Burocracia e corrupção também causam tragédias
27/01/13 13:32Acordei domingo, a exemplo de todo mundo, fulminado pela notícia arrasadora da tragédia em Santa Maria.
É um daqueles eventos que nos fazem ligar para parentes e amados, mesmo que estejam a milhares de quilômetros de distância do acidente, só para confirmar que estão bem.
Para os familiares e amigos das vítimas, fica nossa solidariedade, mesmo sabendo que nada pode diminuir a dor que estão sentindo.
Os detalhes da tragédia ainda estão nebulosos , e só serão revelados inteiramente daqui a algum tempo. De quem foi a culpa? O que poderia ter sido feito para ser evitado? O que fazer para evitar novos acontecimentos assim?
De uma coisa, tenho certeza: o governo precisa rever urgentemente o processo de liberação de alvarás. E não só para casas noturnas, mas para todo tipo de estabelecimentos comerciais.
Não conheço os meandros da burocracia em Santa Maria, mas conheço os de São Paulo. E a impressão que tenho é de que as leis e regulamentos para obtenção de alvarás são propositalmente absurdas e kafkianas, com o único intuito de dificultar a vida de quem deseja tirá-los. E quando isso acontece, sabemos as consequências: corrupção e falta de fiscalização adequada.
Não estou eximindo nenhum comerciante de suas responsabilidades. Mas desafio qualquer pessoa a entrar sozinha numa secretaria e conseguir um alvará, sem a ajuda de despachantes, advogados e “técnicos” e sem apelar, no fim das contas, para liminares judiciais.
Se os regulamentos forem levados a ferro e fogo, nem os prédios do governo seriam liberados. Faça um teste: procure na Internet notícias sobre prédios do governo que estão sem alvará, e você terá uma surpresa.
Se tiver tempo e disposição, faça mais: vá a prédios da prefeitura de sua cidade e verifique se todos os extintores estão posicionados de acordo com a lei, se o corrimão da escada está na altura devida, se as rampas para cadeiras de rodas estão no ângulo adequado e todas as luzes de emergência estão sem seu lugar.
Com uma legislação mais simples e menos burocratizada, os comerciantes não passariam anos ou gastariam absurdos para tirar o alvará, e acabaria a verdadeira “indústria” dos alvarás que hoje, infelizmente, existe.
São em momentos assim, quando o país todo está chocado e sensibilizado por uma tragédia, que governantes correm o risco de tomar decisões populistas e que, no fim, não levariam a nada: fechar comércios, trancar lojas, fazer ajustes cosméticos e sem efetividade a longo prazo.
O que é preciso fazer, de verdade, é mudar o processo todo, rever a longa cadeia de burocracia que existe hoje, e acabar com as dificuldades. Só assim, “limpando” tudo, poderíamos ter uma fiscalização eficiente.
Santa Maria, 232
Tragédias não são acidentes
Elas escorrem do inevitável
Fazem a natureza sangrar
E rugir
http://balaiodopedrao.blogspot.com.br/2013/01/santa-maria-232.html?spref=tw
tudo q aconteceu nessa balada é normal. Anormal é não acontecer. Essa é a nossa realidade. O governo não fiscaliza e não regulamenta. O dono do lugar quer mais é abrir e ganhar dinheiro pra ele e pra pagar fiscal, funcionário corrupto, cliente malandro… e os frequentadores pouco se importam se tem saida de emergencia e demais condições de segurança. Essas coisas acontecem às centenas todos os finais de semana, uma vez ou outra a merda acontece.
Por que algumas pessoas teimam em comentar publicações antes de entender a profundidade do que está sendo colocado? voce disse tudo Andre !!! e sem a pretensão de tecer qualquer comentário à respeito desta tragédia em particular. acredito sinceramente que seria preciso que a humanidade assumisse de uma vez por todas os valores éticos primordiais. o que me deixa pirada é que nem as religiões, nem a cultura, nem a história, nem a educação darão conta dessa tarefa no mundo. por que será????
Infelizmente para conseguirmos um alvará temos que pagar propina de altos valores. Existe quadrilhas composta por contabilistas com escritórios exclusivo que trabalham somente de funcionários de orgãos publico.
Acabei de assistir à tua entrevista na BBC. Chamou a atenção o forte diagnóstico/acusação de que a causa é a corrupção generalizada, o que só confirma o que os estrangeiros já sabiam. Impressionante como, sempre que acontece alguma coisa ruim no, para ou sobre o Brasil, “brotam do chão” estes bons brasileiros, como tu, prontos para dar este tipo de “depoimento”. Lembrei da tua coleguinha Catanhede, aí da FSP, no caso do avião da Gol. Não sei se viste, mas na sequencia, o gringo pegou a tua patriótica “deixa”, e “deitou e rolou” em cima das nossas “conhecidas” incompetencia, negligencia e venalidade, cuja “prova” é esta tragédia. Neste meritório esforço, esteve devidamente secundado pela reporterzinha no local.
O que é pior: alguém que reclama para que as coisas melhorem, ou alguém que quer ver os problemas varridos pra baixo do tapete e deixar tudo como está? Quem é o “bom brasileiro”, como vc define?
Pra quem ainda tem dúvida no fundamento do artigo do Barcinscki, vai mais uma pedrada aí:
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/01/28/um-alvara-nao-torna-uma-casa-noturna-segura-em-sao-paulo/
Recomendo muito a leitura.
Esse teu texto foi para no NYT:
http://www.nytimes.com/2013/01/28/world/americas/brazil-nightclub-fire.html?nl=todaysheadlines&emc=edit_th_20130128&_r=0
Eles entraram em contato contigo?
Não, e não precisam, estão citando meu texto, não precisam pedir autorização.
Perfeito o que voce escreveu. Venho dizendo isso a anos. As pessoas não tem noção da dificuldade que é conseguir isso. Não por ter algo errado, mas pela burocracia. Demora ao menos 3 anos pra que saia um parecer sobre o seu pedido. Agora se voce conhecer um amigo que é amigo de algum que conhece o cara que fornece talvez voce consiga antes. Ou então vc paga um despachante que é amigo desse amigo já citado. Aí sim voce talvez voce consiga… E assim vamos levando….
Uma coisa que me preocupa é a falta de praticidade para utilizar extintores ou conseguir acessar machados e alarmes de segurança. Foi dito que o vocalista da banda tentou utilizar um extintor, mas sem sucesso. Numa situação de emergência, a forma como é lacrado esses equipamentos de segurança acabam inviabilizando o seu uso.
A meu ver este é o preço que o Brasil paga por ser o país do jeitinho da leniência onde a maioria que ser “legalzinho” e a minoria quer fazer as coisas do jeito correto. Não aprendemos com as tragédias, basta lembrar das chuvas em Petrópolis em 2011 pouco foi feito na cidade para mudar a situação eu não me surpreenderei se daqui uns 2 ou 3 anos tragédia parecida aconteça em outra cidade.
André, concordo com o seu texto e realmente muito sobre esse acidente terão que ser respondidas.
Agora tem coisas que realmente me intrigam:
– por mais que uma casa seja segura (pelo jeito não era o caso), quem é que tem a brilhante idéia de usar um sinalizador dentro dela?
– em cidades menores (não estou dizendo que é o caso deste acidente) muitos donos de boates são filhos de poderosos da cidade o que causa uma natural omissão das autoridades em regular os empreendimentos.
– comenta-se que a casa estava com alvará de segurança vencido. Quando uma casa tem o alvará negado ela não pode abrir as portas, o mesmo não deveria acontecer quando está vencido?
Claro que não se pode usar pirotecnia dentro de uma casa noturna, isso é básico. E claro que uma casa deve ser fechada se estiver com alvará vencido. Mas vc tem idéia de quanto tempo a prefeitura de SP leva para julgar um pedido de alvará? Já vi casos de levar dois anos. O alvará geralmente tem validade de um ano. O que fazer?
Dois anos para um alvará que vale um? Impressionante, isso só vai de encontro a tudo que você escreveu mesmo. Parece que no Brasil existe uma necessidade de se tornar tudo mais complicado e difícil.
E o pior de tudo é que sempre o responsavel procurará “um jeitinho” para se livrar das condenações.
E o mais odioso nessa situação, os aproveitadores políticos desde o governador do estado, até o presidente da câmara federal, passando por ministros de estado até a Presidente da república, todos se jogaram politicamente na área da tragédia em busca dos holofotes. Se fazem de mortos para a legislação, mas quando alguma tragédia acontece, todos os ratos saem de seus buracos e se colocam diante das câmeras das TVs mostrando uma solidariedade visivelmente falsa, apenas buscando dividendos eleitorais, pois a maioria desse povo não esteve amassando barro na região serrana do Rio de Janeiro.
E o ministro da saúde acaba de lançar “oficiosamente” sua candidatura ao governo de SP. É esperar para ver.
Além é claro, da nota de pesar que oportunamente lançou o EX presidente Moluscus Comedô e sua EX premera muda, Dª Marisa Cornícia.
A tragédia se abate sobre o noticiário Tupiniquim, justamente um dia após a imprensa publicar as conversas telefônicas da EX segunda dama da pocilga, Rosemary Medonha e seus asseclas. Nesta semana não se irá falar de mais nada além da tragédia do Rio Grande. E as trampolinagens dos PTralhas vão sendo cozidas em banho-maria à espera do esquecimento público.
O velho e conhecido jargão “criar dificuldade para vender facilidade” ainda está em uso. Criam-se inúmeras dificuldades para conseguir o tal Alvará, e logo em seguida aparecem os funcionários públicos “mágicos” para oferecer soluções rápidas a um “custo operacional” totalmente promíscuo. Isso ocorre em Santa Maria, em São Paulo, no Rio, em Brasília e em qualquer outro local desse país que está minado de corruptos! A verdade é que nada aprendemos com as tragédias e, infelizmente, essa não será a última!
E a pergunta que não quer calar: Por que a Secretária dos direitos humanos foi a Santa Maria onde ocorreu uma tragédia, e nunca pisou em SP levando solidariedade para os familiares dos policiais mortos pelo PCC?
Essa Maria do Rosário, é outra hipócrita aproveitadora da tragédia alheia, espero que a população comece a perceber até onde pode chegar o “tudo pelo poder” que são capazes todos os políticos do Brasil.
aqui no Brasil é sempre assim, depois que acontece a tragédia, as otoridades tomam algumas providências. Os profetas do Aleijadinho estão expostos no tempo, sol e chuva. Foram entalhados em pedra sabão e qualquer hora desmoronam. As otoridades vão lembrar: – Nossa deviamos ter preservado os trabalhos desse esculturor fenomenal. Por que essas obras não estão em uma galeria de arte, protegidos do tempo? Daí já é tarde demais, o estrago já esta feito.
Não é só no Brasil que é assim. Não adianta querer falar mal só do Brasil. Mas o texto acima realmente releva uma face não muito discutida hoje e que é realmente verdade !!!
Sem alvara e inspeção, não abre !!!!
Abre sim Paula, sem propina é que não abre.
Ora, não entendi uma coisa: O que autor chama de burocracia, a saber “os extintores estão posicionados de acordo com a lei, se o corrimão da escada está na altura devida, se as rampas para cadeiras de rodas estão no ângulo adequado e todas as luzes de emergência estão sem seu lugar”, não são justamente medidas para que este tipo de tragédia ocorra?
Dizendo de outra forma, será que se a boate atendesse a todos estes requisitos de segurança, ocorreria esta tragédia?
Acabar com esta “burocracia”, seria equivalente a dar permissão de funcionamento a estabelecimentos tal qual a casa norturna que acabou em fogo. Isso, evidentemente, não queremos…
Vai entender…
“Burocracia” é diferente de “regulamentação”. “Burocracia” é justamente o que dificulta a regulamentação.
Discordo totalmente quanto à burocracia o que houve foi com certeza uma inação das autoridades competentes…aqui no sul como em qualquer parte do país tem-se um certa dificuldade em se fazer cumprir as leis, normas e procedimentos talvez um pouco seja reflexo negativo da ditadura confunde-se certas restrições legais com autoritarismo de estado e a dificuldade de algums empresários sociopatas de acatar leis somando a demagogia irresponsável de mandatários como prefeitos, vereadores, deputados etc pressionando funcionário responsável em favor destes…No Brasil desobediência civil é um modismo irritante para quem atua nesta área porém se o funcionário que cede a estas pressões deve sim ser punido nos termos das leis…pois ele não pode se esquecer que estas autoriades nada podem contra ele se esta agindo corretamente
Só para deixar claro qual é a minha opinião. Há sérios problemas de corrupção e burocracia no Brasil, mas eles não tem nada a ver com essa tragédia.
Se o comerciante seguir corretamente as normas técnicas ainda assim pode ter problemas com burocracia e achaques, mas certamente nenhuma tragédia ocorrerá em seu estabelecimento.
Mas aí a margem de lucro não será tão alta, então é melhor fazer tudo nas coxas e contar com a inoperância do poder público, ou, na pior das hipóteses, molhar a mão de uns fiscais, não é mesmo? E não esqueçam que corrupção é um crime de mão dupla: há o corrupto e o corruptor. Os dois são criminosos, não só o primeiro.
Como escrevi no texto, que aparentemente vc não leu, não faço nenhum julgamento deste caso em especial enquanto as investigações não terminarem. E meu texto diz justamente o oposto do que vc diz: se vc seguir corretamente as normas, NÃO consegue nada.
Você aproveitou o fato da tragédia para reclamar do problema da “indústria dos alvarás”, e o link que você faz entre uma coisa e outra é claro, desde o título: “Burocracia e corrupção também causam tragédias”.
O problema que você levantou é real, mas tem muito menos a ver com a tragédia em si do que a falta de escrúpulos dos empresários que não cuidam da segurança de seu estabelecimento.
É típico do brasileiro: o cara infringe a norma, corrompe o agente público e depois sai reclamando da corrupção.
Hipocrisia!
Não tem muito menos a ver. Tem tudo a ver.
Eu entendi que, quem tem mais dinheiro consegue o alvará de qualquer jeito, e os que trilham as leis, só conseguem depois de muito tempo. O que a reportagem quis dizer é a máxima do serviço público: Vende-se dificuldades, para se criar facilidades.
DANIEL: Mesmo com as situações por você apontadas devidamente colocadas, esta boate não deveria ter sido liberada, pela falta de saídas de emergência.
A burocracia, com certeza, teria detectado esta falha gritante !.
Provavelmente, a fiscalização deve ter notado esta falha, porém, deve ter ocorrido alí, o famoso “molha mão”.
Portanto, se existe alvará vencido ou não,
conclui se, que, alguém levou !!!.
Esse é o ponto! O alvará estava vencido, ou seja, ele já possibilitou a casa funcionar do mesmo jeito que ela estava agora. Alguém aprovou isso. Como o André colocou, é uma corrente de culpados.
Pelo que entendi, ele menciona burocracia como excessiva e pouco eficiente, que gera demora desnecessária no processo de liberação, que acaba impactando o negócio e levando à corrupção para obtê-los em tempo hábil.
Com certeza nas próximas semanas, veremos um arrastão de fiscalização em casas noturnas de São Paulo e Rio de Janeiro. Enquanto isso as casas noturnas de cidades pequenas vão continuar irregulares. Como a de Santa Maria, existe um mundo de casas noturnas com saídas únicas, sem extintores e sem brigada de incêncio, todos contando com a sorte.
André, quando houve essa tragédia imediatamente me lembrei de duas coisas: 1) ela foi IDÊNTICA ao que houve na boate Cromañon em Buenos Aires em 2004. Não é possível que não tenhamos aprendido nada com aquela tragédia; 2) seus dois posts que falam sobre o empresário que nunca tirou alvará e dos fiscais que fazem achaque nas festas de fim de ano. Ignoro a índole dos empresários da Kiss e ignoro a probidade dos fiscais da prefeitura de Santa Maria (aliás, muito tem se falado sobre o laudo dos Bombeiros, mas até agora ninguém está cobrando a prefeitura, a quem deve caber o grosso da fiscalização), mas sou da opinião de que essa tragédia não foi causada apenas pela pirotecnia irresponsável e pela tentativa inicial dos seguranças em barrar a saída. Teve mais coisas aí, e o meu palpite é um projeto inadequado da obra que foi aprovado por atender a leis estaduais inadequadas que têm de ser revistas. Talvez São Paulo tenha uma legislação melhor quanto a isso devido às tragédias do Joelma e do Andraus, mas isso cabe a um especialista falar. Abs.
Concordo. Claro que não foi causada só pela pirotecnia. É resultado de uma corrente longa de erros.
André será que o povo brasileiro está preocupado em ter uma solução para essa situação ou está mais interessado em quem vai para o paredão daquela porcaria de bbbb.?
Da tb porcaria da globosta.
todos os problemas do Brasil podem ser resumidos numa palavra: impunidade.
Melhor, duas: impunidade e desigualdade social.
Sim impunidade e pagamentos de propinas.
Todos os comentários são pertinentes, resumindo a culpa jamais morre solteira.
Se realmente tivesse cadeia de pelo menos uns dez anos, e os malfeitores gerentes, fiscais, seguranças, bombeiros , prefeitos, policiais advogados, juizes, promotores, os safados das midias…..etc.etc desculpem se faltou alguem na minha lista, mais e mais etc. fossem trancafiados. Daí eu acreditaria numa provavel evolução desse seromano chamado brasileiro.
Só se vê o tamanho do sapo depois que ele morre.
Isso é mais uma carniça para alimentar os urubus da imprensa, são os únicos que ganham com isso, enquanto não sobrar só os ossos eles não vão sair de cima, depois cai no esquecimento e fica tudo certo, até outro sapo morrer.
Argumentou com propriedade André. Não nos cabe revisar esses procedimentos, mas podemos fazer todo o barulho do mundo para acabar com essas e outras mazelas. É do mesmo jeito por aqui. Aí acontece de alguma coisa sair do controle e dá nisso. Eu não frequento nenhum lugar que aglomere gente, nem cinema, mesmo que eu conheça as saídas. Exatamente pelos motivos que você citou.
Texto perfeito!!! Concordo que boa parte da culpa é sim dos “meandros” burocráticos que só facilitam a corrupção…e qto aos prédios públicos trabalho em um que nem extintor de incendio tem, os que estavam por aqui quando cheguei já eram da inauguração do prédio há 30 anos…
O caso relembra outro, em muitos aspectos: o do barco Bateau Mouche IV, ocorrido no dia 31/12/1998, onde pereceram 55 pessoas. O barco tinha tantas irregularidades escancaradas, mas o juiz, em uma decisão polêmica, absolveu os réus, que eram 10 pessoas. A decisão foi refeita, condenando apenas 3 pessoas, e mesmo em regime aberto, com o agravante de que dois tinham fugido antes de se entregarem. O juiz culpou a marinha por falta de regulamentação!… Resta saber se desde então, a mentalidade mudou. Apenas uma porta de acesso ao salão, falta de sinalização… a culpa vai ser da falta de regulamentação?
Eu era fotógrafo de jornal, estava de plantão no Réveillon, e fui um dos primeiros fotógrafos a chegar ao local onde estavam os corpos das vítimas do Bateau Mouche. Foi impressionante aquilo.
Burocracia ainda é a grande aliada da incompetência generalizada e da corrupção. Se a corrupção estivesse apenas centrada na classe política seria fácil o seu combate. Mas a corrupção esta em todos os níveis da sociedade brasileira. Desde o aluno que cola na escola ao juízes que não condenam enriquecimento não comprovado , todos acham isso normal, toda nossa sociedade corrupta e infernalmente hipócrita, que defende isso ou aquilo de direitos humanos ou das minorias e suas cotas, ou de necessitados mas acham-se como sepulcros caiados, belos por fora, mas fedorentos por dentro. Corrupção é um dos motores da burocracia. Elimine a corrupção, e de igual modo a competência aumenta e a burocracia diminui.
Edson concordo com voce. Mas para eliminarmos a corrupção temos que ter um povo consciente de sua cidadania e honestos, para limpar, monitorar e brecar a corrupção. Hoje a população, principalmente da pequenas cidades tem medo das represálias e nada denunciam. Pois correm o risco de sofrerem retaliações.
Andre, a alguns anos fui sócio de um estacionamento em São Paulo próximo a uma faculdade. Na ocasião cuidei do processo de legalização do estabelecimento e me lembro que eram poucas as exigências em razão do uso e da pequena capacidade de guarda de carros, tanto que o processo foi tratado pela Subprefeitura que deveria ser menos burocrática e mais proxima do contribuinte. Após atendermos todas as exigências tiramos um alvará provisório e válido por 90 dias até que fosse realizada a fiscalizaçáo in loco. Adivinha se foi algum fiscal fazer a vistoria no prazo estabelecido? Claro que não, apareceram na semana seguinte ao vencimento do alvará provisório com o único intuito de acharcar. Quando eu apresentei nossa documentaçáo e disse que para ter o alvará definitivo faltava somente a vistoria e que vinhamoa cobrando semanalmente isso na Subprefeitura, o fiscal me disse ” na lata” que dificilmente isso aconteceria porque a intenção do chefe de fiscalização era manter tudo irregular para fazer uma caixinha mensal mantendo os empresários refens desse processo.
É EXATAMENTE isso que acontece.
Nossa, velho.
Lendo isso (e ouvindo casos de outros empresários) dá um desânimo danado.
Gostaria de abrir um negócio meu, mas quando penso nisso, deixo pro “futuro” mesmo.
Eu larguei o negócio, em boa parte, por não aguentar mais lidar com fiscais. Desanima.
André, pode detalhar um pouco como agem os fiscais? Pelo pouco que sei me parece que existe uma indústria de corrupção burocratica com eles. É isso mesmo?
Já fiz alguns posts sobre isso. Se não achar me avisa, que procuro os links.
Meu conselho, se é que posso dar um conselho, pra você Rafa é só invista, só abra o negócio se for o negócio da tua vida. Assim como eu digo só case com a mulher amada. Porque tem que ter muito estomago para aguentar estes acharques.
Infelizmente essa tragédia logo será esquecida (pela mídia), questão de dias…. é claro que teremos Sônia Abrão esmiuçando o caso nessa semana… e será mais um tópico a ser lembrado na retrospectiva 2013…. Nada vai mudar. Nada
Detalhe importante que nenhuma matéria cita: não existe algo como ESPUMA DE ISOLAMENTO ACÚSTICO. Espuma não isola porra nenhuma, e se for usada pra tratamento acústico, tem que ter tratamento anti chamas.
Se a espuma tivesse o tratamento adequado, podem ter certeza que a tragédia seria evitada.
Toda empresa séria que vende espuma pra TRATAMENTO acústico (e há uma diferença fundamental entre isolamento e tratamento) usa tratamento contra chamas.
É simples a conta: equipamentos de áudio = eletricidade = faíscas= fogo.
Nao precisava nem ter o sinalizador pra dar uma merda dessas.
Existe espuma acústica sim, Thiago, sei porque paguei uma pequena fortuna por ela. Mas vc tem razão quanto a ser antichamas, ela não é combustível.
Barça, existe espuma pra tratamento acústico.
Vc usa essa espuma normalmente pra evitar reflexões indesejadas e frequências agudas específicas.
Isolamento, que é fazer o som dissipar antes de atravessar a sala ou o local onde o som está, precisa de massa. Quanto mais massa, menos som pro outro lado.
Eu fiz a ressalva da espuma exatamente pq se paga uma fortuna por algo que nao funciona pro efeito desejado.
Aposto que o preço que pagou na espuma era muito mais do que fazer um reforço na laje ou nas paredes, que é infinitamente mais efetivo pra isolar.
Pior que até mesmo as empresas que vendem isso, espertamente nao informam esse detalhe.
Já viu a espuma ser vendida com a informação de quantos decibéis ela abafa?
Só q essa desinformação sobre acústica, nesse caso, levou a uma gambiarra (a tal espuma sem tratamento de chamas), que levou a um desastre.
Poderia ser caixas de ovos (como eu ja cansei de ver em estúdios ou até baladas, uma temeridade).
Claro que existe espuma acúsctica, eu tive de botar no teto da casa noturna. Ela não é inflamável também.
As pessoas no Brasil, como são ignorantes pois fizeram péssimos primeiro e segundo graus, não sabem a diferença entre isolamento acústico e tratamento acústico.
EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO e EDUCAÇÃO. Tudo com o que os governos não se preocupam.
Lembrando que em ambos os casos – material para tratamento ou isolamento – o material usado hoje em dia não é inflamável.
Esta espuma se não me falha a memória, além de custar cinco vezes mais ela quando pega fogo não faz fumaça.
Já testamos, você acende um isqueiro num pedaço da espuma e ela não pega fogo de jeito nenhum.
Barça, o geneuronios pegou o que eu quis dizer. Não disse que não existe espuma acústica, e sim q ela nao serve pro q a maioria das baladas usa: isolamento.
Sobre a espuma com tratamento anti chamas, tem esse bom vídeo sobre esse teste do isqueiro:
http://www.youtube.com/watch?v=KCzmQCL4Pw8
Desculpe, eu confundi a espuma com um material isolante que caso pegue fogo não faz fumaça e custa os olhos da cara. Este é outro ponto, se o material não é seguro não deveria nem ser produzido.