Uma noite com Petrucio Melo
30/11/12 07:05
Estarei fora até 3/12. Até lá, vou republicar alguns textos desses últimos dois anos e meio. Infelizmente, não poderei moderar os comentários, que só serão publicados em 3/12, quando o blog volta com textos inéditos.
Você já teve a sensação de estar em meio a uma situação tão bizarra e surreal que mais parecia um sonho?
Eu já. Várias vezes. Graças a um amigo, José Mojica Marins, que é um verdadeiro ímã para esse tipo de situação.
Certo dia, Mojica me ligou. Precisava de alguém para acompanhá-lo a uma “festa de gala”. Eu não tinha nada melhor para fazer mesmo.
A tal festa de gala seria num clube de samba no Bixiga. Era aniversário do apresentador Petrucio Melo.
Os mais velhos certamente lembram Petrucio Melo participando de programas de TV nos anos 80. Hoje ele é presidente e apresentador da TV Orkut.
Chegamos ao clube e logo fomos levados a uma mesa, onde já estavam alguns convidados. Fomos apresentados a um senhor, dono de um bufê em Valinhos ou coisa parecida. Ele estava nervosíssimo: “Vou entregar o prêmio de comunicador do ano para o fulano (não me lembro o nome), preparei até um discurso.”
Ele leu o discurso todo ali na mesa, para que déssemos nosso veredicto. A única coisa que lembro é que citava Gutenberg. A mesa toda aplaudiu.
Logo depois, começou um empolgante show de samba. Um corpo de baile formado por duas mulatas e um rapaz encenou coreografias que traçavam um panorama da história do Brasil.
No meio do show, Petrucio passou de mesa em mesa, cumprimentando todos os amigos. “Aqui está um dos maiores batalhadores do nosso cinema: José Mojica!”, disse Petrucio. Mojica retribuiu com elogios a “um grande homem das nossas comunicações”. Bonito.
Depois foi a vez de um dos momentos mais esperados da noite: a entrega do troféu “Artista do Ano”. O vencedor foi o cantor Ovelha.
Ovelha subiu ao palco. Emocionado, ouviu discursos de vários amigos, ao melhor estilo “Esta é Sua Vida”. Um senhor, dono de alguma rádio do interior, lembrou a primeira vez que viu Ovelha em cima de um palco: “Ele era um menino, estava muito nervoso e inseguro. Mas eu já tive a certeza, desde aquela primeira vez, que ali estava um dos maiores talentos de nossa música.”
O final da festa foi apoteótico: as duas mulatas do corpo de baile passaram de mesa em mesa, distribuindo – juro – máscaras de papel com o rosto de Petrucio Melo. E todos os convidados, fantasiados de Petrucio, entoaram o “Parabéns Pra Você”, enquanto o aniversariante soprava as velinhas. Inesquecível.
Da festa, levei, além de memórias eternas, uma linda máscara de Petrucio Melo. Mas a máscara não durou muito. Resolvi fazer uma surpresa para minha mulher e entrei em casa vestido de Petrucio. Ela estava lendo, deitada, e tomou um susto tão grande que saltou a uns dois metros de altura. Eu não via nada parecido desde Linda Blair em O Exorcista. Descontrolada, ela rasgou a máscara. Adeus, Petrucio!
Publicado originalmente em 8/9/2011
Andre, meu nome eh andre varela, moro em manaus. ja algum tempo ja acompanho sua carreira. estou desesperado escrevendo estas linhas a fim de compreender de uma vez por toda essa injustiça como o grande mestre Marins. ESTOU A 48 HORAS SEM DORMIR, BEBENDO POUCA AGUA PARA NAO PARAR DE URINAR. A CAUSA DE TUDO ISSO, EH ESTE LIVRO MAGNIFICO: MALDITO, A HISTORIA DE ZE DO CAIXAO. MEUS DEUS QUE LIVRO! POR FAVOR ME DIGA SE AO MENOS VC VAI CONTINUAR, POIS O MESTRE AINDA VIVE. E SUA HISTORIA NAO TERMINA AQUI. PS….ME ACEITA NO FACEBOOK SE CASO O TER.
Poxa, andar com o Mojica é uma honra. sou dele e tb tenho seu livro “maldito”
Hilário! hehehehehe
Chorei de rir aqui!
Sensacional!
Cara, mesmo publicando textos mais antigos, seu blog continua impagável. Sua maneira de contar histórias é fantástica. Isso tudo tinha que virar livro, pra gente ficar relendo o tempo todo!