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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Tarantino erra o alvo em “Django Livre”

Por Andre Barcinski
18/01/13 07:05

Goste ou não de Tarantino – e eu gosto de alguns (“Cães de Aluguel”, “Pulp Fiction”, “Bastardos Inglórios”) e nem tanto de outros (“Kill Bill”, “Prova de Morte”) – uma coisa é preciso admitir: o cara sabe escrever diálogos.

Ou melhor, sabia: porque os diálogos de “Django Livre” parecem ter sido escritos por algum aluno de cinema, imitando Tarantino. São ruins de doer.


E a história? Duas horas e quarenta e cinco para contar uma trama chinfrim de revanche? Com o mesmo tempo, Kurosawa contaria a saga de 37 gerações de samurais.

Mas o que mais me incomodou não foi tanto a ruindade do roteiro ou a história arrastada, mas a opção de Tarantino em fazer um filme tão fiel aos princípios do “faroeste spaghetti”, que copiou até os defeitos do gênero.

Todo mundo sabe que Tarantino é um plagiador talentoso, à Brian de Palma: faz filmes sobre outros filmes.

Mas uma coisa é assistir a um faroeste italiano dos anos 60, dublado mal e porcamente em inglês, com locações na Sicília imitando o Arizona, vilões mais canastrões que o Sargento Pincel (há exceções, claro) e diálogos pomposos e ridículos. Isso é divertido e faz parte do charme do gênero.

Outra coisa é ver uma produção de quase cem milhões de dólares fingindo ser um filme vagabundo, mimetizando diálogos ruins, com cenas de tiroteio propositalmente exageradas (um dos tiros arremessa uma mulher para fora do quadro, parecendo a Linda Blair em “O Exorcista”) e bandidos absurdamente caricatos. Mel Brooks fez isso melhor em “Banzé no Oeste”.

Faroestes são simples: homem é injustiçado, homem jura vingança, homem se vinga. Não é preciso arrastar uma história por quase três horas só porque Sergio Leone ou Sam Peckinpah fizeram isso antes.

Em alguns momentos de “Django Livre”, os diálogos eram tão ruins, que achei que Tarantino estava pregando uma peça na gente. E quando ele próprio aparece, “atuando” com a desenvoltura do Cigano Igor, tive a certeza de que aquilo era uma piada. Mas uma piada sem graça ou leveza.

E a cena da explosão? Alguém mais achou que Jamie Foxx, depois de explodir uma casa e mandar bandidos pelos ares, vira para a câmera e dá um sorriso safado igual ao do Pica-Pau?

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Comentários

  1. Silvino Ferreira Jr comentou em 18/01/13 at 13:39

    O filme é excelente. Uma obra-prima. Mas é sempre assim com grandes filmes: tem aqueles que conseguem enxergar.

    • Mandrake comentou em 18/01/13 at 17:03

      Ah, claro. E você é um desses supostos “iluminados”, né?

  2. Paulo comentou em 18/01/13 at 13:31

    Achei otimo o filme, mais legal de tudo isso e ver a diversidade de opiniões, Pulp Fiction e Jackie Brown são os meus preferidos.

  3. Carlos comentou em 18/01/13 at 13:31

    Cara definitivamente de cinema você não entende, mas é divertido assistir ao Zé do Caixão. Recomendo que se foque , “praticamente”, apenas no Zé.

  4. David Cameron comentou em 18/01/13 at 13:31

    Cinema é entretenimento. Ninguém tem que ir a um cinema e esperar assistir um filme que parece uma obra de engenharia, que foi feita para ser admirada e usada por séculos. E também não é uma coisa a ser utilizada por pessoas, que se dizem críticos, como meio de subsistência.

  5. Pedro Ribeiro comentou em 18/01/13 at 13:30

    Cinema é diversao, parabens Tarantino.

  6. David Cameron comentou em 18/01/13 at 13:27

    É chique citar Kurosawa e Brian de Palma, em críticas de cinema, né André Barcinski? Que pobreza de espírito…

  7. Ronaldo Gordo comentou em 18/01/13 at 13:26

    É f*da essas críticas de um cara frustrado…
    Não é pq é crítico que tem que ficar criticando tudo! PQP!

  8. Lucas comentou em 18/01/13 at 13:23

    Só para lembrar que o roteiro foi indicado ao Oscar.. Agora vão querer me dizer que esse jornalista entende mais que todos os críticos de Hoolywood??

    • Bia comentou em 19/01/13 at 0:33

      Não são os “críticos de Hollywood” que votam no Oscar, são os membros da Academia.

  9. livia comentou em 18/01/13 at 13:21

    tarantino é gênio.

  10. marcia comentou em 18/01/13 at 13:20

    parei de ler qdo vc diz q não gostou de kill bil!!! hahaha, vc não entende o cinema q tarantino faz…

  11. joão paulo comentou em 18/01/13 at 13:16

    falar que os filmes spaghetti western são ruins quando se tem “era uma vez no oeste” e “três homens em conflito” entre os melhores filmes da história é que é uma piada de mau gosto.

  12. Maria José silva Penny comentou em 18/01/13 at 12:57

    O filme é chato pra caramba.

    • Aldo comentou em 18/01/13 at 13:52

      Duvido que o filme seja ruim e tenho certeza que essa crítica foi péssima..

  13. Aian Cerqueira Cotrim comentou em 18/01/13 at 12:41

    Discordo completamente. O filme é divertido, movimentado, leve. Foi um resultado muito justo. Manteve o estilo próprio do Autor e ainda podemos contar com mais uma inspirada participação do Christoph Waltz!
    Tarantino brinca com o público e o público já entende qual é a fórmula. Esse foi mais um filme que deu certo, para a nossa sorte.
    E mais. Prefiro a abordagem dele sobre escravidão do que a que o mesmo tema terá em Lincoln, por exemplo. Esse filme vai ser chato de doer.

    • Daniel comentou em 18/01/13 at 13:16

      É algo de extremo de mau gosto falar mal de um filme que sequer assistiu…

  14. Max comentou em 18/01/13 at 12:35

    O texto está muito divertido e concordo com algumas definições sobre o Tarantino que, inclusive, a meu ver, não são exatamente um demérito (fazer filmes sobre outros filmes, tal Brian DePalma). Isto dito, acho que o Tarantino sabe filmar como poucos de sua geração. É o melhor, ao lado de PT Anderson. Mas resta ver “Django Livre” para confirmar, ou não, a impressão passada pela coluna.

  15. Bia comentou em 18/01/13 at 12:34

    André é fissuradaço no cigano Igor. Segunda vez que cita. Tive que pesquisar pra ver quem era, e descobri que já conhecia, hahahaha.
    Também gosto dos diálogos do Tarantino, só não gosto da mania de colocar pele rasgada ou vísceras aqui e ali. São sempre desnecessárias. Tipo o escalpelamento do Bastardos Inglórios. É diferente de ir ver um filme em que propositadamente você sabe que vai escorrer muito sangue.
    Django sofre desse mesmo mal, André?

    • Diego comentou em 18/01/13 at 13:50

      Meu Deus………vc não sabia que no filme do Tarantino ia escorrer sangue?rsrs

      • Bia comentou em 19/01/13 at 0:36

        Assisto mesmo assim pq acabo gostando da maioria dos filmes!!! rs

    • augusto comentou em 18/01/13 at 14:54

      não assista então a série Hatfields & McCoys
      na canal space.

      • Bia comentou em 19/01/13 at 0:37

        Assisto Spartacus e adoro! A questão não é a violência em si, mas o contexto.

  16. justo comentou em 18/01/13 at 12:29

    Tarantino faz cinema e não é autor de livros.

    • Marcos comentou em 18/01/13 at 14:05

      Doeu na alma esta comentário…rs

  17. Túlio comentou em 18/01/13 at 12:18

    Comentei exatamente isso: tem uma hora e meia a mais.

  18. Marcio comentou em 18/01/13 at 12:12

    Eu vejo os filmes do Tarantino sempre como se fossem comédias (sanguinárias e de humor negro). Para mim ele é um razoável diretor/pseudo-ator/”comediante”.

    Gostei dessa tua observação, Bracinski: “Duas horas e quarenta e cinco para contar uma trama chinfrim de revanche? Com o mesmo tempo, Kurosawa contaria a saga de 37 gerações de samurais”.

    Mas isso não ocorre somente em filmes. Há livros, sobretudo os mais filosóficos, que gastam 100, 200 páginas para escrever o que poderia ser expresso em duas ou três páginas, parágrafos ou linhas.

    • Mark comentou em 18/01/13 at 14:44

      Com certeza, no mundo dos livros o desnecessário é ainda mais frequente. “Quero matar Hilter” – que tinha comentado aqui, mas não recomendo pra ninguém – é repetitivo nas contextualizações e beira o ridículo ao querer “romancear” os indivíduos que tentaram/desejaram eliminar o ditador. Acho mais proveitoso fazer uma lista dos quase-assassinos e procurá-los na net e utilizar o tempo economizado para ler obras mais interessantes.

  19. sérgio de salvo comentou em 18/01/13 at 12:05

    Sinceramente, nunca achei o tal TArantino isso tudo que querem que a gente acredite que é.

  20. calenza comentou em 18/01/13 at 11:47

    Oi, desculpe entrar em outro filme, mas lembro de um texto teu no ano passado dizendo que os filmes do PTA cansam menos do que os do Tarantino quando revistos, ou algo parecido com isso.

    Ontem tive o prazer de assistir ao The Master no cinema aqui em Sâo Paulo.

    Um filme fino, atuações monstruosas. É engraçado perceber que o PTA foi evoluindo, ao mesmo tempo usando referências dele mesmo e de outros mestres de forma bem segura.

    Acho que você vai gostar muito filme, assim como eu.

    Abs

    • Andre Barcinski comentou em 18/01/13 at 11:51

      Já vi, achei demais.

    • Tom comentou em 18/01/13 at 13:38

      Onde está passando? Achei que só estrearia 25/01.

  21. Bidola comentou em 18/01/13 at 11:46

    Não vi esse filme ainda. Mas queria saber Barcinski se você curte western spaghetti? Se sim, poderia publicar uma listinha no blog, hein. Eu sou fanático pelo gênero (influência do meu velho) e talvez por isso deva gostar desse novo filme ae do queixudo.

    • Andre Barcinski comentou em 18/01/13 at 11:51

      Fiz um texto sobre uma mostra que rolou do CCBB, procura que vc acha…

  22. aloisio costa de jesus comentou em 18/01/13 at 11:42

    vivo arrumando briga com um monte de gente quando digo que os filmes do tarantino são uma ótima desculpa para irmos atras de suas referencias ,digo plagios ,por causa do django estou me entulhando de coisas bacanas para rever ,sergio leone,sergio corbucci ,o peckinpah siegel e mais algumas coisitas ,cães de aluguel e pulp fiction realmente tinha frescor ,mas dai em diante tudo foi descarado ,aquela cena da noiva saindo do caixão poderia ter deixado o george romero rico se ele movesse um processo ,o que dizer do john woo ? estaria quaquilionario.

    • Leonardodk comentou em 18/01/13 at 14:41

      Então diga-me: em qual filme foi baseado Pulp Fiction e Bastardos Inglórios?

  23. ubirajara de macedo comentou em 18/01/13 at 11:32

    A crítica é bem pior que o filme, na verdade a ruindade é o charme da obra.

  24. Gustavo Colvero comentou em 18/01/13 at 11:31

    André, o problema parece ser que você espera que o cinema seja uma forma de arte. O de Hollywood, faz tempo que não é. Eu, por exemplo, sou fã de ficção científica (literária) e nunca entendi o que Hollywood e os americanos em geral entendem por ficção científica (off-topic aqui, eu sei)… O cinema de hollywoodiano é entretenimento para as massas, não arte. Gosto de Tarantino, mas não o considero nenhum gênio do cinema. Prefiro filmes com mais baixo orçamento. Menor orçamento significa menos explosões e não necessariamente menor qualidade.

  25. Denis comentou em 18/01/13 at 11:30

    E a atuação do Christoph Waltz no flme, como foi?
    Só vi Bastardos inglórios recentemente e fiquei bem impressionado com sua performançe.

  26. Giu comentou em 18/01/13 at 11:18

    Eu já tinha ficado com a mesma impressão em Bastardos Inglórios. Mesmo Kill Bill tem diálogos muito chatos. E agora vem a sua análise de Django Livre para confirmar o que eu já imaginava: Tarantino perdeu a mão. A explicação pode ter sido dada pelo próprio Tarantino,mas em tom de vitória, na entrevista presente na Rolling Stone Brasil desse mês. Quando começou a escrever, Tarantino escrevia em qualquer lugar, onde dava, nos intervalos do trabalho, De uns anos pra cá, escreve na tranquilidade de sua mansão hollywoodiana,olhando a vista e dando uns mergulhos na piscina. Não me parece a coisa mais inspiradora para se criar diálogos ágeis e ação frenética.

  27. Renato Alves comentou em 18/01/13 at 11:10

    Além disso não comparação é sempre complicado….e errado, a meu ver.

    Os diálogos, nas obras de Tarantino, sempre foram elogiáveis……me parece estranho essa cacetada nesse quesito……mas, voltarei para dar minha opinião.

  28. Neder comentou em 18/01/13 at 11:10

    Meu favorito é “Jackie Brown”, mas não sei até onde o mérito é de Elmore Leonard. Vou conferir Django de qualquer modo. Pena que é tão longo. Isso é coisa para David Lean e Kurosawa mesmo.

    • Willian Ifanger comentou em 18/01/13 at 12:40

      Compartilho com você…..Jack Brown é meu preferido também. Não é o melhor, mas é o que mais gosto de rever.

      A cena que o De Niro perde o controle com as provocações da delícia Bridget Fonda no estacionamento do shopping é sensacional.

      • Anônimo comentou em 18/01/13 at 15:08

        E ele mata a Bridget Fonda como se estivesse jogando uma lata de cerveja no lixo. Só para ela parar de falar. É muto engraçado (perdão, Senhor). E a prostituta imitando Supremes…? A cara de Robert De Niro vendo a “apresentação” é impagável….

        http://www.youtube.com/watch?v=wMkzMToB8Vc

  29. Losovoi comentou em 18/01/13 at 11:05

    O melhor filme do Tarantino é Pulp Fiction, um clássico que o fará ser lembrado. Cães de Aluguel é excelente, o Bastardos Inglórios é ok. Os demais filmes têm seus momentos, só isso.

    Amor à queima roupa(True Romance) tem apenas o roteiro é dele, o filme é dirigido pelo Tony Scott.

    Mas o filme mais foda do ano(2012) continua sendo Killer Joe, a cena da coxinha é antológica.

    Mudando de assunto, Barça, que fim levou os filmes de 90 minutos?

  30. Renato Alves comentou em 18/01/13 at 11:05

    Ainda não assisti o filme, o que farei hoje a noite, porém, acho que o crítico pegou pesado com Tarantino.

    Inegável citar o diretor de Pulp Fiction como perfeito ou como tolo. Ele é um cineasta relevante e possui suas qualidades……e defeitos.

    • Vitor comentou em 18/01/13 at 12:54

      como você pode achar que ele pegou pesado se nem viu ainda o filme?

      • Cristiano comentou em 18/01/13 at 14:34

        Kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Ó mais um tolo aí…

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