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André Barcinski

Uma Confraria de Tolos

Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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No tempo dos ETs comunistas

Por Andre Barcinski
08/11/12 07:05


 

Hoje, às 20h25, o Telecine Cult exibe “Vampiros de Almas” (“Invasion of the Body Snatchers”), que Don Siegel dirigiu em 1956.

Não só é um dos melhores filmes de terror e ficção-científica já feitos, mas um dos maiores exemplos de uma vertente muito popular do cinema hollywoodiano: a dos filmes anticomunistas.

No filme, uma pequena cidade é invadida sorrateiramente por seres do espaço, que crescem em casulos semelhantes a vagens gigantes e viram clones dos habitantes locais. Esses são, pouco a pouco, substituídos e viram pessoas frias e desprovidas de sentimentos. Um clássico da paranóia.

O cinema norte-americano sempre combateu o comunismo. Em 1919, apenas dois anos depois da Revolução Soviética, Hollywood já fazia críticas ao regime comunista, como na comédia pastelão “Bullin’ the Bolsheviki”.

Pelos 70 anos seguintes, centenas de filmes foram produzidos nos Estados Unidos – dramas, ficções-científicas, documentários, comédias – que pregavam a superioridade de Tio Sam e ridicularizavam a União Soviética.

O auge desse tipo de cinema ocorreu nas décadas de 1950 e 60, quando a Guerra Fria ameaçava o planeta.

E tome filmes sobre invasões alienígenas, ameaças atômicas e espiões infiltrados na imaculada América do Norte.  “O Dia em que a Terra Parou” (1951), “Invasores de Marte” (1953) e “Sob o Domínio do Mal” (1962), cada qual a seu modo, mostravam o que poderia acontecer em caso de uma vitória vermelha. Grandes cineastas como Roger Corman, John Frankenheimer e Don Siegel embarcaram na onda.

No início dos anos 70, Hollywood descobriu que a ameaça estava mais perto do que se imaginava: em meio à Guerra do Vietnã e a protestos sociais e raciais no próprio país, o cinema parou de se preocupar tanto com os russos e voltou suas armas, literalmente, para o próprio povo americano, em especial para os hippies, maconheiros e “bandidos” que protestavam contra o governo em universidades e nas ruas das metrópoles.

Foi a época de “Dirty Harry” (1971) e “Desejo de Matar” (1974), em que Clint Eastwood e Charles Bronson encarnaram John Wayne e pregavam a volta a uma América ordeira e obediente.

O cinema anticomunista voltaria com força nos anos 80, junto com a onda conservadora que levou Ronald Reagan à Casa Branca.

Foi quando Sylvester Stallone, na pele de Rambo, pirou ao ter “flashbacks” das torturas que sofreu nas mãos dos vietcongues, e Rocky desafiou para uma luta o campeão soviético, o sanguinolento Ivan Drago (Dolph Lundgren).

Foi também nos anos 80 que John Milius dirigiu “Amanhecer Violento” (“Red Dawn”, 1984), em que Patrick Swayze e Charlie Sheen lideram um grupo de estudantes de uma pequena cidade americana, que resistem à invasão de soldados russos, cubanos e nicaragüenses. Um delírio paranóico que hoje só provoca gargalhadas. Passa de vez em quando na TV. Não perca.

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Comentários

  1. fabrizzio comentou em 18/11/12 at 2:46

    Olha, André, não me considero babaca e muito menos pedante. Acho que você se irritou além da conta. Sou seu leitor, ouvinte e fã de longa data. Lamento se uma opinião minha, por mais estúpida que seja, o tenha aborrecido tanto. Me desculpe. Prometo só chatear quando achar necessário.

    • Andre Barcinski comentou em 19/11/12 at 7:36

      Desculpe se me irritei, mas só o fiz porque sei que seu comentário foi indigno de alguém que conhece cinema, como vc. Releia o que vc escreveu e me diga se não tenho razão. Falar uma coisa daquelas de Don Siegel é extremamente pedante. Vc pode não gostar do cara, mas chamar um mestre como ele de amador é demais.

  2. Sabrina Kubo comentou em 14/11/12 at 17:57

    ” Amanhecer violento” é daqueles filmes que não tem pé nem cabeça, ou vai ver que tem pra algumas pessoas. Vi esse filme recentemente e dei muitas risadas. E qual não foi minha surpresa ao saber que fizeram uma refilmagem. Repito RE-FIL-MA-GEM. Já tem até trailer: http://pipocamoderna.com.br/veja-chris-hemsworth-e-josh-hutcherson-em-varios-comerciais-de-amanhecer-violento/216340

    Essa paranóia não vai parar nunca… incrível. Os EUA precisam de menos Capitão América e mais Lars von Trier…

  3. Geneuronios comentou em 11/11/12 at 19:02

    Aguardando o comentário sobre “Cosmopolis” !!!

  4. Paulo Salmaso comentou em 11/11/12 at 14:05

    Fiz o caminho inverso. Vi todos os outros antes do de Don Siegel. E “Vampiros de Almas” é o melhor, sem dúvida. Sem grandes efeitos especiais, é o que mais impressiona. Valeu a dica.

  5. fabrizzio comentou em 10/11/12 at 12:50

    Sempre achei esse filme e todas suas refilmagens belas porcarias. Dizer que “Vampiros de Almas” é bom só pode ser dever profissional. A ideia é boa, mas a realização é precária. O melhorzinho foi aquele de 1978, de Philip Kaufman.

    • Andre Barcinski comentou em 10/11/12 at 15:33

      Pô, Fabrizzio, numa boa, vai se esfregar nas ostras. Duvido que vc tenha visto, pra falar uma coisa dessas. Dizer que Don Siegel faz cinema precário é coisa de babaca pedante. Chega de perder tempo falando de cinema com vc, na boa.

  6. fabrizzio comentou em 10/11/12 at 12:47

    Coincidência: um tempinho atrás, ignoro as cargas d’água, me deu na telha rever “Os russos estão chegando! Os russos estão chegando”. Tenho este filme em VHS. Parei antes da metade. Chato demais. Não sei como alguém pode ver méritos num filme como aquele. E muita gente viu! Aquilo foi muito elogiado tempos atrás. Muitos críticos curtiram. Talvez curtam até hoje, vai saber…
    Só sei que acho muito chatos os filmes com essa temática. Todos eles. Qualquer filme que tenha como motes a Guerra Fria ou a Caça às Bruxas, é insuportavelmente datado. Podem até ser válidos por testemunharem um momento real da história. E tudo bem, vá lá… há filmes até legais sobre isso, envolventes, inteligentes. Mesmo assim, não tenho a menor intenção de ver novamente filmes com este enredo.

    • Andre Barcinski comentou em 10/11/12 at 12:48

      Alguns são, tipo Dr. Fantástico. Mas Vampiros de Almas continua um filmaço.

  7. Paulo Sales comentou em 09/11/12 at 18:46

    Vampiros de almas não tem alguma coisa a ver com Invasores de corpos? Esse era filme de um terror bem legal que assisti quando adolescente e era digirido, se não me engano, por Philip Kaufmann.

    • Andre Barcinski comentou em 09/11/12 at 18:55

      É refilmagem.

  8. Brar Braren comentou em 09/11/12 at 14:19

    Clássicos de direita, “Psicopata Americano”:

    “Você é a doença, eu sou a cura”
    Cobra Stallone o garanhão. Mais freudiano que isso, só o falo mesmo.

    Dirty Harry “Sou aquele que chamam na hora que o serviço sujo tem que ser feito”. Aí, Harry chega, ao lado do corpo de um senhor estendido na calçada “Assalto, drogas, ou briga de duas bichas velhas?”.

  9. Sandro Macedo comentou em 09/11/12 at 11:30

    E o pior de todos, Invasion USA, em que o Chuck Norris com duas metralhadoras salva os EUA de uma invasão comunista?

    Tem também o primeiro filme de direção do Clint Eastwood, sobra a invasão de Granada, pensei que ele só ia fazer merda na direção, mas nesse filme os americanos tiveram que sair do mundo deles, não vale pra esse post.

    • Delfim comentou em 09/11/12 at 19:12

      O filme ao qual vc se refere é de 1986 “O Destemido Senhor da Guerra” (Heartbreak Ridge”). O Clint dirige desde 1971 (Perversa Paixão).

  10. Fabio comentou em 09/11/12 at 9:03

    Barça, chegou a passar na globo nos idos de 84 ou 85 uma serie de poucos capitulos chamado America que contava a história de como seria a vida nos EUA numa pos invasão sovietica em seu território. Já procurei muito na net mas nunca achei algo a respeito.
    Alguem lembra disso?

    • Andre Barcinski comentou em 09/11/12 at 9:18

      Amerika, não?

      • Fabio comentou em 10/11/12 at 14:02

        Valeu…obrigado!

  11. j.j. comentou em 09/11/12 at 1:07

    Mais um motivo para detestar o cinema brasileiro, enquanto nos EUA o cinema divertia detonando os comunistas, no Brasil o cinema faz justamente o contrario,entedia defendendo comunistas safardistas. Sem contar que la a guerra fria acabou, aqui, a julgar pelo mimimi dos filmes nacionais, ela continua.

    • Thomas comentou em 10/11/12 at 21:40

      A paranoia anticomunista não se restringe ao cinema americano…

  12. Jair Fonseca comentou em 09/11/12 at 0:51

    Um ótimo filme sobre a paranoia (anti)comunista é “Pickup on South Street”, do grande Samuel Fuller: melodrama noir-policial-de-espionagem, de 1953. Claro que o filme extrapola em muito seu recurso à propaganda ideológica. Clássico que já é cinema moderno, e era considerado apenas um filme B…

  13. neto comentou em 09/11/12 at 0:10

    pelo texto, qualquer um que conheça pouco sobre filmes norte americanos (ou seja, a maioria que nasceu nos anos 90) pode até achar que ele está correto. só que na minha opinião, acho que há mais filmes criticando do que louvando esse nacionalismo norte americano tolo.

    Agora se filmes como rambo 2 e rocky 4 faziam mais sucesso aí é outra história.

    • Andre Barcinski comentou em 09/11/12 at 8:47

      A maioria que nasceu nos anos 90 sabe sobre cinema americano? Cuma?

  14. Bullitt Kowalski comentou em 08/11/12 at 22:03

    Assistiu “Outrage” de Kitano, Barcinski? Se gostou já lançaram a continuação, “Outrage Beyond” nos cinemas do Japão.

  15. Brar Braren comentou em 08/11/12 at 20:32

    OUTRO LADO
    Do lado comunista tem o grande cineasta Einsenstein: “Encouraçado Potenkim”, (aviso de ironia) um dos dez melhores filmes de todos os tempos (charge de Jaguar). Dois cinéfilos na escada e [Clramp clramp], barulho de carrinho de bêbê descendo a escadaria (fim do aviso de ironia).

    DO OUTO LADO, ou AO LADO DO ALÉM
    Nosferatu (1922) apareceu após o fim da primeira Guerra em 1918 e antes da segunda iniciada em 1939.

    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/86/WW1_TitlePicture_For_Wikipedia_Article.jpg/445px-WW1_TitlePicture_For_Wikipedia_Article.jpg

    Quem será que era o Nosferatu, aquele que levava o caixão embaixo do braço? Talvez fosse o “Hans do Caixão” alemão. Traçar um paralelo entre o Zé do caixão e Nosferatu é dose, sei, mas que existe, existe. Juro, Juro (eu nunca minto) que o tem em comum entre eles, é o pavor (“irracional”, desculpem a redundância) da morte, e um terror/humor. Zé do Caixão provou isso ao vivo, quando era criança viu um defunto levantar do caixão no meio do funeral e viu todo mundo sair correndo. A esposa do ex-defunto não achava que o defunto vivo era o marido morto, narra Zé do Caixão, na sua voz tenebrosa, e o insuportável coitado que estava vivo foi deixado ali sozinho! Ele não era mais ele, foi abandonado por todos. Um “eu” sozinho não é um “eu” é um gótico, um umbigo perdido. A vida do ex-defunto não valia mais nada e se tornou algo muito pior que a morte! Algo pavoroso, mas engraçado. A plateia, aliviada, aplaude o Zé e Nosferatu em meio a risinhos nervosos e debochados.

    (AVISO) O texto acima é experimental. Mas favor não criticar o Zé do Caixão, e a comparação com Nosferatu, porque se o fizerem: “ Esta noite levarei a tua alma”. Socorro.

  16. O velho comentou em 08/11/12 at 19:33

    Não adianta me colocar no ignore. Eu utilizo muitos outros nomes, vai ter que excluir todo tipo de postagem para me parar.

    • Andre Barcinski comentou em 08/11/12 at 20:31

      O que interessa não é o pseudônimo, é a estupidez – ou não – do comentário.

  17. Evandro comentou em 08/11/12 at 18:41

    Não acho que O Dia em que a Terra Parou se encaixe nesta categoria de filmes sobre invasão Soviética. Ele tem muito mais uma abordagem pacifista do que anti-comunista.

    • Neilson comentou em 08/11/12 at 19:47

      Concordo. Inclusive traz uma visão bastante lúcida sobre a paranoia anticomunista daquela época.

  18. Carlos Henrique Pontes comentou em 08/11/12 at 18:22

    Como essas viúvas do muro de Berlim gostam de chorar..

    • Evandro comentou em 08/11/12 at 23:04

      Viúvas do muro de Berlim? Não entendi. É público e notório que os americanos faziam alegorias de invasões soviéticas em filmes de FC. Não é preciso ser de esquerda pra perceber isto.

  19. João Gilberto Monteiro comentou em 08/11/12 at 18:16

    André, vc poderia fazer um top 5, 7, 10, o número que vc achar melhor dos melhores “filmes paranoia anticomunistas”?????

    • Andre Barcinski comentou em 08/11/12 at 18:38

      Já fiz, pode procurar, acho que chamava mesmo “cinema da paranóia”. Mas não era só anticomunista, tinha filme de conspirações gerais.

  20. neder comentou em 08/11/12 at 17:20

    Não rola aqui no blog a entrevista que você fez com o John Milius? Ou faz parte do arquivo perdido do JB?

    • Andre Barcinski comentou em 08/11/12 at 18:39

      Putz, deve ter sido em 93 ou 94, nem lembro mais se foi pro JB, pra SET…

  21. Sidney comentou em 08/11/12 at 15:55

    Sorry Off topic O que vc achou dos últimos trabalhos do Iggy “preliminaires “e ” Apres”? Tão diferente de tudo o que ele fez!
    eu gostei muito do primeiro e ainda não ouvi o segundo!

  22. Fernando Maia comentou em 08/11/12 at 15:42

    Body Snatchers não é o nome de uma banda de ska ou punk do final dos anos 70? Já tinha lido citações à banda na antiga Bizz mas corri atrás e não encontrei nada pra ouvir…será que vale a busca?

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