Paz, amor e processos: o fim dos Beatles
11/01/13 07:05O jornalista inglês Peter Doggett escreveu o livro definitivo sobre o longo e doloroso processo de separação dos Beatles: “A Batalha Pela Alma dos Beatles”, que acaba de sair no Brasil pela Editora Nossa Cultura.
Doggett trabalhou na revista “Record Collector” e lançou diversos livros, como “Are You Ready for the Country”, sobre a fusão da música country com o rock, e o sensacional “The Man Who Sold the World – David Bowie in the 70s”, análise de todas as músicas que David gravou nos anos 70. O livro sobre Bowie foi meu lançamento favorito de 2012.
Fiz, para a “Folha”, uma entrevista com Dogget sobre o livro dos Beatles (leia aqui). Como o papo não coube todo no jornal, resolvi publicar a íntegra aqui. Aproveite.
Em seu site, você diz que é fã dos Beatles desde 1970, o ano em que eles se separaram. Que lembranças vocês tem da separação?
Posso honestamente dizer que a separação dos Beatles não teve nenhum impacto em mim na época. A notícia só foi manchete por um dia, e você precisa lembrar que a idéia de uma reunião deles rolou durante muito tempo, nos anos 70, então eu achava que era só uma questão de tempo até eles voltarem.
Quanto tempo você levou pesquisando e fazendo entrevistas para o livro?
Não foi o processo normal de escrever um livro, em que você começa do zero e estabelece um prazo de um ou dois anos para escrever o livro. Eu já tinha a idéia há algum tempo, e tinha uma grande caixa em que guardei, por muitos anos, muitos artigos e documentos. Por um bom tempo eu não me senti preparado para escrever o livro. Quando senti que estava pronto, já tinha entrevistado muitas das pessoas relevantes da história nos 20 anos anteriores e juntado material desde 1970, primeiro como fã, depois como jornalista. Eu tinha tanto material que o processo de escrever e fazer as entrevistas que restavam durou apenas um ano.
De todas as entrevistas que você fez para o livro, qual foi a mais surpreendente e reveladora?
Entrevistar Derek Taylor (1932-1997), o assessor de imprensa dos Beatles, foi uma grande revelação. Falei com ele pela primeira vez em 1988. Ele foi incrivelmente honesto sobre as qualidades e fraquezas dos Beatles como seres humanos e sobre os problemas que tiveram com a Apple. Foi muito interessante falar com Yoko Ono, claro. Mas duas das últimas entrevistas que fiz para o livro foram fascinantes: Louise, irmã de George Harrison, não só explicou em detalhes como George recebeu a notícia da morte de John, como foi muito franca sobre o que ocorreu com os bens de George desde sua morte. Infelizmente, muito do que ela disse não pôde ser publicado por razões legais. E finalmente teve Al Stecker, braço direito de Allen Klein em Nova York durante os anos em que Klein empresariou John, George e Ringo. Stecker explicou, pela primeira vez, por que os três largaram Klein. Não foi, como se supunha no passado, porque os três não confiavam em Klein, mas porque eles queriam voltar a tocar com Paul em 1973, mas sabiam que isso não aconteceria enquanto Klein estivesse envolvido.
Você soube de alguma reação de McCartney ou Ringo sobre o livro?
Não, mas não esperava que eles reagissem. Suponho que eles não devem ter gostado do livro. Mesmo que eu tenha tentado ser justo e imparcial ao relatar suas disputas e problemas, eu ainda estava revelando aspectos dolorosos do passado, e tenho certeza que eles não queriam voltar a pensar nisso. Uma coisa interessante, no entanto, foi que pouco antes de o livro ser publicado na Inglaterra, o escritório de Paul McCartney recebeu uma cópia. Sem razão aparente, McCartney deu uma série de entrevistas para grandes publicações, enfatizando como ele e Lennon estavam próximos antes da morte de Lennon, em 1980, embora, como informo no livro, ele e Lennon nunca mais se viram depois de 1976. Talvez tenha sido uma coincidência, mas acredito que Paul tenha lido meu livro, percebido o quadro triste que o texto passava sobre o relacionamento dele com Lennon depois de 1968, e tentado dar a sua versão, mais alegre, antes que as pessoas pudessem ler a minha.
A separação dos Beatles parece ser um dos momentos decisivos do colapso do sonho dos anos 60, junto com as mortes de Brian Jones, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, o fiasco em Altamont (quando um show dos Stones terminou em violência e morte) e os assassinatos cometidos pela gangue de Charles Manson. Que impacto teve a separação dos Beatles na cena musical da época?
Acho que o impacto da separação dos Beatles tem se tornado mais importante à medida que os anos 70 vão ficando para trás. Havia um sentimento real, em revistas de rock como “Rolling Stone”, que algo havia mudado na cultura, que o idealismo dos anos 60 havia sido ferido ou morto. No entanto, havia tanta coisa sendo escrita sobre uma possível volta dos Beatles, que existia uma grande esperança de que eles voltariam. Então, na época, o desastre em Altamont, os crimes de Manson e as mortes que você citou tiveram um impacto cultural mais forte. Foi só depois que as pessoas começaram a perceber que a separação dos Beatles foi o símbolo perfeito de uma cultura em ruínas.
O aspecto mais surpreendente do livro, para mim, foi descobrir como a banda era ingênua na condução de seus negócios. Isso também te surpreendeu?
Acho que eu já sabia que eles não eram bons negociantes. ELES sabiam que não eram bons negociantes. Fiquei triste por eles. Eles cresceram confiando nas pessoas que estavam próximas. Depois de 1969, no entanto, se viram sem ninguém em quem pudessem confiar. Foi fascinante pesquisar montanhas de documentos e descobrir quantas empresas surgiram da fama e riqueza dos Beatles. Tudo que eles queriam era fazer música e viver com certo grau de conforto, mas acabaram responsáveis por centenas de corporações em todo o mundo e milhares de advogados. O que mais me impressionou foi que eles continuaram a fazer música nos anos 70, mesmo tendo reuniões diárias com advogados e quando todo mundo estava querendo processá-los e eles estavam processando uns aos outros.
Os Beatles começaram muito novos e ingênuos, sonhando em mudar o mundo, mas não conseguiram suportar a dura realidade da vida corporativa. Você acha que a trajetória deles, de certo modo, espelha o que foi a década de 60, quando a juventude caiu na real?
A resposta simples é “sim”. Os Beatles descobriram algumas grandes verdades: você não pode se envolver em negócios sem se tornar um negociante; você não pode entrar no mercado sem se tornar um capitalista; você não pode supor que, só porque você tem ideais fortes, o resto do mundo vai dividi-los com você. Eles receberam uma lição dolorosa, que foi divida por toda a geração deles.
Alguma chance de seus outros livros saírem no Brasil? Você está trabalhando em um novo livro?
Estou no meio de um livro que conta a história da música pop nos últimos cem anos, tentando explicar como a música afetou tudo, da maneira como andamos na rua à forma como fazemos compras e nos vestimos. Só termino esse livro em 2014. Espero que saia no Brasil, já que vai refletir a incrível influência que a música brasileira teve na cultura musical do mundo desde os anos 30. Alguns anos atrás, escrevi um livro chamado “There’s a Riot Going On”, sobre as ligações entre o rock e as políticas revolucionárias dos anos 60 e 70, e escrevi sobre a Tropicália de Gilberto Gil e Caetano Veloso.
André, vc vai me levar à falência. Estou louca para ler esse livro. Na biografia do Mick Jagger, escrita pelo Philip Norman, há diversas referências às encrencas financeiras em que os Beatles e os Stones se meteram por conta de empresários sacanas. Além disso, é sempre legal ler sobre a importância da banda e a sua influência no rock e em outras artes. Abs.
Oi André, beleza? Desculpe mudar o assunto, passei apenas pra dar a dica desse blog que acabei de conhecer por acaso, e me fez lembrar do seu livro, e de alguns textos que publicou por aqui.A diferença é que esse site tem dicas apenas de lugares do Rio de janeiro, vale a pena dar uma olhada, rs : http://guiadopodrao.com.br/ até +
Toda. ou quase toda, música é pop. Bethooven, Mozart, Thaykowski eram sucesso eram pop, fizeram tanto sucesso que até hoje são ouvidos.
A ópera, num tempo em que não existiam aquelas caixas de som “megawatt’ eram o jeito de levar um espetáculo multimídia, para o maior número de pessoas, um cantor tinha que ser um verdadeiro “tórax de som” e eles usam até hoje a caixa craniana como recurso. O silêncio era necessário para ouvir o som. Hoje não precisa mais desse silêncio, a tecnologia de alta potencia permite que o som domine o ambiente, até parece que ninguém tosse num evento de rock (já num concerto…a tosse aparece).
Barcinski, ja ouvi um papo de que o McCartney e o Lennon fizeram um acordo com o Harrison de que ele só podia ter até 3 músicas de sua autoria em cada disco dos Beatles. Voce confirma isso, esse fato é tratado no livro?
Demorou vários anos pro Harrison ter uma música em um disco dos Beatles, mas não lembro se havia um limite.
André, George sempre foi limitado em relação as suas composições na banda. Mas as composições dele apareciam aqui e ali nos discos dos Beatles, desde o 2º, com “Don’t Bother Me”.
Sim, vc tem razão.
Caro Matheus. Isso não foi só “um papo”, realmente ocorria. O McCartney e o Lennon eram os líderes e principais compositores da banda, a prioridade na escolha do repertório dos discos era deles. O George, depois de algum tempo, passou a demonstrar claramente que estava insatisfeito com aquela condição. Veja que seu primeiro álbum solo, o “All things must pass”, é TRIPLO!, ou seja, ali ele compilou um monte de coisa que compôs pensando em lançar com os Beatles, mas que não pôde fazer, por falta de espaço para suas canções nos discos da banda.
O único álbum dos Beatles em que ele comparece com mais de duas canções é no “White Album”: são quatro ao todo. Mas isso só porque este disco era duplo…
O Revolver é um disco não-duplo e ele contribui com 3 músicas nele.
No disco Revolver, o George contribuiu com 3 músicas: “Taxman”, “Love You To” e “I Want to Tell You”.
Que na minha modesta opiniao, estao entre as 5 melhores do disco
Caro Matheus. Isso não foi só “um papo”, realmente ocorria. O McCartney e o Lennon eram os líderes e principais compositores da banda, a prioridade na escolha do repertório dos discos era deles. O George, depois de algum tempo, passou a demonstrar claramente que estava insatisfeito com aquela condição. Veja que seu primeiro álbum solo, o “All things must pass”, é TRIPLO!, ou seja, ali ele compilou um monte de coisa que compôs pensando em lançar com os Beatles, mas não pôde, por falta de espaço para suas canções nos discos da banda.
O único álbum dos Beatles em que ele comparece com mais de duas canções é no “White Album”: são quatro ao todo. Mas isso só porque este disco é duplo…
O All Things Must Pass é FODA. Recomendo fortemente.
Há alguns meses revi o Anthology que também reforça a ideia que a morte do Epstein foi um trauma que os Beatles jamais superaram. E não só devido ao talento empresarial do cara, mas também pela amizade entre eles, especialmente com o John – existem até rumores que os dois tiveram um affair e que a música “You’ve got to hide your love away” foi composta como um recado para o empresário manter a sua homosexualidade em segredo. De qualquer forma, as ações comerciais mais extravagantes, como a boutique da Apple, dificilmente teriam ocorrido com o Epstein, ou, quem sabe, teriam tido mais sucesso. A Yoko só acelerou as coisas e, poxa, ela era a mulher da vida do John, apesar de ser um exagero mesmo ele ter permitido que ela interferisse tanto no trabalho da banda.
Ouvi de novo o live at the bbc após 15 anos, impressionante a qualidade dos caras com 21, 22 anos.
Barcinski, já que se falou em Bowie, viu que ele lançou um single “Where are they now?” do próximo album (The Next Day”), que deve sair em março? Quando quase todos achavam que ele estava aposentado, eis que o camaleão surge com tudo 😉
Vi sim, achei fantástica a notícia. Vamos esperar o disco…
ainda nao li o livro mas vou comprar
O que ele disse sobre o Paul so’ aumenta a “opiniao negativa” que eu tenho por ele. O cara e’ um icone. Carrega nas costas o peso enorme de ser o autor de uma das obras que marcaram o seculo passado. Nao existe uma so’ entrevista onde ele nao diga sempre as mesmas coisas, que ele e’ amigo de todo mundo, que ele ama todo mundo, que so’ tem a agradecer. Fica a impressao que ele e’ um cara superficial, o que definitivamente ele nao e’, eu imagino.
Barça, para quem já leu o livro do Bob Spitz, esse livro vale a pena?
Vale sim.
O único lado bom de toda essa guerra que resultou na separação dos Beatles é que assim o grupo parou no momento certo. Não se tornou uma caricatura de si mesmo – como vemos com tantas e tantas bandas.
Digo que surgir um jogador como Pelé não é impossível. Impossível é ele parar no momento certo, no auge do auge, e nunca mais querer retornar ( um exemplo recente disso foi Schumacher ). Surgir uma banda como os Beatles não é impossível. Impossível é essa banda parar no momento certo depois de dar tudo o que podia dar. Os Beatles, ao se desfazerem, saíram do roda cruel do showbiz para entrar para a história.
Conforme disse o Marcelo Nova em uma entrevista: “O Beatle que mais gosto é a Yoko. Ela terminou com a banda no momento certo, senão eles estariam cantando covers com o Michael Jackson e a Kelly Key”.
Concordo plenamente. Eles foram a trilha sonora sob medida dos 60’s e a separaçao aas portas da nova década foi sem querer a melhor coisa que fizeram… apesar de ser fazaço, acho que eles teríam diluído muito sua importância musical e cultural durante os 70s
Não gosto nem entendo de futebol, mas Pelé, lá pelos 48 anos, se ofereceu para voltar à seleção na época do Lazaroni. Foi prontamente recusado…
Pelo que se fala na entrevista, a morte de Brian Epstein foi o início do fim. Perderam a pessoa de confiança para cuidar dos negócios e deixaram de ficar ligados apenas na música.
Foi exatamente isso. O Epstein cuidava da burocracia e deixava os quatro livres pra criar. Quando ele morreu, eles tiveram de assumir um lado empresarial que não gostavam e não sabiam fazer.
Curioso que àquela altura da fama os Beatles não tivessem encontrado novo um empresário com postura corporativa de verdade para gerir a banda. Muitas companhias já faziam isso à época, princiapalmente as familiares, onde emoção e razão estão sempre em conflito: contratar um executivo de fora, CEO mesmo, experiente e com background em grandes empresas. Mas não. Só se meteram em fria.
Na real, eles encontraram um empresário supostamente muito bom. O Allen Klein já tinha trampado com os Stones e conseguido um ótimo contrato na Decca com eles. Só que o cara era também um grande pilantra.
Ô Barça, tu conheces o livro do cara sobre o Lou Reed, ‘Growing Up in Public’? Comprei quando morei nos EUA, no século passado (c*!), e fui deixando, deixando, e ainda não li. E aí, que tal?
André, vc já disse aqui no blog que é fã dos Beatles, mas quais são os seus álbuns favoritos deles, ou vc prefere o que não saiu em álbum, mas em single????
O que mais gosto de ouvir é o Álbum Branco. O melhor acho que é o Revolver.
Também acho “Revolver” o melhor. Ele reúne tanto o rock ‘n’ roll da primeira fase da carreira como as experiências que viriam a seguir. E tem repertório e interpretação impecáveis. Em seguida, meus favoritos são “Rubber Soul” e “Abbey Road”.
Revolver é o meu preferido também!
Revolver é excelente. Não sei se gosto mais dele ou do Sgt. Peppers. Depende da época.
Usando um terpo que jornalistas adoram, Rovolver é um “disco de transição”.
Os meus favoritos são Abbey Road e o Revolver, e os singles Strawberry Fields/Penny Lane. Como álbum, não curto tanto assim o Album Branco, mas mesmo ele tem músicas maravilhosas…
Obrigada pela entrevista, Barcinski! Você leu a versão brasileira? Como está a tradução?
Li em inglês, mas recebi a edição nacional, dei uma olhada, e parece ótima a tradução.
parabéns, ótima entrevista. Fiquei curioso em ler esse livro, principalmente em saber sobre esse Stecker. Depois de ler a briografia escrita pelo Spitz achei que não surgiria mais nada tão interessante sobre os Beatles.
Guardadas as devidas proporções, degeneração semelhante ocorreu com o Nirvana, a partir de 92, quando eles tiveram que lidar com lucros, gravadoras, advogados, etc.
É a clássica transição de um grupo de garotos que fazem música para uma estrutura de “empresa”.
Mas algumas bandas lidam bem com isso, como os Rolling Stones.
Barcinski, um interssante paralelo para a ingenuidade comercial dos Beatles é com a carreira de Frank Zappa. Já li que ele tinha um tino para negócios inigualável, “transformando em ouro”, quase tudo em que se envolvia e, ainda assim, contrariando um pouco o entrevistado, não perdeu sua alma. Penso no título de um dos discos dele, Nós Estamos Nisso pelo Dinheiro”, provavelmente irônico mas, retratando bem o Zappa
Bem lembrado. Zappa sempre viveu, concomitantemente, dentro e fora do sistema.
“We’re only in it for the money” era uma ironia dirigida aos Beatles, tanto é que a primeira capa do disco era uma paródia ao Sgt. Peppers. Sofreu inclusive um processo do McCartney por causa disso.
Não sei a respeito do tino comercial do Zappa, mas a mulher dele, a Gail, era (e é) uma negociante extremamente dura, a ponto de conquistar o ódio de praticamente todos os músicos que tocaram com o mestre.
Lembrando que esse ano faz 20 anos da morte do mestre Zappa, que não só era um gênio mas foi um grande defensor da liberdade de expressão. Ah, 29 de março também fazem 20 anos da morte do Jessé…
Comprei o livro essa semana. Estou ansioso pra começar a leitura!
Bem interessante! Pura verdade isso: “você não pode se envolver em negócios sem se tornar um negociante; você não pode entrar no mercado sem se tornar um capitalista; você não pode supor que, só porque você tem ideais fortes, o resto do mundo vai dividi-los com você”.
Boa frase mesmo.
Excelente entrevista André.
Vi o livro e fiquei na dúvida, mas agora vou comprar, imediatamente. Legal também sua entrevista no Jô.
Abraço.
Valeu!
Fazendo um gancho com o Bowie, este foi enganado pelo seu antigo empresário, mas dos anos 80 para frente, construiu até um banco. Paul deve ter milhões de negócios que eu desconheço. No final das contas, pagaram um preço pelo ingenuidade, mas deram a volta por cima, não?
Um dos fatores positivos desse livro vai ser desmistificar aquela coisa de “a Yoko acabou com os Beatles”. A coisa vai muito além disso. É uma pena, mas como já foi dito, a história deles ficou legal como foi, não houve uma fase de declínio, digamos assim, pelo contrário: o último album gravado, “Abbey Road” é ótimo.
Acho que a Yoko acelerou o processo e certamente a presença dela no estúdio ajudou a rachar o grupo. Mas nada disso teria acontecido se o Lennon não quisesse.
Tem razão.
Marilyn Monroe cometeu suicídio, a pedido, para que não ficasse velha. Michael Jackson, , Lennon, Elvis, Janis, Hendrix e a lista é grande (pra caramba) dos suicídios exemplares. Que afinal de contas é o seguinte, eles nasceram para morrer, o diferencial, é que eles sabiam disso desde o começo. O negócio era deles era nos satisfazer, do principio ao fim.
OK! ok. Michael não se suicidou, foi suicidado. Lennon também não se suicidou apenas cometeu uma espécie de Harakiri .McCartney escolheu uma forma mais dolorosa e lenta, de fazer o mesmo, ficar vivo até o fim. Já os Stones depois do suicídio de Altamont, dos Hell Angels, e Brandos, ressuscitaram, partiram para o tênis e para o ciclismo e estão aí até hoje enchendo o nosso sagrado s…
Sem a gente se esquecer da Amy…
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=5gLU56XzSL0
Li uma notícia sobre esse livro, me interessou, agora interessou mais ainda. Mais um pra lista dos “a ler”. Obrigado e bom final de semana!
Barça, gostei tanto da entrevista que acabei de comprar o livro pela internet. Mas achei estranha a última resposta dele; você perguntou se os outros livros dele tinham chance de serem publicados aqui no Brasil, e o cara respondeu que já escreveu sobre influência da música brasileira na cultura e sobre a Tropicália. Dá a impressão que o cara quis fazer uma médiazinha básica, sei lá…
Não, ele quis dizer que esperava que os livros fossem lançados justamente para o público brasileiro poder ler o que ele escreveu sobre a música daqui. Foi isso que entendi.
Não li outras biografias, mas apenas aquela do Bob Spitz e nela fica bem claro que eles não entendiam nada de negócios e sequer sabiam quanto efetivamente lucravam com o nome e a marca dos Beatles, sendo constantemente enrolados por todo mundo. Achava que isso era algo conhecidos por todos.
O livro é realmente impressionante para os eternos orfãos dos Beatles, cuja história tomou ares mitológicos,no melhor sentido.Eu acho que apesar de tudo,é uma história perfeita,caso tivessem continuado ou se reunido novamente o mito perderia muito de sua força e hoje o interesse no grupo seria muito menor do que é. o que seria uma pena.
Muito bom Barça, é legal quando aparecem estes livros e mostram realmente que os caras mesmo sendo os Beatles (minha banda do coração) são humanos, com defeitos, fraquezas e insegurança.
Abraço