Meus discos, filmes e livros do ano
21/12/12 07:05Aí vai minha lista de melhores discos, filmes e livros do ano. Confesso que está ficando cada vez mais difícil fazer essas listas. A cada ano, leio, ouço e assisto mais coisas velhas.
No fim das contas, não foi um ano tão ruim assim. Confira:
DISCOS
Swans – The Seer – Melhor disco do ano por uma milha. Só não consigo ouvir sem fone de ouvido porque tenho um filho pequeno, e ele nunca mais iria dormir. Compre a versão “deluxe” do CD, que vem com um DVD ao vivo de brinde.
Godspeed You! Black Emperor – Allelujah! Don’t Bend! Ascend! – Primeiro disco em dez anos, e cada vez melhor. Drone, ambient, noise, tudo com um raro senso de drama.
Steve Moore – Light Echoes – Conheci Moore há um ano e venho comprando tudo que lançou. Este CD é uma espécie de tributo a artostas eletrônicos “old school” como Tangerine Dream. Parece trilha sonora de filmes do Cronenberg, e é intoxicante.
Menções honrosas: Lambchop (“Mister M”), Tame Impala (“Lonerism”), OM (“Advaitic songs”) e Bob Mould (“Silver Age”).
FILMES
Takashi Miike – 13 Assassinos – Ver essa beleza numa tela grande foi um dos destaques do meu ano cinéfilo.
William Friedkin – Killer Joe – Friedkin (“O Exorcista”, “Operação França”) volta à forma nesse policial escabroso. Destaque para – juro – Matthew McConaughey, na melhor cena envolvendo uma coxinha de galinha que já vi.
Jay Bulger – Beware of Mister Baker – Gosto de documentários com histórias surpreendentes. Este, sobre Ginger Baker, baterista do Cream, me mostrou que eu não sabia nada sobre o homem.
Menções honrosas: Leos Carax (“Holy Motors”), Paul Thomas Anderson (“O Mestre”), Abbas Kiarostami (“Um Alguém Apaixonado”)
LIVROS
Peter Doggett – The Man Who Sold the World – David Bowie in the 70s – Fiquei chapado com essa análise, música a música, da obra de Bowie nos anos 70. Dogget faz um trabalho primoroso de contextualização e análise, e chega à conclusão de que Bowie foi “o” músico da década. Não foi lançado no Brasil, mas agora que o livro de Doggett sobre o fim dos Beatles, “A Batalha pela Alma dos Beatles” saiu no Brasil, aumentam as esperanças…
Tom Rachman – Os Imperfeccionistas – Divertido demais esse livro sobre a redação de um jornal em inglês na Itália. Rachman costura os capítulos, cada um sobre um personagem, de forma engenhosa.
Erik Larson – No Jardim das Feras – História de William Dodd, embaixador americano em Berlim de 1933 a 37, durante a ascensão nazista. Parte livro de história, parte thriller de espionagem. Impossível parar de ler.
Na fila: Mario Magalhães (Marighella), Nick Tosches (Me and the Devil)
MELHOR COMPRA DO ANO
Sem dúvida, a caixa Steve Martin – The Television Stuff, com três DVDs do melhor de Martin na TV americana. O melhor presente que ganhei desde a caixa das temporadas completas do Monty Python. Alguém precisa lançar essa caixa do Martin com legendas em português.
O blog volta em 7 de janeiro. Boas festas a todos e até 2013!
Holy Motors é incrível! Tem tudo para ser o tipo de filme em que não embarco, mas não desgrudei o olho da tela um minuto. Imperdível!
Boa seleção!
Esta era para comentar no tema da Jararaca:
Quando estiver com o Damião, peça para contar a história(causo…) de como ele cortou as 4 patas de uma vaca de uma só vez com uma foice…
André, o “Old Ideas” do Leonard Cohen não merecia estar na lista ?
Para mim está entre os 5 melhores.
Melhores do ano: Mark Lanegan, Smashing Pumpkins, Soundgarden, Muse e Bob Mould…quanto ao tal de Swans….que chatice meu Deus!! me deu saudades do Blind Melon…um abraço e feliz ano novo para você e sua família!!!
Fico até impressionado que o disco dos Swans, obra-prima tão óbvia – e o disco que o Michael Gira disse que imaginou a vida inteira gravar – tenha ficado abaixo de álbuns (muito) menores em várias eleições da imprensa musical.
Um espanto ou eu que não sei mais nada?
Não é um disco “fácil”, concorda?
Não vejo a ordem de classificação como um grande problema, pois o disco saiu em quase todas as listas de melhores do mundo, que incluem estilos que o André geralmente não classifica como o Hip Hop por exemplo.
Como assim, “não classifica”?
É que nunca vi você falando desse tipo de som nos melhores do ano.
Nos filmes faltou “Cosmópolis”.
Andre, se gostastes mesmo de 13 Assassinos, não perca o recém lançado “A Invasão”.
Que surpresa ver o “The Seer” do Swans em primeiro lugar na sua lista! Também é meu disco preferido de 2012! Vi o Swans ao vivo ano passado no Primavera Sound em Barcelona e foi um dos shows mais hipnóticos e ensurdecedores que vi na minha vida. Michael Gira é mesmo um visionário.
Quero muito ver esse show.
The Swans é a versao hype de PinkFloyd. Tudo dentro da mesma linguiça. E quem não gosta de linguiça?
Swans, “hype”? Uma banda com mais de 30 anos? Demorou o hype, não?
O que mais tem por aí é tiozão hype, não é?
Hype costuma ser domínio da modernidade.
Victor, Hype é associado a banda que recebe reconhecimento absurdo no inicio da carreira, como tantas da geração Internet que são consideradas a melhor coisa desde os Beatles com 3 músicas….nada a ver com o Swans.
Inspirado pelo seu comentário, comprei o boxed set do Steve Martin. Começamos a ver ontem e posso dizer que o standup no El Trobadour em 1976 é o melhor que já vi junto com o do Andy Kauffman no Madison Square Garden.
Valeu mesmo pela indicação !
Demais, né? Vc comprou pelo correio? Chegou rápido?
Comprei na Amazon e entregaram em 8 dias. Me impressionou as cenas das pessoas indo aos shows dele com os props que ele usa (flecha, bexiga, etc). Conheci o SM como ator de comédia (algumas muito boas) e não sabia que ele fora cultuado dessa maneira …
Demais, 8 dias só? Com imposto?
Não entendi a ausência de” 50 Tons de Cinza”! Por favor faça uma avaliação desse complexo romance?! SERIO!!!
Anotei Steve Moore, não conhecia. Se parece com trilha do Cronenberg, deduzo que parece Howard Shore.
Melhor CD do ano, “Channel Orange”, Frank Ocean.
O álbum da carreira solo de Serj tankian ficou legal também, pra mim foi uma das poucas músicas boas de 2012 xD
Olá André, cara meu comentário não tem muito a ver com seu post é só uma indicação brother, assista ao suspense “The Pact” do diretor Nicholas McCarthy, http://www.imdb.com/title/tt2040560/?ref_=fn_al_tt_1 , velho é um filme barato mas muito bem montadinho belo suspense, quando der assista vai valer seu tempo. Um abraço, até breve e boas festas!!
Boa dica, não conhecia. Abração.
Com todo respeito “The Pact” é medonho…de fraco. Para mim os destaques foram Moonrise Kingdom, The Master e The Loved ones…já viu esse longa australiano Barcinski? É muito bacana.
Amiguinho (Daniel) você leu meu post completo?…acho que não!… pode assistir, André temos quase a mesma idade, você vai gostar, a indicação foi só porque é um filme desconhecido, e com tanta porcaria saindo de terror e suspense esse até que foi um filme bem legal meio estilo anos 70, aqueles filmes de suspense e terror que eram produzidos pra tv, lembra Andrézão? Então fique tranquilo pode assistir.
Li amiguinho (Ricardão) me desculpe se não concordo com vc.. Concordo que tem rolado muita porcaria do gênero. Mas O Pacto não ajuda em nada a situação. O roteiro é mau resolvido. Tem algumas boas idéias mas que infelizmente não foram bem desenvolvidas. Não a toa as criticas foram medíocres. No Rotten Tomatoes está 67% com average rating de 5.7.
O filme 13 Assassinos é razoável, talvez apenas o melhor no seu estilo.
Talvez “apenas o melhor no seu estilo”? E isso o torna “razoável”?
E no Brasil? Teve algum músico que merecesse a alcunha de melhor lançamento de 2012 nas suas listas?
Sim, claro, vários. Podendo estar esquecendo de alguns, para mim os melhores foram: Zélia Duncan cantando Itamar Assumpção (“Tudo esclarecido”), a cantora Célia (“Outros Românticos” – disco com músicas de outros compositores que foram cantadas pelo Roberto Carlos), Marcos Paiva (“Meu samba no prato – tributo a Edison Machado”), Joyce (“Tudo” – um disco bem jazzístico da compositora), Luciana Souza (“The Book of Chet”), Antônia Adnet (“Pra dizer sim”), Rogê (“Brenguelé”), Sururu na Roda (“Se você me ouvisse” – homenagem a Nelson Cavaquinho), Marina Wisnik (“Na rua agora”), Zé Paulo Becker e Marcos Sacramento (“Todo mundo quer amar”). Lembrar que foi lançado agora no final do ano o Box da Nana Caymmi. E de um lançamento sensacional que foi abortado: um DVD com uma apresentação, em 1970, da divina Elizeth Cardoso acompanhada do Zimbo Trio. Sairia pela Biscoito Fino. Há à venda por aí por um preço absurdo, mas vale cada centavo.
O do Crazy Horse, não empolgou a ponto de incluir na lista Barcinski?
Não rolou.
André, já que fez as listas dos melhores, poderia fazer também dos piores do ano!!!!
Mas, Boas Festas para vc e a sua família, e cuidado com as chuvas de verão aí em Paraty!!!!
Bom ano novo pra todo mundo!
André, um grande disco deste ano também foi o Son Of The Dust, da banda italiana Movie Star Junkies. Vale muito a pena.