O deputado e o ursinho maconheiro
25/09/12 15:20
Sorte do país que tem deputados como Protógenes Queiroz (PC do B-SP). É um conforto saber que podemos dormir em paz, na certeza de que ele nos protegerá de qualquer ameaça.
Vejam o caso da comédia “Ted”, por exemplo: essa grande ameaça à moral e aos bons costumes, que periga perverter toda a juventude brasileira e transformar nossos adolescentes em zumbis cocainônamos, é o mais novo alvo do deputado.
Apesar de saber que o filme recebeu censura 16 anos, o nobre deputado levou o filho de 11 para assistir, e saiu cuspindo fogo: “Fiquei chocado e indignado com esse filme. Ele passa a mensagem de que quem consome drogas, não trabalha e não estuda é feliz”.
O deputado disse ainda que pedirá aos Ministérios da Justiça e da Cultura que suspendam a exibição do filme. “Esse filme não pode ser liberado para idade nenhuma. Não deve ser veiculado em cinemas.”
Protógenes exige censura a um bicho de pelúcia. Em 2012.
Essa desculpa de “mensagem” é hilariante. Quer dizer que, por mostrar um urso de pelúcia usando drogas, o filme defende os entorpecentes?
E quem disse que é contra a lei não estudar e não trabalhar? Queria eu ganhar na loteria para passar os dias flanando por aí…
Claro que a intenção do deputado é boa. Ele quer proteger nossos jovens de imagens chocantes, que possam levá-los ao mau caminho.
Ver um ursinho de pelúcia fumando maconha, por exemplo, é uma cena que periga ficar gravada para sempre na memória de qualquer adolescente.
Com certeza é muito mais chocante que ver viciados imundos e cobertos de farrapos, andando sem destino por baixo de viadutos infectos e consumindo crack, sem nenhum médico ou assistente social para ajudá-los. Isso já não choca mais ninguém.
Para encerrar, só queria tirar uma dúvida: não é a Polícia Federal, da qual Protógenes é delegado, uma das responsáveis por coibir o tráfico de drogas no país?
Em vez de gastar tempo – o dele e o nosso – pedindo a volta da censura no país, não seria melhor o deputado tratar de coisas mais importantes do que um ursinho maloqueiro?
Quando li que o deputado queria banir o filme dos cinemas, depois do mesmo falar sobre trabalho e estudos, cheguei a pensar que era gozação. Esperava mais do deputado, afinal supõe-se que um delegado da PF seja uma pessoa esclarecida.
André como foi degustar almondegas congeladas?
Isso é pior do que hamburguer de carrinho de rua.
É mesmo, foi péssimo.
Eca….
O filme trata de uma personagem infantilizada, claramente regredida ao seu ursinho e as drogas. Regressão, como a cervejinha, o cigarro e outras drogas. Não é apologia, é constatação.
Rapaz, eu tive uma idéia sensacional, esse filme podia passar naquele cinema 4DX que você falou outro dia!!!
Já imaginou? A galera vip recebendo vaporadas de crack na cara e saindo do cinema chapadona?
Excelente idéia!
E um bando de ovelhinhas aqui defendendo o nobre delegado travestido de deputado. MÉÉÉÉÉÉÉÉ! MÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ! O problema do país é mesmo o analfabetismo funcional. O governo diz que temos um índice de 90% de alfabetização, mas até aqueles que tiveram acesso a boas escolas sempre se mostram um bando de ignorantes, incapazes de discutirem qualquer assunto com um mínimo de conteúdo e bom senso. E tem gente que tem a cara de pau de fazer beicinho quando vê o país em octagésimo no ranking do IDH. É esse o prêmio que um país que trata educação como piada merece.
E a Câmera de SP vai aprovar na semana que vem a proibição da venda e consumo de álcool nas ruas e em espaços públicos. Sério, cara, tá ficando INSUPORTÁVEL. Não dá mais. Todo o crescimento econômico que vivemos deveria já estar se refletindo em uma melhora na qualidade de vida, mas o que se vê é o contrário. Os problemas sociais continuam lá, todos escancarados, e nós continuamos uma república das bananas, mas agora cheia de Coronéis querendo transformar isso aqui em uma sociedade em versão tropical do puritanismo dos WASP americanos. O que o nobre Coronelzão Protógenes precisa fazer, já que ele apontou o dedo para quem não trabalha, é largar a mão de ficar vagabundeando em salas de cinema levando menores de idade para ver filmes com restrições classificatórias. VAI PRENDER BANDIDO, VAGABUNDO!
André, maldita imunidade parlamentar!!! Quem é que nos protege desses deputados idiotas que gostam de aparecer às custas dos outros, adoam ser populistas e não se importam se estão sendo fascistas ou defensores da censura??? Devia ter censura para a imbecilidade deles e de quem cai na teia desses malandros!!!
Na boa, esse delegado é um belo de um desinformado. Normal que algumas pessoas não queriam saber coisas a respeito de um filme qdo o assistem pela primeira vez, isto é, se se quer algo assim passa pela cabeça delas. Agora, se há criança envolvida na atividade, informar-se é o mínimo que esse cara deveria ter feito. Uma pesquisa rápida diria a ele que esse filme foi lançado a vários meses nos EUA, que os textos sobre a película dizem quase que de cara que aquele ursinho não é de pelúcia, pelo contrário, é desbocado, drogado, ninfomaníaco, porcalhão, tranqueira… Não quisesse ler nada, poderia ter visto o trailer e assistir aquilo que não leu. Por último, e não menos importante, existe algo chamado CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA. Não concordo muito com ela, porém entendo sua utilidade. Pois bem. Se o sujeito tivesse feito uma pesquisa mais rápida ainda teria constatado que Ted não é um filme indicado para crianças de 11 anos. Pronto. Assim não estaria dando piti. Compreendo bem o fato de que o filho viu coisas que ele não gostaria que tivesse visto. Beleza. Mas esse é o tipo de deslize que nos faz ficarmos mais alertas das próximas vezes. Mas não. Não, não, não. Na Banânia, ele usará todo seu poder e influência (e parece que com sucesso) para infernizar o tal Ministério e a librdade de expressão. Olha, é cada uma…
É no mínimo patético! Esses nossos políticos e suas bobagens! Pensar que o Estado paga um sujeito desses pra falar asneira e se preocupar com o ursinho Ted. Misericórdia.
Não sei em relação a drogas, mas eu vi “Enigma do Outro Mundo”, “Aliens 2, o Resgate” e “A Mosca” com menos de 10 anos e, apesar de ficar deveras traumatizado, não fico culpando isso pelos meus problemas. Agora falando sério, infelizmente sempre haverá essa tentação totalizante por parte dos políticos, vide aquela celeuma contra o rock organizada pela Tipp Gore (sim, a então mulher do Al) e da recente cruzada do Sr. Jack Thompson contra os “games violentos”. Ambos tiveram suas pretensões contidas pela Primeira Emenda e pela autoregulação das indústrias fonográfica e de jogos. Fica a pergunta no ar, André: será que algum dia as indústrias do entreterimento locais e seus representantes conseguirão arrebentar os grilhões da burocracia do Ministério da Justiça?
Os pais querem proibir um filme de ursinho e botar censura na TV. Mas tomar RESPONSABILIDADE pela educação que ELES deveriam dar ao filho, nem pensar. Fica mais fácil botar a culpa na TV do que na própria incompetência.
Se a classificação do filme é 16 anos, por que ele levou o filho que 11 anos para assistir? A questão pode ser persistente, antes dele querer corrigir os outros, na defesa da moral e dos bons costumes, a correção devia vir dele mesmo. Se não gosta do filme, não assista. Há coisas mais importantes para fazer do que implicar com um ursinho de pelúcia do filme.
Meu deus!! Estou impressionado com a quantidade de pessoas defendendo a censura. Depois não reclamem!!!!!
e o cara leva um filho de 11 anos pra ver filme com ursinho tendo Stallone, Van Damme e Swazenegger na sala ao lado!!!
Porquê a admiração dele ter levado o próprio filho de 11 anos, para assistir esse filme? A maioria dos pais não fazem Facebook, Orkut, para bebês e crianças, MENORES DE 18 ANOS? E a bebida, cigarro e outras “coisitas” que rolam soltas nos lares? Burlam as Leis e fica tudo “zen”. Não conheço o filme, nunca assisti.
Estou impressionado é com a quantidade de gente pedindo para ser tutorado(existe essa palavra?)pelo Estado. Falem por vocês, por favor.
Tutelado.
Protógenes está correto, nossa sociedade não precisa desse tipo de mensagem negativa. Os nossos jovens na maioria das vezes se deixam influenciar por filmes,novelas e programas de péssima qualidade.
Nesse caso nem assista
” nossos jovens na maioria das vezes se deixam influenciar por filmes,novelas e programas de péssima qualidade.” não seria melhor os pais desses jovens dar educação para que não se formem mentes tão influenciaveis a ponto de se deixarem corromper por um filme ou uma novela ?
ora Sr. Anonima se jovens se deixam levar, por filmes, NOVELAS, vamos proibir as novelas da Rede Globo, como a Av Brasil, que mostra, intrigas, sexo e violência explicitas, sequestros, etc.
Pra mim isso é falsa moralidade!
É verdade.
Acabei de assistir o jornal Nacional fiquei influenciado, coloquei um terno, gravata, saí de casa, e assaltei um popular!
Incrível…
esse papo de pai de que os jovens se deixam influenciar….as pessoas só fazem aquilo que querem e se houvesse essa história de ser influenciado, é prova cabal q o sujeito em questão não tem personalidade e/ou não foi bem educado pelos pais…
O Anônimo, você tem toda liberdade de ver ou não este filme. Agora se tem algum problema com isso, aconselho a viver numa bolha.
Eu não gosto de novela,bbb,essas coisas.Não assisto.Pronto. Tem tanta coisa melhor pra fazer,tanto livro,tanto filme…Ninguém é obrigado a nada.Se o patético deputado propusesse pena de morte para idiotas com som alto no carro eu bateria palma,porque estou sendo forçado a ouvir,não tem defesa.Ninguém é obrigado a entrar num cinema ou ligar a televisão.
Se uma pessoa é influenciada por algo que viu num filme, seu problema já antecedia a ida ao cinema; era uma questão de caráter, imaturidade ou insanidade, não de um longa-metragem perverso agindo sobre sua mente.
Na verdade, isso vale pra qualquer obra de ficção. Filme, desenho, programa de TV, livros, quadrinhos e etc.
Esse rapaz é tão ingênuo. Mal sabe ele que falar uma besteira desse tamangho só atrai a atenção para o filme, vide o curta de Maomé.
Eu acredito que todos estão certos nessa história: o deputado e o colunista. Temos, sim, que nos defender de idiotices desnecessárias que levam ao culto, ou do consumo de drogas ou do besteirol que é se valer de cenas de ursinhos idiotas de pelúcia consumindo o que quer que seja, para que nossas crianças ou jovens possam crescer e se formar com uma personalidade melhor. Pra mim não tem nada de entretenimento nisso. O que eu acho que ficou ruim nisso tudo é o fato de quem resolveu protestar e em que condição. Talvez se não fosse o tal deputado, cuja nomeação, delegado da PF, o tira o crédito, afinal quem libera as exibições são eles mesmos, a consciência atacada na matéria teria sido louvada.
Não quer idiotices, simplesmente não vá, se ninguém for ninguém faz um filme desses. Como aliás infelizmente há gente que vai ver os filmes da Xuxa.
Não é a cota não, vocês que também se julgam muito inteligentes. E nem conservadorismo. Deve haver equilíbrio nesse debate, pois o próprio sentido da palavra censura é discutível. A questão é filosófica e por isso mesmo complexa. Discute-se muito, a fim de se alcançar um meio termo, a melhor maneira de equilibrarmos aparentes contradições como livre arbítrio x intervenção estatal, imprensa livre x direito à privacidade, etc… Obviamente eu discordo da atitude intempestiva do deputado e acho que ele está errado ao tentar compulsoriamente suspender o filme. Mas discutir até que ponto vão os limites da liberdade é muito saudável e necessário.
O comentário acima parece sem pé nem cabeça por ter saído no local errado. Deveria estar abaixo daquele onde está sendo citada a cota dos 40% de analfabetos funcionais.
Esse delegado, e para ser delegado tem que ser ADEVOGADU, não se entrega por corrupção de menores? Se ele levou o filho para assistir um filme impróprio para a idade ele é o responsável por isso, devia perder a guarda do garoto….. cadê o ministério público de salário de 15.000,00 ? Tão comedinho do delegado?
Perai- a classificação é apenas indicativa -decidir se os filhos menores devem assistir ou não é atribuição dos pais.
Para isso tem que se informar antes de expor os filhos a um suposto filme improprio, o que ele não fez.
Pô, André, leio seu blog todo dia. Acho excelente. Hoje, fiquei surpreso com o tanto de leitores analfabetos funcionais que você tem. Como você aguenta?
Abraço!
Também me pergunto isso todo dia.
Não seria mais intolerância de vocês com quem pensa diferente? Ou pelo menos uma certa indiferença preconceituosa contra quem diverge, mesmo que pouco, da opinião preponderante? Acho que se o blog não é composto somente por gênios, tampouco considero que haja nele tantos analfabetos funcionais. A maioria dos assuntos são discutidos em nível razoável.
“Divergir”? Não tem nada a ver com divergir. O sujeito está querendo proibir um filme porque aparece um ursinho fumando maconha.
Claro que tem a ver com divergir. As pessoas têm o direito de questionar o conceito de censura. Na verdade, se formos falar em democracia e liberdade, têm o direito de questionar tudo. Eu, particularmente, também acho uma bobagem do deputado, mas eu aprendi com o tempo que há pessoas sérias, inteligentes e bem intencionadas que por vezes estão do outro lado do meu perfil de pensamento, digamos assim. E, claro, há também os bobocas que divergem apenas por divergir, sem conteúdo. É que eu achei indelicado e um exagero considerar grande parte de quem escreve no seu blog analfabetos funcionais. Mas, tudo bem, esse não é um local para freiras.
Lucas Mesquita, Lucas Mesquita e Sr. André….. quer dizer que por participar deste blog sou chamado de analfabeto funcional? Cuidado para não se tornarem alfabetizados disfuncionais… André, vou no lançamento do teu livro e espero que não seja como o do Marcos (palmeiras)…. sucesso……
Já passou o lançamento, Luciano, foi semana passada.
Pensei que era nesta quinta! Vou buscar hoje.. sucesso
Ursinho Ted responde ao deputado Protógenes: “Está cheio de Protógenes por aí”… Não tem nada para fazer esse deputado não!?
E alguem esperava que o André tivesse opnião diferente desta em relação as drogas ? Pelo menos não é hipócrita !
Que “opinião”? Eu não falei nada sobre drogas, mas sobre democracia e liberdade de expressão.
Desculpe, mas não posso evitar: ri muito com o comentário sobre a “sua opinião” quanto ao consumo de drogas. Até reli o post para ver se tinha algo lá referente à “sua opinião” sobre o consumo de drogas. Já são 20:35 e as vistas poderiam ter deixado algo escapar devido ao cansaço. Mas não… então subitamente percebi o que a Letícia quis dizer: quando pagou o bilhete para ver o Ursinho Ted, você estava consumindo a droga do filme! Só pode ser isto…
Parece coisa de doido, não?
Não existe censura no material audiovisual classificado pelo Ministério da Justiça. Trata-se de classificação indicativa. É prerrogativa dos pais ou responsáveis decidirem se deixam ou não os filhos assistirem a filmes inapropriados para a idade deles. Exceto os filmes classificados para maiores de 18 anos.
Chapa… classificação indicativa de filmes para maiores de 18 anos… só no Pornô mesmo.. e olha lá….
Monty Python e Michael Moore tiveram classificação para maiores de 18 .. só para ver o nivel e coerencia dos nossos classificadores…
O filme tá certo, Protógi: o Mollusco, nunca estudou, não trabalha faz tempo, consome drogas (cachaça) e é feliz, oras!
Parabéns pelo texto, Barça! Só mesmo você para dar a (pouca) importância que o nobre deputado merece.
Típica ideia controladora, paternalista e idiota que só poderia sair da cabeça de um comunista…
Não me consta que o militares de 64 fossem comunistas.
Sua excelência não é delegado da Polícia Federal? E quem tem o papel de combater o tráfico de drogas, policiar nossas fronteiras? Esse reformista acha que um desenho animado estimula o consumo de drogas? E a ausência de um programa eficaz de combate ao tráfico não é um estimulo? E tem mais, se a indicação do filme é para maiores de 16 anos, porque esse energumeno leva uma criança de 11 anos para ver um filme impróprio para essa idade. Essa idade não tem maturidade para entender que Ted é um símbolo do way of life amerciano que usa drogas numa sociedade em processo de discriminalização e trabalha e estuda como todo cidadão norte-americano. Só deputado brasileiro que não faz porra nenhuma, não vê isso.
André, sobre o tal deputado prefiro nem comentar, o pior é que essa postura tem muitos apoiadores em nossa sociedade, mas e o filme em questão, é bom, meia-boca, péssimo????
Dei “Regular” na Folha. A premissa e engraçada, mas o filme torna-se repetitivo demais.