Cada época tem o Grammy que merece
13/02/13 07:05Vamos deixar uma coisa bem clara: o Grammy nunca foi um prêmio da música, mas um prêmio da indústria da música. Ele não existe para celebrar os melhores músicos, mas aqueles que vendem mais e ajudam a impulsionar a indústria.
Fazia anos que eu não assistia à cerimônia do Grammy. Aquilo não me interessa e não representa os artistas que ouço e admiro.
Mas, a exemplo da tortura de assistir a “Les Misérables”, a obrigação profissional falou mais alto, e gastei três horas e meia da madrugada do meu domingo de Carnaval assistindo à cerimônia.
Minha conclusão é de que cada época tem o Grammy que merece.
Foi muito triste constatar como a fase atual da música pop é dominada pela caretice, pelo conformismo, pela adesão a regras e pelo “bom mocismo”.
Até poucos anos atrás, artistas como Amy Winehouse, Lady Gaga ou Marilyn Manson, mesmo que fossem produtos de marketing criados em laboratório, traziam ao pop algum resquício de perigo e rebeldia.
Hoje, a cena é dominada por branquelos de cabelo armado e pinta de coroinha, tocando violão ou fazendo baladinhas insípidas. O modelo de popstar é Taylor Swift, um picolé de chuchu que encarna toda a assepsia dessa era da correção política.
Mesmo os artistas “de rock”, como Mumford & Sons, parecem uns cordeirinhos que saíram de um convento.
Antigamente, pais não queriam que os filhos ouvissem rock, com medo de eles se tornaram drogados ou pervertidos. Hoje é o contrário: pais não deixam os filhos ouvir rock para as crianças não virarem umas babacas.
O Grammy é uma grande encenação. Três horas e meia de encenação. Até os números musicais supostamente “autênticos”, como LL Cool J e Chuck D (Public Enemy), parecem musicais da Broadway, de tão falsos. Isso para não falar da constrangedora homenagem a Bob Marley, com Sting e Bruno Mars.
Agora, nem as armações mais nauseabundas, como o tal do Fun, um grupo pop chinfrim que não passaria pela primeira triagem de Mister Sam, consegue ser pior do que o ar blasé e pretensamente entediado de Dan Auerbach, do Black Keys.
O frango ganhou quatro Grammys, mas fez questão de parecer contrariado ao recebê-los, como se alguém o tivesse obrigado a estar ali. Típica pose oportunista de quem quer parecer rebelde para não perder sua credibilidade “indie”.
Tão posudo quando o mártir Auerbach foi a “volta” de Justin Timberlake aos palcos. Ele foi apresentado com tanta euforia por Ellen De Generes e Beyoncé, que achei que estava prestes a rolar o retorno dos Beatles, com as ressurreições de John e George. A apresentação foi ridícula, com Timberlake se matando para imitar um “soulman”.
Para não dizer que a noite toda foi péssima, salvaram-se Dr. John e Black Keys tocando “Lonely Boy”, e o tributo a Levon Helm (The Band), com Mavis Staple, T-Bone Burnette Elton John, entre outros.
Ninguém está pedindo para o Grammy premiar o Swans ou o Godspeed You! Black Emperor. Não é esse o ponto.
Mas dê uma olhada na lista de concorrentes ao melhor álbum de 1975, por exemplo: o vencedor foi Stevie Wonder, que bateu Paul McCartney (“Band On the Run”), Joni Mitchell (“Court and Spark”), John Denver (“Back Home Again”) e Elton John (“Caribou”).
Dá para levar Mumford & Sons a sério?
Eu concordo com alguns pontos. A comparação com 75, mesmo que forçando um pouco a barra, é interessante. E Mumford…é mesmo um xarope. Mas tem é rabugice…Como Dan Auerbach deveria receber o prêmio? Se ele tivesse todo felizinho vc ia malhar de bom moço mala. Ele recebeu meio blasé então é pose indie. Gosto de sua coluna mas vc tem escrito com uma preguiça terrível, me parece que esse texto do Grammy já estava praticamente pronto em sua cabeça antes de ver a cerimonia. São os velhos clichés: conformismo, industria, rock não é mais perigoso etc. Próxima vez o BK manda uma india Barcinski, ai é um estilo bacana para vc!? rsrs
Nossa, que indie revoltadinho. Mas sua argumentação não faz nenhum sentido: se o texto “já estivesse pronto na minha cabeça”, como adivinharia o chilique blasé de seu amado Dan Auerbach? Consultando Mãe Dinah indie? Prefiro mil vezes o Justin Timberlake, que é pop e não tem vergonha disso, ao “artista torturado” Dan Auerbach. E se é pra esculhambar essas cerimônias ridículas, faz que nem o Marlon Brando e mande uma índia no lugar. Melhor que um indie.
Esses indies acham que inventaram o rock. Não, não inventaram. Apenas deixaram mais chato, pasteurizado e venderam camisas de flanela xadrez.
Vc que tá nessa fixação com indie, escrevendo trocentas vezes em sua resposta revoltadinha (sim, a sua)…mãe Dinah Indie, trocadilhos indie/india (é isso mesmo Barcinski?) rsrs… minha argumentação não faz sentido? Desde quanto vc entende as coisas de forma tão literal? “já estivesse pronto na minha cabeça como adivinharia o chilique blasé de seu amado Dan Auerbach?” Como é!? rsrs E eu sou o revoltado que não faz sentido!? Quer dizer Indie revoltado sem sentido né!? Indie, indie, indie
Não faz sentido algum. E não entendo nada de “forma literal”, simplesmente argumentei usando o que vc escreveu.
Eu comentei sobre o seu texto de uma forma geral, mas pq vc se fixou em BK, indie e o pior, achar que BK é indie desafia a lógica.
Não, é rap.
Fala Barcinski
Só mudando um pouco de assunto (nunca liguei para Grammy mesmo, hahaha) tens idéia de fazer um Guia da Culinária Ogra -RJ? Apesar de morar em SP e já ter explorado alguns pontos aqui mesmo, tenho muito vontade de conhecer o roteiro Barcinski no Rio.
Já perguntaram isso, mas saí do Rio há mais de 20 anos e não conheço os lugares novos, acho que outra pessoa teria de fazer…
O Grammy é uma bosta mas o Dan Auerbach não pode fazer cara de bosta pra receber os prêmios?
Sua rabugice já ultrapassou sua coerência, parabéns!
Não, não pode. Se ele acha o Grammy uma bosta, por que foi? Alguém apontou uma arma pra cabeça dele? Claro que ele vai ao Grammy pra aparecer pra milhões de pessoas e tentar vender mais discos, ora. Então admita. É mais honesto que ficar pagando de mártir indie.
Assim, André. Ele foi pelo mesmo motivo que você assistiu o Grammy: Trabalho. E assim como você, ele não é obrigado a demonstrar felicidade com isso.
Tá legal. Tadinho do Auerbach, um malvadão da gravadora o obrigou a ir, tocar e receber os prêmios. Mundo cruel.
KKK! Excelente resposta, Tatiana! Já imagino o editor da Folha, de relho em punho, obrigando o Barcinski a perder parte de seu carnaval vendo na TV uma coisa que detesta! E depois ele ainda quer cornetar o rapaz que recebeu o prêmio! Que comédia!
Comédia é alguém que dá chilique e promete que não vai escrever mais, mas depois não se aguenta e propõe ficar “amiguinhos”.
Olha, esse Black Keys é uma banda por demais superestimada. Existem pelo menos umas 12 bandas de boteco, com som próprio que eu conheço que fazem o mesmo tipo de som.
Não é questão de ser servil demais ou ser blasé, mas de pelo menos ter respeito pelo seu próprio sucesso. É ruim aceitar que ese cara não esteja feliz com o sucesso que estão fazendo, ainda mais sendo uma banda de rock convencional como eles são e que sabem que são.
Mumford and Sons é folk para fãs de Bon Jovi.
Perfeito!
Eu tambem defino eles como Dave Mathews Band de high school.
Eu decidi que queria ser guitarrista quando vi o Eagles tocando Hotel California pela primeira vez na TV, quando eu tinha uns 13 anos. Esse foi o álbum vencedor do Grammy de 77. Por favor me corrija se estiver errado!
Meu texto de amanhã é justamente sobre “Hotel California”.
e o Commando, biografia do Johnny Ramone, André? Você leu?
Concordo que o Grammy não tem nada a ver com reconhecimento de qualidade artística. Nem o Oscar. Mas Cannes eu acho que tem. É só ver que eles premiam filmes ótimos e às vezes totalmente alternativos (Tio Bonmee, por exemplo). Geralmente procuro ver os vencedores de Cannes e nunca me decepciono. Você não acha?
Fala Barça! Esse Black Keys é uma bandinha sem sal mesmo! Assisti finalmente O Mestre e realmente é um filme inquietante. Abraço!
Essa Taylor patê-de-carne tem um orestígio e fama inexplicáveis, e uma base de fãs adolescentes que a consideram uma deusa. Em conversas informais quando comento com os mais jovens sobre as Dixie Chicks, que realmente fizeram algo pelo gênero e se mostraram personalidades com opiniões fortes, a menina não conhece e não tem interesse em conhecer, aí ficam idolatrando essa guria insossa. Triste isso.
Alguém ainda liga pro Grammy???
Claro que liga, foi a segunda maior audiência da história do Grammy nos EUA.
Sensacional foi o Kanye West, que faturou três Grammys NO MÉIER, COMENDO BACALHAU.
Pau no rabo do carinha dos Black Keys.
Barcinski, o pior é que até o Kurt Cobain nos deu uma mostra disso. Nao podemos esquecer dele no premio da MTV todo pimpão com a filha no colo, ou metendo pau na Rolling Stone e saindo na capa com pose de rebelde na semana seguinte.
Sem dúvida.
Olá Barça, me desculpe pelo off-topic total, mas acabei de ler a folha de hoje e li sua matéria sobre a Adega Pérola. Sou paulistano, mas estou morando em Copa faz 7 meses. Lá, já é o meu lugar preferido do RJ. Bom, saber que você frequenta lá também. Um dia nos cruzaremos por lá. Abço.
Aquilo é uma das belezas do Rio.
Conheci esse lugar na sorte. Tive que ir ao RJ na mesma época do último Rock n’ Rio. Todos os albergues e hotéis baratos das regiões mais turísticas estavam lotados. Só achei vaga em uma espelunca da Siqueira Campos, que fica ainda uns 100 metros acima da Adega Pérola. Acabei indo lá todos os dias dessa minha estada.
Moro perto. Vou começar a frequentar também, e só para lhe encher o saco, Barcinski!
Barça, vc tem que visitar a Fazenda da Comadre, que fica no começo do trecho de serra da Tamoios, sentido Ubatuba (+/- uns 40 km de Caraguá).
Aquilo é uma perdição em termos de culinária ogra!
Do que se trata?
É comida caseira, onde quase tudo que é feito é criado na própria fazenda, desde os legumes até as carnes.
É uma grande experiência para quem gosta de comer bem, mas sem frescura.
E, neste caso, o destino se encarregou de castigar as fraudes. Seria lamentável se essa gente vendesse discos. O tipo de coisa que eles fazem só merece, mesmo, ser consumido sob a forma de downloads gratuitos, piratas e ilegais. Essa gente não merece ganhar o mesmo que grandes artistas ganharam com venda de discos.
Nem assisti por que tb não suporto o Grammy, mas concordo em tudo (especialmente no que se refere ao insuportável Mumford & Sons). Concordo até que o Dan Auerbach parece um zumbi entediado, sem um pingo de senso de humor ou carisma. Agora uma coisa (ou duas) eu preciso dizer: toda e qualquer premiação aos Black Keys, Auerbach e seu produzido Dr. John é pouca. Para este roqueiro velho aqui, Black Keys é a melhor banda de rock do mundo hoje, ponto. E Locked Down, de Dr. John, produzido por Auerbach, foi o melhor disco de 2012 – criminosamente esquecido por 99% das listas de melhores do ano passado. Se alguém aí ainda não ouviu, recomendo enfaticamente: ouçam Locked Down. É uma obra-prima. Está tudo lá: Nova Orleans, o rock, o jazz, o soul, o funk, o afrobeat, a era Obama (nas letras) – tudo. E sem maçaroca, sem misturança nem lambança. Tudo fazendo sentido e maravilhosamente excutado, gravado e produzido. Coisa de gênio(s).
Eu acho que esse Dan Auerbach representa bem o movimento indie: presunção, ar blasé e falta de auto-crítica. Acho que o auge da pretensão dessa gente indie ( músicos e fãs ) foi começarem a gostar de Neil Young depois que ele gravou com Pearl Jam. É por causa dessa postura e da baixa qualidade musical, apesar de toda a tecnologia disponível, que eu ainda continuo a ouvir meus discos dos anos 70. Essa gente não sabe que Jimi Hendrix foi o que foi usando apenas uma guitarra de destro e um amplificador.
Dá pra dizer que o Timberlake como cantor é um excelente ator?
Dá…
… mas a boca fala – ou os dedos escrevem – o que o intestino grosso tá cheio.
Falou tudo Barça! Só obrigação profissional para alguém assistir ao Grammy inteiro. Foi triste e patético. Vi um pouco e desisti.
André, é um colírio ler suas matérias. Os dias estão apagados e moribundos. Falta aquela agitação de décadas passadas.
Será que nós, somos os últimos espécimes de uma geração que sabe o que é bom?
Vai ver o mundo já acabou e estamos num inferno colorido, regado a blaseismo, roupas coloridas, cabelos lambidos e gente esquisita. Mas esquisita no sentido real da palavra. Não tem como definir o que esse pessoal é.
Eu quero voltar no tempo, onde música e filmes bons andavam lado a lado.
Barça, tenho uma vontade, mas que nunca busquei com muito ímpeto. Ler críticas de bandas/discos dos anos 70 e saber o que eles falavam…
Como apaixonado por Led e Sabbath, sei que eles só apanhavam dos críticos da época, mas hoje são unanimidades absolutas…
Acho que vale como exercício de história saber como se comportava a crítica naquela época.
Abs,
Mumford & Sons é uma das bandas preferidas de Neil Young hoje em dia… Vai entender!
Minha filha adora…mas ela tem 16. Acho que é uma questão de faixa etária do público. Talvez NY esteja sofrendo de dementia…
André, deixando de lado a pose de Dan Auerbach, tu curte o som do Black Keys?
Em termos de atitude concordo com o que dizes sobre o Mumford & Sons, mas em termos musicais é um dos melhores grupos de hoje. O cenário musical atual é deprimente.
E o Vaccines hein?
Nossa, não sei o que era pior: ver o Grammy ou os desfiles com comentários do tipo “os mistérios da Sapucaí sempre acontecem”
Pois é, fazendo um paralelo com o Oscar, olhe para os atuais concorrentes e compare com os de 1995:
Forrest Gump, o Contador de Histórias
Quatro Casamentos E Um Funeral
Pulp Fiction – Tempo de Violência
Quiz Show – A Verdade dos Bastidores
Um Sonho de Liberdade
Um filme bom e quatro jecas, qual o ponto?
Todos são bons,Jonas.Larga de ser pessimista.
Caro André,
Isso tem ocorrido com o Oscar tambem.
barza, meu amigo, me permita um off topic.
sei que tu és fã do ellry, mas nao existe “my darkest places”em edição nacional. não que eu tenha encontrado. existe, sim, “dália negra”, que estou a ler agora. embora a tradução da best bolso me pareça fajuta. tu consideras “dália negra” representativo?
perdones pelo off topic, e minhas estimas.
em tempo: o rapazinho do mumford é marido da carey mulligan. triste e chocante.
Li Dália Negra no original e na edição de bolso em português, lembro de perceber várias palavras muito estranhas na tradução. O “My Dark Places” não sei se saiu em português.
Existe sim, se chama “Meus Lugares Escuros”
http://www.travessa.com.br/MEUS_LUGARES_ESCUROS/artigo/28FBC699-12A7-446D-9FD8-4EACFC045AC4/pcd=028?utm_source=buscape&utm_medium=buscape&utm_campaign=buscape
Esse eu ainda não li, mas já li Sangue na Lua em PT e gostei.
Valeu!
Só mesmo tendo que cumprir obrigações profissionais pra perder tempo com isso. Deveria ganhar hora-extra dobrada. E Carnaval prolongado.
E juro que a primeira vez que li “Mumford & Sons” achei que se tratasse de alguma marca de piano.
Se o Oscar é um prêmio marcado por injustiças terríveis por deixar de premiar artistas como Welles, Hitchcock, Chaplin, Montgomey Clift , etc, o Grammy, com suas infinitas subdivisões, premia todo mundo.
Acho que deveriam ser exaltados os artistas de talento que nunca ganharam um Grammy. Esses sim entrariam na história (rs)
O Grammy parece aquelas competições infantis de natação em que todas as crianças saem da piscina com uma medalhinha…
DIRETO AO PONTO!!!!!!!!!!!!!!!!!
“não passaria pela primeira triagem de Mister Sam” hahaha
Falando em 1975, vi esse link ontem: As 500 piores resenhas da Rolling Stone. Curioso a revista detonar um monte de discos que hoje são clássicos http://rateyourmusic.com/list/schmidtt/rolling_stones_500_worst_reviews_of_all_time__work_in_progress_
Não conheço essa lista, vou dar uma olhada…
caramba, maravilhoso esse site! Valeu pela dica Elson !
Excelente dica! Muito obrigado.
André Barcinski, você já “malhou” algum disco ou filme que veio a se tornar clássico posteriormente?
Não, porque comecei a escrever numa época carente de clássicos. Mas todo mundo está sujeito a isso. Já falei mal de bandas que depois eu viria a adorar, tipo Slint.
Pega a Bolsa de Discos da extinta Bizz e dá uma olhada nas notas do Sr. Barcinski tem até zero para o Miles Davis.
João, o pior tipo de debatedor é aquele que distorce o tema ou tira algo do contexto para, desonestamente, fazer valer sua opinião. É o que vc está fazendo. O disco do “Miles Davis” a que vc se refere foi um LP post mortem, uma monstruosidade feita por produtores inescrupulosos para faturar um último trocado em cima do legado dele.
Isso comprova que a Rola Stones nunca foi uma revista muito séria de música.
Será que o poder da ‘mídia’ de fazer o público gostar ou não de algo começou aí? Eu só sabia da pregada que o Cream e o Clapton levaram. Mas esses caras se acham muito melhores do que as bandas que resenhavam!
Fala Barça, isso que vc comentou faz muito sentido, é só assistir qualquer show hoje em dia e não vemos mais aquela sujeira e tosquices do rock. Hoje parece tudo limpinho, tudo arrumado, tudo engomado para que o cara fique bem em alta definição, resumindo este pessoal tudo patesão.
Corrigindo: é tudo patesão.