discurso de Marin, o jornalista Vladimir Herzog, que trabalhava na TV Cultura, foi torturado e morto em um prédio utilizado pelo DOI-CODI.
Fica a pergunta: que república das bananas é essa, em que um ex-presidente pressiona uma relíquia da ditadura para escalar o técnico da seleção e manter seus apaniguados nos empregos?
O caso mostra, mais uma vez, que a seleção brasileira e a CBF viraram massa de manobra de Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e amigo pessoal de Lula. E esse “aparelhamento” da CBF é outro escândalo nacional.
Sei que vou ser massacrado nos comentários, mas espero que os torcedores do Corinthians consigam separar a paixão que têm pelo clube da realidade que está aí, à vista de todos.
A verdade é que nossos políticos e cartolas são mestres em manipular o torcedor, apelando à paixão clubística para justificar as barbaridades que cometem. É o pior tipo de populismo.
Quem critica Andrés Sanchez é imediatamente tachado de “anticorintiano”. Se alguém ousa questionar o absurdo de dar quase um bilhão de reais de dinheiro público para o Corinthians construir um estádio totalmente desnecessário, já que o time joga no Pacaembu, um dos melhores estádios do Brasil, periga ser linchado.
“Ah, mas os vereadores de São Paulo aprovaram os incentivos ao estádio”, dirão alguns.
Claro que aprovaram. Que vereador seria maluco de ser tachado de “anticorintiano”? Seria suicídio político.
Que democracia é essa? Uma democracia em que políticos utilizam a paixão do torcedor de muleta? Onde questões importantes da vida pública são decididas como se fossem discussão de futebol em boteco?
Certamente não é a Democracia Corintiana imaginada por Sócrates, Casagrande e Wladimir.
Enquanto a opinião pública continuar trocando a lógica pela paixão clubística, absurdos assim vão se perpetuar.
Claro que nem todo torcedor compactua com isso. Minha mulher, por exemplo, é corintiana e ficou revoltada quando leu o texto de Birner. Tenho certeza que meus muitos amigos corintianos também sabem separar as coisas.
Os torcedores do Corinthians deveriam é protestar contra o uso político do clube. Estão transformando o “time do povo” no “time estatal”.
E nem o mais alucinado torcedor do Timão será capaz de negar o escárnio que foi a demissão do presidente da comissão de arbitragem da CBF, Sergio Correa, logo após um erro grosseiro que prejudicou o Corinthians no jogo contra o Santos.
“Temos de dar exemplo”, disse José Maria Marin. “A arbitragem não corresponde aos anseios dos clubes e dos torcedores.”
Concordo. Mas ao anunciar a demissão quatro dias depois do erro contra o Corinthians, sendo que, há anos, todo mundo reclama do nível das arbitragens, Marin mostra que nem se importa mais em parecer imparcial.
P.S.: Aviso aos leitores que não vou permitir que usem o espaço dos comentários para briguinhas clubísticas. Quem quiser discordar do texto, que discorde com argumentos.
Sabe o que é pior? NINGUÉM relatado no texto do Birner e em seu prestam.
Iria aqui “deschavar” o Andrés, como uma das mais recentes porcarias clubistico-políticas de nosso futebol – mas creio que parte disso seria devido a um certo ódio que jaz em minha pessoa devido justamente ao “puxassaquismo” do Sr. em questão ao seu clube. Preferi só mencionar.
O Marin, por sua vez, não pode ser pensado só em sua curta e – até então – boa gestão. Devemos lembrar sim do passado e das barbáries no qual o cidadão estava envolvido, pelo que mostra a matéria.
Já a presidentA, creio que deveria mesmo manter suas relações separadas do Marin. Primeiramente para resguardo pessoal e em segundo plano, para não intervir muito, numa esfera política da coisa. Pois aí sim, creio que tenhámos uma tal democracia em nosso futebol.
É lamentável a participação política nos desportos.
Pois fique sabendo que eu sou corinthiano roxo, apaixonado, fanático,e tenho nojo desse Sr. Andrés Sanchez. Minha paixão pelo clube não me impede de ver que esse sujeito é um mafioso, que encheu o corinthians de bicheiros e policiais corruptos. Quanto a Lula, é o nosso Luis XIV. “L’État, c’est moi”
Democracia hoje só quem tem é o Santos F.C. Lá sem o apoio de um comitê de gestão, (formado por 8 pessoas), nem o presidente do clube consegue fazer alguma coisa. E isso só se tornou realidade depois da desastrosa gestão do presidente anterior, Marcelo Teixeira, que praticamente faliu o clube. Há males que vem para o bem….
Muito bom André. Mas isso aí na CBF é diferente do que vemos na Petrobras, BB, Banco Rural e etc.? Quer outro exemplo que era pra deixar qualquer indignado e ninguém deu bola? Em 2010, o presidente do Banco do Brasil comprou um apartamento em Campinas com dinheiro vivo. Se o presidente de um banco não usa o seu banco, então não sei onde estamos. E ninguém deu a mínima. Tá dominado, tá tudo dominado. http://www1.folha.uol.com.br/poder/799483-presidente-do-banco-do-brasil-compra-imovel-de-r-150-mil-com-dinheiro-vivo.shtml
Vai ser muito bonito ver o Brasil sair na primeira fase da Copa. Vou soltar fogos por um mês inteiro.
O melhor ainda vai ser ver a Argentina sendo campeã no maracanã com show de Messi. Ai sim vai ser legal!
Olha, eu tb acharia muito engraçado, mas receio que vai rolar um SUPER apito-amigo. Se até na Olimpíada rolou…
lula e andrés foram feitos um pro outro, é a mesma ética torta que rege os dois, a de se aproveitar da posição e de privilégios. sou corintiano, e o sócrates já era um grande crítico desse bandido de cara esburacada que comanda o time. já quanto a reclamar, brasileiro não se manisfesta por coisa muito mais séria…e sobre erros de arbitragem, uns caras fizeram um site bacana http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2012/08/21/site-que-monitora-erros-aponta-o-corinthians-como-a-maior-vitima-do-apito-no-brasileirao.htm
O Cosme Rímoli também noticiou o caso em seu blog: http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2012/08/13/jogo-de-xadrez-na-cbf-andres-mostra-a-marin-que-ainda-tem-o-apoio-de-lula-para-ele-e-mano-o-recado-foi-dado-se-o-presidente-quiser-se-aproximar-de-dilma-rousseff-nao-vire-as-costas-a-andres-e-a-mano/
eu fico abismado como o Lula tenta de todas as formas transformar seu pretígio político em poder para si e para seus amigos.
Legal, não tinha visto…
Me apresentando, corintiano, mais de 60 anos e CRIADO NA ZONA LESTE. Essa maiuscula aí é pra destacar que, qualquer um real aplicado naquela região vai voltar para os cofres públicos exponenciado. É uma região que, mesmo sendo rota para a rica região do Vale, sempre foi desprezada. Além de que, desapropriar 10 casas na região por qualquer motivo vai ficar mais barato do uma só no Pacaembu ou no Morumbi. Outra informação, obtida no caderno de esportes do Estado, numa comparação sobre valores entre times nacionais e estrangeiros, mostrou que mesmo levando mais público e cobrando mais caro o Corinthians fica bem atrás do São Paulo no quesito renda por causa das altas taxas de aluguel e outras despesas. Então a construção de um estádio pode ser vista como desnecessária para a cidade mas pode ser fonte de renda para o time. Não vou falar sobre dois eventos que são puramente retóricos: isenção de imposto possível futuro é dinheiro público? Se não tiver o estádio também não haveria o imposto, e para mim o mais importante: o Corinthians é o primeiro time a ter que construir o segundo estádio pois o terreno que tinha para ser ampliado o primeiro foi usado pela prefeitura para fazer a ótima Marginal. O que não foi ótimo foi não terem pago, mas tudo bem. Com um detalhe: o terreno do Parque São Jorge não foi doado por nenhum governo.
E para terminar: Lula prometeu ao Juvenal Juvencio que o Morumbi ia ser o palco da copa, e o Corinthians ia construir um estádio para 40 mil pessoas. O que deu errado? Perguntem ao Alckmin e ao Kassab
O que deu errado foi o Sanchez e o Teixeira que fizeram de tudo para vetar os recursos para a região do Morumbi e seus entornos. Com o seu CLUBISMO FANÁTICO, esqueceram que milhares de USUÁRIOS, que necessitam trabalhar na ZONA SUL, não tem nem metade da infraestrutura metroviária que o pessoal da leste possui. Vetaram o projeto que já tinha sido aprovado e com isso, atrasaram/atrasarão em 3 anos as obras do metrô e afins.
“milhares de USUÁRIOS, que necessitam trabalhar na ZONA SUL, não tem nem metade da infraestrutura metroviária que o pessoal da leste possui”.
Putz, depois dessa enfiava minha cabeça num buraco e não tirava mais. Experimenta pegar ira pra Itaquera na hora do Rush, depois vem aqui falar…
Se vossa senhoria vê vantagem em pegar condução lotada, em ter a maior torcida da cidade… ou seja… necessitar de estar em locais superlotados, troféu jóinha meu caro! “Vosmecê” que enfia não só a cabeça, mas teu corpo inteiro em buracos!
Detalhe (se conhece a cidade mesmo nem argumentarás mais e recolher-se-á a sua “insignificância comentarística”):
Moro em Interlagos e a noiva na Vila Ré.
Um abraço!
E a conversa foi sobre a morosidade que o Andrés e sua gangue trouxeram ao transporte coletivo da Zona Sul, só isso. Não me orgulharia, realmente, de ter de pegar trem lotado todo dia.
André, não sou corintiano (graças a deus), mas tenho duas observações:
1. O Pacaembu nem de longe é um dos melhores estádios do Brasil. Totalmente obsoleto e inseguro, serve no máximo para sediar a abertura dos Jogos Abertos do Interior. As únicas coisas que tem a seu favor são a beleza da arquitetura, a localização e o romantismo, e ponto.
2. O Itaquerão é um escandalo realmente, pela forma com que foi concebido. Mas o plano A era investir dinheiro público em um outro estádio particular, o Morumbi, e o plano B era construir um estádio público em Pirituba. Ambas alternativas eram tão ruins ou piores, e a imensa torcida corintiana em São Paulojá mereci aum estádio próprio (admito!). Duvido que fique vazio como o Engenhão, estádio administrado por um clube sem torcida (Botafogo).
Discordo. Já fui a muito jogo no Pacaembu e é um dos melhores estádios que conheço para ver jogos. A visibilidade é ótima e o acesso é fácil por causa do metrô.
Conversando com todos conhecidos q tenho em São Paulo, vale citar q o melhor estádio devido a localização e viabilidade seria na verdade o Parque Antartica, q fica localizado perto de 4 avenidas, tem mais de 1 linha de metro e assim vai. Mas nem cogitaram (e eu como São Paulino, não acharia ruim). Sabe pq, pra mim tem q ser o q de menos trabalho, e gaste menos meu dinheiro.
Coisa q não esta sendo nenhum estádio da Copa… fato.
A visibilidade pode ser ótima, mas você tem só um alambrado separando a torcida do campo. Vários problemas já ocorreram ali, como invasões de campo cada vez que o Corinthians foi eliminado da Libertadores e tragédias como a final da Copa SP entre Palmeiras e SPFC nos anos 90. Não há como resolver esse problema, porque o estádio é tombado pelo patrimônio histórico e qualquer intervenção ali modificaria a arquitetura original. Isso sem falar nos banheiros e instalações de apoio ao torcedor que são eternamente improvisadas e de má qualidade porque não foram projetadas para as necessidades atuais.
O Pacaembu já era, essa é a realidade.
A localização também é inadequada, no meio de um bairro residencial central. Quem já foi em estádios no exterior sabe que são localizados fora dos centros urbanos e bem servidos com trens e metrô. Essa é a melhor solução urbanística, e nisso o Itaquerão se encaixa perfeitamente
E a pergunta do Ernesto Varela para o Nabi Abi Chedid continua atual: “Qual vai ser a sua próxima jogada?”.
André,
Sou mais um corinthiano que concorda 100% com seu texto e do Birner. (Aliás, ele recebe zilhões de comentários estupidos só por ser são-paulino)
Eu pessoalmente torci muito para este estádio não sair.
A cidade de São Paulo não precisava de outro estádio.
Se era para gastar dinheiro público, com o qual não concordo, que se gastasse com o Pacaembu, que é bem público.
Antes dessa confusão vi um projeto que iria deixar o Pacaembu lindão, com mais capacidade, coberto, e preservando a estrutura histórica. Pena que não saiu.
Abraços
Prezado Guilherme, infelizmente aquele pessoal “diferenciado” do bairro Higienópolis não deixa mexer nem na cor das cadeiras dentro do estádio do Pacaembu. Procure informações sobre a briga que foi com o pessoal do bairro para abrir o Museu do Futebol lá.
Fato. Trabalho aqui e sei muito bem isso.
Sergio,
Concordo em parte com você.
Eu sei que a associação de moradores do Pacaembu é bem forte por lá, e por isso muita coisa não muda no estádio.
Eles tem permissão para utilizar o estádio como um clube e é cômodo para eles deixarem a situação como está.
A pressão é tão forte que nem show pode mais ter por lá (se não me engano pode um por ano, talvez o André confirme).
O projeto envolveria uma mudança radical no bairro, tanto que era previsto faixa subterrâneas de transito nas ruas paralelas ao estádio.
Concordo que é um pouco egoísta os moradores da região monopolizarem um bem que é de toda a cidade.
Agora, apesar do que acontece por lá, como foi dito acima, e do Pacaembu ser um bairro vizinho ao Bairro de Higienópolis, acho um pouco precipitado e demagógico julgar todos os moradores de um bairro por declarações evidentemente preconceituosas de alguns que repercutiram na impressa.
Abraços
Concordo e defendo seu último paragrafo. Por isso mesmo que fiz questão das aspas no diferenciado, pois são apenas estes, que felizmente são poucos, mas infelizmente têm suas vozes ouvidas pelos governantes quem se sentem donos daquele pedaço
Outro problema com relação a expansão do Pacaembu é que para isso ser feito, teria que haver a demolição dele.
Sua arquitetura é muito complexa e por uns anos, a ausência de jogos nesse estádio ocasionaria o caos para o Palmeiras (com estádio em reforma), o Corinthians (com sua rixa com o S.P.F.C.) e Santos, que começa a jogar com mais frequência na capital ultimamente.
O pessoal “diferenciado” do bairro do Pacaembu está corretíssimo, porque só quer manter a qualidade urbana que possuem. E quem não deixa mexer um assento lá dentro são os próprios órgãos públicos de partrimônio histórico (Conpresp e Condephaat) porque o estádio é tombado, no que estão corretos também.
O Pacaembu não serve mais, essa é a realidade.
Chega a ser engraçado ler “qualidade urbana” quando falamos do Higienópolis. Salvo algumas poucas praças (minúsculas) – o parque Buenos Aires (ínfimo em tamanho) – e o estádio, esta qualidade aqui é BEM discutível – vide o trânsito caótico e o buzinásso – como exemplos – e a péssima vizinhança. O que salva mesmo são os órgãos públicos que citastes que ainda tomam conta de alguma coisa; pois as construtoras andam SEDENTAS por um disputado espacinho aqui.
Guilherme, também sou corinthiano, e também acho que a melhor opção, desde o início, era que o Pacaembu tivesse sido escolhido. Porém, sempre é bom lembrar que o Birner em nenhum momento criticou a escolha do Morumbi como estádio da Copa nem o dinheiro público que seria gasto com este, e nunca escreveu uma linha que fosse criticando o atual presidente do SP, que não é melhor que o Andrés em nenhum aspecto, seja ético seja democrático. Então, acho que o fato dele ser sãopaulino influencia bastante em seus comentários e tira um pouco da credibilidade dele, sim…
A verdade é que o futebol nunca foi limpo, nem aqui nem em lugar algum. Sempre foi ferramenta para máfias mundo afora lavar dinheiro, sempre serviu a instrumentalização política através das federações. Se por um lado a história relatada pelo Birner impressiona, por outro não sei qual é a novidade.
O problema maior é que não consigo deixar de gostar de futebol é do Corinthians por causa disso.
Olha, tô numa situação parecida com a sua. Não deixo de gostar do Corinthians! Mas não consigo mais me envolver tanto com o futebol. E admito: me dói ver tanta gente ignorante, chucra mesmo, ganhando tanto com o futebol, e nós, torcendo por eles…
Texto brilhante André
Você levantou uma questão interessantíssima, pois nesse país é assim: Qualquer crítica é respondida com a palavra PRECONCEITO.
Esses tempos o ministro da Integração foi criticado por ter enviando para sua base eleitoral quase toda a verba para combate de enchentes que deveria ser dividida pelo país todo…sabe o que ele alegou? Que estava sendo vitima de preconceito por ser NORDESTINO.
Hoje a acusação de preconceito serve como defesa pra quem se recusa a discutir…tenha coragem, quem xingar você por esse texto é porque partilha dessa ignorância.
Tudo virou desculpa para desviar a discussão do rumo correto, verdade…
o Itaqueirão será o Engenhão Paulista.
Eu fico incomodado também com a interferência do ex-jogador Ronaldo na política do clube com a CBF. Com todo respeito pela carreira dele e nada contra o uso da imagem dele no meio empresarial, mas ele tá se envolvendo com as pessoas erradas, vide apoiar a copa de 2014. Nesse caso estou como Romário.
A melhor eu só soube essa semana: para as Olimpíadas, o Engenhão terá sua capacidade aumentada para 75 mil pessoas. Ou seja: a cidade do Rio terá dois estádios para 70-80 mil pessoas. É claro que o percentual de assentos vazios será imenso. Inacreditável.
É por essas e outras que eu torço por uma derrota acachapante do Brasil em 2014. Espero que saia na primeira fase e que, ainda por cima, a Argentina seja campeã. Só assim pra haver algum princípio de moralização em nosso futebol….
Não resolve nada perder a Copa…
Tem é q limpar o galinheiro
Taí um texto que merece ser repassado para todos os meus contatos. Pedirei para que estes façam o mesmo. Assim como o Barça, vou fazer a minha parte!
Ufa! Obrigada, André!
Também sou Corinthiano e concordo com o que disse.
Como o Ricardo do comentário acima falou é claro que José Maria Marin também está bem longe de ser santo. Como bom político está apenas se fingindo de morto. Precisa do Andrés no momento. Assim que puder o descarta tal como Mano. Sem clubismo, digo que apenas por precisar “no momento” de Andrés demitiu Sérgio Correa, pois é clara sua proximidade com o São Paulo e infelizmente sempre tenderá a este clube quando puder. No momento seria um suicídio político e financeiro já que logo que entrou aumentou seu salário de de vice para valores absurdos. Tal como seria se Andrés fosse o presidente e tenderia ao Corinthians. Enquanto cargos importantes no país sejam eles públicos ou não como neste caso(mas ligado diretamente ao poder público) forem ocupados por políticos que visam apenas interesses particulares em detrimento do bem estar público a história apenas se repetirá.
Barcinski, a democracia corintiana está no mesmo buraco em que está a democracia brasileira. O julgamento do mensalão tem uma probabilidade muito grande de acabar em punição apenas aos personagens periféricos. O brasileiro tem um comportamento bovino por natureza, quem reclama e protesta é visto como pedante. Existe também uma outra categoria de brasileiros, geralmente àquela que protesta com o dinheiro dos outros e se vê como ungida pelo povo por achar que está sempre fazendo o melhor ao povo . O bem que faz ao próprio bolso, é apenas uma consequência do ‘altruísmo’ infinito que pratica. Acredita que se for para o seu grupo/time/partido atingir um objetivo, tudo pode-se. Inclusive subverter a lei e a lógica. Um indivíduo central em seu texto (aquele que recuso pronunciar o nome para não atrair comentários de devotos), negou ontem um fato da história recente do país. Claro, muitos acreditarão, outros fingirão acreditar; apenas para que este pensamento vá de encontro aos seus objetivos.
O Brasil é um país fadado ao fracasso. Temos que nos conformar que a nossa comida é boa e barata, temos sol o ano todo, e as pessoas são divertidas.
Julgamento do Mensalão e CPI do Cachoeira, duas pizzas gigantes.
Putz André, vamos torcer para o julgamento do mensalão não acabar em pizza. Pelo menos se depender do Joaquim Barbosa não vai dar.
Agora CPI…é só escolher o sabor, infelizmente.
E a participação da Veja no caso do Cachoeira? Também não
merece sua indignação? Ah, tá…
Bom, vc quer que eu fale sobre TODOS os absurdos do país no mesmo texto?
Não, claro que não. Sei que você só pode falar dos absurdos que envolvem o Lula e o PT, não dos outros… Um exemplo vivo da mesma indignação seletiva que você finge condenar.
Isso mostra que vc não lê o blog. Já fui acusado várias vezes de ser contra os tucanos também. Pena que, em vez de usar argumentos, você apele para a saída fácil de tentar desqualificar as críticas.
André, a solução é simples então: é só colocar o link dos vários posts em que você criticou a Veja, o PSDB, a exploração e distorção que se fez do chamado “mensalão” etc. Ou, se é para ficarmos no assunto do post, a CBF antes da presença do Andrés Sanchez (vc. coloca como se fosse uma grande novidade recente a mistura de política com futebol e o “aparelhamento” da CBF), os gastos públicos que iriam ocorrer com o Morumbi (o Pacaembu, que concordo com vc. que seria a melhor opção, nunca foi nem cogitado desde o início), a postura do super “ético” Juvenal Juvêncio que aceitou a Taça das Bolinhas da CBF etc.
É só demonstrar que não tem indignação seletiva (como 99% dos jornalistas e comentaristas) que eu posso concordar integralmente com vc., mesmo sendo corinthiano.
Pra vc, que não lê o blog: escrevi sobre o “churrasco da gente diferenciada” e levei pau de tucanos; critiquei o Alckmin inúmeras vezes, a pizza da CPI do Cachoeira, a ineficiência do governo de SP ao lidar com as invasões na USP e com a cracolândia. Mas isso vc não viu.
Esse acompanha política da mesma forma que acompanha futebol. O outro roubou, então posso roubar também!
Não, Marcel, é exatamente o contrário. Sou contra a posição de “eu roubei, mas ele não pode roubar” da maioria dos jornalistas e comentaristas daqui, com sua indignação sempre seletiva e vinculada a outros interesses também.
Que participação de Veja?
Tem gente mais preocupada com a imprensa que denuncia do que com os bandidos partidarizados que assaltam diariamente o Estado…
Aqui está um exemplo evidente da indignação seletiva de que estou falando…
Olá Barça,
concordo com você, mas acredito que além dessa interferência do Lula na CBF, que é absurda, existe o problema da relação entre a CBF e a rede globo, como sabemos, via ESPN, quando o Ricardo Teixeira ainda era o chefe também havia a cobertura desse, e parece que isso se mantém agora com o Marin. Poucos são aqueles que criticam essa relação do LULA e também a própria CBF, e isso é o grande problema, a globo para não perder a mamata sempre se cala perante esses casos. abraço
Parabéns pelo texto, André. Quando li esse escândalo no blog do Birner também não acreditei. É impressionante como uma notícia dessa não repercute, como nada muda depois de uma coisa absurda dessas. Sou são-paulino e a cada ano me envergonho mais da administração de Juvenal Juvêncio, que mudou até o estatuto do clube pra permanecer na presidência num terceiro mandato. A única coisa que ele tinha feito de “útil” foi justamente se afastar da CBF e do Ricardo Teixeira. Comprou briga com a entidade e e pagou muito caro por isso ao ver o Morumbi fora dessa Copa do Mundo totalmente desnecessária. Mas isso não o redime. Agora ele tem o Marin e tá se aproximando da CBF, pouco a pouco. Se o Marin estivesse à frente da Confederação há anos atrás o Juvenal teria feito a mesma coisa que o Andrés Sanchez fez. Ele anda, aliás, vendendo o Morumbi pra um monte de “parceiros”. É camarote e setor que não acaba mais, cada um com uma peculiaridade: tem buffet infantil, restaurante, bar, academia e o escambau. Será que não dava pra modernizar o estádio sem vender, sem perder a identidade? Aquele São Paulo que, entre outras façanhas, contratou Telê Santana sem nem saber quanto poderia pagá-lo, e outra, botou o cara pra dormir no CT porque não tinha nem como pagar hotel, não existe mais. Mas eu ainda amo meu clube. O que é essa paixão pelo nosso time, não é mesmo?
Não dá pra confundir as coisas, esse é o segredo.
Será que não damos importância demais ao futebol? Vivemos uma paixão alucinada (me incluo nisso), que nos leva a pagar caro para ir aos estádios, ou mais caro ainda, para assinar jogos em pay-per-view, e recebemos serviços podres. Todo esse dinheiro envolvido faz com que hajam interesses escusos nos bastidores, por parte dos espertos de plantão, e nós ficamos como bobos, discutindo se um time ganhou ou perdeu, se foi melhor ou pior. Talvez se fôssemos menos motivados pela paixão, não estaríamos em meio a uma verdadeira farra de desvio de recursos com a copa do mundo como pretexto, ou de favorecimentos políticos explícitos, esfregados na nossa cara. Sou corintiano, já fui fanático, mas cansei de ser feito de palhaço e de dar dinheiro (mais!) para sacanas. Já bastam os políticos, que sou obrigado a sustentar.
Não é o “futebol”, Eduardo. É um bilhão de reais enterrado num estádio supérfluo, é uma Copa do Mundo desnecessária e superfaturada, é muita coisa.
Pois é, André, concordo. Mas se não houvesse essa paixão doentia, esses gastos não teriam justificativa, logo, não teria tanto recurso destinado a esse tipo de finalidades absurdas. É ridículo gastar tanto em um estádio, assim como construir estádios que, após a copa, receberão jogos para 50 pagantes. Sei que é “lugar-comum”, mas na saúde, educação e segurança, ninguém quer investir. Por quê? Será que tem a ver com o fato de que, se o Brasil for campeão, o povo estará nas ruas festejando, sem querer saber se o filho tem um ensino de qualidade, ou acesso a um hospital decente? É isso que quero dizer: falta discernimento do que é importante, e o que é diversão. Se cobrássemos mais, por um uso melhor do dinheiro público, nada disso (ou muito pouco) aconteceria.
Sem dúvida. Outro dia, vi uma matéria sobre um grupo de consumidores que se sentiu lesado por um loja ter anunciado um X-Box por um preço errado. Ficaram tão revoltados que entraram com uma ação coletiva na Justiça. Me pergunto porque não reclamam com a mesma veemência sobre outras coisas mais importantes.
Sério? Não fiquei sabendo dessa, mas nem me espanta mais…pior é que os poucos que se mobilizam por algo relevante, não são acompanhados e, em muitos casos, são até desencorajados. Triste.
Eu não compro mais nas casas Bahia desde aquele caso em que o segurança matou um cliente “mal vestido” que estava sentado no sofá esperando a esposa que estava no caixa. A loja emitiu um documento oficial se isentando do caso “porque o segurança pertencia a uma empresa privada”. Canalhice profissional.
Barcinski, como torcedor do Corinthians, meu orgulho por ter presenciado, ainda que muito novo (9, 10 anos) a Democracia de Sócrates e cia. é diretamente proporcional à vergonha que sinto atualmente com a situação imposta pela cartolagem nefasta e corrupta que comanda todas as esferas do esporte mais amado e praticado por aqui. Realmente é lastimável a postura de políticos como Lula, notório torcedor corintiano que, dominado por uma vampiresca necessidade de se manter sob os holofotes, se coaduna a fantasmas de um período soturno de nossa história recente. Por essas e tantas outras, podemos entender a situação atual do nosso futebol: times reféns de emissora de televisão, torcida tratada como cachorro sarnento nos estádios e uma seleção sem cara e nenhuma identificação com seu povo. Se Lula abraçou Maluf em troca de alguns segundos de programa eleitoral, porque não contaria com a “eficiência” de José Maria Marin para esfregar na cara de todos que quem manda na polítuca do futebol são os mesmos que levaram o futebol ao fundo do poço da política!!
Barcinski… Você não acha que futebol e novela formam a palavra “circencis”, já que o “panis” já foi garantido? E que não achem que o comentário destingue alguma classe social não. Hoje aqui na empresa a discussão em “alto nível” – no alto escalão gerencial – é sobre o clássico de ontem…
Concordo com o Ricardo.
Sou Corinthiano tb! Mas é um absurdo nossa “Nação” estar na mão de um cara como Andres Sanches.
Ganhamos títulos, conseguimos estádio, mas sempre me pergunto: a q preço?!
Cadê o Corinthians da dificuldade, da raça, da superação, do povo?!
Tempos atrás eu tinha lançado uma campanha: Magrão para presidente do Timão. Uma pena q não é mais possível. Uma pena.
Vixi! Prepare-se para ser massacrado nos comentarios. 🙂
Mas vc esta’ coberto de razao. Uma das herancas nefastas deixadas pelo governo lula e’ o seu populismo rasteiro que vai deixar marcas profundas na sociedade brasileira. O uso do futebol, em particular do corinthians, para ganhar o apoio das massas e’ apenas a ponta do iceberg.
Tem a Petrobras que ficou anos sem aumentar o preco da gasolina (apesar do petroleo bater recordes de preco no mercado internacional), o real supervalorizado, a copa de 2014, as olimpiadas de 2016 etc.
O meu medo e’ que esse modus operandi muito bem sucedido, do ponto de vista do politico lula (vide sua imbativel popularidade) se torne praxe para os politicos em cargos executivos no futuro.
O problema e’ que um dia a conta chega e ela sera’ salgada… 🙁
Li essa matéria do Birner, e já sabia de certas manobras do Sr. Sanchez e dos demais cartolas por outros blogs, cartola são os responsáveis pela lama que vive o futebol brasileiro de hoje.
Nunca gostei do Sanchez independente de ele ser do Curintia ou se fosse presidente/dirigente de qualquer outro clube, ele age e se faz como um mau caráter. O Marin, é apenas um sucessor de Teixeira, nada vai mudar na CBF, a carniça é a mesma e os urubus apenas mudaram de nome.
Hoje criticar ou falar algo para corintianos ou sobre o time acaba soando como racismo ou homofobia, como se fosse um crime criticar a verdade exposta ou um absurdo o tal estádio com incentivos fiscais rídiculos concedidos pela bancada de vereadores corintianos e igualmente ridiculos.
Sou torcedor do SPFC e lá a sujeira é igual.
a exemplo de Rússia e Itália será que estamos profissionalizando a máfia no futebol? Perde-se o pique de torcedor, principalmente da seleção, sabendo que quem está lá – seja no campo ou nos bastidores – esteja por favorecimento e não por merecimento. Praticamente o único esporte de mídia no Brasil; e perdendo crédito assim, que fim melancólico dessa que é a dita “paixão nacional”.
Barça, sou corinthiano apaixonado pelo meu time , vou aos jogos e compartilho da mesma opinião, não é de hoje que esse tipo de sujeira acontece no futebol, sinceramente prefiro ver os jogos do Timão no Pacaembu, pois é um estádio fantástico onde muito da história corinthiana foi feita nele, do que num estádio novo.
Quanto ao Lula até quando ele vai se achar o dono do mundo e da razão não sei, mas que as pessoas deveriam abrir os olhos, isso deveriam. Mas a prática entre políticos sujos e futebol vem de décadas atrás e isto é refletido hoje, nos estádios precários, falta de segurança na ida e volta dos grandes clássicos onde só ocorre tragédia, horários ridículos por conta da Globo (onde já se viu um cara que mora na ZL sair do estádio por volta da meia noite e correr pra pegar o metro?) e o glorioso Marin representa tudo isso de errado e ultrapassado no futebol. Pergunta pra ele, se devolveu aquela medalha que emboçou do goleiro corinthiano na Taça São Paulo de Futebol Juniores?
E pra finalizar o grande Sócrates sempre foi contra tudo isso,sempre críticou abertamente a CBF sobre essas práticas e acredito que muitos corinthianos tem a mesma opinião.
Ótimo, primeiro comentário é de um corinthiano consciente, que não confunde opinião com paixão clubística.
É isso mesmo, pois o reflexo da cartolagem no futebol é o mesmo na sociedade e nos políticos atuais, nem todos são um lixo, mas a maioria está pouco se f…. para o torcedor e para o cidadão.
Se em SP já rola uma crise terrível por conta do Itaquerão, imagine os elefantes brancos de Manaus e Brasília??? E pq esse bando de políticos sem vergonha não se unem da mesma forma que se uniram para preparar o país pra copa, em outras área tão carentes como educação, saúde e habitação, será pq não dá pra desviar tanto dinheiro público ou voto. Porque agora em época de eleição, eles estão lá nas ruas abraçando o povão, mas depois de eleitos só vão para o gabinete de helicóptero.