Vai perder “Nosferatu”?
02/11/12 07:05
Se você estiver hoje em São Paulo, é impossível achar um programa melhor que ir ao Parque Ibirapuera, às 20h, e assistir à exibição de “Nosferatu” (1922), clássico do cinema Expressionista alemão dirigido por F.W. Murnau (veja aqui uma reportagem sobre o evento, publicada ontem na “Folha”).
O filme terá acompanhamento da Orquestra Petrobrás Sinfônica e um coro de 24 vozes, regidos pelo alemão Pierre Oser, que também escreveu a música. A entrada é grátis.
Ver filmes mudos – especialmente os clássicos Expressionistas – com música ao vivo é uma experiência emocionante. Quem tiver filhos, recomendo levá-los. Eles vão te agradecer para sempre.
Sei disso, porque aconteceu comigo: quando eu tinha 12 ou 13 anos, meus pais me levaram a uma sessão de “O Gabinete do Doutor Caligari” (1920), de Robert Wiene. Logo depois, tive a sorte de ver “Metropolis” (1927), de Fritz Lang.
Anos mais tarde, comprei dois livros fundamentais sobre o gênero, milagrosamente lançados no Brasil: “A Tela Demoníaca” (1952), de Lotte Eisner, e “De Caligari a Hitler” (1947), de Siegfried Kracauer. Dá para achar os dois em sebos por aí.
Os livros contam a história e analisam a estética do movimento Expressionista que dominou o cinema alemão entre 1913 e 1930.
Os filmes eram radicais: personagens grotescos em cenários propositalmente irreais, histórias delirantes sobre vampiros, cidades futuristas dominadas por máquinas, figuras de cera que ganhavam vida, médicos dementes, assassinos, bandidos e degenerados de todos os tipos.
O movimento revelou diretores como Murnau, Lang, Robert Wiene, Paul Wegener, Paul Leni, Pabst e tantos outros, que abriram novos horizontes estéticos para o cinema e influenciaram todo mundo.
Não dá para ver o preto e branco contrastado e os cenários distorcidos por lentes grandes de “Cidadão Kane”, por exemplo, sem perceber a influência que o cinema alemão do início do século 20 teve em Orson Welles. Ou em Hitchock. Ou em Samuel Fuller.
Ver “Nosferatu” numa tela grande, com orquestra e coro, é uma das melhores experiências que um cinéfilo pode ter. Tenho certeza que muita gente vai sair de lá sem a mesma paciência para o 3D e para filmes vagabundos.
Vi uma vez esse Nosferatu do Murnau e foi o suficiente. É bom, clássico, ápice do expressionismo (arte dos contrastes) e tudo aquilo que os críticos dizem. Até aí, estou acompanhando. Também sei que o Dracula de Coppola faz uma homenagem a Nosferatu (chamar aquela cena de plágio é brincandeira. Aquela levantada do Gary Oldman é uma das mais belas reverências já feitas). O Nosferatu do Herzog é muito bom também. Não é brilhante, mas segura a onda. Voltando e encerrando: o Drácula do Coppola é um caso curioso. O filme não é unamidade nem de público, nem de crítica. Tem gente que gosta muito, tem gente que não se empolga nem um pouco. Fazer o quê? Sei que já devo ter visto este filme umas 5, 6 vezes. Com certeza verei muitas outras. É só a oportunidade ou a saudade pintar.
Eu não fui e, como pude ver aqui, não foi uma boa experiência, infelizmente. Procurando sobre o filme, encontrei uma história em quadrinhos que um maluco fez com frames do filme. É de um humor meio irregular, mas vale a pena: http://blog.casalgeek.com/search/label/Nosferatu%20Reloaded
e vc acha q eu ia perder?!
assisti ‘metrópolis’, e qdo anunciaram ‘nosferatu’, só esperei o dia chegar…deveria ter chegado + cedo, pq foi meio q foda conseguir um lugar bacana pra colocar minha toalhinha no chão e curtir deitadão o filme…
*havia um coral tb, e alguns deles ñ paravam d tossir!
Barça, o que o pessoal tem relatado sobre o horror que foi a experiência das pessoas ao ir ao evento já era esperado, né??
Eu assisti uma exibição do Nosferatu ano passado, no Sesc Vila Mariana, com o André Abujamra fazendo a trilha… Achei a experiência muito boa…
Abraço.
Ton