Frente a frente com Ovelha
28/02/13 07:05Já escrevi aqui sobre o bizarro encontro que presenciei entre Erasmo Carlos e o cantor Ovelha, e a antológica saudação do Tremendão: “Ovelha, meu camarada! Ainda não te tosquearam?”. Mais bizarro ainda foi o resto da noite, em que gravamos uma entrevista com Ovelha para um programa de TV.
Para quem é novo e não lembra, Ovelha foi um dos cantores mais populares dos programas de auditório dos anos 80. Não havia um programa de Barros de Alencar, Raul Gil, Chacrinha ou Bolinha em que Ovelha não estivesse, com suas longas madeixas de Robert Plant do sertão, sempre cantando a inescapável “Te Amo, Que Mais Posso Dizer?”, versão em português para a canção de Bobby Vee, “More Than I Can Say”.
Levamos Ovelha para um bar nordestino em São Paulo, e o lugar parou quando ele apareceu. Cinquentonas enxutas relembraram suas épocas de auditório e quase pularam em cima do homem.
Ovelha é um dos caras mais engraçados que já conheci. Dá um banho em muito comediante de “stand up” por aí. Tanto que um dos câmeras estava, literalmente, chorando de rir com as histórias do cantor.
Ovelha falou de seu começo na música, como cantor de bailes e boates em Pernambuco. Era conhecido por Midinho, já que seu nome é Ademir. Foi descoberto em 1977 por Chacrinha, numa boate de Recife. “Foi o Chacrinha que me deu o apelido. Ele falou pro filho, Leleco: ‘Aquele rapaz canta muito bem, aquele que tem um cabelo de ovelha!’. Daí o apelido pegou.”
Uma das histórias mais incríveis foi sobre o dia em que Ovelha estava cantando ao vivo no “Perdidos na Noite”, de Fausto Silva, quando começou a ser sacaneado pela dupla de comediantes Tatá e Escova: “Eles chegavam bem do meu lado, imitando o Chacrinha, e gritavam no meu ouvido: ‘Alô, Terezinha! É a Maria Bethânia? É o Ney Matogrosso?’”, lembra Ovelha. “Eu já tinha tomado uma garrafa inteira de Red Label e tava pra lá de Bagdá. Cheguei no ouvido do Tatá e disse: ‘Sai daqui ou eu vou quebrar a sua cara, seu filho da p..!’. Mas eles continuaram: ‘Alô, atenção! É o Sidney Magal?’ E o auditório todo começou a me chamar de bicha, daí eu não agüentei: larguei o microfone e meti a porrada nos dois, daí os seguranças vieram e a gente rolou no palco, uma confusão do c…, o Fausto não estava acreditado!”
A noite terminou com Ovelha dando uma canja no bar, cantando sucessos de Creedence Clearwater Revival, Raul Seixas, Rod Stewart, Wando e, claro, “Te Amo, Que Mais Posso Dizer?”.
cara, um cantor que fez relativo sucesso nos anos 70 e depois se auto boicotou foi o Di Melo. Quando vcs voltassem a gravar outro programa do Garagem até que poderiam entrevista-lo, pois além de ter lançado um único e ótimo disco é uma figuraça. Ao contrário dos ovelhas que mais legal como ser bizarro, mas como artista?
http://www.youtube.com/watch?v=O-qxLvyVohc
Não conheço, pode ser mesmo uma boa entrevista.
Mais um pouco sobre Di Melo. Aqui o link do trailer de um curta muito legal feito sobre ele em 2011, o filme chegou a participar no festival de gramado no mesmo ano.
http://www.youtube.com/watch?v=JHiI4ZUVSMo
Barcinski, nada a ver com o tema de hoje, mas ontem li sua coluna na Folha sobre os restaurantes peruanos no centro de SP e se me permite uma observação, essa região estaria mais para baixo Lima do que para baixo Cuzco, uma vez que os pratos servidos lá, são mais característicos da parte costeira do país do que da região serrana onde as comidas são muito diferentes, como cuy por exemplo. Bom, pode não fazer muita diferença e ser uma bobagem, mas isso me veio na cabeça.
Tô ligando, é que “Baixo Cuzco” soa bem melhor, não?
Ok para a licença poética, rsrs
O Katsuki falou de um deles na Av Rio Branco. Fui lá experimentar esse arroz frito com camarão.
http://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2013/01/15/tradiciones-e-o-novo-peruano-do-centrao/
André, estou me sentindo o próprio Doug Phillips do “Tunel do Tempo”: eu vi o Ovelha cantando em Bauru, mas dve ter sido finalzinho dos anos 70. Minha irmã mais velha era fã nostalgica do Bobby Vee, que ouvia ainda criança, e durante os 70 chovia versões desses cantores, tipo Rita Pavone e cia. Eu ja estava começando faculdade em São Paulo, era um baile de sabado de Aleluia e la vamos todos ouvir o Ovelha no BAC (Deus, e põe Tunel do Tempo nisso…!!). O publico de Bauru sempre foi complicado, e o tal baile terminou em pancadaria pq o Ovelha resolveu contar uma estória sobre uma garota da Eny (local que eu acho que ele nunca frequentou.. deve ter sido boca-a-boca..) com descrições fidedignas por demais, e todo mundo em Bauru conhecia em pormenores as sofisticadas mulheres da Eny, e essa em questão era a atual mulher do filho do prefeito Nicolinha (a maior parte do casting da Eny do final dos anos 50 aos 60 se tornaram socialites bauruenses..!! Coisa tipo Nelson Ned mesmo!!!! Por isso o assunto “Casa da Eny” é tabu em Bauru)). To rindo sózinho me lembrando disso, e meu Deus: “Almoço com as Estrelas”??? Que maravilha, foi o triunfo do cafona divertido dessa época (alias nem era cafona, era bocomoco..). Mas me ocorreu que outro episódio que terminou muuuito mal em show em Bauru, foi o de Lady Zu, pq o publico encasquetou que era uma sósia, e não a própria, e quase lincharam a cantora. Peço encarecidamente: localize a Lady Zu e faça um programa com ela, seria fenomenal!!!
Cara, demais essa história, tô rindo sozinho aqui. Outra história boa do Ovelha é sobre o irmão falso dele, conhece? Existe um lutador de telecatch chamado Alex, o Galego, que vive dizendo que é irmão do Ovelha. Eu conheço o sujeito, e quando pedi pro ovelha mandar um abraço pro irmão, ele respondeu; “O quê? O Alex? Aquilo é um filho da p… não é meu irmão p… nenhuma, só fala isso pra comer todo mundo por aí!”
Hahahahahahaha………uma história mais sensacional que a outra.
top… falar q e’ irmao do Ovelha para comer a mulherada.
Imagina o “naipe” da mulherada…. heheheh
Sensacional!
Esse formato de encher a barriga de famosos e botar eles pra falar podia ser bocomoco. Mas até Faustão (esse sim brega) imitou o formato com a tal Pizzaria do Faustão.
Se quase lincharam a pobre da Lady Zu, imagino o que fariam com a Lady Lu.
Poderiam achar que era alguma das meninas da Casa da Eny….
Esses cara eram foda, tenho um cd com vários sons desta época e Ovelha é obrigatório em qualquer coletanea.
Outra coisa ele é uma mistura do Robert Plant com o Jack Black.
Cade o Nain???
Abrs.
Assisti o tal “Tabloid” ontem, depois de ver a dica aqui. A história é mesmo mirabolante.
É mesmo. E vai saindo do foco original, pula para clones de cachorros e só faltou o ET de Varginha…
Que medo dessas pessoas!
Ovelha era um gigante no anos 80. Ainda tenho LPs de canções populares da época que incluem seu sucesso. Vou assistir essa entrevista com certeza.
André
As suas histórias de bastidores são ótimas mas semrpe deixam a gente com gosto de quero mais. Quando sai um livro sobre as suas aventuras jornalísticas ?
André, já que o programa é do Nasi, ele tava junto nesta entrevista?????
Senão, bem que poderia rolar um dueto entre os dois, seria sensacional!!!!!
Tava sim, mas não posso contar muito, o programa estreia em maio…
Sempre que vejo o Ovelha tenho a impressao que ele e’ o cara mais feliz do mundo.
E’ famoso mas pode andar na rua, e’ feio mas pega mulher e nao ‘e milionario mas tem grana o suficiente.
To errado?
Robert Plant do sertão foi sensacional!!!! Bwahahahahah!
Grande Ovelha. Ele ainda estourou com Eu Choro e Não Vejo, versão em português de I Should Have Known Better, do Jim Diamond. Ovelha era figura carimbada do NP, né, André? Numa das várias entrevistas que fiz com ele, por volta de 1992, o sujeito disse que iria tosquear o cabelo – iria transformá-lo num topete estilo Vanilla Ice. Nunca aconteceu…
Verdade, ele vivia no “NP”. O mais engraçado foi o conselho dele a homens que foram chifrados: “Não use violência. Homem que é homem não bate na mulher, nunca Se ela te chifrou, você faz o seguinte: dá um banho na mulher, deixa ela cheirosinha, leva ela pra cama, dá uma calcinha bem sexy pra ela. Daí, quando ela tiver no ponto de abate, você conta pra ela sobre todas as mulheres que anda comendo!”. Juro, tinha cara da equipe chorando de rir.
E eu tô chorando de rir aqui na frente do PC, o conselho parece ser bom mesmo, ele já deve ter testado muito….
Hahahaha…..esse cara já foi no Garagem?
Já, mas faz anos, precisamos levá-lo de novo.
Robert Plant do sertão, boa!!! É só juntar o Robertinho do Recife (o Jimmy Page do sertão) e temos 1/2 Led brasileiro, ahahah!!!
Quero ver essa entrevista!!!
Ué, pensei que o grande Robertinho era o Eddie Van Halen do Sertão…
Se não me engano, a “More Than I Can Say” é originalmente do The Crickets, a banda do Buddy Holly. E a canção do Ovelha é uma versão da versão feita pelo Leo Sayer. Outra música dele, que me lembro, é uma versão fenomenal em português para “Lover Why”, balada xaroposa do Century.
Leo Sayer. Isso sim do fundo do baú. Lembrei do hit “You Make Me Feel Like Dancing”….
“Te amo, que mais posso dizer?” inesquecível na voz do Ovelha e do… Jeremias muito louco (aquele bêbado que ficou famoso por dizer que matava o delegado se ele fosse abusivo)
o duro é que ele “só” tem esse sucesso aí, não me lembro de outro kkkkk
Pensei que o Ovelha tinha esclerosado depois que vi essa entrevista: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=wPQiCDNni-8#t=1518s
Cara, acho que é a espontaneidade, o cara nasce com isso (e muitas vezes perde pelo caminho). Até hoje passo mal lembrando de um caso que contaram aqui no blog, de uma festa em que o cara que fazia o Bozo atirava as balas para as crianças dizendo “Vocês querem? Então toma, seus desgraçados”.
Não tinha lido isso antes… é incrível!!! Tive que cobrir a cara aqui no trabalho pq não consegui controlar o riso imaginando a cena… Esse causo e o conselho do Ovelha que o André contou acima alegraram meu dia! Valeu!
André, eu também acho o Ovelha muito mais engraçado que muitos comediantes de Stand Up! Aliás, não tem nem como comparar! O cara é muito bom mesmo! E reforçando o pedido de muitos, faça uma forcinha e tenta conseguir com ele esse vídeo da briga no Faustão!
Abs!!!
Vou tentar sim, estamos atrás, até porque quero usar no programa…
Uma vez fui lá no PASV e estavam lá o Ovelha e o Nilton Cesar. O cara fazia de tudo pra ser notado. Ensaiou harmonias vocais com o Nilton em cima de uma música do Odair José, cantou o “uou uou iei iei” bem alto e ainda saiu apertando a mão de todo mundo que estava no restaurante. Inesquecível.
sensacional
André, pelo amor de tudo que é sagrado fala que programa é esse e quando ele vai ao ar!
É um programa de entrevistas do Nasi, estreia em maio. Aviso aqui, claro.
Que bacana, o Nasi parece ser um cara interessante para se dar entrevista, sem estrelismo como vemos por aí. Dirigir um programa de entrevistas com o Zé do Caixão e, agora, o Nasi não é pra qualquer um… Boa sorte para vcs! E será também no Canal Brasil?
Sim, chama “Nasi Noite Adentro, vai ao ar sábados, à meia-noite. É só sobre a noite e coisas estranhas que acontecem na noite.
A lá Insomniac?
Seria show de bola!
Cara, na boa, o Ovelha é mais rock n roll que todas as bandinhas de hoje!
Não musicalmente falando, se é que vcs me entendem!
Não…pensando bem…musicalmente também!
Kin, com certeza….
Concordo 100% contigo!
Poucas vezes vi um playback tão genial.
Caramba nunca tinha visto esse cara cantar, realmente canta muito bem. Apesar de brega o cara tem uma postura bem rock n´roll. Bem diferente dos cantores fabricados de hoje em dia, que não cantam porra nenhuma e são mais fakes do que qualquer outra coisa.
Esse lance de ser brega é muito relativo. O KISS por exemplo, quer coisa mais brega do que aquilo? E olha que eles são muito rock n roll.
Tem razão Kiss é a banda mais brega do mundo! Principalmente a fase sem máscara.
Sensacional!
po uma pena nao ter essa cena aí da porrada no youtube.
Abelha disse que tem o VHS em casa, vou tentar botar no Youtube.
Barça, coloque o video por favor, deve ser épico isso!
Quem é Abelha?
Google: “você quis dizer Ovelha”?
Severino: “Abelha? Aquilo é uma bichona!”.
Quem é Abelha?
Deve ser o Ovelha na visão do corretor ortográfico do celular.
Amigo do Ovelha
Ah então o Abelha tem o vídeo do Ovelha?
Seus abelhudos… kkk
Barça, esqueceu do mais importante da biografia: Ovelha já foi premiado como Artista do Ano pelo Petrucio Melo.
Meu pai sempre fala do Ovelha! KKK…
Um abração para o querido Ovelha,dançei muitos bailes com ele cantando como Crooner do Conjunto “Embalo Z”, do Recife(PE),do tecladista Zominho,em apresentações na AABB de Propriá(SE).
Andre lembro bem do ovelha nos circos que apareciam a cada dois meses no meu bairro, ele o Luis Ricardo,giliard e os gigantes do ringue era a atracao da periferia , aqui em cotia, realmente engraçado.
Caramba, todos esses aí, vi no Bozo.
Bozo é cultura!
Não era no SBT? Não lembro de ter visto na Cultura…
O Luís Ricardo era o Bozo!