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André Barcinski

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“Os Dois Escobares”: uma história de futebol, drogas e morte

Por Andre Barcinski
31/01/13 07:05

Uma das melhores compras que fiz nos últimos tempos foi a caixa de DVDs com os 30 filmes da série “30 for 30”, que a ESPN exibiu entre 2009 e 2010.

São documentários sobre grandes histórias dos esportes. Já comentei aqui sobre o filme que conta a amizade – e depois briga – de dois craques do basquete, Petrovic e Divac, separados pelos conflitos étnicos na ex-Iugoslávia.

Há também filmes sobre a rivalidade das tenistas Martina Navratilova e Chris Evert, sobre a surra que Muhammad Ali levou de Larry Holmes e sobre a  desastrada tentativa de Michael Jordan em se reinventar como astro do beisebol.

Já assisti a 19 dos 30 filmes. E o melhor que vi até agora foi “Os Dois Escobares”, de Jeff Zimbalist e Michael Zimbalist.

 


 

O documentário conta a história de dois homens de mesmo sobrenome e que acabaram, mesmo que involuntariamente, trabalhando juntos: o traficante colombiano Pablo Escobar e o jogador de futebol Andrés Escobar.

Nos anos 80, quando Andrés despontou para o futebol, Pablo Escobar era um mito: o maior traficante de cocaína do planeta. Era tão rico que apareceu na lista de revista “Forbes”. Pablo chefiava o Cartel de Medellin e mandava e desmandava na Colômbia, ordenando a morte de juízes, políticos, policiais e rivais do tráfico.

Já Andrés se destacou no Nacional de Medellin. E quem era dono do time? Pablo, claro, o que valeu ao Nacional o apelido de “Narconal”.

No fim dos anos 80, o futebol colombiano viveu uma época de ouro, com altos salários sendo pagos a jogadores e técnicos. E isso aconteceu porque os principais times – Nacional de Medellin, América de Cali, Milionários de Bogotá – eram dominados pelos cartéis de cada cidade.

Há imagens impressionantes. Em uma entrevista realizada na cadeia, onde cumpre pena, o bandido conhecido por “Popeye”, braço-direito de Pablo Escobar e autor confesso de 250 homicídios, conta que Pablo o mandou matar um juiz de futebol que havia prejudicado o Nacional. As imagens de arquivo mostram o juiz estirado na rua, depois de fuzilado por “Popeye”.

Já Andrés Escobar era o oposto de Pablo: um sujeito do bem, que usava sua imagem pública para tentar acabar com a imagem da Colômbia como uma terra sem lei.

No início dos anos 90, Andrés era líder de uma notável seleção colombiana que tinha ainda jogadores como Valderrama, Higuita, Asprilla e Rincón, e que chegou à Copa de 1994, nos Estados Unidos, sendo apontada por Pelé como a favorita ao título, especialmente depois de ter trucidado a Argentina, em Buenos Aires, por 5 a 0.

O que aconteceu com os dois Escobares não é segredo: Pablo Escobar foi morto pelo Exército colombiano em 1993, e Andrés foi assassinado assim que voltou para a Colômbia, depois de ter feito um gol contra na partida contra os Estados Unidos e que eliminou a Colômbia da Copa.

Mesmo sabendo o fim da história, é difícil não se emocionar com o filme.

Não consegui descobrir se os filmes da ESPN foram lançados em DVD no Brasil. Desconfio que não. Passam de vez em quando na emissora, então é bom ficar ligado. E li que a ESPN começou, em 2012, uma nova série de documentários. Não posso esperar pela caixa.

 

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Comentários

  1. Douglas comentou em 05/02/13 at 4:59

    Toda a série 30 for 30 esta no Netflix porém tem que acessar com IP americano,via spotflux por exemplo.
    Alias como todos os produtos que temos são capados,tenho uma TV Sony Bravia e era ridiculo seu conteúdo nacional,estou acessando via EUA e seu conteúdo é enorme,fora canais de TV com History Channel,VH1 etc. Até qdo?

  2. Rafael Schultz comentou em 04/02/13 at 17:32

    Barça, outro filme sensacional dessa série é o “You Don’t Know Bo”, sobre um atleta chamado Bo Jackson. O cara conseguiu ser um fenômeno jogando futebol americano e basebol, ao mesmo tempo! Quando a NFL estava de férias, ele jogava na MLB e vice-versa. Infelizmente, sua carreira foi interrmpida precocemente por conta de uma contusão. Sensacional a história do cara. Abraços!

    • Andre Barcinski comentou em 04/02/13 at 17:54

      Vi muito o Bo Jackson jogar, era um fenômeno. Preciso ver esse filme.

  3. Bruno Maia comentou em 04/02/13 at 9:13

    Impressionante a imagem do goleiro colombiano no momento do gol contra. Smbolicamente, como se estivesse sendo “exterminado” a ceu aberto como era de costume naquela Colombia cartelizada.

  4. fabrizzio comentou em 03/02/13 at 8:22

    Cara, que história foda. Este documentário deve ser maravilhoso. Até sabia de algumas coisas que você disse, mas nunca associaria os fatos e os nomes. Incrível.

  5. Luiz Alberto comentou em 02/02/13 at 15:45

    Você comprou aqui no Brasil? Dei uma Googlada rápida mas só achei os DVD’s separados em sites estrangeiros. Tem uma dica de onde posso achar?

    • Andre Barcinski comentou em 02/02/13 at 20:07

      Comprei pela Amazon, são duas caixas com 15 DVDs cada.

  6. Geneuronios comentou em 02/02/13 at 13:44

    Tráfico de drogas, carnaval e futebol estão juntos, aqui mesmo, no Brasil.

  7. Thiago Furlan comentou em 02/02/13 at 5:01

    Já tinha comentado aqui sobre quando falou de “Once Brothers”, mas esse dos Escobares é o melhor de todos os “30 for 30”.

    O que fala da criação dos “fantasy games” também é muito divertido, e o Without Bias, sobre a morte do calouro Lenny Bias por overdose (que levou a NBA a mudar sua política de drogas) é de cortar o coração.

    Tem um outro documentário da ESPN que vale muito a pena ver é o “Presents The Fab Five”, que conta a história do time de Michigan que revolucionou o basquete universitário e a cultura que acompanhava o basquete da época.

    https://www.youtube.com/channel/SWYnEk0ZI7omE

    Por fim, Barça, vc já chegou a ler as colunas, os livros ou o site do cara que deu a idéia pra série (e é seu produtor executivo), o Bill Simmons?
    O cara ficou tão grande que a ESPN criou um site exclusivamente pra ele editar e publicar suas colunas/podcasts.
    O site é o http://www.grantland.com , e os textos do cara são fenomenais. É impressionante a habilidade dele de citar cultura pop e esportes em textos gigantescos e ainda assim não ser chato.

  8. Cassiano comentou em 01/02/13 at 20:41

    A Colômbia sempre chamou a atenção por seu futebol habilidoso e irresponsável (quem não se lembra da defesa do Higuita com os dois pés, de costas para o gol?). E pela ligação com o narcotráfico. Não por acaso, vários daqueles jogadores consolidaram a carreira (sem trocadilho) no Brasil. Rincón, Aristizabal, Asprilla, todos bem acima da média tecnicamente. E todos meio pancada das idéias também. O Rincón acho que foi preso recentemente por agredir a mulher. Um dos meias mais clássicos que eu vi jogar.

  9. carlos lopes comentou em 01/02/13 at 20:20

    Higuita protagonizou uma das mais sensacionais defesas de todos os tempos.El Loco http://www.youtube.com/watch?v=LA6oQufLcD8

  10. Pedro Ivo comentou em 01/02/13 at 15:19

    Me lembro desse episódio do jogador assassinado pelo gol contra. Mas não sabia que era o Andrés Escobar. Muito triste essa história.
    Por outro lado, acho que a Colombia não terá mais uma geração como aquela.

  11. Ado Pereira comentou em 01/02/13 at 14:35

    Essa ligação dos cartéis da droga com alguns times colombianos foi tão intensa que levou o América de Cali a quatro vice campeonatos seguidos da Libertadores, entre 1985 e 1988 e o Atlético Nacional ao título da competição em 1989.

  12. neder comentou em 01/02/13 at 12:30

    André, você já observou se os DVDs da caixa que comprou têm legendas em inglês? Saberia dizer também se tocam nos aparelhos comprados aqui no Brasil? (aquela história de padrão de transmissão – PAL, NTSC etc.)? Obrigado.

    • Andre Barcinski comentou em 01/02/13 at 19:25

      Têm Closed Caption, não legenda, e não tocou no aparelho nacional aqui de casa, só no DVD gringo.

  13. Ademir de Paula comentou em 01/02/13 at 2:06

    André,nada a ver com o tópico,mas:Além de relançar o livro”Barulho”,que seria legal,vc já pensou em lançar outro tipo:”Barulho,vinte e tantos anos depois”,contando toda a história que vc viveu,sua análise atual refletindo sobre o que sentiu na época,sobre todo o movimento e tal.Algo mais ou menos parecido como que o Zuenir Ventura fez 20 anos após ter lançado o “1968,o ano que não acabou”.E mais ousado ainda,lançar outro livro,com vc indo lá em Seattle,entre outros locais,e entrevistando novamente os caras,os “sobreviventes ” do movimento,ver copo eles andam hoje,etc.Rapaz,seria do caramba!Abração,mestre Barça!

    • Andre Barcinski comentou em 01/02/13 at 7:15

      Difícil, Ademir, várias bandas que estão no livro acabaram ou morreram!

      • Thiago Furlan comentou em 02/02/13 at 4:46

        Mas rolaria algum relançamento do livro? Não se acha nem usado!

  14. Ademir de Paula comentou em 01/02/13 at 1:59

    Mudando um pouco de assunto,vc já pensou em postar algo sobre o Zé do Caixão,o cara é história.Andre,vc conviveu muito com o cara,na época que vc escreveu aquele livro,”Maldito”.Fala a verdade,Mojica disse que não sofreu violência física na época da ditadura.Não sei,mas desconfio que ele sofreu sim.Vc tem algo a dizer sobre o assunto?

    • Andre Barcinski comentou em 01/02/13 at 7:09

      Violência física não. Mas teve a carreira destruída pela Censura, com certeza.

      • Cesar comentou em 01/02/13 at 11:09

        Uns tiveram a carreira destruída, outros, a carreira salva (Chico, Caetano, Gil, etc…)

  15. Ademir de Paula comentou em 01/02/13 at 1:53

    André,vc chegou a assistir o filme ‘Á procura de Éric”?MUito bom,com participação do próprio Catona,o filme conta a história de um esquizofrênico fã do jogador.E não nos esqueçamos do também rebelde Afonsinho,e do irmão do Zico,que,inclusive,foi perseguido e torturado na época da milicada.Abs á todos,fã deste ótimo blogue.

  16. j.j. comentou em 01/02/13 at 1:32

    Essa relacao do Pablo Escobar com o Nacional de Medellin lembra a que existe hoje no Brasil entre Lula e Corinthians. Todo mundo sabe, mas finge que nao ve. Se bem que o Pablo Escobar ao menos usava o proprio dinheiro.

    • Andre Barcinski comentou em 01/02/13 at 7:10

      Pera aí, J.J, menos, por favor. Comparar um traficante assassino a um ex-presidente é forçar a barra. E ninguém “fingia que não via” a relação entre o Nacional e Escobar, ele ia a todos os jogos, não era segredo.

      • Geneuronios comentou em 02/02/13 at 13:48

        Ex-presidente que tem ligações com as FARC??? Fala sério André. Política e tráfico de drogas e armas no Brasil andam de mãos dadas. Somando os dedos das mão que se juntam dá nove …

    • André Albuquerque comentou em 02/02/13 at 8:57

      se fosse assim o Corinthians seria 8x campeão brasileiro,libertadores etc..ah sim,o Lula comprou o Chelsea,o Santos,o zagueiro q entregou a bola pro sheik…faça me o favor!

  17. Luiz comentou em 01/02/13 at 0:28

    Vc sabia que a morte de Escobar, o jogador, foi um dos motivos que levou ativistas daqueles pais a adotarem uma metodologia para o futebol baseada em valores humanos? E que esse movimento deu origem a uma rede de organizações na América do Sul que depois virou uma rede mundial chamada Street Football World? Essa rede hoje tem 90 organizações no mundo e cinco no Brasil. Dê uma olhada no site, vale a pena

  18. Dida Kelme comentou em 31/01/13 at 23:10

    André, chegou a ver a série da ESPN Filmes chamada “The Real Football Factories International” sobre os hooligans e outras torcidas pelo mundo ?

    • Andre Barcinski comentou em 31/01/13 at 23:10

      Perdi, é legal?

      • Dida Kelme comentou em 31/01/13 at 23:29

        Muito bacana ! Um ator que foi protagonista do filme do mesmo nome do doc visita e conversa com líderes de várias torcidas (e tb vai aos jogos) na Europa Ocidental, Leste Europeu, Brasil e Argentina. Tirando o estereótipo do gringo (e certo preconceito) com os países da América do Sul, vale a pena conferir !

        http://www.youtube.com/watch?v=3SsJOOXpzbc

        • guimartins comentou em 01/02/13 at 9:51

          Verdade, recomendo tb. Vira e mexe passa na ESPN.

  19. Evandro Silveira comentou em 31/01/13 at 21:38

    Quem for a Colômbia pode fazer o Escobar Tour e conhecer locais da vida dele do cemitério onde está enterrado à casa onde foi morto. O Higuita goleiro da seleção era muy amigo dele.
    http://www.zorba.com.co/tours-medellin/pablo-escobar-tour/

  20. João Gilberto Monteiro comentou em 31/01/13 at 20:33

    André, acho que a Colômbia nunca mais terá uma geração como aquela que surgiu na época áurea do Pablo Escobar, por mais que ainda revele bons jogadores como o Falcao Garcia, e a “guerra contra as drogas” continua a mesma, às vezes muda de país, mas novos chefões nascem toda hora (México é a prova viva!!!)

  21. Sandro Veiga comentou em 31/01/13 at 20:10

    Assisti tanto o do Escobar quanto o de basquete e realmente são muito bons, o legal é que como sou dessa geração ele acaba emocionando até um pouco mais, pena eu não ter mais acesso a espn

  22. Filipe comentou em 31/01/13 at 19:32

    André já assisti este documentário… espetacular!!!
    Assim como o o Magic Johnson, tem um sobre um jogador de basquete universitário que morre numa overdose… e tem um que fala sobre Fernando Venezuela.. jogador dos dogers. o documentário aborda a construção do estádio dos dogers em cima de uma favela de latinos e como a partir do sucesso dele no time o orgulho dos torcedores latinos… bem bacana..

    • Andre Barcinski comentou em 31/01/13 at 22:20

      Já vi, é muito bom. O Ry Cooder fez um disco sobre esse episódio do estádio dos Dodgers.

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