Sangue e caos: na estrada com o Ministry
09/01/13 07:05Em 22 de dezembro do ano passado, o guitarrista Mike Scaccia, do grupo industrial Ministry, participava de um show no Texas quando sofreu um colapso no palco e morreu.
A autópsia revelou que Scaccia, 47 anos, tinha sofrido um ataque cardíaco. Numa coincidência mórbida, a banda com que ele estava tocando se chamava Rigor Mortis.
A morte de Mike Scaccia me inspirou a rever o documentário “Fix – The Ministry Movie”, de Douglas Freel. O filme é um relato íntimo e sem censura da vida do Ministry na estrada. Periga ser o documento mais sombrio e pesado que já vi sobre qualquer banda.
Há muitas cenas de shows, mas a maior parte do filme traz entrevistas com amigos e colaboradores de Jourgensen e imagens da banda no ônibus e em hotéis, onde eles aparecem invariavelmente injetando heroína, cheirando pó ou quebrando alguma coisa. Nada parece armado para as câmeras. O dia a dia do Ministry era esse.
Algumas entrevistas são assustadoras. David Yow, grande vocalista do Jesus Lizard, diz que conheceu Al numa estação de ônibus, onde Yow e seu amigo, Gibby Haynes, do Butthole Surfers, ganhavam uns trocados fazendo boquetes nos banheiros. “Daí surgiu Al, e tomou nosso negócio”, lembra Yow. “Ninguém fazia boquete melhor que ele!”
Dave Navarro, do Jane’s Addiction, conta um episódio que rolou durante o primeiro festival Lollapalooza, em 1991, quando ele, Perry Farrell e Trent Reznor, do Nine Inch Nails, estavam injetando heroína no camarim e Al Jourgensen apareceu para dar um alô. “Al estava completamente insano”, lembra Navarro. “Perry, Trent e eu olhamos uns para os outros e dissemos: ‘Esse cara está fodido!’”
Jello Biafra, ex-Dead Kennedys, falou sobre a amizade de Al com dois papas da contracultura – e das drogas, Timothy Leary e William Burroughs. “Um dia, Leary chegou para mim e disse: ‘Jello, precisamos ajudar Al. Ele é tão talentoso, mas vive sempre tão chapado!’. Lembre-se: quem me disse isso foi o homem que ensinou o mundo a tomar ácido.”
Al Jourgensen não é entrevistado no filme. Quer dizer, ele aparece a toda hora falando mil coisas, enquanto injeta seringas no braço. Mas quase nada do que diz faz sentido. E Mike Scaccia também aparece, sempre com uma colher ou uma seringa na mão.
No palco, o Ministry foi uma das bandas mais poderosas do mundo. Nivek Ogre, vocalista do Skinny Puppy e um homem que não costuma se assustar facilmente, lembra da mitológica turnê do álbum “The Mind is a Terrible thing to Taste” (1989), em que a banda era separada do público por uma grade. Até hoje, ninguém sabe se para proteger a banda ou o público.
Assistir a “Fix” é uma experiência e tanto. O filme é triste e emocionante. Ali está um sujeito, Al Jourgensen, que tem conseguido expor a sua visão do mundo – um lugar sombrio e pavoroso – há mais de 30 anos. No caminho, acumulou inimigos, brigou com gravadoras e virou um farrapo humano. Mas nunca se curvou a ninguém e sempre fez as coisas à sua maneira.
Tive bastante contato com Al no início dos anos 90. Em 1992, ele deveria ter vindo ao Brasil para o lançamento do meu livro “Barulho”. No dia do embarque, não apareceu, deixando Jello Biafra e seu companheiro do Ministry, Paul Barker, esperando no aeroporto.
Paul depois contou que já esperava pelo sumiço de Al. Segundo Paul, Al estava em uma de suas “fases difíceis”, tentando largar a heroína. Al estava usando fraldas geriátricas por causa dos freqüentes “acidentes” que ocorrem devido à abstinência da droga. Teria sido uma experiência e tanto ver Al Jorgensen no Brasil…
sensacional o post…. mais um.
André, desculpe voltar em post antigo, mas dei uma olhada e não achei esse filme fácil pela internet 🙂 ele já saiu, certo? Tem em DVD? 1 abraço!
Comprei nos EUA, em DVD.
Beleza, vou ir atrás com mais afinco então. Obrigado,
Dá para achar via torrent bem fácil.
Barça,confesso que ri demais com esse post de hoje,tenho uma atração por essas histórias malucas de bastidores,quando Jello Biafra,Perry Farrel e cia dizem que o cara “pega pesado” é que a coisa é séria.Muito bom esse post….Sugestão,manda um post com os top 10 desse gênero de histórias,vc conhece alguém no mundo do rock mais barra pesada que o Al Jourgensen ? solte essa lista…..tipo aquela das bandas que encontravam bandas fofos no beco,kkkkk
Al Jourgensen daria um jeito em Paraty ?
Ele acabaria com isso aqui, acho.
Eu acho que o som do Ministry traduz perfeitamente todo esse desespero do Al Jourgensen. É a trilha sonora perfeita para sua escuridão. Ainda bem que eu já curtia a banda antes de conhecer estes “detalhes biográficos” (apesar de desconfiar que devia haver algo “estranho” com os autores daquelas viagens sonoras…). Sem dúvida, sua música será sempre o o mais importante para mim. Feliz Ano novo para o Jourgensen
Às vezes eu tenho a impressão que você glamouriza demais a autodestruição. Não dá para dizer que alguém totalmente prisioneiro das drogas faça as coisas sempre à sua maneira. O que nos leva a Kurt Cobain… É assustador pensar que grande parte do que vale a pena no rock saiu movido a heroína e destruição. Mas enfim, parece que o punk rock se trata disso mesmo…
Se a banda não prestasse, eu não escreveria sobre ela.
Eu sei. O Ministry é bom, mas não é para mim. Mas G.G.Allin não era lá grande coisa e você escreveu sobre ele.
Não era grande coisa pra você. Tinha muita gente que adorava o cara. O J Mascis pediu pra gravar com ele. E era um personagem fascinante.
É isso. Um personagem fascinante, bem mais que a música.
Sim, mas ele não era fascinante só porque se drogava, concorda?
GG Allin comia cocô, quer melhor que isso?
André, o que me deixa mais estarrecido é perceber que o Al Jourgensen tinha noção do que poderia acontecer com ele. O clip de “Jus One Fix”, lançado em 1992, trata do vício das drogas, e é pavoroso no bom sentido. Tem até o William Burroughs numa participação sensacional. Mudando totalmente de assunto. Hoje estava assistindo o Bate-Bola na ESPN. O apresentador João Carlos Albuquerque disse que encontrou o Seu Jorge e ele contou que vai se mudar pra Los Angeles. Até ai tudo bem, mas o Seu Jorge revelou pro João Carlos que esta sendo contato para interpretar Jimi Hendrix no cinema. Por essas e outras que o Al Jourgensen não quer voltar pro Planeta Terra.
Cara, imagina isso?
Saudades da Previsão Maia!!..rsrsrsrs
Ou melhor, nessas horas que ‘torcia’ pela Previsão Maia!
Ah, tá aí a previsão Maia se concretizando. Bem que eu achava o tal fim do mundo relamente iria acontecer. Só erraram por alguns meses.
Olá, André!
Lembro-me até hoje quando ‘furtei’ a revista Bizz de uma amiga minha assinava para ler em Março de 1992, me deparei com uma banda chamada Nirvana extraído de um livro chamado barulho escrito por um tal, André Barcinski. E admito e confesso que eu com meu início da adolescência, com 13 para 14 anos, minha vida nunca mais foi à mesma. Quando não se falava em Internet, MP3, etc. Tinha essa revista até alguns anos atrás. Pena que o livro eu nunca achei!
Sou muito grato a você, André, e chego a ter uma inveja saudável (se é que me entende!) por ter entrevistado grandes ídolos que fizeram e fazem-me amar tanto o Rock n’ Roll. Mostrar nas entrevistas que eles são Ser Humanos como nós. E mesmo quando não conheço a banda e você cita uma que não conheço, hoje com Internet, MP3, vou buscar conhecer e você sempre acerta. Isso aconteceu muito quando fiz morei e trabalhei em Diadema e depois quando fiz faculdade em São Paulo, ouvindo o Garagem ou mesmo lendo suas colunas!
Levei um tempo para tomar essa atitude em escrever isso para ti. Mas, essas pequenas linhas é apenas uma pequena demonstração de quanto admiro o seu trabalho e tenho convicção que é o que sempre digo quando se faz com o coração não tem como dar errado. E tenho certeza que você faz com amor.
Abraços.
Valeu Hilen, obrigado!
Tem três “Barulho…” na estante virtual:
http://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/busca.cgi?pchave=Barulho+-+uma+Viagem+pelo+Underground+Americano+&alvo=autor+ou+titulo
Quando o mundo acabar realmente eu quero estar ouvindo Psalm 69 !
Barcinski, o que acha daquele METZ? O Mark Arm falou bem, lá…
Não assisti esse filme, mas vou fazê-lo. Um dos poucos arrependimentos que eu tenho foi ter deixado de ver o Ministry em 2000 numa viagem aos Estados Unidos num clube em Dallas. Deixei pra comprar o ingresso na hora, cheguei e não tinha mais. No inicio dos anos 90, naquela fase de Nirvana, Alice In Chains e etc o Ministry chegou a tocar bem na MTV Brasil, uma pena mesmo que eles não tenham vindo tocar por aqui.
Esses caras que chegam no fundo do poço, mas que são grandes artistas, como Al Jourgensen, Shane MacGowan e outros, dão sempre ótimas biografias. Mas deve ser bem difícil para os amigos e famílias deles. O reflexo dessa autodestruição pode ser sentida na qualidade do material do Ministry. O último disco bacana do Ministry, que eu me lembre, foi “The Dark Side of the Spoon”. Dali pra frente, foi ladeira abaixo. Salva-se aquela coletânea de covers, mas até nisso o Al tem exagerado. No último disco, aquele cover de “United Forces”, do S.O.D, é fraco e sem a menor necessidade de fazer parte do álbum. Pior é ver o Ministry em festivais de metal com bandas fuleiras e abrindo para o Manowar. Triste…
Excelente texto Barcinski! Dizem as más linguas que o Al Jourgensen e o Trent Reznor não se topavam, conhece algum fato relacionado a isso?
Não é verdade, tanto que o Al estava visitando o Trent no Lollapalooza de 91.
Pelo que eu li, rolou muita inveja do Al quando o NIN estourou grandão na mídia entre 94 e 99 ( entre o Downward Spiral e Fragile ). O Al ficou ferrado com a imprensa tratando o Trent como gênio e como se ele tivesse inventado o tal “industrial”. Numa dessas bios não autorizadas, dizem que o Trent queria o Ministry como uma das bandas de abertura da turnê Self Destruct, mas o Al ficou ferrado com o convite e eles ficaram um tempo sem se falar. Rolaram até umas farpas na mídia, mas depois ( por volta dos anos 2000, quando a moda do industrial já tinha passado ) eles voltaram a se falar numa boa.
André Lima, também li essas coisas, mas fiquei na dúvida com o post do Barcinski.
Se eles fossem brigados, o Trent não teria topado ser entrevistado no filme, e não falaria tão bem no Ministry. Podem ter rolado farpas na imprensa, lembro do Al sacaneando o Trent por que o NIN sempre quebrava os instrumentos no fim do show, mas eram instrumentos já quebrados, que os roadies colocavam no palco só para a quebradeira.
Barça, na verdade quem meteu o pau no NIN por conta de quebrar instrumentos já quebrados no palco ( coisa que o Trent confirmou que rolava algumas vezes ) foi o Henry Rollins, na época do primeiro Lollapalooza.
Será que me enganei? Bem possível, obrigado.
Em termos estritamente musicais, prefiro Nine Inch Nails. Sempre foi bem mais impactante que as bandas restantes do rock industrial.
Um tema que acho que vai te interessar, como a espanha falida acaba ainda sustentando a casta de milionários do futebol espanhol. Semelhanças com outro país? http://drunkeynesian.blogspot.com.br/2013/01/espanha-e-os-01-aplicado-ao-futebol.html
como assim al jourgensen nunca se curvou para ninguem? o apelido do cara era bend over.
Caro André, não li seu livro, mas ainda o farei. É uma pena a morte do Scaccia. Em meio aos ratos de porão e ao death metal, o Ministry era uma das coisas mais caóticas e legais da época. Abs.
Se puder, conte algumas do Gibby Haynes, André. Esses malucos do Butthole Surfers andam bem sumidos, né? Será que deixaram de ser doidões?
Garanto que não deixaram. Ser maluco é o estado natural deles. Pra vc ter uma ideia, o Paul Leary, que era o mais tranquilo dos BSurfers, me disse que tinha um cachorrinho que ele tinha treinado por meses para fazer um truque sensacional: o cãozinho fazia cocô numa gangorra de brinquedo, depois corria, pulava no outro lado da gangorra, e arremessava as fezes no quintal do vizinho. Quando tinha festa no vizinho, o Paul juntava os amigos para ver a brincadeira. Só que não era só o cãozinho que fazia as necessidades na gangorra, se é que vc me entende…
Sensacional. Aliás, o Paul Leary é um puta contador de causos. Lembro dele falando que, após a banda ganhar notoriedade tendo gravado com o John Paul Jones, a gravadora sugeriu que o Terry Date produzisse o próximo disco do Butthole Surfers. O argumento era que Date poderia levá-los a um ‘patamar mais elevado’. Aí Leary argumentou que a banda queria era chegar a um patamar abaixo! Rá. As conversas malucas dele não têm fim: ele já falou pra Guitar Player que enquanto sola, pensa em coisas nada a ver com a música, tipo a foto que ele fez do pé esquerdo. É uma figura, e que acabou assinando a produção de ótimos discos do Supersuckers e Reverend Horton Heat. E o bicho toca guitarra pra cacete.
Toca mesmo.
Um post sobre o Gibby Haynes seria bacana. O mais legal é que ele era classe média, excelente aluno, capitão do time de basquete, fez faculdade e entrou em uma firma conceituada no texas. Toda uma vida dita “normal” até que despirocou.
Seu livro “Barulho” está irremediavelmente associado à minha adolescência. (Lembro inclusive que, na parte em que você fala do Ministry, conta como o Al pegou uma tampinha de caneta, lotou de pó, e cheirou na maior normalidade.) O álbum Bleach comprado em vinil, a explosão da MTV, os shows no subúrbio do Rio – e minhas tentativas frustradas de ir no Garage, mas tinha medo, olha minha cabeça como era -, a cena carioca da época, o indie meio fajuto que mostrava as perninhas (Lariú, Second Come, o pessoal de Niterói), as provas e aulas e solidariedade masculina no São Bento. Ah, como é agridoce olhar para o passado pelas lentas da nostalgia. Creio mesmo que seu livro, e as revistas Bizz da época, motivaram-me a cursar jornalismo. Não sei se foi um bom tempo, mas é divertido achar que sim. Tive um monte de reminiscências a partir de sua menção a essa entrevista e a seu livro. Cade um tem a Madeleine que pode. 😉
Tenho a mesma sensação do José Vicente – eu fui correr atrás de ouvir Ministry depois de ler as matérias na Bizz do Barcinski, e de comprar o livro “Barulho”! Nessa época, a MTV daqui chegou a dar uma forcinha na divulgação desse som – tenho gravada em VHS uma entrevista que o Fábio Massari fez com o Jello Biafra – a MTV tocou na sequência “MTV get off the air”(!?). Good times…
Lembro bem dessa entrevista, foi a única vez que o Jello falou com a MTV.
Falando no Barulho, André, você soube o que rolou com o Agnostic Front ano passado? O Ministério Público determinou que fosse cancelado o show em SP, alegando que “a banda tem como público alvo pessoas com ideologia racista ou neonazista”, e que o show seria “de alto risco e que poderia gerar conflitos entre grupos rivais como punks e skinheads”.
Além de julgar a banda de uma forma completamente errada por pura ignorância, esse veto me fez lembrar um texto seu que fala sobre o modo de agir do poder público no Brasil, é mais fácil proibir tudo do que tentar fiscalizar alguma coisa, no caso uma possível briga entre punks e skinheads.
http://www.liberationmc.com/noticias/article199
Não sabia disso, que absurdo.
Sensacional! Esta turne junto com o Skinny Puppy se não me engano foi do album VIVIsect do SP e teve uma participação do Al no album seguinte Rabies. Tem alguns videos do SP no youtube e é insano.
Preciso ver isso…
Taí a única banda que eu ainda quero ver ao vivo, mesmo que seja num desses festivais brasileiros furados. Mas não consegui assistir esse doc até o final, fiquei meio deprê em ver um cara que criou alguns dos meus sons favoritos é basicamente um espantalho ambulante. Me deu dó do Paul Barker, porque ter aguentado alguem como o Al deve ter sido um porre…. Acabei colocando o In Case You Didn’t Feel Like Showing Up, o famoso show das grades, pra compensar.
Tive a mesma sensação, às vezes. E vc tem razão, não dá pra entender como um cara aparentemente centrado como o Paul Barker, com família, casa, filhos, etc., aguentou tanto tempo com o Al.
Prezado André Barcinski,
Não encontrei no artigo “Todo jornalista deveria seguir Marx” um modo de fazer este comentário, já êxtemporâneo. Mas ai vai:
Percebi, sem ser muito perspicaz, que você gosta de frases cômicas e me lembrei de uma de Stalin: “o que é um assalto a um banco comparado a um banco”. E por analogia não pude deixar de pensar “o que é um jabaculê de um jornalista, comparado a um jornal”. Claro que os dois raciocínios são sínicos e antiéticos, mas não deixam de revelar uma verdade de nossas sociedades judaico-cristãs, democráticas, ocidentais hipócritas. A frase de Marx – o cômico – não o trágico, também me remete a outra, um pouco mais profunda em ensinamentos para os nossos coleguinhas, em início de jornada: “News is something somebody doesn’t want printed; all else is advertising.” – a frase é de William Randolph Hearst, embora atribuída erroneamente, na Internet, a George Orwell – (Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que seja publicado; Tudo mais é publicidade). Diante desta máxima seria o caso de arriscar uma pergunta um tanto incômoda: somos jornalista ou publicitários? Não gostaria de causar mal estar aos espíritos mais cândidos, que se acham inatingíveis no limbo inexpugnável das redações, acreditando que estão longe do alcance das manipulações maldosas da sociedade. Mas, me parece muita ingenuidade, para não chamar de pura burrice, a ideia de que o “grande satã” do jornalismo é o release. Sou jornalista e tive uma carreira de militância. Trabalhei em jornais, no Brasil e em outros países, considerados inimigos do regime. Escrevia o que os poderosos não queriam que fosse escrito e, ainda hoje, escrevo, nas redes sociais, o que é considerado pelos detentores do poder como pura maledicência e provocação. Mas isso não me impede de trabalhar em uma agência de comunicação, que atua na iniciativa privada. Não me considero, por isso, menos jornalista, nem menos ético do que você. Sua atitude arrogante em relação a esta profissão, que pode ser tão honrada ou tão corrupta como qualquer outra, me parece apenas derivada de uma visão superficial e não crítica da realidade que nos cerca. Quando você diz: “Veja bem, não tenho nada contra jornalistas que resolvem mudar de ramo” pareceria que você presume ser mais jornalista do que eu, por trabalhar em uma redação e não em uma assessoria. Aconselho que você belisque a sua perna e acorde para a realidade. Sua redação faz parte do mesmo mundo que a minha assessoria, apesar de toda a soberba e o sentimento de onipotência que as redações costumam transmitir para seus hóspedes desavisados e deslumbrados…
Acho interessante o que você escreve, embora não esteja entre minhas prioridades de leitura. Esta é a razão pela qual só agora seu texto, de 19/07/12, caiu em minhas mãos e não pude deixar de enviar estas mal traçadas linhas. Um abraço e boas pautas. Fausto
Ninguém é “mais jornalista” que o outro, e ser jornalista não é melhor” que trabalhar em outra profissão. Eu não disse e nunca diria uma estupidez dessas. Mas não acho que jornalismo e publicidade sejam a mesma coisa.
O Barker, como o Timothy Leary, deve ter sentido pena de ver um cara tão talentoso sempre ferrado pelas drogas. Jello Biafra e Scott Ian ( o gentleman do metal, que raramente critica alguém ) já disseram isso sobre o Al.
Também compartilho dessa sensação. Tive que ver o video em umas 3 etapas, porque realmente há muitas cenas barra pesada.
O AI aparece do início ao fim totalmente insano e, as vezes, meio anestesiado pelos excessos químicos.
Indico esse doc só para quem gosta muita da banda.
Eu mesmo não vou ver.
Vi o trailler e já basta.
Tou velho pra essas coisas.
Sou de geração anterior a essa.
Caro Barça
vc deveria fazer mais livros como “barulho”
um dia vc autografa o meu exemplar?
Claro que autografo, mas fazer livro com banda internacional, hoje, é fora de questão. Que bandas seriam?
André, deixa de ser preguiçoso, tem um bilhão de bandas boas por aí. Se você procurar, vai encontrar coisas sensacionais. Black Pistol Fire, Cold Showers, Echo Lake… as coisas boas precisam ser garimpadas. não espere pelas revistas e seus critico depressivos.
Um livro de entrevistas com as bandas que vc citou bateria um novo recorde na indústria editorial: venderia um número negativo de cópias.
bom, se a questão é a grana, toca uma com Tiaguinho, Paula Fernandes, Luan Santana, Ivete Sangalo e outras celebridades desse nível. com direito a poster do Roberto Carlos, esse cara sou eu…
Eu apoio o(a) maa e meu voto vai pelo Mike Patton. Pode ser sobre qualquer das bandas dele.
Ou o cara já não pode mais ser considerado internacional? =)
kkkkkkkkkkkkk…
Eu com certeza não compraria, e ainda daria uma graninha para o livro não sair da gráfica.
acho que um livro do Mike Patton seria sensacional… mas se não, tenta escrever um post sobre a carreira dele Andre, a gravadora que ele tem (IPECAC)… assunto não falta. E spo voltando ao post, essas turnês do Ministry fazem as do Nirvana parecerem visitas ao museu.
ministry sempre teve essa mística destrutiva e insana; a história dos boquetes já é clássica.. parabéns barcinski pelo texto, bem estilo velhos tempos. e realmente um show por aqui, naquela época, teria sido único!
Putz. Que foda. Vou adiantar meu trabalho hoje para, em algumas horas, poder ver o filme em relativa paz.
Mas, André, não é engraçado pensar que uma banda tão abissal tenha começado como um sub-sub-Depeche Mode, fazendo synth pop maxi-gay? Se bem que faz bastante sentido…
PS: “With Simpaty”, disco dessa fase limpinha, é bem bom, com boas canções. Tem faixa até que parece ter influência da música dance latina do fim dos anos 80. Al fazendo valer sua origem cubana. haha
Sem dúvida, o Ministry é a banda que deu a maior guinada sonora na história da música, cara.
Verdade, começaram muito new romantic, não dá pra saber que é a mesma banda. Mas vai saber o que aconteceu com o Al…
É verdade, quando comecei a me interessar por música, em 92 mais ou menos, algum dos meus amigos tinha o The mind is terrible…, eu nunca ia imaginar que o MINISTRY tinha sido uma banda de synth-pop ou algo do gênero. Anos mais tarde descobri isso, e custei a acreditar.
Barça
Aproveitando o post, segue o link do seu livro “Barulho” que eu escaneei no fim do ano. Inclusive tem uma entrevista com o Ministry.
http://www.4shared.com/office/ugjtgu7r/Livro_Barulho_-_Andr_Barcinski.html
Só é necessária uma conta no 4shared para download ser feito.
Pirataria é crime. 😛
Esse livro escaneado é uma boa, perdi o que eu tinha numa mudança, e não tenho achado reposição… aliás, Barça, nunca pensaste em relançar ‘Barulho’ em ebook numa itunes da vida?
Tem uma editora a fim de relançar em 2013, vamos ver se rola…
Please, please, pleeeease!!!!
Barcinski, uma nova edição do Barulho poderia ser recheada de extras, hein? Além de um apêndice sobre cada banda, colocar mais imagens. Já tenho a primeira edição (devidamente autografada) e irei comprar a nova, caso seja republicada. Além dos textos, as suas fotos são sensacionais, me lembro bem que na época eu publicava fanzines, e o contraste de suas imagens foi uma grande influência na forma como eu trabalhava com paste up.
tem um a venda no mercado livre
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-457031655-barulho-rock-americano-_JM
Valeu já baixei e to lendo agora…fazia uns 15 anos que eu não lia este livro…ainda vou comprá-lo no formato físico…to na parte que o Barça fala com o Jello Biafra, o cara é inteligentíssimo hein? única bobagem que ele falou é que o Rem é um lixo rs….o cara manja pra caramba sobre o Brasil. Vamos torcer para que role este lance de relançamento do livro.
Também gosto de R.E.M. No caso do Jello eu acho que tudo que não é contracultura ele odeia rsrsrs.
Mesmo assim o cara é muito inteligente e vale ressaltar que era uma época em que as informações internacionais eram bem escassas, até na América do Norte.
Grande Daniel!!! Valew!!!
Po Barça, manda essa editora lançar logo!!! Vou comprar a versão eletrônica, se tiver!
Barça, na boa, essa história do boquete não deve ser verdade, deve ser zoeira, não é possível uma coisa dessas..bizarro! Você lembra do Revolting Cocks? Era um projeto paralelo dos caras do Ministry né ou estou enganado? Chapava com aquela cover que eles fizeram de Do you think I´m sexy do Rod stewart.
Não é zoeira. As histórias de vida do Gibby Haines são escabrosas.
Qual o problema ganhar uns trocados fazendo boquete? Melhor isso a roubar uma padaria.
É verdade, imagina você ir ao mictório dar uma mijão e vem um cara de dois metros de altura te oferecer um boquete…super normal!
Just one fix para Scaccia. Não me lembro se é no “Barulho” ou foi em uma Bizz que conta uma passagem muito hilária do Al cheirando uma carreira com um tubo de caneta e depois ele fala: “Não gosto deste troço, mas tenho que me manter acordado….”
Cada vez que tentou ouvir With Sympathy ou mesmo Twitch, não consigo acreditar que é a mesma banda que gravou The Mind is a Terrible Thing to Taste e Psalm 69. Jesus Built my Hot Rod foi a trilha sonora da minha pré-adolescência.
Não é a mesma banda
Cruz credo, loucura tem limite!andre seu livro barulho ainda esta em disponível para venda?