Parabéns, Michael Jordan!
18/02/13 07:05Desde que comecei a acompanhar esportes, não conheço um atleta que tenha sido tão dominante em um esporte coletivo quanto Michael Jordan foi no basquete.
Nos anos 90, a disputa na NBA era a do vice-campeonato, já que o título era quase garantido para Michael Jordan e seu Chicago Bulls.
Jordan levou o Bulls a dois tricampeonatos (1991/1993 e 1996/1998), e só não ganhou em 1994 e 1995 porque decidiu tentar a sorte como jogador de beisebol. Sorte do Houston Rockets de Hakeem Olajuwon, que conseguiu beliscar dois títulos na ausência de Jordan.
Ontem, o mito completou 50 anos. Por sorte, suas jogadas espetaculares estão registradas para sempre. Veja aqui uma seleção das dez melhores enterradas da carreira de Jordan.
Jordan foi tão dominante que ganhou cinco vezes o título de melhor jogador da NBA e liderou o ranking de pontuadores dez vezes.
Quando Jordan foi escolhido pelo Chicago Bulls, em 1984, o time era considerado uma piada. Havia sido fundado em 1966 e nunca ganhara um título da NBA.
Nos anos 80, o basquete norte-americano era dominado pelo Los Angeles Lakers de Magic Johnson, o Boston Celtics de Larry Bird e o Detroit Pistons de Isiah Thomas.
Mesmo jogando em um time muito inferior, Jordan se destacou: marcou 63 pontos em um jogo de “playoffs” contra o grande Boston Celtics na temporada 1985-86, até hoje um recorde na NBA.
Na temporada 1986-87, tornou-se o único jogador, além de Wilt Chamberlain, a fazer 3 mil pontos em uma temporada, com uma média assombrosa de 37,1 pontos por partida.
Jordan jogou contra os melhores: Kareem Abdul-Jabbar, Magic Johnson, Larry Bird, Patrick Ewing, Shaquille O’Neal, Charles Barkley, Isiah Thomas, Dennis Rodman, David Robinson, Alonzo Mourning, Clyde Drexler, Karl Malone, John Stockton. Foi um período de ouro da NBA.
Vi Michael Jordan jogar, ao vivo,três vezes: duas em Los Angeles e uma em Nova York. Foram jogos normais de temporada, até porque conseguir ingressos para ver Jordan nos “playoffs” era quase impossível.
Mas deu para perceber que era verdade o que os comentaristas diziam, na época: que ele era tão bom que parecia ter dois “níveis” de jogo: um nível “normal”, quase um estado de relaxamento, que usava quando os jogos estavam tranquilos e a vitória parecia certa, e um “nível Jordan”, que acionava quando o jogo estava mais duro. Um assombro.
Veja uma seleção de dez jogadas decisivas de Jordan. Minha preferida é a número 3, num arremesso totalmente desequilibrado que deu a vitória, por 3 jogos a 2, ao Bulls contra o então poderoso Cleveland Cavaliers por 101 a 100, na primeira rodada da série dos “playoffs” de 1989. A imagem de Jordan comemorando enquanto seu marcador, Craig Ehlo, se joga no chão, reflete bem o que foi a NBA para quem enfrentou Jordan: um desespero.
Uma curiosidade, o Jordan sem o Pippen nunca conseguiu ser campeão, o que não diminui em nada o talento absurdo que ele tinha… é apenas uma curiosidade!
Pode-se dizer o mesmo do Phil Jackson. O Chicago só ganhou depois que ele virou técnico.
Com certeza Barça, porem PJ foi campeão fora dos Bulls… O Jordan não.
belo texto!! E faz mais sentido ainda pois eu assisti ontem, na ESPN, um documentário sobre a transição que ele fez do basquete para o beisebol. Inclusive vc já comentou aqui sobre uma “caixa” só contendo essa série da ESPN (“30”). Jordan era absoluto nas quadras, e após a morte do pai, assassinado, se arriscou no beisebol – sonho do seu pai. Inclusive o nome do episódio era “Jordan anda de onibus” , ja que antes usava jatos particulares. Incrível como ele teve coragem em se arriscar em um esporte que não era o dele, com toda a reputaçãoque tinha e deu a cara para bater em outras veredas. E treinava, hein…. escutou de tudo durante esse tempo, até de gente da Sport Illustraded. Sensacional.
Eu também assisti a esse filme ontem. Apesar de saber que ele era o melhor, não fui muito fã do Jordan nos anos 90. A babação de ovo e o marketing maciço me incomodavam. Eu torcia pro Portland, de Drexler, Porter e Sabonis. Mas a história dele como jogador de baseball me fez mudar de opinião. O cara tinha muita personalidade. Fez o que quis, sem se importar com fama, dinheiro e patrocinadores. E era um obstinado pelo esporte. Treinava o que fosse necessário pra melhorar como jogador. A impressão que me passou é que, apesar de ser o atleta mais famoso de sua época, era só o jogo em si que interessava pra ele. Acho que eram essas coisas que o colocavam num nível acima de outros jogadores igualmente talentosos. Jordan deveria ser apresentado como exemplo pra muito jogador brasileiro de futebol da nova geração, que se preocupa mais em melhorar o penteado do que a finalização e sente mais prazer em dar uma entrevista engraçadinha pro Globo Esporte do que em fazer um gol.
concordo, xará!
Não se compara ao Jordan, mas me orgulho em dizer que Rogério Ceni e Marcos do Palmeiras são personalidades que tem esse perfil… e atualmente vejo o Lucas do PSG com esse perfil tb. Alia o util ao agradavel, joga por prazer e sabe ganhar dinheiro com isso…
Lenda!
Tenho até hoje uma camisa do Bulls dele.
Para ver que o cara foi o melhor é só ver o nível dos seus adversários. O Dream Team de 92 (tirando o Pippen) era feito de adversários. Todos eles no chinelo do Jordan, até o Magic.
LeBron e Kobe são bons, mas os adversários deles são …médios. Não há mais que 3 ou 4 que me ocupem a memória. Já na NBA dos anos 90, todo time tinha um craque.
É impressionante como ainda hoje, por mais que eu reveja, ainda me emociono vendo as jogadas do Jordan.
Pra mim, a cesta número 1 é a mais marcante: foi o jogo decisivo contra o Jazz, 1998, na casa do adversário e com o Jordan numa virose braba, 40 graus de febre.
Ainda assim, o cara jogou o jogo todo e meteu 36 pontos, incluindo a cesta decisiva que citei.
Foi a maior atuação de um jogador em um esporte coletivo que já vi.
Gênio. Monstro.
Comecei a assistir NBA no final dos anos 80. Dava gosto ver basquete nessa época. Grandes jogos e um desfile absurdo de gênios nas quadras. Não me lembro de ter visto um jogo ruim nesta época. NBA era esporte de competição e exibição ao mesmo tempo. Lembrava futebol antigo. Depois foi ficando chaaaato. Mas Jordan realmente era de outro planeta e nos proporcionou lances incríveis. Como o assunto é basquete, acabei por me lembrar da final de 89 entre Lakers e Detroit, em que o James Worthy fez algo que nunca mais vi na vida: acertou a cesta e a bola não tocou nem na rede.
Jordan é uma lenda mesmo. Não sou lá muito fã do cidadão. Gosto mais dos Bad Boys dos Pistons da década de 80.
Mas em um texto sobre o Jordan tem que pelo menos ter uma citação do Pippen. Sem ele Jordan cansou de apanhar na década de 80 e só com a chegada dele é que ele conseguiu vencer os títulos. E claro Jordan é o maior exemplo de como o marketing levou o esporte há outro nível.
Acredito que em termos de “dominância”, o Kareem-Abdul Jabbar foi o melhor. Até hoje é o maior pontuador da NBA e o seu gancho era praticamente “imbloqueável”. Quando jogava na NCAA, os dirigentes chegaram a proibir as enterradas por causa da sua dominância no garrafão.
Não podemos esquecer do Scottie Pippen, era o jogador nº 2 do Chigaco Bulls naquela época. Jordan parecia que conseguia parar no ar e encestava as bolas.
Oops..Chicago.
Ele nem era o que saltava mais alto, mas era o que parecia mesmo ficar mais tempo no ar. Lembro de uma reportagem em que físicos discutiam se era possível a impulsão dele ser tão forte que por momentos ele ficasse como se estivesse flutuando. Bobagem, lógico. Essa diferença é porque ela arremessava quando já começava a cair ou dava o famoso fade away. Isso fazia com que o marcador perdesse o tempo da bola e por isso dava a impressão de cair antes. Era um gênio. E só esses geram esse tipo de lenda.
Deve ter feito algum workshop com Dadá Maravilha….
Muito bom!!!
Queixo colado abaixo do pescoço, não tem erro!
😀
Tirou as palavras da minha boca. Pairar no ar, como já vi o próprio dizendo, só o beija-flor, Pelé e o Dadá Maravilha (sempre se autoreferenciando na 3a. pessoa).
Aliás, esse também merecia um post. Como faz falta ao futebol jogares folclóricos como ele… Ê tristeza.
E pensar que hoje em dia temos o Neymar o jogador mais nojentinho que já existiu….
Verdade o que muitos ja’ comentaram. Conhecemos todos esses idolos na tela da Bandeirantes, na voz do torcedor do Lakers Luciano do Vale e com os comentarios sempre inoportunos e sem-graça do Elia Junior. Mas valeu a pena suportar tudo isso para ver aqueles caras.
Rapaz, Elia Junior, agora você desenterrou mesmo!!
Andre,
nessa época as narrações do Luciano do Vale dos jogos da NBA eram assombrosas.
Dia 24 tem o Oscar, faça sua previsão desse ano de quais filmes ganham e quem deveria ganhar o troféu.
Lembro que você falou do Inverno na Alma e Rampart que mereciam.
Eu assisti os 2 por recomendação sua aqui no blog e achei ótimo ambos os filmes.
Farei na sexta, Fernanda.
Não esqueça de ver “NO”. Vc pode não achar melhor que “Amour”, mas é melhor que muito indicado a melhor filme…
Jordan é o maior gênio do basquete, sem dúvida. André, o jogador do Detroit que você se refere é o Isaih Thomas, e não Isaih Thompson, certo? Abs.
Essa realmente foi a época de ouro do basquete. E você citou a maioria dos grandes nomes da época. Podia acrescentar o grande Dominque Wilkins, dos Atlanta Hawks, que disputava sempre com ele o campeonato de enterradas. Jordan era especial, com certeza. Único.
Aliás devemos todos agradecer à TV Bandeirantes por ser a pioneira nas transmissões de “esportes americanos”. Madrugadas adentro vendo jogos com um delay incrível entre áudio e imagem (você ouvia o Luciano do Valle narrar as cestas bem antes da imagem mostrar…..irritante, mas fazia parte).
O basquete sempre foi meu segundo esporte favorito. Mas o gostoso dessa época é que existia basquete aqui no Brasil. Então acompanhar a NBA era mais divertido.
Hoje o basquete brasileiro está num estágio técnico e admistrativo bem baixo e a própria NBA perdeu muito do seu charme, porque os ídolos de hoje não amarrariam nem os tênias dos ídolos da década de 1990.
Belo texto. Me lembro exatamente da primeira vez em que vi Michael Jordan jogar. Era janeiro de 1987, eu tinha 12 anos de idade, estávamos de mudança para um apartamento maior que meus pais haviam comprado – a família havia aumentado em tamanho e poder aquisitivo, à custa de muito trabalho e dedicação. Ainda meio em choque por estar me separando dos amigos mais antigos que via todos os dias e impaciente com aquela movimentação toda, típica da situação (sou hiperativo desde o nascimento), meu pai pôs uma televisão, um ventilador e duas almofadas em um dos quartos desse novo lar, colocou numa partida de basquete e foi sucinto, apontando com o indicador: “Fica quieto e presta atenção naquele negão careca ali jogando!”. A partida era entre os Bulls e o Detroit Pistons. Nem precisa dizer que, como muitos outros moleques, fiquei fã daquele cara que parecia voar de verdade e fazia mágica com uma bola de basquete nas mãos de imediato… me espanta muito hoje em dia gente tentando comparar o LeBron com ele. Jordan não parecia humano, só pra começar.
Barça,
Não seria Isiah Thomas do Detroit?
http://en.wikipedia.org/wiki/Isiah_Thomas
Vc não acredita que o Tiger Woods também tenha sido tão dominante quanto o Jordan?
Falha minha, valeu. Sobre o Woods, eu me refiro a esportes coletivos, o que não é o caso do golfe.
Concordo com vc!!! Lembro de ler um texto do quanto a NBA faturava com o Jordan jogando e sem ele. Era impressionante, com o Jordan a NBA faturava 3 vezes mais…
Nesse jogo dos 63 pontos contra o Boston Celtics, Larry Bird disse – “Hoje Deus se disfarçou de Michael Jordan”.
Muito boa lembrança a um dos maiores atletas de todos os tempos! Nos esportes coletivos só pode ser comparado com o Pelé. Existe um livro muito bom chamado “The Jordan Rules” que conta o ano do primeiro tricampeonato dos Bulls. Apesar de ser esse super atleta e ter deixado o Bulls o melhor time disparado na época, foi dificil o time conseguir ser campeão pela primeira vez. Na época até diziam que o Jordan era ótimo individualmente, mas não conseguia funcionar pelo time. A coisa só engrenou mesmo e o Bulls virou um super time quando o Phil Jackson chegou. De qualquer forma é maravilhoso rever as jogadas do Jordan! 1 abraço,
Acompanhei o auge de Jordan. Os jogos passavam na bandeirantes. Para minha geração – na casa dos 40 – que não pôde ver Pelé, Jordan é provavelmente o esportista que mais chegou perto da perfeiçao. Lembro dum jogo em que ele conseguiu uma daquelas cestas incríveis num jogo de final, se não me engano, e a câmera mostra o rosto do Charles Barkley – com uma expressão que parecia dizia: esse cara é foda! (rs).
O único senão da carreira dele foi ele voltar a jogar, por um time em que ele era um dos sócios, acho. Uma coisa meio parecida com essa volta sem brilho do Schumacher. Nesse aspecto ele não agiu como Pelé – que soube a hora certa de parar de jogar pra valer ( em 74. Desse ano até 77 o rei jogou nos EUA pra fazer um merecido e gordo pé de meia ).
Jordan – o pelé das quadras.
Na verdade é meio triste… Ver NBA depois dessa época é algo meio deprimente… Talvez porque tinha aquela coisa de descoberta, um marketing intenso (eu tinha uma spalding e um boné do Bulls), mas os jogadores da NBA eram quase personagens de um romance. Magic Johnson era o craque soropositivo, Bird era o arremassador albino, Barkley era o BAd boy, Robinson era o cara que perdeu pro Oscar e o Jordan, ele era o cineasta à la nouvelle vague, que redefine o termo “esporte coletivo”. mostrou que nos jogos que atuava ele era o diretor, os outros bons coadjuvantes… Talvez seja coisa de tiozão, como disse, quando se fala do Pelé, assim sendo fomos privilegiados.
Tinham vários outros personagens: Drexler era o amarelão, Ewing era o pé-frio, Reggie Miller era o pentelho talentoso
Só uma correção: é Isiah Thomas.
Obrigado, já corrigi.
Lendário Michael Jordan!
Bom texto, Barça.
Só uma correção: é Isiah Thomas.
Gosto muito de NBA e acompanhei muito essa fase do Jordan – curti muito aquela final da NBA entre o Chicago e o Phoenix do Charles “Godzilla” Barkley.
Abraço
Dominante em um esporte coletivo… ok. Com certeza! Mas e o Messi e o Pelé? Valem destaque?
Podem xingar mas durante “um casal de anos” vi Ronaldinho Gaúcho sendo mais genial que o que citastes em vosso texto e mais ainda que os dois que citei nesta humilde opinião.
Um abraço e que comece bem o ano a todos!
PS: Estes dias estava gravando o garagem novo né Braza?
Grande post…Jordan era uma maquina mesmo.
Só uma correção: o Isiah é Thomas e não Thompsom, grande desafeto de Jordan.
ótimo e sucinto o texto. Só uma pequena correção : o armador do detroit dos anos 80/90 foi Isaiah Thomas, e não Thompson como está no texto.
o legal era que a bandeirantes transmitia a NBA, e as finais eles estavam in loco no ginasio (luciano do vale e alvaro josé!) Mas eu torcia contra o jordan pra ver se ele perdia alguém hhehe. Só levei ferro!
Eu passei a torcer para o Chicago justamente por causa da Band. O Luciano torcia descaradamente para o Lakers. De raiva, fui ser Chicago. Me dei bem!
buenas, barza. jordan é mito. johnson tb. ao lado de zico e maradona, os dois estao entre os que tive a sorte de ver. (só um toque: é isiah thomas)
Fala Barça beleza? Muito legal ter te conhecido pessoalmente. Aquele show do Nasi foi do caralho, a carreira solo dele está demais! Você sabe quando vai ao ar o programa que você gravou com ele? Referente ao Michael Jordan não há muito o que falar, o cara é um monstro! Abraço!
Acho que você quis dizer Isiah Thomas, André.
Tem razão, acompanhei Jordan pela TV no seu auge, foi algo realmente excepcional. O mais impressionante era na hora da decisão, o sangue frio nos arremessos nos segundos finais. O cara do Detroit Pistons não era o Isiah Thomas?
Andre, o nome correto eh Isiah Thomas, arruma ai.