“Virada no Jogo” mostra os riscos da democracia
24/10/12 07:05
Sábado, às 18h50, a HBO reprisa um dos melhores telefilmes dos últimos tempos: “Virada no Jogo” (“Game Change”), de Jay Roach.
O filme recria os bastidores da campanha presidencial norte-americana de 2008 e a escolha da polêmica Sarah Palin como candidata a vice-presidente na chapa Republicana.
Um resumo da história: o candidato Republicano à presidência em 2008 era John McCain, um herói de guerra que havia sido preso e torturado no Vietnã.
McCain tinha a difícil tarefa de evitar uma vitória do Democrata Barack Obama. O país vivia os últimos dias de agonia do impopular George Bush, e Obama era favorito nas pesquisas.
O estrategista da campanha de McCain, Steve Schmidt, o convence a fazer uma escolha ousada para vice, uma figura desconhecida do grande público, mas que poderia sacudir a campanha Republicana: Sarah Palin.
Palin tinha 44 anos e era governadora do Estado do Alasca. Era bonita e mão de cinco filhos. Pouco se sabia sobre ela. Schmidt achava que ter uma mulher como vice fortaleceria as chances de McCain, que perdia de lavada para Obama no voto feminino.
No início, a estratégia deu certo: Palin se mostrou carismática, e a novidade de ter uma mulher como vice agitou a campanha.
Assim que a imprensa passa a investigar o passado de Sarah Palin, surgem revelações nada agradáveis. E pior: ela se revela uma trapalhona da pior espécie, uma Vicente Matheus de saias, capaz das maiores gafes.
Numa entrevista à TV americana, hoje lendária, Palin disse que era qualificada para lidar com a Rússia devido à proximidade do Alasca com o país: “Dá até para ver a Rússia do Alasca!” A frase virou piada nacional.
Depois, disse que a África era um país, mostrou desconhecer a diferença entre as Coréias do Sul e do Norte, e acusou Saddam Hussein de ter derrubado as Torres Gêmeas. Faz o Tiririca parecer o Churchill.
No filme, Julianne Moore faz Sarah Palin, Ed Harris faz John McCain e Woody Harrelson interpreta Steve Schmidt. É muito ator bom junto.
O filme não só destrincha os bastidores da campanha, mas também mostra como a democracia, mesmo em sua esfera mais alta e poderosa, é sujeita, de acordo com as circunstâncias, a conviver com personagens como Sarah Palin.
Em certa hora do filme, Palin percebe que é uma estrela. E a mulher vira um monstro, assustando ao experiente Steve Schimidt e até ao próprio McCain. Ambos percebem que acabaram criando um monstro. Com quem o mundo convive até hoje.
P.S. Estou fora e com acesso limitado à Internet. Por isso, alguns comentários podem demorar a ser publicados.
Acho estranho o ódio propagado na mídia ou facebook contra o PT,não vejo a mesma intensidade com qualquer outro partido.
Ah não.
Woody Harrelson rouba a cena total neste filme.
John McCain pode ser um herói de guerra para os estadunidenses.
Para pessoas como eu, não passa de um ex-soldadinho capacho e assassino de homens em condições bélicas inferiores, bem como de mulheres e crianças inocentes que habitavam os vilarejos do Vietnã invadidos por ele e sua trupe do Tio Sam.
Pena o filme não estar disponível em DVD, pois não assino TV a cabo.
Leu a entrevista com o jornalista Roberto Saviano na Ilustrada, Barcinski? Interessante a entrevista e o novo livro dele:
http://www.folha.com/no1173715
Vi sim, muito boa a entrevista.
Será que o filme Gomorrah é bom ?
Muito. Vai na fé.
Achei difícil acompanhar a trama. Acho que faltou o background do livro. Vou ter que assistir mais de uma vez.
Quanto mais o mundo precisa de estadistas de verdade, mais gente despreparada se candidata. Obama foi esse blefe que todos viram, só tem importância simbólica ou midiática. Dos republicanos eu nem falo nada.
“Virada de Jogo” é mesmo muito bom. Julianne Moore encarna Pelin à perfeição, tanto é que ela ganhou o Emmy na categoria de melhor atriz. O filme tem momentos muito divertidos e Woody Harrison também está ótimo como assessor que vê a fria que foi escolher Pelin para ser vice-presidente, mas não pode fazer nada e assiste a derrocada dos republicados que poderia acontecer de novo na próxima eleição nos Estados Unidos levando-se em conta que Rommey parece irmão gêmeo de George Bush.
Não sei o porquê, com este post me lembrei daquele filme bacaninha do Gus Van Sant, de 1995, To Die For (Um sonho Sem Limite, no Brasil), no qual Nicole Kidman interpreta uma interiorana ambiciosa de New Hampshire que sonha em ser uma jornalista famosa (ela começa como garota do tempo), casa-se com um homem de situação financeira confortável para levar seu plano adiante e pouco tempo depois planeja o assassinato do marido por ele sugerir que ela esfrie um pouco a carreira para que possam ter filhos. Contudo, o que me intriga mais na trajetória de Sarah Palin é que ela não é tão sonsa quanto a pintaram. Além de estar milionária, vc se lembra qdo há pouco tempo atrás estava para ser divulgados emails do período que ela era ainda governadora? Pois bem, uma vez mais o mundo inteiro estava pronto para rir dela… porém sem sucesso aqui. Surpresa geral, aqueles emails nos disseram que ela foi, sim, uma boa governadora do Alasca, combatendo a corrupção e tudo o mais. Agora, ao dizer que até McCain percebeu a burrada feita, vc acha que foi mais pelo fato de Sarah ter sido uma escolha errada e ponto ou mais pelo fato de, a despeito de ter boas credenciais para ser Vice-presidente (afinal, o que faz um vice-presidente? O que faz Joe Biden? C’mon), ela ir perdendo as estribeiras de tal modo que a certa altura se contrapôs e contradisse McCain tão perigosamente que acabou virando esse monstrinho que vc citou no texto? Sei lá, fico com a segunda opção, mas Sarah Palin me deixa até hj um tantinho confuso.
Esse filme é ótimo. Matt Dillon tá muito engraçado.
E Um Sonho Sem Limite é baseado em fatos reais. Sempre passa no ID uma reportagem a respeito.
Valeu pela dica. É mesmo muita gente boa no elenco.
E ver a Julianne Moore atuando sempre faz bem, principalmente, ao olhos.
boa dica andré !!! confesso que não me animei muito com esse filme,mas depois da sua critica vou dar uma conferida ! minha rejeição foi pelo fato do diretor ter feito os austin pwers !
André, se o Romney é o menos pior dos republicanos, tanto é que ele é o candidato a presidente, imagine o resto do partido…
Quem vc acha que vencerá André, eu acho que o Obama vencerá o pleito e o Mitt tomará na “blunda”, como diria o José Simão!!!!
E a presidentA e seu decreto linguístico? Seus 50% de cotas? Seu desdem pela segurança pública e eterna preocupação com os “cumpanheros de batalha”? Não é motivo de piada, não? A Palim não se elegeu. Mas essa Dilma sim. O cinema brasileiro não precisa de assunto? Ou talvez não seja pra comédia, e sim para um sombrio e metafórico filme de terror.
Já imaginou se um cineasta brasileiro tenta fazer algo parecido sobre um político ainda vivo e de trajetória recente daqui?
Desconfio que uma ação na Justiça iria bloquear o filme.
Nem livro sobre Roberto Carlos podemos ler…
excelente filme…julian moore foi impecável…achei que ed harris fez um Mc Cain humanista e pouco agressivo…outro filme interessante sobre a política norte-americana é Frost/Nixon
Valeu pela dica, queria ver muito este filme.
Aliás, acho o John McCain 100x o melhor do que o Mitt Romney.
Mais carismático e menos conservador (dentro dos padrões republicanos, claro)
Realmente o que ferrou ele, além do Obama, foi a Palin.
Quem lucrou com essa vice foi a indústria da pornografia. Dezenas de filmes pornôs com sósias de Sarah pipocaram na rede. E cá entre nós, não houve macho que não imaginasse como a Sra. Palin era entre quatro paredes
Boa observação! Eu mesmo, pensando nisso agora, fiquei imaginando como deve ser aquel’ Alasca de mulher pelada.
Pra esquerdista só é democracia se o Obama vence. O advogado é o máximo, mas o empresário Roomey é caipira e “porco capitalista”. Quantos republicanos não ajudaram a construir universidades, fomentaram desenvolvimento tecnológico… nada disso importa, são apenas ignorantes para esclarecidíssimos brasileiros rirem. Pois seremos potência logo, por obra e graça do Chtulu de nove tentáculos.
Pare de falar besteira. Criticar a Palin não quer izer criticar o Partido Republicano. E o filme mostra como até o McCain viu a burrada que fez.
Quer dizer sim, lefty. Não se faça de bobo.
Vc não se faça de bobo. Eu respondo pelo que escrevo, não pelo que vc entende ou supõe.
“Democracia” é como a palavra “liberdade”, pode-se fazer qualquer coisa com ela, seu significado é etéreo e corriqueiramente ela está na boca de (maus) políticos.
ACHO engraçado ficarmos falando da ignorância dos americanos, nós também conhecimentos alguma cidade da Bolivia, Paraguai ou até mesmo do Peru, ou que temos um país acima do nosso que o povo fala inglês, e assim que os americanos nos vê também. Também temos a nossa Sara Palin, que em idiotisse, alguem já tentou decifrar os discursos da Presidente Dilma, sério, tem algo de anormal ou debilidade.
Melhor que esta é “As ereções da Sarah Palin”, que passa direto na TV a cabo.
Lembro bem dessa campanha de 2008. Torci pelo Obama e cheguei a me preocupar quando a Palin entrou na disputa. Mas depois que ela começou a desabrochar, a eleição de Obama parecia certa e a campanha ficou até engraçada; os democratas devem ter se divertido pacas. Aquela foto dela segurando um rifle e usando um bikini – com as cores da bandeira – entrou para a história. Acho que o pessoal da NRA fizeram vários pôsteres e a “homenageiam” até hoje…
E o senador Ruriz em Brasília que colocou a mulher (Wéslian) como candidata? A tia estava mais perdida que um cego em tiroteio.
Assistir a uma entrevista dela chega a tirar o stress de tão engraçado e inacreditável. Vale ressaltar que mesmo assim, ela chegou ao segundo turno.
Concordo plenamente com você, Ed Harris e Woody Harrelson são ótimos atores… aliás sou fã demais de Harrelson…. Você assistiu “o mensageiro” com ele? Achei filmaço…
Podia ser a Tina Fey em vez da Julianne Moore.
“Era bonita e mão de cinco filhos”.
Se fosse o Lula seria:
“Ele é feio e mão de quatro filhos”… pois não pode contar mais que isto nos dedos.. kkk
puxa, como vc é inteligente….
Notou?
Verdadeiramente, eis aqui um comentário genial, inovador em tudo! Quem poderia conceber um chiste sobre o não-dedo do ex-presidente (mais atual que nunca)? Nenhum humorista, chargista ou caricaturista jamais atentou para esse detalhe anatômico. Genial, genial!
Matias sabe apreciar a boa arte!
Brincadeiras – horríveis – à parte… perceberam que o erro de digitação permaneceu lá? rs
Quais as revelações nada agradáveis do passado dela? OK OK!!!!
Sensacional o comentário “uma espécie de Vicente Matheus de saia”! Alegrou minha manhã. Vou atrás desse filme!
Você, que morou por lá, pode responder, essa ignorância do povo americano em relação ao resto do mundo é um fato ou fruto dessas figuras de destaque?
É fato, mas aqui rola a mesma coisa. Nós somos tão ignorantes em relação ao resto do mundo quanto os americanos, acredito.
E muitas vezes ignorantes quanto ao próprio país! Espantam-me certos comentários que leio na Web em geral, por exemplo, de alguns habitantes das Minas Gerais, deixando claro que eles acreditam que no Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul, só existe mata. Do pessoal dos “Mato Grossos”, que revela acreditar que Minas Gerais se resume a uma imensa fazenda, alguns habitantes de São Paulo, que veem o nordeste como sertão ou puramente litoral e festa, alguns do nordeste, que enxergam o Amazonas unicamente como a floresta e por aí vai. E tal ignorância não se restringe à geografia.
OBS: fiz questão de repetir “alguns”, pois me refiro a certos grupos, sem generalizações.
Concordo – sabemos muito pouco a respeito de nossa própria cultura (algo mais relacionado a qualidade da educação que recebemos do que falta de iniciativa, segundo creio). Mas o Afonso também está certo ao dizer que os estadunidenses não se interessam. Apesar da melhor educação, grande parte deles não se interessa por saber o que acontece verdadeiramente dentro do próprio país. A alienação é uma característica da sociedade moderna norte-americana, o que é no mínimo curioso, dado o elevado grau de politização (em amplo sentido e não política pura e simples) de algumas gerações que por lá já pisaram.
Eu acho que nós somos ignorantes em relação ao resto do mundo. Já os americanos, eu acho que desprezam. Não se interessam.
falou tudo, pensamos ser o supra sumo do mundo, mais somos na verdade um povo que pensa que é frances (chaterrimos) mais nossa alma e bem africana no comportamento. PERGUNTE a qualquer um no mundo, quando vc viaja qual é a imagem do Brasil, floresta amazonica, nem acreditam que aqui temos edificios e grandes cidades. E ainda nos achamos o topo do mundo.
Mas os americanos teoricamente têm uma educação melhor e vivem no país mais rico do mundo. Não deveria ser diferente?
E as atuações? Fimaço.
Abs
Cara isso me lembrou um paródia que o Saturday Night Live fez de uma entrevista da PAlin.
Ela deu uma entrevista pra um canal de TV americano e falou tanta abobrinha que a paródia do SNL foi quase que um remake literal da entrevista!!
A Sarah Palin do momento é o próprio candidato Mitt Romney. O último debate foi uma piada! As histórias das “baionetas” e da Siria sendo a “saída para o mar do Irã” foram hilárias.
Definitivamente republicanos e conservadores representam bem a ignorância de boa parte dos americanos.
Aqui no Brasil tentaram emplacar um tal Indio da Costa como vice do Serra em 2010. Ontem o pai e irmão dele foram presos por fraudes no banco américa do sul. A notícia ficou escondidinha em nossos jornais. Esquisito né?
A notícia não ficou escondida. Ficou na primeira página do UOL e do Globo.
Sério? Procurei e não achei. A notícia existe mas o parentesco é omitido.
Banco Cruzeiro do Sul, não?
No blog do apontador de erros da vilda alheia do Reinaldo Azevedo não fez nenhuma menção ao parentesco.
quis dizer vida, claro.
O banqueiro do Cruzeiro do Sul preso não é “irmão” do Indio da Costa. É primo. O outro também não é pai dele.