O "Notícias Populares" em ficção
20/09/12 07:05
Me diverti pacas lendo “As Melhores Histórias do Corrosivo Coletivo”, coletânea de pequenas crônicas compiladas do blog de mesmo nome.
Escritas por Bruno Machado, Crido Santos e Felipe Gonzales, são histórias do dia a dia, inspiradas, segundo dizem, pelo saudoso jornal “Notícias Populares”, onde tive a felicidade de trabalhar.
As crônicas giram em torno de sexo, crime, promiscuidade, cachaça e safadeza, ingredientes básicos do cardápio do “NP”.
São, a exemplo dos textos do jornal, curtas e direto ao ponto, sem gordura e sem frescura.
Em uma das crônicas, um casal sai no tapa em frente a um psicólogo; em outra, um “piloto” de Fórmula 1 sonha com a vitória num grande prêmio. Tem também a história do “Maníaco do Cais”, mas não vou contar para não estragar a surpresa.
Misturando a picardia suburbana de Nelson Rodrigues com a linguagem econômica dos tablóides de banca de jornal, o livrinho é diversão garantida.
E melhor: tem introdução – opa! – do mitológico Voltaire de Souza, famoso por suas crônicas no “NP” e no “Agora”.
Recomendo “As Melhores Histórias do Corrosivo Coletivo”. Dá para ler até de pé, no trem. Ou no xadrez.
Para diminuir a nostalgia…impossível não rir muito! http://www.maskate.com.br/pub/maskate/?flip=portal&page=materia&cd=fa3dade3a49305f27f64203452ac954c
André, perguntei sobre um eventual livro contando a história do NP e imagino que na correria do lançamento de seu livro não teve tempo para responder todas as mensagem deste post. Mas dei uma pesquisada e não é que tem, rapaz! Foi lançado em 2002 e teve uma nova edição ampliada no ano passado. Dá uma olhada:
http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2200/livro-jornal-noticias-populares-relançamento.
Você já leu?
Desculpe, foi correria mesmo. O livroé muito bom, vale a pena.
Poderias ter colocado a foto da capa do jornal com a manchete que foi premiada: “Violada em Pleno Auditório”. Quando Sérgio Ricardo quebrou e jogou o violão na platéia de um festival da canção.
Barça, aproveitando o tópico para perguntar: se não me engano, foi lá que você conheceu o Álvaro, o Paulão e o Cabela, certo? Considerando que é tão difícil encontrar fãs de rock alternativo por estas terras tropicais, como se reuniu tanta gente com este gosto “exótico” num só lugar? Era pré-requisito pra trabalhar no NP?
Boa pergunta, e só posso creditar a algum tipo de coincidência. Também trabalharam lá Lucio Ribeiro, Ivan Finotti, Thiago Ney, Sergio Martins, Paulo Cavalcanti, Eduardo Tirone, Thales de Menezes, um monte de gente que gostava e conhecia música.
Tinha esquecido do Lúcio Ribeiro. Os demais, embora os conheça (seus trabalhos), não sabia que haviam trabalhado lá também. Realmente uma coincidência impressionante!
Fora do tópico: Barça, da próxima que vc escrever um post, digamos, polêmico, querendo dizer aqueles em que uma enchurrada de comentários de analfabetos funcionais (principalmente os que o são de propósito) vem em sua direção, esfregue isso na cara deles: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/pasquale/1156279-leituras-tortas.shtml
Parabéns aos autores pela iniciativa saudosista.
Textos super curtos esta semana aqui no blog. Mudança estilística ou falta de tempo? rs
Falta de tempo por causa do lançamento do livro. Sexta volta ao normal…
Mas não dá para negar uma qualidade do Barcinski: ele tem uma capacidade de síntese muito boa. Já um tal de Zeca Camargo tem um blog horrorível, o cara parece uma biba cheirada, porque escreve muito e só coisas irrelevantes. Quem curte sofrer, recomendo que leia aquele blog.
Parece?
Barça, completamente off-topic: o que você acha da Cassia Eller? Os bancários aqui da rua estão em greve e colocaram o CD acústico dela para rodar. Cara, esse disco é muito bonito. O que você acha?
Há um boato de que Cássia Eller teria gravado 2.000 músicas inéditas em formato analógico, em discos de aço inoxidável recobertos com uma fina camada de ouro puro. Esses discos estão acondicionados num bunker subterrâneo, em local secreto, sob temperatura e humidade controladas. Esse imenso acervo é para sustentar a família dela até a 5ª geração… Há um fundo de verdade nisso, pois todo ano aparecem nas rádios uma ou duas músicas novas dessa falecida cantora. Tem gente que nem morta dá sossego aos vivos.
Me perdoe fugir do tema, mas hoje saiu uma matéria no yahoo sobre as piores traduções de títulos do cinema e como lembrei que vc já escreveu sobre o assunto, resolvi indicar: http://cinema.yahoo.net/galeria/carregar/titulo/as-piores-tradu-es-do-cinema/id/775/foto/9763#foto
Cresci lendo o NP. Meu pai tinha um açougue em Ibiúna (SP) e os “carniceiros” compravam o jornal todo dia. Dos 9 aos 17 anos foi leitura diária…sensacional!
André, dizem, não sei se é verdade, que o dia de maior vendagem do NP foi depois da morte dos Mamonas, quando eles mostravam as fotos dos corpos esquartejados nas árvores da Cantareira, foi o maior sucesso entre as criançada na escola, lembro bem dessa época….
Barça, talvez vc já tenha feito (lembro vagamente de algo similar), mas você poderia fazer um post apenas com causos da época que trabalhou no NP.
Fora de tópico: Barça, só vou na sua “noite de autógrafos” se você vestir uma camiseta dessas: http://www.huffingtonpost.com/2009/02/04/ex-masturbator-t-shirts-p_n_163937.html
😀
Tinha uma manchete que era mais ou menos “Sexo no Paraíso” que falava de estupros na região.
Adorava aquela linguagem do NP:
“Fusca abraçou o poste”, “O show de fulano gorou”. Além de sempre ter no final a garota do NP.
Só pra que viveu mesmo a época.
André, existe algum livro ou documentário contando a história do NP…?
Andre, sugiro a leitura do http://www.diarinho.com.br , jornal do llitoral de SC. E tambem do espetacular http://www.maskate.com.br , jornal de Manaus. Abraco e boa diversao.
A FSP deveria colocar no site dela um espaço para o Notícias Populares. Com certeza será mais interessante e terá mais público que o tal do F5.
Fiquei com saudade do NP. O jornal tinha sacadas ótimas. Havia uma promoção, não lembro bem qual era o prêmio, mas o mote era “Presenteie o grande amor da sua vida. Mas não esqueça da lembrancinha da sua esposa.” Sem contar as fotos de carnaval, os anúncios que saiam às segundas de filmes da boca, estrelados por astros do calibre da Marcia Ferro, Oásis Minitti, Sandra Midori, Cirilão, Chumbinho. Lembro também de uma matéria feita pelo João Gordo durante uma corrida de fórmula 1 que rolou aqui em Sampa, muito legal e do necrológio do Freddie Mercury que, num dos trechos, afirmava que “Mercury soube como poucos queimar sua rosca” Mais direto e objetivo, impossível. Pena que o NP não circula mais. É verdade que às vezes pegava pesado, como no caso da Escola Base, o que custou bem caro ao jornal.
“If it bleeds, it leads”.
É por aí…..
Vc trabalhou lá? Vc estava lá na época do “boi de 2 cabeças” (pouco depois do “bebê diabo”)? Esse boi apareceu na veterinária da USP e vi o pessoal do NP lá fazendo matéria. Época incrível.
Não, fiquei no NP uns dois anos, 91/92.
No Google opção livros tem jornais para ler que segue a mesma linha do NP, várias histórias absurdas, só que é gringa:
http://books.google.com.br/books?id=-u8DAAAAMBAJ&hl=pt-BR&source=gbs_all_issues_r&cad=1&atm_aiy=1985#all_issues_anchor
Saudoso NP!
voce diria que o meia hora e um herdeiro do NP? ou nao chega nem perto?? as capas sao tao sensacionais quanto…
Gosto muito das capas também. Pra falar a verdade, só vejo as capas, não leio o jornal.
André, é verdade que um dos fundadores do NP era um cara chamado Serra? Ele era bem gordo, só fazia piada o tempo todo e depois virou professor de inglês em cursos pré-vestibulares. Ele mesmo que contou numa de suas aulas.
Não sei disso, vou perguntar, fiquei curioso.
Ele inclusive disse que foram eles que inventaram a famosa história da “loira do banheiro”, que aparecia no banheiro das escolas.
A “biografia” do NP (que é sensacional, por sinal) menciona como fundador apenas o Jean Mellé, com o apoio Herbert Levy (que era o presidente da UDN) e outros figurões da direita. Mas a criação da Loira do Banheiro pelo NP é verdade sim.
Tem um livro lançado recentemente chamado “Nada mais que a verdade”, que conta toda a história do NP (inclusive cita o André, o Álvaro Pereira, Sonia Abrão, etc).
Faz um bom tempo que eu li e pelo que eu me lembro foi um filho de imigrantes russos que criou o jornal na década de 60. O nome dele não me lembro agora.