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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Quando o elevador é inteligente demais

Por Andre Barcinski
24/09/12 07:05

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia desses, fui a um hospital visitar um amigo, que havia passado por uma cirurgia.

Era um desses hospitais que os publicitários chamam de “Top of Mind”, sempre lembrado como um dos melhores do país.

O prédio era moderno e imponente: hall de mármore, recepção digna de um hotel de luxo, funcionários gentis e bem treinados. Me identifiquei e fui pegar o elevador.

Foi aí que tudo começou.

O hospital havia inaugurado, poucos dias antes, seus novos elevadores “inteligentes”.

Descobri que o tal sistema não demanda inteligência somente do elevador. O usuário também precisa ser um verdadeiro Einstein para utilizá-lo. E é bom ser vidente também, já que não há placas informando os procedimentos.

Para começar, você tem de apertar o número do andar onde deseja ir.  Agora, responda com sinceridade: quantas vezes você entrou num elevador sem a menor idéia de onde vai?

Num elevador “burro”, é normal haver plaquinhas indicativas ou um ascensorista, a quem você pode perguntar onde fica o escritório de fulano. No “inteligente”, não há nada disso.

Para piorar, lembre que estamos num hospital, por onde circulam pessoas debilitadas e idosas. Imagine você chegar ao lugar, todo grogue de remédios, e ter de lembrar que a sala do Doutor Epaminondas fica no 17º andar, sala 1789. Impossível.

Aí, o elevador chega ao térreo e você entra. Uma vez dentro do cubículo, descobre que não há botões para os andares. Se você não digitou o andar de destino, precisa torcer para algum infeliz ir para o mesmo lugar, ou vai dar um passeio vertical sem conseguir parar no andar desejado.

O mais interessante: quando você está num andar esperado o elevador, não há nada indicando se o bólido está subindo ou descendo.

Em todo andar, acontecia a mesma coisa: alguém entrava no elevador e saía correndo quando descobria que estava indo na direção errada.

Nesse dia, o elevador do hospital me lembrou a famosa cena da cabine do navio em “Uma Noite na Ópera”, dos Irmãos Marx. Se não viu, assista.

Fiquei pensando nos benefícios do elevador “inteligente”: o hospital , de fato, acabou com todos os empregos dos ascensoristas e economizou uma grana. Mas transformou o saguão de entrada e todos os andares em verdadeiras comédias “pastelão” à Keystone Cops, com pessoas entrando e saindo às pressas e se esbarrando nas portas.

Será uma tática para tornar o ambiente hospitalar mais divertido? Só pode.

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Comentários

  1. Anderson Nascimento comentou em 27/09/12 at 21:19

    Trabalho numa empresa do ramo de manutenção predial.
    Na verdade este tipo de geringonça serve pra reduzir o custo com pessoal, economizar energia e organizar o “embarque” e as paradas de cada elevador.
    Gostem ou não de tecnologia, otimiza muito o tempo. Experimente esperar o elevador do Edifício Itália às 12h10. Vc só consegue entrar as 12h30.
    Claro q tb trás status para o edifício. Qto mais moderno mais retorno pra quem investiu para construí-lo. Afinal ninguém constrói um prédio pq gosta de gastar dinheiro, e sim pq quer ganhar dinheiro.

  2. darcio comentou em 26/09/12 at 19:13

    cara, já passei por umas boas com esses elevadores. Algumas viagens desnecessárias e que são impossíveis de corrigir depois que você embarcou. O maior problema deles, ao meu ver, é a falta de informativo de como funciona, ANTES de vc embarcar. Geralmente é tudo muito discreto e quando vc percebe…já era, está dentro dele. Mas o que me chamou mais a atenção nesse texto foi a questão do ascensorista: cada vez mais raro. O único lugar que lembrei que ainda tem é o sesc vila mariana, perto de casa.

    abs

  3. Cassiano comentou em 26/09/12 at 15:22

    É para incentivar o uso de escadas e eliminar o sedentarismo.

  4. jocker-rj comentou em 25/09/12 at 19:19

    Sem dúvida, dispensável esse elevador. Mas André, a pergunta que não quer calar: por que vc não se informou na recepção (ou com quem te deu o endereço do hospital) em que sala estava teu amigo? Pq daí era só apertar o andar e procurar a sala.

    • Andre Barcinski comentou em 25/09/12 at 20:24

      Eu sabia. Mas 17 outras pessoas não sabiam.

  5. Don Ramon Valdez comentou em 25/09/12 at 11:57

    O que precisa ficar claro é que a automação de qualquer processo tem em vista, em primeiro lugar, a eliminação do elemento humano, que precisa de pausa, férias, salário para viver, benefícios sociais… se com isso, a vida de um usuário for facilitada, legal. Apenas. O que as empresas querem é cortar custos. Sei do que falo porque já trabalhei com automação de soldagem. As máquinas faziam o que os soldadores fazem, tão bem e às vezes tão mal quanto. Só que não param, não têm férias, não reclamam, não são sujeitas a um sindicato…

    • Bia comentou em 25/09/12 at 13:57

      Por essa lógica, ainda teríamos a função de acendedor de lampiões, extinta com a chegada da eletricidade. Para nós, o ascensorista é um cara simpático que nisso ajuda a achar o que procuramos e ainda bate um patinho rápido sobre o tempo, a rodada do fim de semana, etc. Mas do ponto de vista desse trabalhador, é uma atividade tediosa e até insalubre: qual a quantidade de vírus e bactérias a que o coitado fica exposto no inverno, trancado numa caixa metálico? A qualificação é zero, esses trabalhadores podem ser remanejados para outras funções. Acho justíssimo que máquinas façam essas tarefas, deixando as mais “humanas” para gente de carne e osso.

      • Don Ramon Valdez comentou em 25/09/12 at 22:53

        A uma quantidade não maior ou mais perigosa que aquela a que você está exposta agora. O que você faz da vida? E se automatizássemos sua função, que talvez seja menos “humana” do que você pensa? O seu comentário está entre o inacreditável e o risível.

        • Gustavo comentou em 26/09/12 at 15:01

          Dom Ramon, seu pensamento me lembra o de alguns sindicalistas. Não sei se voce conhece, mas existem projetos de automação de plataformas de petróleo em quase 100%. Sabemos que as atividades exercidas nesses locais são de risco absurdo, e que o ideal seria podermos fazer remotamente, pois poderia custar menos financeiramente a empresa e evitar mortes desnecessárias. Entretanto, quando se fala em algo do tipo, rapidamente os sindicatos se desesperam. Por que? Porque ao trabalhar em areas de riscos o trabalhador ganha um belo adicional por lei, o que, na cabeça desses, vale a pena o risco. Ninguém falou em tirar empregos e sim fazer com que a tecnologia permita serer humanos em trabalhos menos “braçais” e mais mentais. Só isso.

  6. Bia comentou em 25/09/12 at 10:04

    Nossa!!! Quantos especialistas em elevadores temos por aqui!!! Pra que engenheiros, gerentes de projetos, arquitetos, etc? Se eu fosse dona de uma construtora, mandava todo mundo embora e faria recrutamento entre os comentaristas de blogs.

    • Don Ramon Valdez comentou em 25/09/12 at 11:39

      Como engenheiro, digo que esse elevador até tem uma razão de ser. Mas de nada adianta a melhor das tecnologias se ela não for fácil de entender, e esse elevador não é. A economia de energia não é de 30% como disseram por aí, até porque a quantidade de pessoas transportadas não muda, e o gasto de energia se dá na maior parte em função do peso. O que se deseja é automatizar o processo, ou seja, dispensar a figura do ascensorista e todos os encargos sociais que ele gera.

      • Gustavo comentou em 25/09/12 at 13:56

        Meu caro, como engenheiro acho que seu pensamento não está 100% correto, pois apesar de ter o peso, os elevadores inteligentes agrupam de acordo com o andar que as pessoas vão, achando o “melhor caminho” e evitando desperdicios, como várias pessoas indo ao mesmo andar em diferentes elevadores…mas 30% também acho bastante exagerado.

        • Don Ramon Valdez comentou em 25/09/12 at 23:00

          Como você mesmo, engenheiro também, reconheceu, o seu comentário tampouco está 100% correto. “Melhor caminho”? É uma linha reta!!! Um elevador é basicamente um carro que depende de uma energia cinética que é transformada em potencial com auxílio de um peso – aqueles blocos de concreto – e um motor geared, que é opcional. O gasto de energia elétrica não é reduzido, como você mesmo disse, porque ele basicamente aciona o motor e os comandos eletrônicos. A economia de eletricidade resultante não justifica o que deve ter sido investido.

          • Gustavo comentou em 26/09/12 at 14:36

            Meu caro, sem radicalismos por favor, lógico que quando eu disse “melhor caminho” foi no sentido figurado, no sentido de agrupar os passageiros, evitando desperdicios de tempoe e energia, etc. Quanto a valer ou não o investimento, ai ja não é uma questão de engenharia mecânica e sim economica, tem que ser visto vários fatores como valor do investimento, economia de energia, economia de tempo, opex do equipamento, etc. Dizer sem embasamento que não justifica é o mesmo que eu dizer sem embasamento que justifica, ou seja: nada.
            Agora, apenas uma opinião sem conhecimento de valores: eu não acredito que uma empresa privada invista sem fazer contas, mesmo que de padaria.

  7. João Gilberto Monteiro comentou em 24/09/12 at 21:57

    André, um OT: o que vc achou do pênalti do Gum contra o Náutico que o juiz não deu????
    Apito amigo tricolor?????

    • Andre Barcinski comentou em 25/09/12 at 9:39

      Achei que foi pênalti. Assim como achei que o juiz não marcou dois pênaltis pro Flu contra o Inter, errou dois impedimentos absurdos a favor do Flu contra o Cruzeiro e, pior, anulou um gol legal do Fred contra o Galo. Respondido?

      • Dan comentou em 26/09/12 at 11:38

        Gente, o gol do Fred não foi legal não, quando o Deco cobrou a falta, o juiz estava aplicando cartão amarelo pro jogador do Galo. Tá na regra, a bola não pode rolar enquanto um juiz está aplicando o cartão. O Flu tem sido bastante ajudado sim, vamos torcer para que as coisas se ajeitem daqui em diante.

        • Andre Barcinski comentou em 26/09/12 at 11:48

          Snif, snif… Pra você, um link bacana: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=507186292644721&set=a.368214836541868.100397.183412168355470&type=3&theater

  8. Antonio Carlos comentou em 24/09/12 at 19:40

    Pior é quando vc acostuma com esses elevadores inteligentes e entra num comum.
    Vc entra e não aperta o andar.

  9. Mauricio comentou em 24/09/12 at 18:12

    porra, dá pra deixar o limpador desligado, baralho?..disse aquele ao sensor de chuva do carro…

  10. Leo Bella comentou em 24/09/12 at 17:32

    E aquelas maquininhas ridiculas de algumas padarias, as que tem q apertar um botão para retirar a comanda?

  11. Edson comentou em 24/09/12 at 16:59

    Outro dia fui fazer uma entrevista num prédio no Itaim Bibi que tinha este tal de elevador inteligente, como nunca tinha usado um desses entrei e fui procurar os botões dos andares e fiquei sem entender quando percebi que não existiam botões dentro do elevador era tudo liso, tive que ir até o 30º andar, minha sorte foi que na decida entrou uma garota que me explicou que estávamos num elevador inteligente e os botões dos andares agora ficam fora.
    Percebi que não havia nenhum aviso para os leigos, vai entender.

    • Jose comentou em 24/09/12 at 20:32

      certeza q vc nao foi aprovado na entrevista.

      • Dan comentou em 26/09/12 at 11:35

        hahahahaha

  12. Marc comentou em 24/09/12 at 16:07

    Como toda novidade, as pessoas demoram a se adaptar, mas acabam aprendendo e se acostumando. No prédio onde trabalho já foi instalado um sistema assim, já há um tempo, e no começo foi a mesma coisa. Mas hoje já está incorporado à rotina. E economiza 30% de energia elétrica.

    • Farias comentou em 24/09/12 at 20:17

      sem botões, econoimiza 30% da “minha” energia…

  13. Danilo comentou em 24/09/12 at 16:00

    É um sistema rápido e economiza mais energia, ou seja, é ecologicamente correto. E é à prova de pessoas mal-educadas, que não se contentam em apertar apenas o botão “desce” quando querem descer ou o botão “sobe” quando querem subir.

  14. elisa cristina comentou em 24/09/12 at 15:44

    kkkkkkkkk
    Já passei por isso!!!!
    Depois de umas dez viagens nesse tipo de elevador inteligente, a gente aprende e se acostuma.
    Mas, eu não pretendo ser frequentadora assídua de hospitais para adquirir essa competência tecnológica. Vou me contentar em pagar mico, mesmo…
    elisa cristina

  15. Gilberto Anaya comentou em 24/09/12 at 15:41

    Genial este texto. Já passei por situação semelhante e como não lembrava onde era o estacionamento passei por um martírio para me localizar. Prefiro elevador burro.

  16. otto chikan comentou em 24/09/12 at 15:35

    Eu, como cago de medo de elevador, prefiro ir pela escada mesmo. Imagino que se um bicho inteligente como esse parar, Einstein tem que descer de novo na Terra, pra tirar voce de lá de dentro.

    • Anônimo comentou em 24/09/12 at 18:11

      Ah tá…Vai subir 20 andares pela escada…Então suba direto para o necrotério, já chegará morto.

  17. Luciano comentou em 24/09/12 at 15:20

    Sem querer dar lição de higiene, mas seria mais útil com comando de voz, aí ninguém bota o dedão sujo ou suja o dedão no painel, levando ou trazendo contaminação. Ou deixasse o elevador velho de botão e um pote de álcool gel ao lado. Mais útil que essa porqueira high tech. Tecnologia às veze torra o saco.

  18. Cristiano Bar comentou em 24/09/12 at 15:07

    André, você tem toda razão. Quem precisa de elevador “inteligente”? Este é mais uma daqueles artifícios para impressionar esses tolos que se deleitam com tecnologia desnecessária. São enganados pela indústria (de elevadores a tablets) e ainda se orgulham em dizer que é comportamento de caipira não saber usar um elevador “inteligente”. Numa dessas discussões sobre tecnologia, li um relato indignado de um paulistano que achou um absurdo o fato de que no metrô de Paris os passageiros abrem as portas do carro quando querem entrar ou sair. Deve ser do time que se recusa a apertar um botão para indicar o andar onde quer ir.

    • Daniel CMS comentou em 24/09/12 at 17:34

      Sua generalização é tão tola quando os “que se deleitam com tecnologia desnecessária”.

      Vários comentários aqui apontam para a grande economia de energia, portanto não me parece uma tecnologia tão desnecessária.

      • Andre Barcinski comentou em 24/09/12 at 17:52

        Seria economia de energia, se as pessoas conseguissem usar a maldita geringonça.

        • Farias comentou em 24/09/12 at 20:31

          Perguntas…
          1) 30% da energia que o elevador consome é gasta pelos botões?
          2) Se puser uma botoeira em cada andar vai reduzir o consumo de energia em 30%?
          3) Afinal de contas, como o passageiro fica sabendo se a coisa está descendo ou subindo?
          4) Se houver uma pane no inteligente, como chama a ajuda? Do seu celular?

          • Daniel CMS comentou em 25/09/12 at 10:43

            Deus do céu…

          • Gustavo comentou em 25/09/12 at 14:00

            É sério esse comentário???

        • Paulo comentou em 24/09/12 at 21:56

          ah, a tal tecnologia é nova,etc, mas não é tão difícil de utilizar vai? (vc digita o andar e o visor mostra o elevador que te transportará – no big deal vai?…). Por exemplo, na prox vez que o André se deparar com um desses vai saber o que fazer… Ou seja, em alguns anos todos saberemos usá-la e então teremos a tal economia de energia…

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