Obrigado por existir, Steve Martin!
05/12/12 07:05Passando mal de rir há vários dias com “Steve Martin – The Television Stuff”, caixa de três DVDs com o melhor de Steve Martin na TV americana.
A caixa reúne vários especiais de TV, shows de “stand up” e participações de Martin em “talk shows” e programas humorísticos (veja aqui o quadro clássico de “Turtle Boy”, o “Menino-Tartaruga”).
O nível dos roteiros é brilhante e o material de Martin foge completamente das fórmulas fáceis da comédia “stand up”, sem o tom confessional ou confrontacional da maioria de seus colegas de profissão.
Steve Martin não conta piadas, ele mostra como contar piadas é um clichê ridículo.
Sua comédia, mais que a de qualquer outro humorista norte-americano, tem um tom surrealista e absurdo, que o aproxima do humor inglês.
Martin não é um comentarista social como Richard Pryor ou Lenny Bruce, e não tem o talento histriônico de Jim Carrey ou Eddie Murphy. Seu interesse parece ser o de desmontar o humor, surpreendendo o público com variações inusitadas na forma de contar uma história.
Steve Martin se formou em filosofia, e baseou toda sua comédia nas questões existenciais discutidas em aula. “Eu estudei lógica, e eles falavam em causa e efeito”, disse ele. “Aí você começa a perceber que isso não existe, que não há lógica! (…) Comecei a pensar no que aconteceria se não houvesse clímax, se não houvesse final para a piada… O que aconteceria se eu criasse tensão mas não a liberasse? (…) o que a platéia faria com essa tensão? Eventualmente, ela teria de ser liberada de alguma forma, mas, se eu continuasse a negar ao público a saída fácil de um clímax, as pessoas acabariam escolhendo um lugar para rir, nem que fosse por desespero.”
Um dos shows de “stand up” da caixa, filmado em 1976 no clube Troubadour, de Los Angeles, mostra essas experiências absurdistas e bizarras de Steve Martin. Ele começa o show com a frase “Boa noite, eu sou Steve Martin e vou sumir daqui em um minuto”. Não há piadas – ou pelo menos piadas contadas da forma tradicional – mas uma performance absurdamente bem escrita e interpretada, de tons surrealistas e de humor negro. Coisa de gênio.
“Gênio”, aliás, é a palavra mais comumente associada a Martin. Um amigo entrevistou Ben Fong-Torres, famoso jornalista da revista “Rolling Stone”, e Fong-Torres disse que nunca havia conhecido uma pessoa mais inteligente que Martin. Diane Keaton disse a mesma coisa.
Aos 23 anos, Martin ganhou um Emmy – o Oscar da TV americana – pelos roteiros que escreveu para o programa do duo cômico The Smothers Brothers.
No fim dos anos 70, Steve Martin era o cômico mais famoso dos Estados Unidos, se apresentando em arenas para 10 ou 20 mil pessoas. Seus discos de “stand up” chegaram a vender mais de um milhão de cópias cada. Ele abandonou o “stand up” em 1981 para fazer cinema.
Em 1977, escreveu e dirigiu um curta, “The Absent-Minded Waiter”, indicado a um Oscar. É uma obra-prima e está na caixa de DVDs. Veja aí abaixo. Depois, faça um favor a você mesmo e compre logo a maldita caixa.
Hoje estarei com acesso limitado limitado à Internet e alguns comentários podem demorar a ser publicados.
Eu que não sou o maior fã de comédias, tenho apreço especial por Steve Martin, e passei minha adolescência assistindo aos seus filmes, ainda na era do vídeocassete.
“Os Safados” é bom demais, muito inteligente, você ri o tempo inteiro, classicão de sessão da tarde. Não vejo mais comédias como esta.
O Panaca, Cliente Morto Não Paga, Um Espírito Baixou em Mim, Três Amigos!, Antes Só do Que Mal Acompanhado, Os Safados, Fé Demais Não Cheira Bem…..
Depois disso a carreira dele já não foi a mesma mas…. pustaquepariu (!), QUALQUER um desses filmes é muito bom.
São filmes que TODA vez que eu zapeio os canais e algum deles está passando (pena que hj em dia já não passam tanto…) eu sou praticamente obrigado assistir até o fim.
P.S.: Comprei a biografia do The Doors escrita pelo Ben Fong-Torres tempos atrás, mas está “morgando” na prateleira. Eu nem sabia que ele era colunista famoso da Rolling Stones. Acho que vou dar uma conferida.
Ah, tô lendo o livro do Little Richards do Charles Wait q vc recomendou tempos atrás. Caraca, é uma história melhor que a outra. Eu achava que o Jerry Lee Lewis era “maluco”, mas tô revendo meus conceitos…
Quero muito ler a autobiografia dele “NASCIDO PARA MATAR…DE RIR”. Dizem que é bem interessante.
André, o que é que você acha do Will Ferrel como humorista?
André, qual seu filme favorito do Steve Martin????
Acho que Os Safados é o mais engraçado.
E defendendo a dublagem brasileira …nesse filme ela é perfeita…por incrível que pareça…as cenas e piadas ficam até mais engraçadas do que o original…
Por melhro que seja a dublagem, não é o Steve Martin interpretando e sim um cara no studio lendo um texto. Por isso filme dublado, somente desenho e olha lá.
Fala Barça, queria te enviar um e-mail. Pode ser nesse do uol ou vc tem outro.
Valeu
Abrcs
andrebarcinski.folha@uol.com.br
ta la. Obrigado
Um dos filmes que marcaram é “O Panaca”… vale a pena
como o filósofo – e gênio – aprova, DUAS VEZES, o protofascimo imbecilizante de Doze é demais?
Off: sugestão, post sobre Madchester, Happy Mondays, Tony Wilson, etc…
À parte o talento monstruoso do Martin, ele é um dos raríssimos casos (se não for o único) de ator culto. Normalmente o ator forma uma categoria que, por não ter que criar (tá, podem até “criar” um personagem ou um modo de atuar, mas me refiro a criar uma obra), é caracterizada pela frivolidade, independente de seu talento como ator. Steve Martin é uma exceção.
Acho que Steve Martin e Eddie Murphy devem ser vistos mesmo quando estão num filme que não é bom. Sempre há um momento compensador.
Sempre comento aqui….Os Safados é meu filme favorito dele. A cena do Rupretch é inacreditável! Abs!
Concordo.
Um filme dele ” The man with two brains” mostra bem esse lado dele de lidar com o absurdo e coisas surreais bem ao gosto do humor inglês com você colocou, André. Vi este filme quando era moleque e mesmo sem entender muito dos absurdos, morri de rir. Revi depois de adulto e continuei morrendo de rir!
Carl Reiner dirigiu, não? Outro gênio.
Fala André! como seu seguidor diário, digo que faltou vc fazer a sempre esperada “lista dos melhores filmes”. Se tiver um tempinho, fica a sugestao porque o Steve Martin tem uma filmografia muito extensa e oscilante. Abraço.
Os melhores são Os Safados, Bowfinger e O Panaca, acho.
Alem disso o cara é um musico profissional, tocando banjo como poucos nos EU… só fazer uma busca no youtube e ver o talento dele…
Quem teve infancia nos anos 80 e não alugava os filmes do Martin, desculpe, mas perdeu muitas risadas…..
Gosto do Steve Martin. Adoro O Panaca e OS Picaretas e até a comédia romântica L.A. Story.
O programa – The Tonight Show
O quadro – “The Great Flydini”
O cara – Steve Martin
SENSACIONAL!!! rsrsrs
engraçadissimo…genial em “o panaca”.
Muito bom o filme que ele fez com o Eddie Murphy, um complementando o outro, “Os Picaretas” (“Bowfinger”). Imperdível, assim como “Antes só do que mal acompanhado” (“Planes, Trains and Automobiles”) com o também impagável e infelizmente falecido John Candy. Apenas dois momentos de uma carreira impecável!
Ô Barça…acho admirável o cuidado que os americanos têm em reunir arquivos raros…entrevistas (muitas vezes inesquecíveis) e vender esses produtos aos consumidores…é uma homenagem e ao mesmo tempo um tesouro para os fãs (John Belushi, Andy Kauffman, John Cleese mereciam tembém) Como a chance de sair esse box por aqui é praticamente zero…pra quem não domina totalmente o inglês…pode dizer se pelo menos ela tem legendas em inglês?
Cara, nem tem, um saco. Tenho a caixa de 16 DVDs do Monty Python, que tem legenda em inglês, facilita demais a vida.
Às vezes não tem legenda mas tem closed captions. Tente habilitar.
16 DVDs do Monty Python ???
Papai Noel, dá tempo de eu mandar uma cartinha ?
É a caixa com todas as temporada do programa de TV.
O Monty Python’s Flying Circus saiu há uns três anos em DVD com legendas em português, às vezes ainda acho pra vender em alguma loja. Também lançaram um DVD com o Do not adjust your set e o At last the 1948 show (programas anteriores dos integrantes do Monty Python). Vale a pena procurar.
Acho o Steve Martin muito bom também, realmente chega a coisas de gênio no inicio de carreira, mas concordo com quem falou aí que parece que de uns muitos anos pra cá o cara deu uma caída, não consigo me lembrar a última coisa legal que ele tenha feito.
Lembro de ter assistido L.A. Story, escrito e interpretado por ele, numa pré estreia em Los Angeles em 1991, depois de ter passado 1 mês fazendo um curso de inglês na cidade, e achado genial. Na época pensei que aquele filme era pra Los Angeles o que os filmes do Woody Allen são pra Nova York, só que num nível muito mais surrealista. Coisa de gênio.
A cena dele abraçando o placar eletrônico da estrada (após um pedido da coisa) foi uma das melhores coisas que já vi no cinema.
pantera cor de rosa nem é tão bom mas a cena do ‘ramburgá’ é de se mijar.
Eu adoro o Steve Martin…pra mim o filme dele com o Michael Caine: “Dirty Rotten Scoundrels” é simplesmente perfeito…roteiro…atuações…cenas inesquecíveis…dá até pena quando o filme acaba…
A primeira vez que vi Martin foi quando protagonizou “Um Espírito Baixou em Mim”; achei-o simplesmente genial, uma interpretação e timing fora de série!
Eu sempre gostei do Steve Martin, mas nunca vi ele nesse começo de carreira.
Outro dia assisti um filme bobinho dele com a Goldie Hawn, “Perdidos em Nova York”, e tem seus momentos hilários.
A presença de cena dele é incrível….você fica se preparando pra rir a qualquer momento.
O controle corporal que ele tem é impressionante, por exemplo naquele filme “um espírito baixou em mim”, metade homem e metade mulher, é muito engraçado! hahahaha
Caro André,
Lembro de uma cena do filme O Panaca,que o Steve Martim quase me matou de rir,ele “descobriu”que não era filho legitimo numa familia de negros,antológica e hilariante.
É muito bom esse filme.
Por pior que seja um filme, se tiver Steve Martin, eu assisto.
O cara é foda, à parte de muita coisa sem graça que fez para o cinema (mas nessa até o gênio dos gênios Eddie Murphy caiu).
Rapaiz, se tem uma coisa que eu admiro na cultura/sociedade americana é a tal da liberdade de expressão, ali os comediantes chegam com os dois pé no peito sem dó.
Já aqui, bom, aqui nós temos o Rafinha Bastos…