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André Barcinski

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Perfil André Barcinski é crítico da Folha.

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Celebrando o Tremendão

Por Andre Barcinski
20/02/13 07:05

Estava gravando um programa de TV e fui ao SESC Vila Mariana ver o show de Nasi com participação de Erasmo Carlos.

O show foi muito bonito e emocionante. Fazia muito tempo – acho que desde os anos 90 – que eu não via Erasmo Carlos num palco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando o Tremendão entrou, a plateia levantou das cadeiras – sim, o show foi no teatro – e o aplaudiu de pé.

Nasi e Erasmo cantaram algumas músicas, entre elas “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo”, de Roberto e Erasmo, e “Dois Animais na Selva Suja da Rua”, de Taiguara, que estão no disco “Carlos, Erasmo”, de 1971. Tenho o vinil, mas confesso que também não ouvia essas canções há muito tempo.

Ouça “É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo” e “Como Dois Animais na Selva Suja da Rua”.

Que desperdício, não? Tantas horas preciosas vendo o Grammy e esse discão do Erasmo parado na estante.

O show me fez pensar sobre algumas coisas: em primeiro lugar, sobre a qualidade do pop brasileiro dos anos 70. Acho que o período de 1971 a 1976 foi o auge da nossa música pop.

Era muito disco bom junto: Roberto, Erasmo, Novos Baianos, Raul Seixas, Secos e Molhados, Arnaldo Batista, Rita Lee, Odair José, Jorge Ben, Tim Maia, Guilherme Arantes, Fagner e tantos outros, que fizeram seus melhores trabalhos nessa época.

Pensei também em como a imagem pública de alguns artistas brasileiros não condiz com a realidade de seus trabalhos.

Erasmo, por exemplo, é até hoje um símbolo da Jovem Guarda e dos primórdios do rock no Brasil, mesmo que seus melhores discos sejam os da primeira metade dos anos 70, quando foi muito influenciado pela soul music e pela psicodelia.

No show, Erasmo contou uma história curiosa sobre “Como Dois Animais”: disse que Taiguara fez essa música em homenagem a ele, Erasmo, e à sua decisão de morar junto com uma namorada sem casar com ela. “Naquela época, isso era um escândalo, e a sociedade caiu de pau em cima de nós”, contou o Tremendão. “Daí o Taiguara fez a música para ironizar a caretice geral da época.”

Já no camarim, depois do show, Erasmo disse que a Universal vai relançar “Carlos, Erasmo” e alguns outros discos dos anos 70. Tomara que muita gente descubra os LPs e que o Tremendão seja ainda mais valorizado.

Num momento surreal, Erasmo foi visitado no camarim pelo cantor Ovelha: “Tremendão, há quanto tempo!”, disse Ovelha, abraçando Erasmo, que respondeu: “Ovelha, meu camarada! Pô, ainda não te tosquearam?”

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Comentários

  1. Júnior comentou em 20/02/13 at 13:56

    Gostei dessas duas músicas, nunca tinha ouvido. A última do Erasmo que ouvi e gostei foi “Kamasutra”

  2. Fernando comentou em 20/02/13 at 13:51

    Dois discos nacionais pouco lembrados: “Eu quero é botar meu bloco na rua”, do genial genial genial Sérgio Sampaio, e “Frevo Mulher”, da Amelinha.

    Dois dos meus discos favoritos desde criança.

  3. Marcel de Souza comentou em 20/02/13 at 13:46

    O Erasmo é subestimado? Ele tem o reconhecimento que merece? Me parece que não. Ainda amais se comparado ao Roberto. E sobre seu comentário sobre o pop anos 70, hoje me parece que não temos ninguém com um mínimo de qualidade pra figurar com esses que você citou. Pioraram os artistas de hoje, ou piorou o gosto popular? 1 abraço!

  4. Rafael G comentou em 20/02/13 at 13:44

    Uma mistura sensacional, Nasi e Tremendão. pode até parecer inusitada, mas, pensando bem, não é. Obs.: O Nasi está uma bola ein!

  5. ariovaldo comentou em 20/02/13 at 13:37

    Erasmo é o nosso Jerry Lee Lewis, até hoje o cara ainda tem uma puta pegada rock’n’roll

  6. pabloREM comentou em 20/02/13 at 13:01

    (…) ainda não te tosquearam (…) é foda… rs. André, como você citou te muito artista esquecido ou lembrado por uma fase que não é a sua melhor. Gosto de Guilherme Arantes, acho o cara extremamente talentoso. Não sei se já teves a oportunidade de entrevistá-lo mas fica a sugestão de um post sobre o cara.

    • Andre Barcinski comentou em 20/02/13 at 19:32

      Já sim, para um trabalho que estou fazendo e que sai no meio do ano. Foi demais a entrevista.

      • neder comentou em 21/02/13 at 1:07

        Um dos melhores compositores da música popular brasileira.

  7. Guilherme Braga comentou em 20/02/13 at 12:52

    André, ótima notícia do relançamento desses álbuns. Desde que eu baixei “Carlos, Erasmo” e “Sonhos e Memórias”, o álbum seguinte, não consigo parar de ouvir. O autobiografia é bem divertida, dando pra ler num fim de semana.
    E os álbuns relançados da Ternurinha dos anos 70, tão bons quanto?

  8. Júnior comentou em 20/02/13 at 12:03

    Gostei dessas duas músicas, nunca tinha ouvido. A última do Erasmo que ouvi e gostei foi “Kamasutra”.

  9. Luiz comentou em 20/02/13 at 11:17

    Nossa, bem bacana esses links do tremendão. Uma pergunta Barça, o álbum transa do Caetano, você não inclui na sua lista??

    • Andre Barcinski comentou em 20/02/13 at 19:33

      Não incluí porque acho o primeiro disco dele, de 68, bem melhor. E a lista era de intérpretes que fizeram seus melhores trabalhos nos anos 70. Mas acho “Transa” um ótimo disco.

  10. Afonso comentou em 20/02/13 at 11:04

    Nada supera os anos 70 na música. O que me faz estranhar a pose e a arrogância da turminha de camisa de flanela xadrez. Ouçam e aprendam.

  11. Luigi comentou em 20/02/13 at 10:26

    Além dos citados no texto, Belchior (Alucinação), Taiguara (Imyra Tayra Ipy), Walter Franco (Revolver), Milton Nascimento (Minas), Gilberto Gil (Expresso 2222), Ednardo (O Romance do Pavão Mysteriozo), Hyldon (Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda), Jards Macalé (album de estreia), Luiz Melodia (Pérola Negra), Zé Rodrix (I Acto), Caetano Veloso (Transa), Alceu Valença (Vivo!)… É muita, MUITA coisa boa mesmo.

    • Maurílio comentou em 20/02/13 at 20:29

      Só preciosidades,tudo na mesma época.Vivo do Alceu Valença é uma jóia desconhecida.Valeu pela lembrança.

  12. Fluidoo comentou em 20/02/13 at 10:23

    O Belchior tambem apareceu nesse perído (1ª metade dos anos 70), tem grandes musicas.

  13. Tinho comentou em 20/02/13 at 10:01

    Assisti o Tremendão em Salvador, em 2011, durante a turnê do disco “Sexo”. Showzaço!

  14. Jean comentou em 20/02/13 at 9:42

    Marcos Valle também entra nesta lista aí dos anos 70. 26 Anos de Vida Normal é espetacular.

  15. Leandro Saueia comentou em 20/02/13 at 9:40

    Vi o Erasmo três vezes nos últimos anos. Todos elas foram memoráveis. O show com a banda de moleques é uma cacetada só sempre com o espírito de galhofa no talo (foi no dia da morte da Winehouse e ele soltou um “70 anos e não morri de overdose”).
    Também gostei de vê-lo com o Jeneci onde assim como nesse show do Nasi ele reviveu algumas canções mais obscuras dos anos 70. Além do Carlos,Erasmo eu acho o Sonhos e memórias a outra obra-prima dele. E esse tem a vantagem de ser bem mais autoral e biográfico que o disco mais celebrado.

  16. Fabio Ximenez comentou em 20/02/13 at 9:33

    Baiano e Novos Caetanos, também é desse período de 70 a 76, e é sensacional. Esse grupo de Chico Anysio e Arnaud Rodrigues está esquecido. O primeiro LP deles é uma pérola.

  17. Axel Terceiro comentou em 20/02/13 at 9:23

    Atualmente, o Erasmo tá passando por uma ótima fase como música (o último disco dele é muito bom!). No entanto, o amigo dele Roberto Carlos tá vivendo num limbo criativo há anos…

  18. Max comentou em 20/02/13 at 9:17

    Vi um show do Erasmo há dois anos na Virada Cultural. O Tremendão é muito carismático. Essa tirada dele no Ovelha foi sensacional!

  19. Guilherme Caldas comentou em 20/02/13 at 9:17

    Ia ser mesmo uma boa se relançassem o disco do Tremendão, mas queria saber sua opinião a respeito sobre a “remasterização digital” e a distorção do som como naquele caso do Metallica e a “Loudness War”.

  20. Wilma comentou em 20/02/13 at 9:13

    Desculpe a minha ignorância, mas por que o apelido Tremendão, alguém sabe?

    • Mr. Omar comentou em 20/02/13 at 15:28

      Doença de Parkinson… terrível!

    • Jair Fonseca comentou em 20/02/13 at 16:26

      Vem do português “tremendo”: terrível, espantoso, impressionante. Virou gíria nos anos 60, com o aumentativo, “tremendão”, que ele incorporou ao nome como epíteto artístico. Wanderléa era a Ternurinha e Erasmo, o Tremendão. Em 1967, nomeou seu LP como “O Tremendão”, também título de uma canção.

  21. Jo Lima comentou em 20/02/13 at 9:13

    Erasmo é um dos grandes da música brasileira de todos os tempos. E enquanto Roberto Carlos dava mais ouvidos a ele, o Rei produziu coisas incríveis.

    Anos 70, sem dúvida, foi o ápice da música pop. Havia músicas para todos os gostos – e boa parte delas de muitíssimo bom gosto.

  22. F de I comentou em 20/02/13 at 8:52

    E o Cauby hein?

  23. Ivan comentou em 20/02/13 at 8:25

    Barça, penso que em algum momento entre o final dos 70 e início dos 80, o negócio desandou. E isso se deve muito aos produtores. Pode notar, as baterias começaram a ficar xoxas, guitarras insípidas e teclados de churrascaria. Foi geral.
    Os discos dos 70 dos artistas a que tu te referes tem uma sonoridade ímpar.

  24. Roberts comentou em 20/02/13 at 8:15

    Fora que foi bem legal assistir o show sentado de boa sem aquele aperto todo…acho que estou ficando velho….e esse show do The Cure hein? 500 pilas pista premium? Não, obrigado.

  25. Luis Diorio comentou em 20/02/13 at 8:14

    André, você recomenda a leitura da autobiografia do Erasmo Carlos? Obrigado!

    • Andre Barcinski comentou em 20/02/13 at 10:05

      Não li, Luis, infelizmente.

    • Rodrigo Lopes comentou em 20/02/13 at 14:20

      Eu li e não gostei muito. Tem boas histórias, mas todas contadas muito rapidamente, com um tom de muita camaradagem.
      Uma biografia não autorizada seria mais legal…rs

  26. Murilo comentou em 20/02/13 at 8:03

    André, você conhece o disco Óros, que o Fagner lançou em 1977? Se sim, o que acha dele?

    • Andre Barcinski comentou em 20/02/13 at 10:05

      Claro que conheço, acho muito bom, como aliás toda a primeira fase do Fagner.

  27. claudio comentou em 20/02/13 at 8:01

    E ainda dizem que você não gosta de musica Brasileira kkkkkkk Belo post sou fã de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.

  28. Roberts comentou em 20/02/13 at 8:01

    Esse show foi demais mesmo!Foi legal também a parte que o Erasmo contou a história da música Sentado a beira do caminho, que o Roberto Carlos deu um cochilo após passar horas tentando compor, acordou assustado do nada e disse “Preciso acabar logo com isto, preciso lembrar que eu existo” e depois isto eles terminaram a música, o cara sonhou com a letra. Muito legal do Nasi resgatar estes clássicos dos anos 70 em sua carreira, ele também gravou coisas do Zé rodrix entre outras feras desta época. Estou começando a ouvir agora estes sons e realmente foi uma época de ouro da música brasileira.

  29. Fabio Andrusyszyn comentou em 20/02/13 at 7:34

    André, pensei a mesma coisa sobre a música brasileira enquanto estava lendo o livro do Marighella, escrito pelo Mario Magalhães. Era um puta contrasenso: a ditadura censurando de todos os lados e os músicos fazendo aqueles clássicos… Aliás, já leu esse livro? Achei muito bom, especialmente porque ele percorre uma grande parte da história brasileira e a conta com detalhes, permeando com a própria história do Marighella.

  30. Willian Ifanger comentou em 20/02/13 at 7:24

    “Ovelha, meu camarada! Pô, ainda não te tosquearam?”

    7:00 da manhã e eu ri….muito! Sensacional!

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