"Nosferatu" no Ibirapuera foi show de horror
06/11/12 07:05
Sexta-feira, indiquei aqui no blog o filme “Nosferatu”, (1922), clássico do cinema Expressionista alemão, que seria exibido ao ar livre, no Parque Ibirapuera.
Gostaria de pedir desculpas pela indicação. Por favor, me perdoem se botei alguém numa roubada.
Segundo o relato de vários leitores e amigos que foram à exibição, “Nosferatu” foi um verdadeiro show de horror. Não o filme, claro, mas o comportamento do público.
Meu amigo Fred Botelho é um dos maiores cinéfilos que conheço. Poucas pessoas sabem tanto de cinema quanto ele. Fred levou a esposa, Lilian, e o filho adolescente, Léo, ao Ibirapuera. Aqui vai o relato dele:
“Chegamos meia hora antes do filme e conseguimos um lugar a cerca de 60 metros da tela. O parque estava muito iluminado. Havia luzes muito fortes que jogavam claridade na tela e prejudicaram muito a projeção. ‘Nosferatu’, como todos os filmes Expressionistas, tem um contraste muito acentuado na imagem, mas a projeção ficou ‘lavada’, o contraste não aparecia. Também havia poucas caixas de som. De onde estávamos, o som da orquestra estava muito baixo.
Mas o pior foi o público: nunca vi tanta gente batendo papo, twittando e tirando fotos. Tinha gente de costas para a tela, conversando em voz alta, sem a menor consideração pelas outras pessoas.
Ao nosso lado, havia um casal. O rapaz estava sentado e a menina, deitada, com a cabeça no colo dele. O rapaz ficava lendo as legendas em voz alta para a namorada.
Do outro lado, um grupinho de rapazes tomava vinho e conversava tão alto que a gente conseguia ouvir tudo. Um deles ficou contando o dia dele todo: as fofocas no trabalho, onde ele almoçou, etc. Dali a pouco, acenderam vários baseados. Não tenho nada contra, mas havia um monte de crianças ali. Mas foi bom, porque o sujeito fumou, ficou com sono e dormiu. Pelo menos assim ele parou de falar.
Minha conclusão: evento cultural gratuito ou com multidão no Brasil não dá mais, não vou. As pessoas não têm o menor respeito nem pela cultura, nem pelas outras pessoas. Parece que o filme era só uma desculpa para elas se comportarem mal.”
P.S.: Só para esclarecer: quando o Fred diz “nunca mais”, ele está dizendo que ele não vai mais a um evento desses, não que eventos gratuitos não devem mais acontecer.
Educação e Brasil ja nao andam de mãos dadas ha muito tempo
abs barça.
E qdo vem seu novo livro?
O rock esta carente de bons livros como BARULHO.
Essas “biografias” do caralho q enchem as prateleiras muitas vezes nao enchem o saber.
Artigo preconceituoso e de “gentinha” que come mortadela e arrota caviar. Um evento público não requer que as pessoas estejam “caladinhas”, “comportadinhas”, “bonitinhas”, e outras “frescurinhas”, um evento a céu aberto, é para isso mesmo, sentir a liberdade, enquanto aprecia a arte, quem disse que temos que ficar quietos? Assistir sem respirar? Existem lugares e lugares. Assim como devemos saber como e quando usar a linguagem, também devemos “entender” que nem todos os lugares são para ficar quietos, qual a dificuldade?
Ah, entendi. “Liberdade” é falar alto durante o filme. Socorro.
eu estava sentada um pouco mais a frente desse lugar, mais para o meio e não tive nenhum problema desse tipo. é claro que numa situação tão inusitada haviam comentários mas nada que atrapalhasse o programa. o som estava ótimo e tive sorte com as pessoas ao meu redor. é uma sessão ousada. não é a sala do reserva cultural. um programa inesquecível. eu agradeço a sua dica e ao pessoal da mostra pela iniciativa. não é deixando de ir aos lugares que vamos resolver os problemas.
um abraço!
Isso prova que a maioria desses jovens metidos à “modernos” e “descolados” não passam de um bandos de IDIOTAS ALIENADOS, não conseguem sequer apreciar arte. VOLTEM PARA A ESCOLA BANDO DE ANALFABETOS FUNCIONAIS!
Sobre esse lance de conversar no meio do filme,ou do show,etc,podem ter certeza q nao eh so um ‘privilegio’ dos brasileiros nao.Americano eh mestre nisso,principalmente em shows acusticos.
Isso não é privilégio dos eventos culturais que acontecem ao livre, em um espaço público e de graça. Na própria Mostra, grande parte dos espectadores se dedicam a falar, utilizar os mais diversos tipos de telas e ruminar milho, chiclete, balas… comentar compulsivamente cada cena do filme… entrar, sair, ir no banheiro, recarregar o balde de coca-cola na bombonière… eu realmente acho que o cinema também é um espaço para fazer isso… sei lá, quando se for ver o novo Batman, 007 ou um filme como “Selvagens” do Oliver Stone… acontece que algumas pessoas confundem o “Selvagens” de Stone, com “Os Selvagens”, do recém premiado cineasta argentino Alejandro Fadel, filme que exige do espectador algo além de 007… concentração? não é pedir demais…
vá ao cinema… vá ao cinema para ver uma bobagem e comer pipoca, se divertir com as narrativas americanóides deliciosamente óbvias… mas também vá ao cinema e dirija o seu olhar para a tela com mais atenção… não é possível manter a devida atenção no desenvolvimento de uma obra cinematográfica e ruminar meio quilo de milho com sal (o que te leva diretamente para o meio litro de coca), ao mesmo tempo… há lugar e espaço para tudo… assim como não seria justo exigir que em uma sessão de “Se Beber Não Case 2”, em uma sala “Cinemark/Multiplex” qualquer, pedir que as legiões de casais adolescentes abram mão dos potes de pipoca e beijos barulhentos, é mais que justo pedir que o mesmo tipo de comportamento não ocorra em uma sessão de cinema nórdico, escandinavo, japonês (…) de um dos festivais mais importantes da AL. Isso não é próprio de uma sala de cinema, é próprio da formação de todo e qualquer tipo de comunidade… há lugar para fazer tudo….
e me desculpe, Fred Botelho e Barcinski, parque é lugar de sentar no colo da namorada, de comentar o filme esporadicamente (em voz baixa, claro!), de tomar vinho e, principalmente, fumar baseado… não entendo qual a diferença de fumar cigarro ou tomar whisky na frente de crianças, ou fumar maconha… o problema está em como a sociedade encara o uso DESTA droga… é razoável pensar que se a maconha não fosse associada e não financiasse o tráfico de drogas, o impacto na sociedade e o preconceito com usuário seriam muito menores… há de se usar com discrição, sem fazer apologia do uso para crianças de 11, 13 anos… mas achar que coibir o contato de crianças com o uso da droga corresponde a um desenvolvimento intelectual e social real é, ao menos, inocente… vide “A Fita Branca” e “A Caça”, crianças não são tão inocentes, muito menos retardadas… e se o comportamento daqueles que usam uma determinada droga não lhes parecer aceitável, pode ter certeza, não serão potenciais consumidores…
para finalizar, me pergunto, alguém em sã consciência, conhecendo o tamanho de São Paulo e a sua formação heterogênea, conhecendo o Parque do Ibirapuera nos feriados e domingos, e principalmente, já tendo visto o filme, realmente acha que vai a uma sessão como esta para ver o filme… uma sessão como essa é uma celebração, uma festa do cinema, uma reunião de pessoas que gostam, conhecem e apreciam cinema, outras que apenas gostam, curiosos, tripulantes de primeira viagem (alguns com 1, 2, 5 anos de idade, outros com 70)….é um espetáculo… não o de Debord, mas o de Shakepeare… onde o público elisabetano não correspondia, exatamente, ao comportamento típico da Velha Rainha… se você já viu o filme, o que espera-se de qualquer cinéfilo que se assuma como tal, vá e aprecie o ritual… aplauda e grite “Viva Leon!”… é uma grande oportunidade de ver e ouvir um espetáculo como esse.. pena não ter tido o devido aporte técnico, com o som ruim, realmente, e a projeção com baixo contraste… antes da sessão começar, eu só conseguia pensar no famoso plano de “Nosferatu” em que vemos apenas a sombra de garras afiadas do vampiro prestes a abocanhar a sua vítima, projetada ao ar livre, em um soturno clima de parque… não foi o que vi, mas ganhamos uma inesperada e grata aparição daquilo que julgo ser um corvo, daqueles como o de “Uccellacci e Uccellini”… brilhante…
Eu estava na exibição e confirmo tudo que o seu amigo lhe escreveu, Barcinski. Confesso que não esperava silêncio total e nem 100% de comprometimento por parte do público num evento assim ao ar livre, mas me parece que fumar maconha durante um filme, e rodeado por um público eclético formado também por senhoras de idade e crianças, é muita falta de bom senso. Isso aconteceu o tempo todo também no ponto onde eu estava. Não tenho nada contra maconha nem contra seus usuários, mas o que leva uma pessoa a fumar maconha “no cinema”? Pensavam que estavam num show? Destaco também a falta de educação de pessoas que riam o tempo inteiro em voz alta e faziam comentários constrangedores sobre as interpretações e até sobre os “efeitos especiais” de um filme de 1922. Mas é o que se ganha quando a gente participa de um evento “aberto ao público”. Louvo a iniciativa e achei muito bonito rever “Nosferatu” ao ar livre e com orquestra, só que o público em questão não ajudou. Para quem gosta de cinema e respeita a experiência de se estar numa sessão de cinema, esse tipo de exibição é tão enervante quanto as sessões gratuitas de filmes durante a Virada Cultural.
E mais uma vez… O grande lance do evento não foi exibir o filme apenas… Ah, assim eu alugo ou compro o DVD e tá valendo… Mas a junção da trilha executada ao vivo, sincronizada com a película, que tava fantástico, digna de arrepios!… e isso ninguém comentou mesmo… acho que ou não entenderam ou nem sabiam o que foram fazer lá… então, tão perda de tempo quanto o cara que vai em um evento desses e fica papeando e enchendo o saco atrapalhando os demais é o que nem ao menos procura saber do que se trata na realidade o evento…
E eu, como músico e apreciador de cinema, digo que foi muito bom mesmo! E que venham mais!!!
PS: antes que algum otário venha com idéias tortas, não sou petista nem tucano… só amo música e cinema…!
André, não fui e não vou, ja estava de saco cheio do pulbico que frequenta a Mostra e previ a catastrofe, até porque ja havia passado por experiencia terrivel assistindo o documentario “A Guerra dos Vulcões” (maravilhoso!!), sobre o imbroglio amoroso envolvendo Ingrid Bergman, Anna Magnani e Roberto Rosselini, e as reverberações nas filmagens de “Stromboli” (com Bergman) e “Vulcano” (com Magnani), ambos em ilhas vulcanicas, vizinhas alias. O que acontece é que num calor africano, sala lotada, ja no inicio as pessoas reclamavam que não era um filme de Bergman (Ingmar, é´só esse que eles conhecem…), e toca tuitar nessa traquitana infernal (é preciso proibir a entrada de celulares em salas de espetaculos brasileiras, as pessoas não tem educação para o uso, infelizmente!!), pessoas as gargalhadas em seus celulares (uma garota ao meu lado ainda ficou furiosa quando eu reclamei e pedi que ela obrasse fora da sala). E na saida ainda ouvi o seguinte comentario:… “que merda assistir um filme com gente que não se conhece…”. Essa gente era Ingrid Bergman, Anna Magnani e Roberto Rosselini, uns anonimos que faziam cinema amador nos anos 40. Então o que dizer de “Nosferatu” no Ibirapuera?? Trevas. A Mostra de cinema é um evento social, antes de mais nada, aonde gente cafona metida a moderna atrapalha os poucos interessados de fato em cinema, que pena.
O amigo do Barcinski está correto. Evento gratuito no Brasil é uma lástima. As pessoas se comportam terrivelmente mal e, pelo fato de não terem pagado nada para estarem ali, não dão valor para o espetáculo. Infelizmente, ainda estamos longe de ser um país civilizado.
Infelizmente, isso acontece todos os dias nos cinemas do Brasil
Sinceramente… Fiquei a mais de 60 metros da tela… O som tava ótimo, ninguém papeando perto, todo mundo sentado vendo o filme, naquele trecho todos bem comportados… e outra… O principal, que era a atuação da orquestra fazendo a soundtrack ao vivo ninguém comentou… O filme, sem tirar sua importância, tá em catálogo, basta comprar e ver em casa, muito fácil… Mas o lance é o complemento do expressionismo das imagens com a trilha… Um trabalho excelente…
O único inconveniente (pra mim) foi o de ficar sentado por mais de 90 minutos no chão… Tenho dores nas costas, então em um momento me incomodou um pouco… mas não liguei, já sabia que seria assim…
Enfim, o evento foi sim válido… se em algumas partes houveram problemas, é outra coisa…
Barcinski, no próximo acompanhe-nos… se for neste mesmo formato, será divertido!…
Que pena. Fui no ano passado e estava ótimo, tanto de som quanto de iluminação. Espero que a organização pense em alternativas pra que isso não se repita ano que vem…
Sem nenhuma afetação boba, mas estive em Bolonha em junho e, sem saber, me deparei com um festival de cinema na principal praça da cidade, num megatelão e com filmes blockbuster, alternativos e muitos clássicos. As exibições eram sempre à noite, todas as luzes eram desligadas e o silêncio era total, mesmo com uma multidão assistindo. Fim de filme, já em torno de meia-noite, os italianos se levantavam ordenadamente (na Itália!) e iam caminhando – ou de bicicleta – pra casa conversando… simples assim. Não vi ninguém postando nada, nem twittando, nem de costas nem conversando alto. Alguns até bebiam cerveja e comiam paninis, e só. Simples assim.
Acho muito legal essa iniciativa de passar clássicos no Ibira. Fui também na exibição do filme O Gabinete do Dr. Caligari, e agora em Nosferatu… com relação a imagem do filme não tenho que reclamar, nem ao som da orquestra, se tratando de um projeto, estava nítida para todo mundo, o porém, fica realmente com o público, que dessa vez estava nem aí para o filme, ficava em pé, gritando, teve até um pai que colocou filha nos ombros p/ ver o filme, isso também é sem noção… teve público acima da 1a exibição, acho que deveriam ”replantar” duas árvores que estão ali pelo meio, para outro lugar, assim não teria esse problema da visão da tela… podem melhorar isso tudo, é só fazer um planejamento melhor e organizar o público antes da exibição.
Não acho que foi um total fiasco. Fiquei do lado direito de quem olhava para a tela e foi sossegado. Obviamente, baseados, celulares e vendedores de cerveja são esperados em eventos ao ar livre. Nada de novo. Também deu pra ouvir bem a orquestra. Acho que exibições de filmes mudos com música ao vivo deveriam ser mais frequentes… mas em poltronas confortáveis com iluminação adequada seria bem melhor.
pois é…cheguei + – meia hora antes, estikei minha mantinha nordestina no solo, e m ajeitei c/ minah esposa e vimos d boa o filme…até o kero-kero dando rasante, foi legal! ah, o coral ñ parava d tossir, e davan pra ouvir as pigarras, rs…ñ sei pq esses amigos yuppies dele ñ reclamaram disso tb!
o Brasil precisa ainda de Anos e Anos para tentar se transformar em um país sério ( na melhor das hipóteses).
Puxa, sinto pelo Fred, mesmo.
Cheguei 15 minutos antes da projeção e sentei mais longe do que gostaria, mas o som estava demais e a projeção também, se não fosse uma bendita árvore (ou maldita naquela noite) que as vezes atrapalhava minha visão teria sido um lugar perfeito, sim tivemos algumas confusões, sim tinha gente falando, mas boa parte da galera viu o filme em silencio, curtindo aquilo mesmo com alguma dificuldade de ver, achei demais. Talvez eu tenha dado sorte, inclusive sai de lá feliz pelo comportamento da maioria, fiquei até o fim e o pessoal deixou o lugar bem limpo. Em uma confusão tipica “nego em pé na frente dos sentados” o grito de guerra foi “Egoista, Egoista” diferente dos piores palavrões que talvez fossem merecidos. Acho que estamos melhores e espero que tenhamos mais, o lance é que as redes fazem os eventos “bombarem” e vai quem gosta e vão os curiosos e não tão aficionados e aí há um conflito de (des)interesses, talvez não deveria ser somente um evento, talvez um concerto antes e o evento depois, ou mais de uma evento ou até mesmo dois telões para os atrasados como eu, sei lá. Enfim foi um sucesso e como tudo pode ser melhor em outras edições, até uma breve introdução pedindo que todos se sentem e fiquem em silêncio durante a projeção poderia ajudar.
Numa boa, eu gosto de alguns textos da sua coluna, Barça, mas acho que esse depoimento tem um teor de ‘vou criticar toda a falta de decoro dessa geração Y do bananão’ bem Classe Média Sofre.
Eu fui com meus amigos, cheguei cedo, conversamos bastante antes e depois do filme, tomamos vinho. E eu achei a apresentação impecável. Tinha gente instagramando, twittando, dormindo, conversando, sei lá. Mas quer saber? Nem notei, a minha preocupação (como a de quem curtiu a apresentação) era apreciar o momento, a oportunidade e a grande iniciativa da Mostra. E não ser fiscal da moral, educação e bons costumes alheios.
Na boa? São essas coisas que deixam SP muito chatas – a gente reclama da falta de acessibilidade, da privatização do espaço público, ene coisas. Aí quando tem uma iniciativa bacana, baixa o complexo de vira-lata e nós ficamos achando defeito, lamentamo-nos por ‘não termos um povo tão educado quantos os europeus ou nova-iorquinos’. Eu já morei fora e posso garantir – falta de educação é universal! A diferença é que em poucos lugares do mundo nos preocupamos tanto em fiscalizar o comportamento alheio como aqui.
Pessoal, saiam na rua, curtam as Viradas Culturais, shows no Ibirapuera, no CCJ, na praça Roosevelt e sejam felizes! O povo brasileiro é um dos mais carinhosos e simpáticos do mundo, aproveitemos o que isso pode trazer de bom!
Abraços
Não tem “teor” de nada. É a opinião de uma pessoa. Deixa?
Eu li o post anterior numa situação que não podia comentar. Mentalmente, contudo, comentei que apesar de morrer de vontade e adorar o tema (fiz faculdade de cinema, leciono História do Cinema) jamais iria nesse evento justamente por antecipar o comportamento do público.
Equivoca-se a comentarista ao dizer ” nós ficamos achando defeito, lamentamo-nos por ‘não termos um povo tão educado quantos os europeus ou nova-iorquinos’, pois não importa o que cada um faça, desde que respeitem os demais. Falar (na audiência) é incompatível com cinema. E não é assim que as turbas se comportam.
Morei no Chile, Uruguai e Argentina e quanto a esses lugares posso dizer : as pessoas são muito mais educadas e (exceto em jogo de futebol) respeitam o espaço de cada um.
Razão pela qual me mudo definitivamente em menos de um mês.
Puxa, sinto pelo Fred, mesmo.
Cheguei 15 minutos antes da projeção, sentei mais longe do que gostaria, mas o som estava demais, a projeção também, se não fosse uma bendita (ou maldita naquela noite) arvore que as vezes atrapalhava minha visão, sim teve umas confusões, sim tinha gente falando, mas sinceramente, boa parte da galera viu o filme em silencio, curtindo aquilo mesmo com dificuldade de ver, achei demais. Talvez tenha dado sorte, inclusive sai de lá feliz pelo comportamento da maioria, fiquei até o fim e o pessoal deixou o lugar bem limpo. Em uma confusão de nego em pé na frente dos sentados o grito de guerra foi “Egoista, Egoista” diferente dos piores palavrões, talvez merecidos, acho que estamos melhores e espero que tenhamos mais, o lance é que as redes fazem os eventos “bombarem”, vai quem gosta e vai os curiosos e não tão aficionados e aí há um conflito, talvez não deveria ser somente um evento, talvez um concerto antes e o evento depois, ou mais de uma evento ou um até mesmo dois telões para os atrasados, sei lá. Enfim foi um sucesso e como tudo pode ser melhor, até uma breve introdução pedindo que todos se sentem e fiquem em silêncio durante a projeção poderia ajudar.
Eu enxergo o mesmo problema numa iniciativa como a desta matéria: http://migre.me/bD4rH. Grande parte das pessoas não vai mais ao cinema para assistir a filmes. O filme é um pretexto para encontrar alguém, para conferir e-mails e SMS ou para comer e beber. No caso dessas salas “VIPs”, o ridículo chega ao ponto das poltronas terem abajures. Imagine todos os abajures da sala ligados ao mesmo tempo: a tela do cinema vai virar um borrão.
Evento aberto ao público no Brasil? Com brasileiros? Jesus me defenda! Educação e respeito são coisas alheias a este país. To fora!
Evento público e gratuíto no Brasil não é lugar para os “chatões”. Imagino que este amigo depoente do autor do artigo já decorou, decupou e destrinchou este filme. Foi lá só para despejar arrogância e reclamar. Já deve ter saído de casa com um espirito “brasileiro é tudo ignorante”. Bem vindo à vida em sociedade amigo! Esta é a sua pátria: ame-a, ou deixe-a, ou simplesmente não encha o saco.
Quer dizer que “chatão” é quem espera ver um filme em silêncio? Pode me colocar na lista dos chatões.
Exato !
Por exercer esta mentalidade que um certo sujeito que estava na minha fileira numa das sessões da 36ª Mostra apanhou bastante no estacionamento …
Tenho sentido o mesmo incômodo de uns tempos para cá. Achei que era eu que estava ficando velho, e que esses eventos sempre foram barulhentos. Fiquei muito transtornado no show do Peter Gabriel no SWU no ano passado. Era um show que exigia um silêncio enorme. Percorri quase que a arena inteira para achar um lugar onde pudesse assistir ao show numa boa, e não consegui. Só ficava mais irritado com a falta de respeito do público – para com o próprio público e para com o artista.
Eu ainda não sei a que atribuir isso. A explicação de que as pessoas estão mais mal-educadas não me parece suficiente. Porque estão ficando mais mal-educadas? Alguém arrisca um diagnóstico?
Olha, independente de show gratuito ou pago, a falta de educação predomina.
Levei meus filhos ao teatro para assistir uma peça (infantil, claro!) e minha indignação as ter que “aturar” a mãe que estava em frente a minha cadeira lendo tablet ao invés de assistir a peça com os filhos. A luz no escuro da sala ofuscava e atrapalhava as pessoas, e fora as crianças que se distraiam ao ver a tela. Isso por que o tema da peça era “um mundo melhor”…
Sei que vc não relacionou o nível sócio econômico das pessoas, mas, para que não fiquem dúvidas, estive lá e posso afirmar que e a maior parte era formada por gente que leva vinho e taça pro parque, veste roupa cara e por aí vai, não era povão não. A propósito, como boa parte dessa gente é patética, ficam maravilhadas com a organização, limpeza e educação dos europeus, mas acham que apenas se vestirem igual ou beberem a mesma bebida fará tudo sozinho, é impressionante.
A falta de educação é geral. Encontramos isso em cinemas, teatros, qualquer lugar. Recentemente assisti um concerto da OSESP na sala São Paulo e tinha um pessoal na minha frente querendo gravar tudo, com a câmera esticada bem na minha frente. Ainda bem que um segurança viu…
Nada demais. Arte é algo apreciado por poucos e compreendida por menos gente ainda.
A tentativa é válida, mas não esperem que o público em geral saiba se comportar ou apreciar arte. É o mesmo que oferecer ao povão a oportunidade de assistir a um jogo de tênis.
Eu mesmo, dispenso esse tipo de iniciação cultural. Passei dessa fase…
Não concordo, achei o evento muito legal, muita tranquilidade. Eu fiquei bem atras e ouvi o som da orquestra de forma perfeita. Tinha muitos jovens, pais com crianças e pessoas de todas as idades. Achei absolutamente democrático e civilizado.
Não é justo pedir desculpas ao leitor por causa da opiniãode um casal que se sentiu icomodado pelas pessoas em volta. Primeiramente acho uma hipocrisia dele achar que encontrará um ambiente de teatro municipal em um evento no parque, aberto a todos de diferentes culturas e comportamentos.
Eu estive no evento e tive um momento muito agradável, não deixei para chegar de última hora, como o nosso amigo, sentei no meio do gramado e pude apreciar a orquesta e o filme normalmente. As luzes, ao contrário que nosso amigo indica, foram apagas devidamente no início do filme e a projeção não deixou a desejar para o filme da época.
Realmente existiam pessoas de perfis culturais muito diferentes, mas afinal, este é o povo brasileiro.
Apoio e sempre irei prestigiar eventos como esste que só acrescentam à cultura da cidade, agora se alguém desejar som estéro e ar condicionado, fique em casa…
Recebi umas 15 mensagens dizendo o mesmo.
Não vejo problema em eventos para “diferentes culturas e comportamentos”, Rafel. Só acho que a boa educação deveria ser universal, assim como respeito ao próximo.