Gosma na cara, pipoca trufada... os VIPs devem estar loucos!
03/09/12 07:05
Uma amiga contou e eu não acreditei: abriu um cinema em São Paulo onde um ingresso custa quase 70 reais. A sala fica num novo shopping de luxo, recém-inaugurado na cidade.
Se você quiser ver um filme em 3D na “sala 4DX”, gastará a bagatela de 68 mangos.
E que diabos é o sistema “4DX”?
O release do lugar explica: “As poltronas têm sistema eletrônico que simula quedas, vibrações, aceleração e frenagem. Além disso, a sala ainda tem instalações especiais nas paredes e poltronas que geram até 20 efeitos de luz, água, vento, aromas e névoa.”
O site “Be Style” conferiu uma sessão de “Prometheus” no novo cinema:
“Ao longo da película, outros efeitos inesperados apareceram, como um jato d’água que voou na direção do rosto do público diversas vezes, principalmente nas cenas com alienígenas, o que trouxe uma sensação de asco, tamanha a sintonia com o filme.”
Deve ser uma nova moda entre VIPs: pagar para um ET cuspir na sua cara.
Mas levar uma babada gosmenta nas fuças não é a única atração da sala: ela oferece também uma “Bonbonnière VIP” e a chamada “Coffee Tree”, que vende baguetes, crepes, smoothies e frappés.
O cardápio da “Bombonnière VIP” oferece uma seleção de vinhos chilenos, franceses e italianos, além de canapés de salmão, combinados de sushi e sashimi e pipoca com azeite trufado.
O cinema tem também um mixologista – mais conhecido entre não-VIPs por “barman” – que prepara drinques como o Cosmopolitan e o Long Island Ice Tea, que cinéfilos podem saborear enquanto assistem a uma sessão de obras-primas como “Os Mercenários 2” ou “A Era do Gelo 4”.
Acredite: quem nunca provou um Cosmopolitan enquanto vê o Chuck Norris na tela, não sabe o que é viver.
Apesar do preço, parece que o cinema está sempre lotado. Normal: hoje no Brasil, quanto mais caro, mais disputado.
Não é à toa que os ingressos “premium” para o show de Madonna (850 reais, mais 20% de “taxa de conveniência”) esgotaram rapidinho.
Nada atrai mais o consumidor moderno que uma corda de veludo separando-o das pessoas “não-premium”.
Gente fina é outra coisa.
Elite brasileira Gagnam style…
http://www.youtube.com/watch?v=9bZkp7q19f0&feature=youtube_gdata_player
http://www.theatlantic.com/international/archive/2012/08/gangnam-style-dissected-the-subversive-message-within-south-koreas-music-video-sensation/261462/
Muda o continente mas a gonorancia eh a mesma…
só não pode ir aos sábados, pois é dia de ver o rei coxa na tv, luciano huck.
Sobre os ingressos para a Madonna, desculpe, mas você falou bobagem. Os ingressos da área vip acabam antes simplesmente porque são os melhores lugares pra ver o show. Quem compra são os fãs que querem ver ela mais de perto.
E daí? Não são da “área premimum”? Não custam 850 reais? O que está errado no texto? Acho gozado quando alguém veste a carapuça e fica nervoso com a verdade.
KKKKK…este tá com a mão amarela mesmo !!!
Amarela de contar dinheiro…
Barcinski, acho que o que o Marcus realmente quis dizer é que nem todos os ingressos da área vip são vendidos simplesmente porque são os mais caros, por puro statos de gente pedante. Tem muita gente que economiza durante muito tempo para ter o “privilégio” de ver o artista do ponto mais próximo possível. Eu não pagaria, mas também acho que generalizar classificando todo mundo como “pago caro, então sou chique benhê” também não é lá muito certo.
Sim, eu entendi o que ele quis dizer, mas isso não altera o fato absurdo de um ingresso custar 850 reais + 20% de taxa de conveniência e, mesmo assim, ter tanta procura. Eu não generalizei nada, só disse que era mais um sintoma da loucura que virou o comércio de cultura no Brasil.
Quer dizer que o real motivo pra um ingresso que custa R$ 850,00 terminar antes dos demais é a localização?
É pra assistir ao show onde? No colo da Madonna?
Isso é coisa de gente deslumbrada mesmo.
Estive em Orlando 4 anos atrás e essa tecnologia que vendem agora como última novidade para enganar os trouxas, já existia nos parques. O problema é que no Brasil a ostentação supera a lógica. O que vale é aparecer.
Vai-Se-fu-D é a única tecnologia justa para essa gente.
Comida fina no cinema me parece realmente ostentação, ou será que alguém consegue curtir um bom sashimi ao mesmo tempo em que Stallone explode alguém em pedaços? Talvez se fosse um filme sobre samurais, mas antes da Katana cantar.
Mas mais importante é: Num filme como o Segredo do Abismo, seria necessário entrar no cinema de escafandro?
Rapaz…e eu pensando que filme assim só aquele dos dinossauros que passa no Playcenter…ou passava, né…
Tô dando muita risada sozinho aqui no trampo… Imaginando o cara pagando uma bala por tudo isso, e deve depois ir pra sala de exibição com seu vinho harmonizado com sei lá o que, no copo de plástico. hahahaha
Sorte deles que “Saló, ou os 120 dias de Sodoma” jamais vai entrar na programação desse cinema.
Sinceramente, não ligo pra esse tipo de coisa. Se o cara quer gastar 70 contos pra ver sei lá o que, problema dele. Se ele acha que vale aquilo, e o canapé de salmão é mais relevante que o título do filme, quem vai dizer que não? Capitalismo é assim, tá certo o idealizador do espaço, faturando o seu.
O problema seria, por exemplo, se a sala de cinema ao lado da VIP estivesse fedendo, com projeção meia boca, sem ar condicionado, pra “empurrar” a clientela pro espaço “premium”. Isso sim é motivo para indignação — é o que mais acontece no país em diversos setores de serviços. É o caso de quem viaja muito a trabalho: ter cartões de crédito “diferenciados” e ser cliente de salas VIP de aeroportos virou quase questão de sobrevivência, caso se deseje chegar no destino sem um mínimo de estresse e cansaço. O mesmo vale para as pistas super-ultra VIPs dos grandes shows, alguns valets, shoppings, retaurantes e outros lugares onde com um dimdim a mais, se pode furar filas e ganhar vagas preferenciais. O resto do público “não VIP” é tratado que nem cão sarnento. Isso que não pode acontecer!!!
Frequento as salas de cinema do shopping em Itu e é exatamente isso que acontece: a sala 3Dprobrotheraction é toda novinha, bonitinha e tals….as outras salas é até perigoso você ficar entalado na poltrona porque o estofado está um lixo.
Pior que é isso mesmo! Mas não apenas aqui em Itu.
André, nesse final de semana fui assistir “Intocaveis”, e simplesmente detestei, mas é um filme que fala tb sobre “elite”, no caso, financeira e cultural, de uma maneira tão reducionista e preconceituosa que fico muitas vezes sem saber o que é pior: a condenação dos ditos ricos (no caso da França, existe ali de fato uma elite, com históricos de riquezas por gerações e uma formação cultural soberba, talvez um reduto do classicismo no mundo, apesar do nojo que isso causa aos justiceiros sociais, como no caso desse filme, em que todo o barroco da musica classica é, Deus!!!, reduzido a musica de espera telefonica diante da “grandiosidade” da musica pop atual) ou a exaltação do “nunca li um livro na vida mas me tornei um Grande homem…”. É preciso tb entender que não existe uma “elite” de fato no Brasil, grande produtor de novos ricos, que atravancam as ditas salas vips de qualquer cabeça-de-porco, é somente uma classe inculta e cafona na alma, com suas trufas, vinhos e peles (sim, existem mulheres que usam peles autenticas de animais no Brasil, e se ufanam disso!). Cafona, só.
Sim, é verdade, a elite brasileira só é elite no âmbito financeiro, porque de resto, é rasteiríssima.
Se a elite brasileira é assim, rasteiríssima, o restante da sociedade (na média) então…
Celso parabéns pelo comentário! Muito lúcido.
Então André nunca tinha lido a sua coluna, no entanto achei extremamente preconceituosa e e reduzida ao seu umbigo!
Não que eu ache justo ser super caro, pois um ingresso de R$ 70, não condiz com a realidade Brasileira, mas feita essa ressalva, esse novo tipo de cinema mexe na estrutura do filme, não são todos os filmes que são feitos para esta sala. O filme inteiro é pensado para criar uma experiencia imersiva que realmente te proporciona um envolvimento extraodinario, muito mais bacana que o propro 3D convencional.
Quando um diretor faz um filme para esta sala é pensado nos minimos detalhes a sincronia vai muito alem de uma “cuspida de ET”. Acho que seria bacana voce assistir um filme nela quem sabe assim com conehcimento da causa você faça um texto menos politico e mais informativo. Deve ser epoca de eleição contamina todos.
Acho que voce confunde Valor com Preço, afinal de contas criticou até a Madonna por causa do preço do ingresso. Não menospreze o trabalho alheio, critica não é apontar dedo para o outro e sim contribuir para um melhor entendimento.
Ah, entendi: quer dizer que o diretor de “Mercenários 2” estava pensando na experiência sensorial dessa sala, certo?
É claro, tão óbvio… Ridley Scott também estava pensando na experiência sensorial…
Realmente, o seu comentário é de quem não conhece mesmo o colunista. Mas a primeira vez nunca é bom para todo mundo mesmo…
Aldous Huxley já havia descrito esse cinema maravilhoso em Admirável Mundo Novo. Ainda bem que ele dá náusea em quem não toma soma.
Também lembrei do “feelies” quando comecei a ler o texto.
Já passei da fase de criticar esse tipo de comportamento. Não tem jeito, o novo rico brasileiro quer ser diferenciado e premium. Tenho profunda admiração pelos empresários que arrancam grana desse povo. Adoraria ser um deles.
Esta aí uma resposta dígna de departamentos de comunicação oficial….. tenta ser pomposo e tem um que de pedantismo…
Por fim a definição de crítica merece uma forca na maior árvore..
Enzo, o problema principal, é que o filme fica em segundo plano. Só isso. Famoso “cinema para quem não gosta de cinema”, gosta de playcenter.
“Cinema para quem não gosta de cinema.” Resumiu toda a situação! Brilhante!
André, esse texto resume o caminho que vamos seguir…o da banalização social: quanto mais melhor!! Quanto mais exclusivo, mais eu pago…e por aí vai… Um ´país onde as pessoas são mediocres e arrogantes (falo por São Paulo) não tem a medida da babaquice, da merticalização do bem de consumo. Cara, as vezes me sinto um ET, e sem efeitos especiais…olho ao redor e só vejo idiotice…ok, posso estar ruim de amigos, de vizinhos e de emprego…mas não estou sozinho no que vejo.
Por 68 contos, o bilheteiro tinha que ser o Amaury Jr.! E ao final da sessão, o VIP leva um cachorro igual ao Vera Loyola vacinado e com passaporte europeu! Parafraseando o filósofo existencialista Athayde Patreze: “Nossa elite é simplesmente um luxo!”
A pipoca é trufada ou é o azeite?
A elite não tem culpa de nada. Desde quando é proibido tomar um bom vinho e degustar pratos finos. Dinheiro foi feito pra gastar.
Nunca foi. O problema é fazer isso em um carrinho de montanha russa com jato de água na cara e ainda ter que pagar setenta reais ,fora o valor dos “pratos finos”.
Você vem sempre aqui?
Então instala uma sala IMax na sala da mansão e contrata o Ronaldo Fenômeno pra ser garçom, e poder humilhá-lo na frente da esposa!!
Para tomar um bom vinho e comer pratos finos há lugares melhores e mais tranquilos que um cinema.
Na verdades os VIPs Premiums são os verdadeiros cafonas.
Moro no Heliopolis -SP e vou falar pra minha professora fazer uma excusão da escola pra esse cinema
E se o filme tiver uma cena de uso de drogas? Vão fazer todo mundo ficar doidão?
Sim, você sente uma injeção no traseiro.
Ai seria pro filme amargo pesadelo ou Pulp Fiction…
E se a cena for a do menino que pula num buraco cheio de merda em “Quem quer ser um milionário”?
Melhor que esse só o Trainspotting nesse “cinema”…
Eles oferecem o pinico…
…Por mais 70 reais.
Falta um zero aí.
Imaginem o filme Réquiem Para um Sonho exibido nesse cinema…
Semana passada, recebi (aqui no trampo) dois convites de pré-estréia para um filme nesse cinema. Não me interessei nem um pouco. Tentei repassar para algum amigo. Sem sucesso.
Confesso que ainda prefiro aqueles cinemas antigos do centro da cidade. Saudades dos bons tempos…
A elite brasileira é uma das coisas mais sofríveis deste miserável planeta.
Definitivamente, isso não é para quem gosta de filmes. É para quem gosta de programas e festas. Aliás, cinema de shopping, tirando o Frei Caneca que tem programação mais selecionada, é um inferno. No Higienópolis eu já discuti com um imbecil que estava há 10 minutos enviando e recebendo torpedos. Haja!
O pior foi constatar que as cadeiras na primeira semana de abertura ja tinham defeito. Em 2 cenas aleatórias, davam solavancos desnecessários. Nem Playcenter tinha algo tão tosco nos anos 80.
Deviam cobrar apenas pelo fato do cara estar numa sala VIP. Para quê filme neste contexto?
Pois, por falar em vip, um dia desses entrei num dos prédios da Santa Efigênia, com um elevador grotesco (pensei que fosse cair) e uma moça estava se vangloriando com o cara do lado que ficou na área Vip do show do Fábio Jr. em Mauá ou Mogi das Cruzes, não me lembro, numa feira dessas ao ar livre. Ou seja: é isso mesmo, todos querem ser vips, até de porcaria.
E a Bahia, com os abadás, é top em matéria de segregar as pessoas com uma corda, não acham?
Nossa, VIP de show de Fabio Jr. em Mauá?
Pois é… vale tudo para ser VIP…rs
André, que absurdo pagar no mínimo, quase 70 mangos pra ver aquela porcaria do Prometheus, vc não acha???
Pagar 7 reais pra ver Prometheus já seria caro.
Eu não paguei nada pra assistir Prometheus e ainda assim achei caro.
Tinham é que pagar pra gente ver aquela joça e ainda levar espirro na cara.
O festival dos Coen Brothers custava 5 ou 4 pilas e os filmes eram muito melhores. Isso sim é cinema VIP.
André vi uma reportagem sobre esta sala de cinema na TV e te digo com sinceridade, não senti a mínima vontade de conhecer. Parece um parque de diversões bizarro. Ventiladores, fumaça, spray de água enfim uma coisa ridícula que não tem nada haver com a rica experiência de ver um bom filme. Talvez para crianças funcione como um brinquedo mesmo. Agora, vendo o preço imagino que seria melhor ir ao parque de diversões real mesmo. Quanto a “elite” brasileira… quase tudo já foi dito, é de uma mediocridade que assusta.
Que camisa linda. Preciso do telefone da tia da foto.
é o Liberace, vai se instruir um pouco…
Não deixa de ser uma tia, ué.
Juro que pensei a mesma coisa do comentário do PEDRO, por isto nem comentei… até agora.
Fato é… tem gente que se diz “instruída” mas faltou nas aulas de interpretação de texto na escola.
Ir ao cinema, show de música e agora também em estádio de futebol em SP tá cada vez mais complicado. É absurdo a quantidade bizarra de nego nestes 3 redutos. E não é querendo generalizar, mas o que tem de idiota vivendo em função dessa parada de smartphone não tá escrito.
Bidola, vc falou tudo! Realmente está estressante ir a show de música, estádio de futebol ou qualquer outro evento depois do surgimento do smartphone. Ontem, vi uma cena bizarra em um show do Credicard Hall: uma menina tirando mais de 400 fotos do “escuro” e a amiga dela tirando foto da “amiga tirando foto”. Vai perguntar pras duas quais músicas tocaram no show? Até parece que elas sabem… E no caso dos vips, o importante é ter status. Quanto mais caro, melhor. O importante é mostrar que tem “bala na agulha”. Relação custo-benefício é pensamento de pobre! Por isso que pistas vips de Madonna e Lady Gaga e cinemas como este sempre vão estar lotados…
Fala, André
E o post sobre os coadjuvantes???
Putz, esqueci totalmente! Que dia passa o filme?
mas esse cinema já existia faz tempo, e por 10 conto: http://sociaisculturaisetc.blogspot.com.br/2011/05/cinema-com-tecnologia-6d-chega-ao.html
Fico imaginando como seria se eles resolvessem passar uma mostra com os melhores filmes do Peter North…
seria gozado se acontecesse isso
Será que há algo especial pras cenas de sexo?
Você gosta de chantilly?
Nope…;-)